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ATIVIDADE PARCIAL 1 PENAL

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PITÁGORAS FACULDADE
Curso: Direito	 - 7 Período (Noturno) 	
			
Disciplina: Processo Penal – Nulidade e Recursos - Parcial 1.
Aluno(a): Fernanda de Lima Campos
 Amanda Santiago Santos 
 Patrícia Luana Alves Ferreira
 Cínthia Alves Ferreira
Questão
01 – Em que consiste a inépcia recursal? Explique.
RESPOSTA - Deve-se saber o que é um recurso, para então entender o que é inépcia recursal. O recurso é o instrumento processual voluntário de impugnação de decisões judiciais, previsto em lei federal, utilizado antes da preclusão e na mesma relação processual, objetivando a reforma, a invalidação, a integração ou o esclarecimento da decisão judicial impugnada. 
FONTE: LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Volume único, 8. ed. rev. atual. e ampl. Salvador: Ed. Juspodivm, 2020, p.1,729.
Portanto, inépcia recursal significa, dizer que faltou algum requisito para interpor um recurso. 
Conforme exposto na jurisprudência:
INÉPCIA DE PEDIDOS RECURSAIS. INEXISTÊNCIA DE PEDIDO. NÃO CONHECIMENTO NA ESPÉCIE. na narração deitada em determinados tópicos da peça recursal, não há quaisquer pedidos atrelados às razões expostas. Resta escancarada, portanto, a inépcia desses arrazoados. Assim, não merece conhecimento o recurso no particular, por não preenchidos os requisitos de admissibilidade recursal estampados nos incisos III e IV do art. 1.010 do CPC subsidiário.   RECURSO DA RECLAMANTE. RECURSO ORDINÁRIO QUE NÃO ENFRENTA OS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. NÃO CONHECIMENTO. A inobservância do requisito de admissibilidade do art. 1.010, II e III do CPC, segundo o qual a apelação deverá conter os fundamentos de fato e direito objeto da irresignação, impõe o não conhecimento do recurso ordinário interposto. A dicção do art. 899 da CLT não pode ser interpretada de maneira que se admita o recurso sem essa formalidade mínima, em razão do princípio da dialeticidade. Sendo o pedido de reforma da decisão que indeferiu os danos morais pleiteados totalmente dissociado da fundamentação da sentença, ele não merece ser conhecido, por desprezar o princípio em tela.  RELATÓRIO
Acórdão. Processo:0000936-32.2015.5.07.0017. Redator(a): Palhano, Dulcina de Holanda. Órgão Julgador:1ª Turma. Incluído/Julgado em: 19 abr. 2017. Publicado em: 20 abr. 2017. 
FONTE: https://bibliotecadigital.trt7.jus.br/xmlui/handle/bdtrt7/1090301
02 – Em qual (is) efeito (s) será recebida uma apelação impetrada em face de uma sentença absolutória imprópria? Explique.
RESPOSTA: Apelação é um recurso ordinário, caracterizado pela ampla devolução ao órgão ad quem. Essa importância advinda da apelação para o sistema recursal brasileiro se dá por conta de sua viabilidade de ser usufruída para a impugnação, não apenas de sentenças de condenação ou absolvição, mas também das decisões definitivas ou com forma de definitivas. Desde modo, uma apelação impetrada em face de uma sentença absolutória impropria terá de fato um efeito suspensivo. EFEITO DEVOLUTIVO 
	De acordo com Rogerio Tadeu Romano, procurador Regional da República: 
				(...) 
Tratando-se de réu inimputável, hipótese prevista no artigo 26, caput, é imperativo o decreto absolutório, embora com aplicação de medida de segurança. A isso chama-se sentença absolutória imprópria, por ausência de imputabilidade.
Para a aplicação de medida de segurança exige-se a prática de fato típico e periculosidade do sujeito, devendo o juiz ficar atento à análise da existência do fato e de sua autoria, visando a pretensão executória, para então reconhecer a possibilidade de absolver na hipótese do artigo 26 e aplicar a medida de segurança.
A sentença absolutória imprópria impõe um óbice à liberdade, seja na forma detentiva ou restritiva, o que difere das sentenças absolutórias próprias, que, no caso, não aconselham a pretensão punitiva do Estado, sem a aplicação de medida de segurança.
	(Este texto foi publicado diretamente pelo autor (Rogério Tadeu Romano. Procurador Regional da República aposentado. Professor de Processo Penal e Direito Penal. Advogado.) Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi)
FONTES: https://jus.com.br/artigos/44296/sentenca-absolutoria-impropria
https://mariannaperrucci.jusbrasil.com.br/artigos/437686785/recursos-no-processo-penal-apelação.
