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MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARITIMO 
 
 
 
 
Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 04 
 
219 
UNIDADE IV - SEGURANÇA 
4.1 Avaliação da atmosfera do tanque 
O ar atmosférico é composto por aproximadamente 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de 
outros gases. Do ponto de vista fisiológico, em qualquer ambiente com concentração de O2 abaixo de 16%, 
ocorre um aumento natural da pulsação e da freqüência respiratória, diminui a concentração, o raciocínio e a 
coordenação das pessoas. Assim, torna-se obrigatório o uso de respiradores de adução de ar. 
De forma análoga, para ambiente com concentração de O2 abaixo de 12,5% há uma diminuição 
acentuada da capacidade de julgamento e coordenação motora, a respiração fica prejudicada levando a danos 
permanentes ao coração, náusea e vômito. 
Assim, torna-se obrigatório o uso de respirador autônomo ou linha de ar com cilindro auxiliar de 
escape, pois o ambiente é considerado IPVS (aquele que contém uma atmosfera Imediatamente Perigosa à 
Vida e à Saúde). 
Esses valores são sensivelmente alterados com o aumento da altitude, pois a pressão atmosférica 
diminui. Assim, para um mesmo teor de oxigênio, a pressão parcial de O2 é menor para qualquer lugar que 
esteja acima do nível do mar. 
Porém, como forma de prevenção à saúde do trabalhador e eventuais erros de calibração dos 
medidores, recomenda-se que para qualquer concentração abaixo de 19,5% de O2, sejam utilizados 
respiradores de adução de ar. 
 
4.1.1 Vapores inflamáveis 
O Ponto de Fulgor (Flash Point) é a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em 
quantidades suficientes para que a mistura de vapor e ar logo acima de sua superfície propague uma chama, 
a partir do contato com uma fonte de ignição. 
Considerando a temperatura ambiente numa região de 25ºC e ocorrendo um vazamento de um 
produto com ponto de fulgor de 15ºC, significa que o produto nessas condições está liberando vapores 
inflamáveis, bastando apenas uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma 
explosão. Por outro lado, se o ponto de fulgor do produto for de 30ºC, significa que este não estará liberando 
vapores inflamáveis. 
Para um gás ou vapor inflamável queimar, é necessário que exista, além da fonte de ignição, uma 
mistura chamada "ideal" de ar atmosférico (oxigênio) com gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar 
é praticamente constante, em torno de 21 % em volume. Já a quantidade de gás combustível necessário para 
a queima, varia para cada produto e está dimensionada através de duas constantes: o Limite Inferior de 
Inflamabilidade ou Explosividade (LII/LIE) e o Limite Superior de Inflamabilidade ou Explosividade 
(LSI/LSE). 
O LII é a mínima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a 
combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás abaixo do LII 
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Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 04 
 
220 
não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto 
para a queima. Esta condição é chamada de "mistura pobre". 
Já o LSI é a máxima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a 
combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSI 
não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio 
para que a combustão ocorra, e é a chamada "mistura rica". 
 2,1% 9,5% 
MISTURA 
POBRE 
MISTURA 
INFLAMÁVEL 
MISTURA RICA 
 
 LII/LIE LSI/LSE 
(Figura 01) 
Limites inflamáveis que componentes da faixa inflamável do propano 
Pode-se então concluir que os gases ou vapores combustíveis só queimam quando sua porcentagem 
em volume estiver entre os limites (inferior e superior) de inflamabilidade, que é a "mistura ideal" para a 
combustão. 
Existem instrumentos capazes de medir a porcentagem, em volume no ar, de um gás ou vapor 
combustível. Esses instrumentos são conhecidos como "explosímetros". 
Os explosímetros são instrumentos especialmente fabricados para detectar concentrações de gases e 
vapores inflamáveis. 
Normalmente os explosímetros ou detectores de gases ou vapores inflamáveis, fornecem leituras em 
uma escala que varia de 0 a 100% do Limite Inferior de Inflamabilidade (LII), expressando concentrações 
em percentual do volume, ou seja, cada 1% em volume corresponde a 10.000 ppm de concentração do gás. 
Esses instrumentos não detectam a presença de neblinas explosivas, combustíveis ou atomizadas, tais 
como óleo lubrificante ou poeiras explosivas, uma vez que essas misturas são segregadas em um filtro de 
algodão, com o objetivo de evitar a contaminação do catalisador de Platina existente na parte interna do 
equipamento. 
O uso dos explosímetros possibilita a obtenção de resultados quantitativos e não qualitativos. Isso 
significa que é possível detectar a presença e a concentração de um gás ou vapor inflamável em uma 
composição de gases. Porém, não é possível diferenciar um determinado gás dentre as várias substâncias 
presentes nessa composição. 
A sensibilidade e a precisão dos detectores de gases e vapores inflamáveis podem ser afetadas por 
influência de vários fatores, tais como a presença de material em partículas (poeira), alto teor de umidade e 
temperaturas extremas. Por essas razões a sonda de amostragem de muitos modelos é equipada com filtro e 
um agente secante. 
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Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 04 
 
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O explosímetro não deve ser utilizado em ambientes com temperaturas extremas, sem o 
conhecimento de que tais temperaturas possam interferir na resposta do instrumento. 
A maioria dos explosímetros disponíveis no mercado é equipada com sensores para detecção de 
outros gases, como por exemplo, o O2. Isso vem facilitar os trabalhos de monitoramento, pois a detecção de 
gases ou vapores inflamáveis deve estar associada às concentrações normais de oxigênio na atmosfera, ou 
seja, a cerca de 21%. A concentração mínima de O2 para o perfeito funcionamento de um explosímetro é da 
ordem de 14%. 
 
4.1.1.1 Indicador de gás combustível (explosímetro) 
O explosímetro opera a partir do principio do “Wheatstone Bridge”. O filamento sensor está situado 
na câmara de amostra de gás. O gás a ser mensurado é aspirado para dentro da câmara onde o filamento 
aquecido provocará a ignição de qualquer gás inflamável. O calor produzido mudará a resistência do 
filamento sensor e deixará a ponte fora de equilíbrio. Essa condição é indicada pela deflexão do mostrador. 
A escala do mostrador é comumente calibrada para 0 a 100 % (ou 0 a 10%) do LII. 
 
