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- As bases da hereditariedade - A descoberta dos gametas - Gametas e fecundação Escola Estadual Professora Elizabeth Picanço Esteves Diretor: Josenildo Professora: Esmaelina Alunos: Briany, Gabriela, Higor, Victoria, Rodrigo Lima, Valmira e Raissa Turma: 321 Introdução Primeiras ideias sobre herança biológica, genética é a área da Biologia que estuda a herança biológica, ou hereditariedade, que é a transmissão de características de pais para filhos, ao longo das gerações. Apesar de a herança biológica desafiar a curiosidade das pessoas desde a pré-história, a Genética desenvolveu-se de maneira expressiva apenas no século XX. A base da hereditariedade Primeiras idéias sobre fertilização Uma contribuição importante para o conhecimento da herança biológica veio do médico inglês William Harvey (1578-1657). Ele propôs que todo animal se origina de um ovo, idéia que expressou por meio da frase em latim ex ovo omni. Harvey acreditava que o ovo produzido pela fêmea necessitava ser fertilizado pelo sêmen do macho para originar um novo ser. Essa idéia foi importante porque se opunha à idéia de geração espontânea, largamente difundida na época. Harvey apresentou duas possibilidades para o desenvolvimento do ovo após sua fertilização pelo sêmen: a) todo o material para produzir um novo ser já estaria presente no ovo fertilizado, tendo apenas de ser moldado; b) o material que constituiria o novo ser teria de ser produzido à medida que o desenvolvimento fosse ocorrendo, ao mesmo tempo em que moldava o novo organismo. Outra contribuição importante do século XVII foi a do botânico inglês Nehemia Grew (1641-1711), que su¬geriu ser o grão de pólen o elemento masculino na re-produção das plantas com flores. Essa idéia foi apoiada pelo botânico alemão Rudolf ) akob Camerarius (1665- 1721), que a apresentou em seu livro De sexu plantarum epistola, publicado em 1694. A teoria da pré-formação No século XVIII, os defensores das idéias originais de Harvey dedicaram-se a explicar como um ovo fertili¬zado podia desenvolver um novo ser. Havia, então, duas correntes de explicação. Uma delas, conhecida como teo¬ria da pré-formação, ou pré-formismo, afirmava que havia um ser pré-formado no ovo; o desenvolvimento consistia apenas no crescimento. Outra corrente admi¬tia que o ovo fertilizado continha um material inicial¬mente amorfo, mas com potencial para originar um novo ser; este iria estruturando-se e diferenciando-se ao lon¬go do desenvolvimento. Essa idéia ficou conhecida como teoria da epigenética, ou epigênese. Entre os defensores do pré-formismo havia os "ovistas”, para os quais o ser pré-formado estava no óvu¬lo, e os “espermistas”, segundo os quais o ser pré-forma¬do estava no esperma. Do primeiro grupo podem-se citar o italiano Marcello Malpighi (1628-1694), o suíço Albrecht von Haller (1708-1777), o francês Charles Bonnet (1720- 1793) e o italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799). Entre os espermistas, destacaram-se os holandeses Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723), Nicholas Hartsoeker (1656- 1725) e Hermann Boerhaave (1668-1738). (Fig. 1.2) ▲ Figura 1.2 * ilustração realizada em 1694 por um espermista, adepto da teoria do homúnculo, segundo a qual havia um minúsculo ser pré-formado na cabeça de cada espermatozóide A teoria da epigênese Apesar de Harvey ter sugerido a possibilidade de ocorrer epigênese, a teoria epigenética foi proposta formalmente pelo anatomista alemão Caspar Friedrich Wolff (1733-1794) em 1759, no trabalho intitulado Theoria generationis, e depois em 1764, no trabalho Theorie von der Generation. Nessas publicações, Wolff critica as ideias pré-formistas e propõe que a nutrição e o crescimento das plantas dependem de uma força essencial, por ele denominada vis essentialis, que tem o poder de formar novos órgãos a partir de material amorfo. Ele acreditava que a fêmea fornecia uma unidade de matéria mais ou menos homogénea, o óvulo, enquanto o macho contribuía com a potencialidade, a vis essentialis, para seu desenvolvimento em um novo ser. A descoberta dos gametas Um dos pontos fundamentais para o desenvolvimento da Genética foi a constatação de que um novo ser se origina a partir da fusão de duas células, os