03 – Em se tratando do rito do tribunal do júri, qual (is) momento (s) deverá (ão) ser (em) arguidas as nulidades relativas?
RESPOSTA: Deverão ser decorridas da violação de uma determinada forma, tendo como objetivo a proteção do direito privado, estando estas sujeitas a preclusão, no qual se não forem alegadas no momento do procedimento adequado, serão consideradas sanadas, conforme artigos 571 e 572, inciso I do Código de Processo Penal. Outro fator essencial da nulidade relativa, consiste na provocação de uma ou ambas partes do processo para que a nulidade seja reconhecida.
FONTE: https://rafaelabgm.jusbrasil.com.br/artigos/335476810/nulidades absolutas-e-relativas
04 – Wanderson de tal, maior de 18 e menor de 2021, primário e sem antecedentes, foi denunciado como incurso nas sanções do artigo 155, caput, do C.P.B, por fato ocorrido em 05 de janeiro de 2015. A denúncia foi recebida em 10 de fevereiro de 2016. Em março de 2020, ao fundamento de que eventual pena aplicada futuramente seria inferior a 02 anos, o Magistrado reconhecendo a denominada prescrição da pretensão punitiva virtual julgou extinta a punibilidade do denunciado. Qual recurso o MP deverá impetrar em face da referida decisão? Explique.
 
RESPOSTA: Wanderson de tal, por se tratar de menor, primário e sem antecedentes foi denunciado como incurso nas sanções do artigo 155, caput, do CP, por fato ocorrido em 05 de janeiro de 2015. A denúncia foi recebida em 10 de fevereiro de 2016. 
Em março de 2020, ao fundamento de que eventual pena aplicada futuramente seria inferior a 02 anos, o Magistrado reconhecendo a denominada prescrição da pretensão punitiva virtual julgou extinta a punibilidade do denunciado. 
Com base nas informações, no caso de Wanderson de tal, a pena á ser aplicada seria de 1 à 2 anos, e prescreveria em 4 anos, mas por se tratar de menor de 21 anos na época do fato, nesse caso reduziria para 2 anos, mas mesmo reduzindo para 2 anos não foi alcançada a prescrição, visto que da data do fato até o recebimento da denúncia transcorreu somente 1 ano, 1 mês e 5 dias, mostrando a r. sentença equivocada, ante a inexistência de previsão legal de reconhecimento de prescrição antecipada no nosso sistema penal. 
Portanto, no caso concreto o MP irá impetrar o Recurso em sentido estrito, conforme elencado no art. 581, VIII do CPP, aquele cabível em face da decisão, despacho ou sentença que decretar a prescrição, ou jugou por outro modo, extinta a punibilidade.
Sendo assim, sobre a impossibilidade de prescrição antecipada, logo temos a fundamentação doutrinária, exposta logo a baixo:
“A prescrição virtual e suas controvérsias
1 de outubro de 2017
Resumo: Esse artigo faz uma análise do instituto penal da prescrição virtual, o qual é fruto de uma criação doutrinária e também jurisprudencial. Embora não tenha previsão legal, e sua aplicação seja rechaçada pelos Tribunais Superiores, verificou-se que sua aplicação é bastante comum na Vara Criminal da Comarca de Caxias, Estado do Maranhão. Desta maneira, o presente artigo se propõe também a examinar e descrever como tem sido as cotas ministeriais que opinam pelo reconhecimento dessa hipótese de extinção da punibilidade e as decisões judiciais que as reconhecem.
(...) A extinção da punibilidade com fulcro na prescrição da pena em perspectiva ou virtual, não encontra respaldo na legislação penal. No entanto, nos casos analisados, demonstrou de antemão, que cada ação penal estava fadada ao fracasso, ou seja, o Estado perdeu um dos pressupostos processuais fundamentais para o prosseguimento da ação penal, qual seja, o interessede agir.
Nos casos analisados, o próprio representante do Parquet, no âmbito da justiça de primeiro grau, pugnou pela extinção da punibilidade, dada a prescrição da pretensão punitiva estatal.
Outrossim, prosseguir com a continuação da instrução processual, após observada a prescrição, seria praticar atos desnecessários, com custos aos atores envolvidos, além de não atingir a finalidade útil a que o processo se destina o processo. Some-se a isso, a grande demanda e a ineficácia estatal em prestar a tutela jurisdicional, dada a falta de recurso material e pessoal.