(Figura 02) 
Explosímetro - Indicador de gás combustível – Princípio da “Ponte de Wheststone” 
A escala do mostrador normalmente tem duas posições: % de gás e % de LII. É importante verificar 
o % de gás antes do % de LII porque se a concentração de gás estiver acima do LSI do gás ele rapidamente 
mostrará 100% do LII e então retornará para leitura de 0% no mostrador. A mistura é muito rica para entrar 
em ignição exceto quando a câmara de amostra ainda não estiver totalmente cheia. Há um risco de faltar esta 
indicação e se pensar que a atmosfera é segura porque 0% do LII será inadvertidamente mostrado. 
 
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Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 04222 
4.1.1.2 Medidor de hidrocarboneto (Tankscope) 
O explosímetro não é o instrumento indicado para medição de vapores de hidrocarbonetos em 
atmosferas inertes, uma vez que o gás combustível não aparecerá em um filamento detector. 
Instrumentos indicados para uso em atmosferas inertes podem ser usados, quando forem operar 
similarmente ao principio de “Wheatstone Bridge”, mas o gás não é queimado na câmara como é o caso de 
um indicador de gás combustível. Ao invés disso, os instrumento medirá a mudança de condutividade 
provocada pelo vapor de hidrocarboneto que está sendo sugado quando passa pelo filamento. 
 
4.1.1.3 Vapores Tóxicos 
Geralmente a verificação de vapores tóxicos é realizada com Tubos Detectores, feitos de vidro, 
preenchidos com material granulado tratado quimicamente para indicar uma variedade de substâncias 
tóxicas. As extremidades dos tubos são fechadas e funcionam como lacres, que posteriormente devem ser 
quebrados para a utilização dos tubos. 
A maioria dos Tubos Detectores vem acondicionada em caixas de 10 unidades e têm um tempo de 
validade para armazenamento de 24 à 30 meses. Para especificar os Tubos Detectores, é necessário verificar 
a Tabela desses tubos disponibilizada pelos fabricantes. A tabela lista as substâncias químicas, incluindo os 
limites de exposição e faixa de medição-código dos Tubos Detectores apropriados. 
Na prática, um tubo para a substância a ser detectada deve ser selecionado de acordo com a faixa de 
concentração do gás em questão (de 2-500 ppm, por exemplo). Depois de selecionado o tubo adequado, o 
usuário deverá quebrar as extremidades do tubo e encaixá-lo à Bomba de Amostragem, observando o 
sentido do fluxo de amostra indicado no tubo por uma seta. 
Tendo o volume de amostragem passado através do tubo, o produto químico em seu interior tem a 
sua cor alterada conforme a presença do gás ou vapor de interesse no ar amostrado. A extensão ou a 
tonalidade da mudança de cor indica a concentração de gás ou vapor no ar. 
Uma escala graduada vem impressa no tubo para interpretação do valor de concentração, e uma folha 
de instruções acompanha cada caixa de tubos, descrevendo a reação química que ocorre no interior dos 
tubos quando o gás ou o vapor de interesse está presente. Comparando a concentração do gás ou vapor 
presente com o valor limite de exposição (tolerância) da substância, o usuário pode rapidamente saber a 
extensão de perigo a que estão submetidas as pessoas. 
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(Figura 03) 
Tubos Detectores 
Opcionalmente pode ser utilizado um analisador CMS (Sistema de Medição por Chip), que fornece 
uma leitura eletrônica automática da concentração do gás. 
O analisador CMS registra o resultado da medição óptico-eletronicamente, portanto elimina o fator 
humano. A entrada de gás para a amostra de ar é localizada na frente do analisador, protegida contra poeira e 
outras impurezas. Quando os mecanismos integrados estabelecem uma conexão estanque entre todo o 
sistema de condução de gás e a capilaridade aberta do chip, um sistema de bombeamento especial succiona 
um fluxo mássico de ar constante através da capilaridade. 
Os analisadores CMS oferecem inúmeras vantagens para a medição de gases e vapores tóxicos no 
ambiente de trabalho: 
• É fácil de ser usado através das seguintes etapas: 1- Inserir o chip; 2- Mover a chave deslizante; 
3- Ler o resultado no mostrador. 
• O procedimento é igual para todos os gases e vapores. 
• Não necessita de calibração. 
• Há mostrador digital para os resultados da medição. 
 Ambos os métodos acima fornecem uma medição pontual da concentração do gás ou vapor alvo. 
Desta forma você pode determinar quais outras ações são necessárias para preparar a entrada no espaço 
confinado. 
Para o desenvolvimento de trabalhos seguros nos tanques de carga, sua atmosfera deve ser avaliada 
para se decidir pela continuação ou não da tarefa pretendida ou para adotar as medidas de controle 
adequadas se uma entrada no tanque for necessária. 
A checagem da atmosfera dos tanques de carga dos navios de gás deve ser efetuada nas seguintes 
operações: 
• Desgaseificação e purga; 
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• Troca de carga; 
• Desgaseificação antes de docagem ou reparos. 
A atmosfera em um tanque de carga raramente é constante em todo o tanque. A maioria dos vapores 
das cargas é mais densa do que o ar, nitrogênio ou gás inerte e isto faz com que se estendam em camadas 
diferentes dentro do tanque. Por isto, amostras devem ser colhidas em diversos níveis e posições do tanque. 
(Exceção para os gases menos densos, como os vapores de metano ou amônia). 
 
4.1.2.1 Medidores de (traços) de gases tóxicos 
• De bomba de fole (Bellows Pump) 
Os medidores de gases tóxicos normalmente operam com o principio de absorção de gases em um 
tubo químico, que resulta na mudança de sua coloração. O gás é aspirado através do tubo, por meio de uma 
bomba de fole operada manualmente, até que haja mudança na coloração. 
Ambas as saídas do tubo de vidro devem ser quebradas imediatamente antes do uso. O número de 
aspirações (bombeamento) necessárias e data de validade estão indicados no tubo. Também trazem uma lista 
constando os gases para os quais são indicados. 
A bomba deve ser comprimida e o tubo, recém-quebrado, inserido corretamente (apenas uma direção 
é certa a qual está indicada no tubo, por uma seta). É importante bombear corretamente para obter resultados 
confiáveis. 
A bomba deve ser checada para corrigir possíveis vazamentos uma vez que, caso ocorram, acarretará 
na aspiração de apenas pequenos volumes do gás que se quer medir. De outra forma, se o corpo da bomba 
estiver rachado, entrará certa quantidade de ar, que não passou pelo tubo, interferindo em uma medição 
precisa. Se essa situação ocorrer, a bomba deve ser substituída antes do uso. 
Cada sucção leva 100 cm3 de oxigênio para o instrumento. 
 