gametas feminino e masculino. As leis da herança biológica só puderam ser formuladas após a compreensão do papel dos gametas e da fecundação na reprodução dos seres vivos, fato que só veio a ocorrer na segunda metade do século XIX. A descoberta dos espermatozóides Em 1667, o microscopista holandês Antonie van Leeuwenhoek descobriu que o sêmen expelido pelos machos contém enorme quantidade de criaturas microscópicas, os espermatozóides, dotados de longas caudas e que se movimentam intensa e continuamente. Ele imaginou que os espermatozóides estavam relacionados com a reprodução, e que no interior de cada um deles havia um ser pré-formado em miniatura. A idéia de que os espermatozóides participam da reprodução foi inicialmente contestada por vários cientistas, que os consideravam micróbios parasitas do sistema genital masculino. Continuando... Em 1784, o padre e cientista italiano Lazzaro Spallanzani, um ovista, realizou experimentos com o ob¬jetivo de determinar a função do sêmen na reprodução de rãs e concluiu, equivocadamente, que os esperma¬tozóides não participavam da fertilização. Foi somente em 1841 que o anatomista e fisiologista suíço Rudolf Albert von (Albrecht) Kólliker (1817-1905), ao estudar a estrutura microscópica dos testículos, demonstrou que os espermatozóides não eram parasitas do trato genital masculino, e sim células modificadas. Kõlliker observou os diversos estágios de transformação de células dos testículos em espermatozóides. Pouco tempo depois, em 1854, o naturalista inglês George NêWport (1803-1854) obteve evidências de que os espermatozóides de rã en¬tram no óvulo durante a fecundação. A descoberta do óvulo A produção de ovos por fêmeas de certos animais ovíparos é conhecida há muito tempo; peixes, anfíbios, insetos, répteis e aves apresentam ovos grandes, visíveis a olho nu. A descoberta dos ovos de animais vivíparos como os mamíferos, porém, só ocorreu a partir da segunda me¬tade do século XVII, quando o médico holandês Regnier de Graaf (1641-1673) relacionou os inchaços (folículos) ob¬servados nos ovários de fêmeas de mamíferos com a for¬mação de elementos reprodutivos. Em 1828, o naturalista alemão Karl Emst von Baer (1792-1876) descobriu, no inte¬rior de cada folículo ovariano descrito por Graaf, um óvulo. A natureza celular dos óvulos foi estabelecida em 1829 pelo zoólogo alemão Theodor Schwann (1810-1882), mas foi so¬mente em 1861 que o anatomista alemão Karl Gegenbaur (1826-1903) demonstrou definitivamente que o óvulo dos animais vertebrados é uma única célula. Gametas e fecundação Após a demonstração definitiva de que espermatozóides e óvulos animais são células, o pré-formismo foi descartado e consolidou-se a idéia de que um novo ser surge sempre a partir da união de gametas (do grego gamos, união, casamento). Entretanto, durante algum tempo acreditou-se que eram necessários diversos espermatozóides para fecundar um óvulo. Em relação à reprodução das plantas, também admitia-se que um óvulo vegetal era fecundado por vários grãos de pólen, para originar a semente. Continuação... Na segunda metade do século XIX que se consolidou a ideia de que, tanto na reprodução dos animais quanto na das plantas, a formação de um novo ser envolve a fusão de apenas duas células, uma fornecida pelo macho e outra, pela fêmea, processo denominado fecundação Mendel, no trabalho em que descreve as leis da hereditariedade, menciona a dúvida ainda existente sobre essa questão, declarando-se partidário da ideia de que apenas dois gametas participam da formação de uma nova planta. Darwin, por sua vez, admitia a participação de vários gametas masculinos para fecundar um óvulo e produzir um novo ser. Os historiadores de ciência acreditam que essa diferença de ponto de vista foi uma das causas do sucesso de Mendel e do insucesso de Darwin em explicara herança biológica. Concluindo.... A partir dos conhecimentos sobre a fecundação foi possível avançar na compreensão sobre a hereditariedade. Se os gametas são a única ligação física entre as gerações, então eles devem conter toda a informação hereditária para originar um novo organismo. Essa conclusão levou os estudiosos da hereditariedade a concentrar seus estudos nas células gaméticas.
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