Ademais, ainda que exista a Súmula 438 do STJ, sem caráter vinculante, não faz sentido continuar com o processo que esteja prescrito, salvo se quiser contribuir para o abarrotamento do judiciário com ônus aos cofres públicos, pois magistrados poderão ainda dispor de mais tempo para trabalhar em tutelas mais efetivas,
Espera-se que o STJ reveja a questão da aplicabilidade da prescrição em perspectiva, com vista a tornar mais eficiente o sistema judiciário brasileiro, por ser medida que se impõe aos preceitos de celeridade processual e da razoável duração do processo.
Assim, com a realização desse estudo, constatou-se que mesmo após o STJ ter editado a súmula 438, ainda é comum juízes de 1º grau reconhecerem a extinção da punibilidade pela prescrição virtual. Em nome da economia processual e também da coerência e efetividade na aplicação da sanção penal, é que se demonstra a força da utilização da aplicação da prescrição virtual. Desta maneira, percebesse que tal prática tem buscado afastar do Judiciário demandas que não terão desfechos proveitosos, resultando em processos inúteis.
Referências
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Notas
[1] Todos os casos objetos de análise deste tópico, foram julgados pelo Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Caixas, Estado do Maranhão. As consultas processuais foram realizadas através do site do TJ/MA, pelo link: http://jurisconsult.tjma.jus.br.
[2] Todos os casos objetos de análise deste tópico, foram julgados pelo Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Caixas, Estado do Maranhão. As consultas processuais foram realizadas através do site do TJ/MA, pelo link: http://jurisconsult.tjma.jus.br.”
Bem como, entendimentos jurisprudenciais citados logo abaixo:
“RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. PRESCRIÇÃO. PENA PROJETADA. IMPOSSIBILIDADE. Inexiste no nosso sistema penal a denominada prescrição antecipada. Precedentes STJ. Decisão desconstituída. Recurso provido. Unânime.
(TJ-RS - RSE: 70084496884 RS, Relator: Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, Data de Julgamento: 05/11/2020, Quarta Câmara Criminal, Data de Publicação: 24/11/2020)”
“Nesse sentido, iterativa a jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça, que inclusive sumulou a matéria:
(...) PRESCRIÇÃO ANTECIPADA OU VIRTUAL IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 438/STJ (...) III - Carece totalmente de amparo jurídico, em nosso sistema processual penal, a denominada prescrição antecipada ou virtual da pena, que tem como referencial condenação hipotética (Precedentes). Súmula 438/STJ. Ordem denegada (HC 150.537/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 15/06/2010, DJe 02/08/2010)” 
FONTE: http://josenabucofilho.com.br/home/pratica-penal/fase-processual/recurso-em-sentido-estrito/
05 – Carlos de Altamira foi denunciado e pronunciado como incurso nas sanções do art. 121, §2º, inc. II (motivo fútil), do Código Penal. No primeiro julgamento o acusado foi condenado por homicídio simples (art. 121, caput, CPB). O Magistrado fixou a pena-base em 08 anos de reclusão e, posteriormente, reconheceu a atenuante da confissão espontânea e diminuiu a pena em 01 ano, tornando-a definitiva em 7 anos de reclusão, incialmente em regime fechado. A Defesa recorreu com fundamento no art. 593, inc. III, alínea “d” do CPP. Partindo da hipótese que o Tribunal de Justiça dê provimento ao recurso, em novo julgamento o Tribunal do Júri poderá reconhecer a qualificadora decotada por ocasião do primeiro júri? Explique. (peso 2)
RESPOSTA - O júri não poderá reconhecer a qualificadora, de acordo com o princípio non reformatio inpejus.
A reformatio in pejus consiste no agravamento da situação jurídica do réu em face de recurso interposto exclusivamente pela defesa. Classifica-se em duas formas:
Reformatio in pejus direta: Corresponde ao agravamento da situação do réu, pelo próprio tribunal, ao julgar o recurso exclusivo da defesa. É sempre proibida, conforme se infere do art. 617, 2.ª parte, do CPP. Exemplo: Considere-se que o réu, condenado a dez anos de reclusão, interponha apelação para ver-se absolvido. Todavia, ao julgar este recurso, o Tribunal não apenas indefere o pleito absolutório, como também aumenta a pena para quinze anos de prisão. Este julgamento será nulo, poisimplicou agravamento da pena imposta ao réu sem que tenha havido recurso do Ministério Público, importando em reformatio in pejus direta.