(Figura 04) 
Bomba de fole 
 
 
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• Sensor de múltiplas funções 
Ao invés de usar a bomba de fole com os tubos colorimétricos para detectar traços de gases, um 
sensor de canais múltiplos, como o X-am 7000 da Dräger, possibilita detectar simultaneamente até cinco 
gases. 
A funcionalidade desse instrumento o torna além de grande utilidade, de grande comodidade. Ele 
possui um monitor confiável que mostra O2, gases combustíveis e os vapores no ar ambiente. 
 
(Figura 05) 
Sensor Múltiplo Dräger X-am 7000 
A mensuração da atmosfera é feita com um dispositivo de análise e não com um dispositivo 
indicador de presença de gases com alarme (pessoal ou portátil). É essencial saber distinguir a diferença 
entre os dois. 
(a) (b) 
(Figura 06) 
Instrumentos de medição (dispositivo de análise(a) e alarme pessoal ou portátil (b) 
Atmosferas inertes ou deficientes em O2, não podem ser checadas com segurança quanto a vapores 
inflamáveis, % de gás ou % de LII, com um indicador de gás combustível (explosímetro). Muitos 
fabricantes de explosímetros possuem modelos projetados para operar no ar e no gás inerte motivo pelo qual 
é imprescindível ler o manual desses equipamentos antes de usá-los. 
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Curso Especial de Segurança em Operações de Carga em Navios Tanque para Gás Liquefeito (ESOG) – UNIDADE 04226 
 
(Figura 07) 
Relação das densidades do GLP até Amônia 
Nos navios de GLP, a figura 07, é usada para ajudar a recordar as diferenças de densidades entre 
GLP e Amônia. 
 
4.1.3 Asfixia 
Para determinação das condições da atmosfera de um espaço, temos necessidade de fazer rigorosa 
avaliação do teor de oxigênio existente nesse espaço usando equipamento específico para tal. 
 
4.1.3.1 Analisadores de oxigênio 
Existem diferentes tipos de analisadores de oxigênio disponíveis. O modelo mostrado na figura 08 
opera difundindo o O2, através de uma membrana de teflon em uma solução de potassium chloride, onde a 
célula química é ativada. Quando o dispositivo é fechado, os fluxos percorrem o circuito e podem ser 
medidos. O O2 excedente que é absorvido pela solução causa deflexão adicional que é medida provendo 
uma indicação da porcentagem de O2, que está presente naquela amostra. 
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(Figura 08) 
Analisador de Oxigênio (Oximetro) 
Meios mais sofisticados para detectar oxigênio incorporam duas ou três escalas, onde cada uma pode 
ser usada para um propósito diferente. 
Por exemplo. 
• O2 no ar: escala 0 – 25% de O2 por volume 
• O2 em gás de caldeira: escala 0 - 8% de O2 por volume 
• O2 no N2: escala 0 - 1% de O2 por volume. 
Os equipamentos para análise de oxigênio que apresentam escalas diferentes são extremamente 
sensíveis e utilizam baterias do tipo recarregáveis. Devem ser sempre calibrados com ar fresco (20.8% de 
O2) e de N2 (0% de O2). 
Cuidado para não derramar líquido dentro de um instrumento de medição de gases, o resultará em 
erro ou em mau funcionamento. Lembre-se que para uma verificação rápida de um analisador de oxigênio, o 
ar exalado de uma respiração contém aproximadamente 17% de oxigênio. Calibre sempre o equipamento de 
teste de gás antes de cada uso. O instrumento deverá ser calibrado usando o gás de calibragem, geralmente o 
pentano. As baterias devem ser verificadas antes de cada uso. 
 
4.1.4 Espaços Confinados 
Os tanques de carga são considerados espaços confinados e as entradas nesses espaços devem ser 
planejadas de acordo com a NR33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados). Seu objetivo 
é estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, 
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde 
dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nesses espaços. 
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É vedada a designação para trabalhos em espaços confinados sem a prévia capacitação do 
trabalhador. 
Todos os Trabalhadores Autorizados e Vigias devem receber capacitação periodicamente, a cada 
doze meses e todos os Supervisores de Entrada devem receber capacitação específica, com carga horária 
mínima de quarenta horas. 
É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços confinados sem a emissão da 
Permissão de Entrada e Trabalho – PET. 
É dever do empregador identificar os espaços confinados e os riscos específicos de cada espaço 
confinado. 
 
(Figura 09) 
Sinalização para identificação de espaço confinado 
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que 
possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover 
contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. 
Quando se avalia a atmosfera de um tanque, busca-se obter informações no que se refere aos riscos 
respiratórios que possam existir, tais como: 
• tipo de atmosfera (seus constituintes); 
• inflamabilidade; 
• toxicidade; 
• reatividade; e 
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• deficiência de oxigênio. 
A atmosfera dos tanques deve ser avaliada sempre imediatamente antes de uma entrada ser 
autorizada, durante as operações de inertização, desgaseificação e purga e para verificar uma condição de 
tanque livre de gás (gas-free). Além disso, para controle de qualidade do produto, a atmosfera do tanque 
deve ser avaliada para garantir que sua atmosfera não o contaminará. 
Pelo menos as seguintes medidas técnicas de prevenção devem ser adotadas para entrada em espaços 
confinados: 
a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não 
autorizadas; 
b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados; 
c) proceder à avaliação e o controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e 
mecânicos; 
d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem; 
e) implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos em espaços 
confinados; 
f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para verificar se o 
seu interior é seguro; 
g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, 
monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado; 
h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os trabalhadores 
autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições de acesso e 
permanência são seguras; 
i) proibir a ventilação com oxigênio puro; 
j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e 
k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme, calibrado e 
protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofreqüência. 
Outras medidas preventivas que devem ser adotadas: 
• Os equipamentos fixos e portáteis (com alarme audiovisual), inclusive os de comunicação e de 
movimentação vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dos espaços confinados. 
• Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados ou possuir documento 
contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - INMETRO. 
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• As avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas do lado de fora do espaço confinado. 
• Adotar as medidas específicas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou explosão em 
trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte ou outros que liberem chama, 
faíscas ou calor. 
• Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação, soterramento, engolfamento, 
incêndio, choques elétricos, eletricidade estática, queimaduras, quedas, escorregamentos, impactos, 
esmagamentos, amputações e outros que possam afetar a segurança e saúde dos trabalhadores. 
• A presença de vapores de carga e/ou gás inerte deve sempre ser suspeita em qualquer espaço 
adjacente ao tanque ou ao equipamento de conexão ou de gás inerte. 
• Considerar a necessidade de uso de roupa de proteção, incluindo um equipamento de respiração 
autônoma, cinto de segurança do tipo para-queda e um colete ou roupas refletiva. 
• Manter equipamentos de emergência à postos na entrada (equipamento de respiração, linhas da 
vida, alça de resgate, maca e desfibrilador. 
• Registrar a entrada e a saída das pessoas desses espaços. 
• Manter a equipe de emergência preparada para resgate. 
• Nenhumapessoa deverá entrar em um espaço confinado até que as condições de trabalho sejam 
totalmente seguras. É responsabilidade do Comandante do navio e do oficial de serviço garantir que essas 
condições sejam criadas. 
Se não for possível emitir o certificado de livre de gás em razão da condição da atmosfera, mais 
esforços devem ser feitos até que tal condição seja alcançada. O uso de equipamento respiratório não é 
substituto em caso de não se conseguir tornar o espaço livre de gás. 
As permissões de entrada também precisam garantir, após inspeção visual que o tanque ou espaço 
confinado está “livre de líquido”. Espaços que contenham líquidos voláteis não podem ser considerados 
livres de gás. 
Inspeções também devem ser efetuadas para se saber se há um acesso alternativo e também para 
assegurar que não há conexões entre tanques. Se tais conexões existirem, então, ambos os tanques devem ser 
tornados livres de gás e certificados simultaneamente. De outra forma, eles devem ser isolados fisicamente 
por meio de flanges cegos instalados nas conexões que os unem. Válvulas não são consideradas meios 
eficazes de efetivo isolamento físico entre esses tanques. 
Antes da entrada em qualquer espaço confinado o Comandante, os Chefes de Seções e a Equipe do 
Passadiço devem ser informados. 
Além do Equipamento de Proteção Individual (EPI), obrigatório para a tarefa que será realizada tais 
como, capacete, luvas, sapatos ou botas de segurança, etc, a entrada em espaço confinado exige também: 
 
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1. Máscara de fuga de 10 minutos; 
2. Monitor pessoal de O2; 
3. Lanterna do tipo aprovado; e 
4. Rádio VHF portátil; 
Se for necessário entrar em espaço confinado usando o equipamento de respiração autônoma, a 
pessoa: 
1. Não deve retirar a máscara; 
2. Deve sinalizar regularmente; 
3. Verificar o tempo de permanência; e 
4. Sair do compartimento usando a mesma rota de entrada. 
 
Em caso de acidente, o procedimento será: 
1. Acionar o alarme; 
2. Contatar a equipe de resgate e ativar o plano de resgate; 
3. Vestir o aparelho de respiração autônoma e a roupa de proteção; e 
4. Ninguém na equipe de resgate deverá retirar as máscaras para ajudar os acidentados. 
Na situação de entrada em espaços confinados, o papel da pessoa em espera na entrada é ser um elo 
de ligação na cadeia de comunicação. Experiências mostram que essa pessoa sofre grande pressão 
psicológica para fazer ela mesma a operação de resgate, sem atraso e muitas vezes o fazendo sem sequer dar 
o alarme. 
Treinamento e exercícios freqüentes com a equipe de resgate devem ser efetuados para evitar erros 
ocasionais. 
4.2 Proteção contra Incêndio e Extinção 
Fogo é um processo de combustão que se desenvolve em alta velocidade acompanhado de 
desprendimento de energia sob a forma de luz e calor. 
Chama-se de fogo ao resultado de um processo exotérmico de oxidação. Geralmente um composto 
orgânico, como o papel, a madeira, plástico, gás de hidrocarboneto, gasolina e outros, suscetíveis a 
oxidação, em contato com uma substância comburente, como o oxigênio do ar, por exemplo, ao atingir a 
energia de ativação, também conhecida como temperatura de ignição, entra em combustão. A energia para 
inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faísca ou de uma chama. Iniciada a reação de 
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oxidação, também denominada combustão ou queima, o calor desprendido pela reação mantém o processo 
em atividade. 
A combustão, portanto, nada mais é do que a oxidação em que um material combustível reage na 
presença de oxigênio e, ao ser exposto a uma fonte de calor, resulta na liberação de energia na forma de 
chama aquecida, luminosidade e gases. 
Para que haja fogo é necessária a combinação de três elementos básicos: combustível, oxigênio e 
temperatura. Estes elementos podem ser representados pela figura geométrica que chamamos de “Triângulo 
do Fogo”: 
• combustível; 
• comburente (oxigênio do ar); e 
• calor (temperatura de ignição). 
 
(Figura 10) 
Triângulo do Fogo 
Modernamente, adota-se um quarto elemento, que é a reação em cadeia, formando, então, o chamado 
“Quadrilátero do Fogo”. Após seu início, a combustão é sustentada pelo calor produzido durante o 
processamento da reação. O calor radiado agindo sobre o combustível provoca sua decomposição em 
partículas menores que, ao se combinarem com o oxigênio, queimam-se radiando outra vez calor para o 
combustível, criando assim um ciclo auto-sustentável. E assim, o fogo continua agindo em um corpo 
(combustível), decompondo-o em partes cada vez menores. 
7.2.1 Classificação dos incêndios 
A classificação dos incêndios é feita de acordo com os materiais envolvidos, bem como a situação 
em que se encontram. É importante classificarmos os incêndios para que possamos escolher o método de 
extinção e o agente extintor adequados. A classificação adotada no Brasil foi elaborada pela NFPA – 
National Fire Protection Association. 
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A NFPA é uma organização internacional de desenvolvimento de normas fundada em 1896 para 
proteger pessoas, bens e o meio ambiente contra os efeitos danosos de incêndios. É hoje a principal fonte de 
informações em todo mundo para o desenvolvimento e disseminação de conhecimento sobre segurança 
contra incêndio e proteção da vida. Sua sede está localizada na cidade de Quincy, estado de Massachusetts, 
nos Estados Unidos. 
CLASSE “A” 
São incêndios em materiais de fácil combustão. Possuem a característica de queimarem em sua 
superfície e em profundidade (o fogo penetra no material combustível). Deixam muitos resíduos (brasas ou 
cinzas). Exemplo: madeira, papel, tecidos, borracha, etc. 
 