Reformatio in pejus indireta: Ocorre na hipótese em que, anulada a sentença por força de recurso exclusivo da defesa, outra vem a ser exarada, agora impondo pena superior, ou fixando regime mais rigoroso, ou condenando por crime mais grave, ou reconhecendo qualquer circunstância que a torne, de qualquer modo, mais gravosa ao acusado. Exemplo: Imagine-se que o réu, condenado a dez anos de reclusão, recorra invocando nulidade do processo. Considere-se, também, que o Ministério Público não tenha apelado da decisão para aumentar a pena. Se o tribunal, acolhendo o recurso da defesa, der-lhe provimento e determinar a renovação dos atos processuais, não poderá a nova sentença agravar a situação em que já se encontrava o réu por força da sentença (v. G., fixando quinze anos de prisão), sob pena de incorrer em reformatio in pejus indireta.
Fonte: https://jorgejunior1994.jusbrasil.com.br/artigos/374717299/principio-da-non-reformatio-in-pejus#:~:text=A%20''non%20reformatio%20in,agravar%20a%20situa%C3%A7%C3%A3o%20do%20r%C3%A9u.
06 – O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Marcos de tal pelo crime tipificado no art. 157, caput, do CPB. O Magistrado rejeitou a denúncia por entender que o fato encontrava tipicidade no artigo 146, caput, do Código Penal. Contra referida decisão o Ministério Público impetrou RSE. Antes de decidir, o Magistrado determinou a intimação do denunciado para apresentar contrarrazões, que foram apresentadas a tempo e modo adequados. Ao final, o Magistrado retratou da decisão e recebeu a denúncia. Contra referida decisão poderá Marcos de tal apresentar novo Recurso em Sentido Estrito? Explique. (peso 2)
 
RESPOSTA: Não, pois o recurso em sentido estrito pode ocorrer para impugnar a decisão de rejeição do aditamento da denúncia ou queixa. E neste caso o Magistrado retratou da decisão e recebeu a denúncia. O recurso em sentido estrito está regulamentado nos arts. 581 a 592 do Código de Processo Penal. Sendo um recurso estritamente taxativo, isto é, apenas admissível nas formas previstas em lei. No artigo 581 do Código de Processo penal temos as hipóteses que admitem o cabimento do recurso em sentido estrito contra despacho ou sentença.
Segue abaixo as decisões que cabem a interposição do recurso em sentido estrito: 
Despachos e sentenças:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
( Obs. Em sede de Juizado especial Criminal a decisão de rejeição liminar da denúncia ou queixa pode ser impugnada por recurso de apelação, no prazo de 10 dias) 
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
Exceções: incompetência, ilegitimidade da parte, litispendência e coisa julgada.
IV – que pronunciar o réu;
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
 	Nos casos não previstos em lei de prisão em flagrante, indeferimento de liberdade provisória (sem fiança) e de decretação de prisão preventiva ou indeferimento da sua revogação a impugnação se dá através de ação autônoma de habeas corpus.
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
A quebra de fiança ocorre se o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitiva imposta. Neste caso, o recurso em sentido estrito tem efeito suspensivo.
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
Caso seja a extinção da punibilidade declarada em uma sentença condenatória ou absolutória por outra imputação caberá apelação, por força da regra da unirrecorribilidade. O recurso em sentido estrito é absorvido pela apelação.
Se proferida na fase de execução penal, a decisão de extinção da punibilidade pode ser impugnada por recurso de agravo em execução penal.
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
 Se o habeas corpus for denegado em Tribunal Superior ou Tribunal de justiça, pode ser interposto recurso ordinário constitucional.
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
 	A impugnação através de RESE ocorre apenas antes da instauração dos processos de execução.
As decisões que concedem ou negam sursis, quando dentro de uma sentença condenatória, podem ser impugnadas por recurso de apelação, por conta da regra da unirrecorribilidade
.
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
 Em execução penal pode ser impugnada por recurso de agravo.
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
 O recurso pode ser interposto por qualquer do povo, no prazo de 20 dias, sendo endereçado ao presidente do Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal.
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;( alegação de falta de pressuposto recursal)
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
Em execução penal pode ser impugnada por recurso de agravo.
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
Em contrapartida, se o juiz reformar a decisão o recorrido poderá, quando cabível, interpor novo recurso por simples petição, pedindo para que as contrarrazões oferecidas sirvam como razões recursais, e como contrarrazões as razoes oferecidas pelo então recorrente.
Cumpre notar que neste caso o juiz não pode se retratar novamente, devendo remeter os autos ao Tribunal, nos termos do art. 589, parágrafo único do Código de Processo Penal.
Referência bibliográfica
FULLER, Paulo Henrique Aranda.JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz Processo Penal.14.ed.rev. e atual. São Paulo: editora Revista dos Tribunais, 2016. (Coleção elementos do direito; v. 8/ Coordenação Marco Antonio Araujo Jr., Darlan Barroso)
 FONTE: https://claudiadivino.jusbrasil.com.br/artigos/75658500

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