(Figura 11) 
Incêndio Classe “A” 
CLASSE “B” 
São aqueles que possuem as características de queimar somente na sua superfície, não deixando 
resíduos. O fogo alastra-se por toda sua superfície em grande velocidade. Necessitam de grandes 
quantidades de oxigênio para seu desenvolvimento e geram bastante calor. Verificam-se nos líquidos 
inflamáveis, como, por exemplo: óleo, querosene, graxas, vernizes, tintas, acetonas, cera e gases como o 
butano, metano e propano. 
 
(Figura 12) 
Incêndio Classe “B” 
 
 
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CLASSE “C” 
São aqueles que acontecem em equipamentos elétricos e/ou eletrônicos energizados. Alguns 
aparelhos permanecem com carga (energia) acumulada durante algum tempo, mesmo que já tenham sido 
desligados. Sendo assim, é denominado incêndio Classe “C” qualquer incêndio que envolva equipamento 
elétrico e/ou eletrônico, ainda que já tenha sido desligado. 
 
(Figura 13) 
Incêndio Classe “C” 
CLASSE “D” 
São aqueles que ocorrem envolvendo materiais pirofóricos (metais). É caracterizado por uma queima 
em altas temperaturas e de intensa luminosidade. Exemplo: magnésio, titânio, zircônio, sódio, lítio, cádmio, 
etc. 
 
(Figura 14) 
Incêndio Classe “C” 
 
 
 
 
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4.2.2 Prevençãode incêndios 
 4.2.2.1 Princípios da prevenção a incêndios 
Os procedimentos de prevenção implementados a bordo do navio devem ser do conhecimento de 
todos os tripulantes, que também devem estar aptos a agir nos casos de incêndio nos terminais, de forma que 
todos possam auxiliar no combate, evitando maiores danos. 
É de responsabilidade do Comandante e dos oficiais por ele designados a detecção e correção de 
irregularidades que venham a contribuir para o risco de incêndio durante todas as operações desenvolvidas 
pelo navio quer seja em viagem ou quando atracado nos terminais. Contudo, a tripulação deve ter 
comportamento seguro de modo a colaborar com a eliminação dos riscos de incêndio e explosão. 
Os equipamentos de combate a incêndio devem ser mantidos, o tempo todo, em perfeitas condições 
de funcionamento para que não falhem nas emergências, assim como todos das equipes de combate a 
emergências devem estar suficientemente treinados e em bom estado de saúde física e emocional. 
As normas de segurança e meio ambiente próprias dos terminais devem ser conhecidas e cumpridas 
também pelas tripulações dos navios atracados. 
Uma boa prevenção de incêndio inclui a limitação da presença de materiais combustíveis a bordo 
bem como o manuseio seguro daqueles existentes para atender a demandas de serviço. 
O transporte de cargas inflamáveis sujeita o navio ao risco de incêndio uma vez que não se pode 
eliminar totalmente a chance do líquido ou seu vapor escapar. A carga inflamável vai sempre existir assim 
como o ar atmosférico na área da carga. Desse modo, só nos resta eliminar as chances de fontes de ignição, 
para que não venha a surgir ao mesmo tempo de um vazamento de gás ou líquido. 
 
4.2.3 Fontes de ignição 
As possíveis fontes de ignição são controladas na área da carga pela instalação de equipamentos 
intrinsecamente seguros e pela utilização apenas de equipamentos aprovados para áreas inflamáveis. Os 
trabalhos a quente, que certamente produzirão fontes de ignição capazes de iniciar a combustão de certos 
vapores, devem ser proibidos durante as operações e quando autorizados, apenas mediante a emissão de uma 
Permissão para Trabalho (PET), emitida após uma avaliação, contemplando a identificação dos perigos e 
riscos e as medidas de controle. 
As principais fontes de emissão de gases inflamáveis da carga são os vazamentos pelas bombas, 
flanges de conexão, mangotes, válvulas de alívio, bocas de lavagem, bocas de medição, etc. 
Uma mistura de vapor da carga e ar não entrará em ignição a menos que as proporções de ambos 
formem a faixa inflamável. Os limites dessa faixa (LII e LSI), variam para cada carga. Nas concentrações 
abaixo (mistura pobre) ou acima (mistura rica) desses limites, esses vapores não entrarão em combustão, 
porém, as concentrações acima do limite superior poderão ser diluídas com ar até que entrem na faixa 
inflamável. Como bolsões de ar podem ser encontrados em qualquer sistema, haverá sempre a possibilidade 
de que isso ocorra. 
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A maioria das fontes de ignição a bordo dos navios de gás tem sua temperatura superior à 
temperatura de auto-ignição da maioria dos gases liquefeitos que transportam, que variam de 165oC para o 
acetaldehyde a 630oC para o methyl chloride. 
As temperaturas das fontes de ignição mais comuns são: chama de um palito de fósforo e de uma 
centelha elétrica cerca, de 1.100oC e a brasa de um cigarro de 300 a 800oC. 
 
4.2.4 Procedimentos básicos para o controle dos incêndios 
Os métodos de extinção do fogo se baseiam na remoção ou redução de um ou mais elementos que 
constituem o triângulo do fogo. Levando-se em consideração também a existência do quarto elemento, a 
reação em cadeia, que forma o quadrilátero do fogo, a extinção poderá ocorrer de quatro maneiras: 
• resfriamento (redução da temperatura); 
• abafamento (remoção do oxigênio); 
• isolamento (eliminação do suprimento de combustível); e 
• quebra da reação em cadeia (inibição do processo de queima). 
O resfriamento consiste em reduzir a temperatura do material abaixo da temperatura de ignição ou 
até um ponto determinado em que não ocorra a emanação de vapores inflamáveis. É mais eficiente para 
sólidos em geral. 
O abafamento consiste na supressão do oxigênio ou na diminuição da sua concentração às 
proximidades do combustível para um valor abaixo de 16%. Não havendo o comburente, não haverá 
combustão, exceto naquelas substâncias que não possuem oxigênio em sua composição molecular e que 
queimam sem necessidade de oxigênio, como o fósforo branco ou amarelo. É mais eficiente nos líquidos 
inflamáveis. 
O isolamento consiste na retirada do combustível que está alimentando a combustão, podendo ser 
parcial ou total, diminuindo o tempo de duração do incêndio ou o extinguindo completamente. 
A quebra da reação em cadeia consiste na introdução de determinadas substâncias à reação química 
da combustão com o propósito de inibi-la. É criada uma condição especial em que o combustível e o 
comburente perdem ou têm muito reduzida a capacidade de manter a reação em cadeia. 
A reação somente permanece interrompida enquanto houver a presença do agente extintor pelo que 
se faz necessário mantê-lo até o resfriamento natural da área ou até que se proceda ao resfriamento pelos 
métodos conhecidos. 
 
 
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4.2.5 Combate a incêndio de gases liquefeitos 
Para o controle de incêndios especificamente em gases liquefeitos é essencial que a fonte de 
combustível seja eliminada. Se esta fonte não puder ser isolada é mais seguro deixar que o gás queime 
enquanto se faz o resfriamento das áreas próximas com água, prevenindo que o fogo se alastre. Caso a 
chama seja apagada sem que o combustível seja cortado, haverá acúmulo de gás na área com grande risco de 
explosão e grave alastramento do incêndio. 
Quando GNL ou GLP vaza, 30% irá evaporar rapidamente formando uma nuvem de vapor e o resto 
formará uma poça no convés. Se a nuvem de vapor incendiar, será rapidamente consumida e a chama, como 
um flash, irá para a área da poça e a envolverá completamente. O calor das chamas, então, será irradiado 
sobre a superfície da poça aumentando o grau de vaporização do líquido. O vapor desprendido alimentará as 
chamas e aumentará sua altura até que atinja uma altura máxima. Nesse ponto é alcançado um equilíbrio 
com relação a poça que se formou limitando essa máxima altura. 
 
4.2.6 Equipamentos de combate a incêndio 
 4.2.6.1 Água 
A água é o mais conhecido e utilizado agente extintor devido a sua fácil disponibilidade, eficiência e 
baixo custo. A água pode ser aplicada na forma de jato sólido, neblina de alta velocidade ou de baixa 
velocidade (spray). Na forma de neblina, também pode proteger o pessoal de combate do calor irradiado 
pelo incêndio. 
A água reage evaporando-se em contato com altas temperaturas aumentando o seu volume em até 
1.700 vezes. Com esse aumento cria-se um bolsão de vapor d’água, deslocando-se no ar diminuindo a 
quantidade de oxigênio e resfriando o material reduzindo a temperatura para valores abaixo do seu ponto de 
fulgor, evitando re-ignição. 
É indicada para incêndios Classe A. 
Por ser excelente condutor de eletricidade, a água nunca deverá ser utilizada nos incêndios da Classe 
C. Determinados produtos químicos reagem perigosamente com a água e por esse motivo esta não poderá 
ser usada como agente extintor nos incêndios com essas substâncias. 
Nos incêndios com gás liquefeito nunca deve ser lançada diretamente na poça de líquido uma vez 
que essa ação aumentaráa vaporização, causando violenta e incontrolável ebulição do líquido. 
O sistema de borrifo (dilúvio) com o qual os navios de gás são equipados cobre a área de carga no 
convés e a parte frontal da superestrutura. São projetados para proteger a carga e as acomodações do calor 
irradiado no caso de incêndio a bordo. O sistema de borrifo é a primeira linha de defesa contra incêndios 
uma vez que a água pode absorver grandes quantidades de calor, que é seu primeiro objetivo. 
Se houver vazamento de líquido, sem chamas, deve ser avaliado se o sistema de borrifo do convés 
deve ou não ser acionado. Se o sistema for acionado, haverá uma rápida geração de vapor uma vez que o gás 
líquido ganhará calor ao ser atingido pela água. 
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Em qualquer incêndio envolvendo vazamento de GNL ou GLP, as seguintes ações devem ser 
adotadas: 
• A chama não deve ser apagada até que a fonte de líquido tenha sido eliminada; 
• A principal ação da equipe de emergência será resfriar os equipamentos sob risco e toda a área 
sobre a qual a chama irradia calor; 
• Se possível, a aproximação deve ser feita a favor do vento; 
• Todos os esguichos devem ser do tipo variável de borrifo a jato sólido. A aproximação deve ser 
feita com os esguichos na posição máxima de borrifo para proteger o pessoal do calor irradiado. Quando 
próximo da fonte de vazamento os esguichos devem ser ajustados de forma a direcionar a água em maior 
quantidade para o fogo, porém, sempre evitando formar jato sólido. 
 
4.2.6.2 Pó químico seco 
O principal equipamento de proteção exigido pelo Código IGC é a instalação de um sistema de pó 
químico seco de capacidade suficiente para extinguir incêndios a bordo. 
Esses sistemas tanto podem utilizar monitores (10 kg/s) quanto mangueiras manuais com pistolas de 
pó (3.5 kg/s). As mangueiras são instaladas em estações distribuídas de forma a cobrir toda a área da carga. 
Os monitores são instalados para proteger os manifoldes e podem ser acionados tanto no local quanto 
remotamente. O sistema é pressurizado com nitrogênio até alcançar a pressão adequada para distribuir esse 
pó aos canhões e linhas de mangueiras manuais. 
O pó químico seco é um mistura de sais diferentes de ácidos, principalmente bicarbonato de sódio, 
com aditivo de proteção contra umidade para melhorar o armazenamento. É um pó composto de finíssimas 
partículas, produzido à base de bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio. 
É o agente mais indicado para incêndios da Classe B, que envolvem líquidos inflamáveis. Em razão 
de o pó químico ser um mau condutor de eletricidade, também poderá ser utilizado, alternativamente, em 
incêndios da Classe C, podendo, contudo, danificar os equipamentos devido aos resíduos que deixa sobre o 
material. Também pode ser utilizado em incêndios da Classe A, dependendo do material combustível, 
embora não seja muito eficaz por não possuir propriedades de resfriamento. 
Esse sistema é um meio altamente efetivo para extinguir incêndios em gás inflamável. Quando o pó 
chega até ao fogo, este se apaga quase que imediatamente, isolando o combustível do oxigênio. Em contato 
com o material aquecido, parte do pó se decompõe, o que acaba auxiliando na extinção do incêndio por 
abafamento, porém sua real propriedade extintora é por quebra da reação em cadeia, pela absorção de 
radicais livres do processo de combustão. 
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 (Figura 15) (Figura 16) 
 Vaso de pressão para pó químico seco Estação de mangueira de pó químico seco 
 
(Figura 17) 
Monitor de pó químico seco 
O pó químico seco tem baixo efeito resfriador e seu uso pode ser ineficiente em superfícies metálicas 
quentes, quando o fogo poderá facilmente reiniciar. A reignição dessas superfícies pode ser evitada pelo 
resfriamento com água previamente a ação de extinção das chamas com pó químico seco. 
Em resumo, o pó químico seco possui as seguintes características: 
• É um bom agente abafador; 
• Atua como inibidor da propagação das chamas; 
• Pode ser usado em plantas com utilizam eletricidade; 
• Não é tóxico; 
• É de baixo efeito resfriador; 
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• Não deve ser usado em equipamentos eletrônicos nem em painéis de controleo. 
 
4.2.6.3 Espuma 
A espuma não apaga incêndios em gases liquefeitos embora sua utilização proporcione efeitos 
benéficos no controle desses incêndios, porém, apenas em áreas delimitadas e, para ser eficaz, é necessário 
que seja aplicada em camadas de profundidade considerável, de cerca de 1 a 2 metros. Por essa esta razão só 
é encontrada nos terminais e não é prevista para navios de gás. 
 
4.2.6.4 Gás Inerte 
Gás inerte (ou nitrogênio) é comumente usado em navios de gás e em terminais para a inertização 
permanente dos espaços entre barreiras ou para proteger outros espaços relacionados a carga. Esses espaços 
incluem os espaços vazios nos navios e os espaços fechados das plantas em terra que são normalmente 
cheias de ar, mas onde gases podem ser detectados. 
Em razão da baixa vazão na qual o GI pode ser fornecido, ele não é normalmente usado para uma 
rápida inertização de um espaço fechado no qual esteja ocorrendo um incêndio. Por essa razão é utilizado o 
CO2 em garrafas com alta pressão através de múltiplas bocas de descarga. 
 
4.2.6.5 Dióxido de Carbono, anidrido carbônico ou gás carbônico (CO2) 
O dióxido de carbono é um gás inerte, mais pesado do que o ar e não condutor de eletricidade. É 
chamado de agente limpo por não deixar resíduos após ser utilizado. É um excelente agente para extinção de 
incêndios da Classe C, podendo também ser utilizado em incêndios da Classe B, que envolvam líquidos 
inflamáveis. 
A extinção do incêndio por CO2 é feita pelo deslocamento do oxigênio até um nível no qual uma 
combustão não se mantenha, porém, sendo essencial que todo o pessoal seja evacuado antes do espaço ser 
alagado uma vez que é um agente asfixiante. A injeção de CO2 gera eletricidade estática e sempre haverá o 
risco de ignição caso seja disparado inadvertidamente ou como prevenção em uma atmosfera inflamável. 
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(Figura 18) 
Sistema fixo de CO2 
Em resumo, o dióxido de carbono possui as seguintes características: 
• É um excelente agente extintor; 
• Pode ser usado nos incêndios em equipamentos elétricos e instrumentos; 
• Não deve ser utilizado em atmosferas inflamáveis uma vez que gera eletricidade estática; 
• Todas as pessoas no espaço a ser alagado devem ser previamente evacuadas. 
 
4.2.6.6 Halon 
Os compostos halogenados são chamados de agentes limpos e atuam por quebra da reação em 
cadeia. Existem o Halon 1211, 1301 e Halon 2402. Quando liberados formam uma nuvem de gás com 
aspecto incolor, inodoro e com densidade cinco vezes maior que a do ar. São utilizados em incêndios Classe 
B e Classe C. Deverão ser proibidos os sistemas fixos de extinção de incêndio que utilizam Halon 1211, 
1301 e 2402 e perfluorcarbonos. Os sistemas existentes estão em vias de substituição total por força doprotocolo de Montreal (1987) devido à sua implicação na destruição na camada de ozônio. 
Também existem os agentes halogenados que são soluções alternativas ao halon. Trata-se de 
substâncias do grupo dos “refrigerantes” e atuam sobre o fogo por arrefecimento e em parte por inibição da 
reação em cadeia. Estes produtos contêm elementos ou compostos de flúor, cloro, bromo ou iodo, mas 
contrariamente ao que sucede com os halons, não induzem a degradação da camada de ozônio. 
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Os agentes halogenados modernos apresentam a vantagem de não serem tóxicos nas concentrações 
em que são utilizados, pelo que os seus fabricantes anunciam a sua total compatibilidade com a presença de 
pessoas. 
Estes agentes são efetivamente muito eficientes, pelo que, relativamente aos gases inertes, por 
exemplo, requerem um volume muito menor de gás para a instalação fixa, permitindo baterias de cilindros 
menores, em espaços mais reduzidos. Por outro lado, o seu custo é muito superior ao dos gases inertes. São 
exemplos de agentes halogenados os produtos genericamente designados por FM-200 e FE13. 
 
(Figura 19) 
Bateria de cilindros de FM-200 numa instalação fixa de proteção contra incêndio 
Em resumo, o halon possui as seguintes características: 
• É um inibidor de chamas; 
• Pode ser usado nos incêndios em equipamentos elétricos e instrumentos; 
• Deve ser usado em condições nas quais se espalhe, tais quais os espaços fechados; 
• Torna-se tóxico após sua decomposição no incêndio. 
Os compartimentos dos compressores de carga e casas de bombas devem ser equipados com um 
sistema fixo de combate a incêndios por CO2, operado remotamente. Deve ser exibido um aviso nas estações 
de controle informando que esse sistema só pode ser usado agente extintor e não para fins de inertização, em 
razão do risco de ignição por eletricidade estática caso nesses compartimentos existam gases inflamáveis. 
 
4.2.7 Equipamento de bombeiro 
O Capítulo 14 do Código IGC relaciona todos os equipamentos de proteção adequados, incluindo 
proteção dos olhos previstos para proteger todos os membros da tripulação envolvidos em operações de 
carga e descarga, levando em consideração a natureza das cargas. 
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Todos os navios que transportam produtos inflamáveis devem possuir a quantidade de equipamentos 
de bombeiros, do tipo aprovado, conforme abaixo: 
• Navios de 5.000 m3 ou inferior - 4 conjuntos completos 
• Navios acima de 5.000 m3 – 5 conjuntos completos 
A capacidade das garrafas de ar respirável dos equipamentos de proteção respiratória que fazem parte 
da roupa de bombeiro deve ter capacidade para pelo menos 1.200 litros de ar. 
Além do equipamento de bombeiro, deve haver suficiente, porém nunca menos do que dois 
conjuntos de equipamentos de segurança para permitir que o pessoal entre para trabalhar em espaços com 
gás. 
Um equipamento completo de bombeiro deve ser composto de: 
• roupa para proteger da radiação; 
• bota de borracha; 
• luva de borracha; 
• capacete rígido; 
• lanterna do tipo aprovado (3 horas de duração); 
• machado com cabo; 
• cabo guia a prova de fogo; e 
• equipamento de respiração do tipo aprovado (utilizando ar). 
As roupas do pessoal de combate a incêndio deverão atender às prescrições do Código de Sistemas 
de Segurança Contra Incêndio. 
 
4.2.8 Principais Fontes de Ignição a bordo 
Os perigos de fogo e explosão em navios de gás são administrados durante as operações de manuseio 
de carga, através do controle eficaz de todas as possíveis fontes de combustíveis tais como atmosferas 
inflamáveis, vazamentos de líquidos e liberação de vapores. 
Os itens a seguir são elementos que representam os riscos potenciais de fontes de ignição a bordo: 
• O Fumo 
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Fumar e particularmente carregar isqueiros ou fósforos, é a mais provável fonte de ignição (chama 
aberta, centelha) a bordo e por isso deve ser restrito aos locais pré-definidos e claramente identificados. Essa 
regra deve ser cuidadosamente observada durante as operações de manuseio da carga, particularmente 
quando estiverem presentes visitantes, que não conhecem a natureza da carga nem as operações que estão 
sendo realizadas. 
• Trabalho a Quente e Trabalho a Frio 
Trabalhos a quente e trabalhos a frio somente deverão ser permitidos quando forem rigorosamente 
controlados por um sistema de permissão de trabalho. 
Durante a realização dos trabalhos a quente e a frio, as atmosferas das áreas perigosas devem ser 
continuamente monitoradas com instrumentos capazes de automaticamente dar um alarme sempre que for 
detectada a existência de vapores inflamáveis nas áreas monitoradas. 
• Ferramentas Anti-Centelha 
O uso de uma ferramenta, conhecida como “ferramenta segura”, nas áreas perigosas cria uma falsa 
sensação de segurança. Fabricadas com materiais não ferrosos e de dureza inferior, são comumente 
chamadas de ferramentas anticentelha. No entanto, fragmentos de ferro podem facilmente se agregar às suas 
extremidades, podendo gerar centelhas, tornando-as tão perigosas quanto outras quaisquer ferramentas. 
• Eletricidade Estática 
A eletricidade estática pode surgir quando os líquidos ou os gases são bombeados por tubulações em 
altas velocidades. Os líquidos não-condutores (acumuladores estáticos), as misturas de líquidos, o dióxido de 
carbono e o vapor são fontes comuns de eletricidade estática quando estão sendo manuseados. A geração de 
eletricidade estática normalmente aumenta com o aumento da velocidade do fluxo. 
Tirar roupas em áreas perigosas, especialmente em atmosferas muito secas, também pode colaborar 
para uma descarga estática. 
Instrumentos elétricos, feitos especialmente para uso em áreas perigosas, devem ser à prova de fogo 
ou intrinsecamente seguros. Na Europa, os equipamentos elétricos para serem usados em áreas perigosas 
devem ser do tipo “ATEX Approved”. A sigla ATEX deriva da expressão “ATmosphere EXplosible” e foi 
estabelecido pelo EC Directive 94/9/EC, em 1994. 
• Aterramento 
As centelhas elétricas podem ocorrer entre navio e terminal se a conexão (mangote ou braço de 
carregamento) permitir um caminho elétrico entre o navio e as estruturas metálicas de terra. Esse risco se 
estabelece na hora da conexão e da desconexão dos mangotes. 
A corrente elétrica irá fluir através desse caminho por conta da diferença do potencial elétrico do 
navio, das estruturas do berço do terminal e da água do mar circundante. Essas diferenças acontecem 
naturalmente por conta dos diferentes tipos de aço ou dos revestimentos das duas estruturas, que podem 
aumentar devido ao desequilíbrio nos graus de proteção catódica aplicada a cada uma delas. 
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Embora a diferença entre o navio e o berço nunca seja maior do que uma fração de volt, as células 
eletrolíticas envolvidas são grandes e a resistência elétrica no circuito navio-água do mar-berço-conexão 
para carga, é pequena. Como resultado, uma corrente de muitos amperes poderá fluir através da conexão 
para carga e essa corrente, quando estabelecida ou interrompida, poderá produzir uma centelha. 
No passado um cabo terraera tradicionalmente conectado entre o berço e o navio para gerar um 
caminho alternativo para essa corrente. No entanto, em termos práticos, isso é ineficaz e o uso do cabo terra 
não é mais recomendado. 
A descontinuidade elétrica é conseguida na conexão para carga por meio de um flange de isolamento, 
ou utilizando um mangote com descontinuidade elétrica. Ambos são eficazes na eliminação de corrente ou 
centelha elétrica na conexão para carga. 
Para evitar a possibilidade de centelhas, juntas isolantes normalmente são colocadas entre os flanges 
do braço de carregamento e o da tomada de carga do navio. 
• Equipamentos elétricos 
A utilização desses equipamentos na área da carga é limitada aos do tipo aprovado, incluindo rádios 
de comunicação, máquinas fotográficas, celulares e similares; 
• Telas corta-chamas 
Devem ser mantidas em boas condições, limpas e bem ajustadas nas suas aberturas; 
• Tempestades elétricas 
Durante a ocorrência de tempestades elétricas, às proximidades do navio, todas as operações de 
transferência de cargas inflamáveis, lastro e desgaseificação devem ser interrompidas. 
• Combustão espontânea 
Quando umedecidos ou molhados, alguns materiais podem entrar em combustão sem a aplicação de 
calor externo. Isso resulta do aquecimento gradual dentro do material causado pela oxidação. O risco da 
combustão espontânea é menor com o petróleo do que com óleos vegetais, porém, isso pode ocorrer 
particularmente, se este material aquecer quando estiver próximo de redes com superfície quente. 
Por isso é que nenhum tipo de trapo deve ser guardado próximo a óleos, tintas, etc, nem devem ser 
deixados no convés sobre equipamentos, redes, e nem próximo destes. Se estiverem úmidos. Somente 
deverão ser guardados após estarem secos e se estiverem encharcados de óleo, deverão ser lavados ou 
destruídos. 
• Auto-ignição 
Em razão da baixa temperatura de ignição de alguns produtos químicos, sempre haverá o risco de re-
ignição após um incêndio ter sido debelado, se os métodos de resfriamento não forem adequadamente 
empregados ou descontinuados precocemente. Deve-se considerar a presença de superfícies quentes ou 
redes de vapor ainda aquecidas na área do incêndio como fator contribuinte para a auto-ignição.

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