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Fabiana Dantas Turino Técnicas anestésicas Aula 3 – Cirurgia 1 Transcrição de aula Na aula de hoje vamos partir de um princípio que já sabemos que o nervo alveolar inferior irá inervar polpa, ligamento periodontal, osso alveolar e todos os dentes anteriores, pois ele se divide em determinado momento em nervo incisivo, esse último dando sensibilidade para a bateria anterior do primeiro pré-molar até o incisivo central. Certeza que vocês sabem que o nervo alveolar superior posterior inerva polpa, ligamento periodontal, osso alveolar, gengiva vestibular, mucosa alveolar de terceiro, segundo e primeiro molar superior, exceto a raiz mesio-vestibular do primeiro molar superior que 27% dos casos é inervada pelo ASM. Isso tem que ser óbvio para vocês. Explicando a dúvida da Walkiria: O nervo alveolar superior posterior inerva os molares superiores (terceiro, segundo e primeiro molar). A raiz mesio-vestibular do primeiro molar superior em 27% dos pacientes é inervada pelo nervo alveolar superior médio. Isso quer dizer que se eu for realizar uma exodontia do primeiro molar superior eu preciso dessensibilizar ASP, ASM e nervo palatino maior, pois eu vou trabalhar na mucosa do palato. Sobre o nervo alveolar inferior, a partir de determinado momento ele bifurca, isto é, ele vem como alveolar inferior e quando ele chega no forame mentual ele emite: o nervo mentual (extra-ósseo) – que vai inerva tecidos moles do assoalho de língua, mento, pele e mucosa do lábio inferior - e o nervo incisivo (intra-ósseo), que segue pelo canal da mandíbula. A inervação dos pré-molares depende de onde está o nervo mentual, ou seja, se o forame mentual estiver ANTERIOR ao primeiro pré-molar o nervo alveolar inferior irá inerva os três molares, o segundo pré-molar e o primeiro pré-molar, e o nervo incisivo irá inerva de canino até o incisivo central. Já se o forame mentual estiver ENTRE os dois pré-molares (o que normalmente ocorre) o nervo alveolar inferior irá inervar do terceiro molar ao segundo pré-molar, e o nervo incisivo do primeiro pré-molar até o incisivo central. Em menor chance o forame mentual pode estar POSTERIOR ao segundo pré-molar, e nesse o nervo alveolar inferior irá inerva os três molares, e o nervo incisivo os dois pré-molares, canino e incisivos. Por isso precisamos definir onde está o forame mentual para saber qual nervo irá inervar tal estrutura, conseguimos isso através de radiografias panorâmicas. A anestesia é importante, pois será o primeiro contato efetivamente técnico com o paciente, o que precede antes disso é conversa. Na anestesia mostramos as habilidades que temos, a anestesia é necessária sempre que formos invadir um espaço biológico do paciente. Ela é o momento que vai ativar a maior quantidade de reações psicogênicas no paciente, isto é, uma sincope, o paciente pode passar mal com a ansiedade e medo. Se eu realizo uma técnica minimamente dolorida eu já ganhei esse paciente, porque da anestesia para frente ele não deve mais sentir dor. E se você realizar já a punção do anestésico sem dor você já diminui o medo desse paciente. Em uma técnica anestésica ideal eu irei demandar de: Ponto de apoio manual – Eu tenho que apoiar minha mão em algum local, eu não utilizo a carpule como um dardo. Podemos usar de apoio a mão não-operante, a mão do auxiliar e na face do paciente; Afastamento dos tecidos e visualização do local da punção – Ajustar o refletor para melhor visualização; Seringa passada por trás do paciente – Isso com criança é mandatório para não causar mais ansiedade, e assim minimizar o aspecto psicológico negativo (no adulto também); Bisel voltado para o osso – A parte biselada da agulha (“cortada”) é onde vai sair a solução anestésica, e tem que estar voltado para o osso nunca para os tecidos moles, pois na maior parte dos casos o nervo que eu quero sensibilizar está justa ósseo, e é por isso que a agulha deve estar voltada para o osso; Injeção lenta – Um dos segredos para ter uma anestesia menos dolorosa é a injeção lenta, pois a pressão hidrostática feito pelo anestésico local vai distender os tecidos e gerar dor, fazer essa injeção de forma lenta diminui a chance de dor. Ele repetiu essa frase umas três vezes na aula para frisar sua extrema importância Fabiana Dantas Turino Comunicação com o paciente – Sempre conversar com o paciente: “Dona Maria você vai sentir uma picadinha, mas logo vai passar”, nunca surpreender meu paciente com a anestesia, pois ele pode dá um pulo na sua cadeira e mexer a cabeça fazendo com que ocorra a fratura da agulha. Tudo que eu for fazer no meu paciente eu vou advertir, não é para falar o que vai fazer explicitamente, entenda isso. Você não pode falar: “Dona Maria agora eu vou cortar”, mas sim “Dona Maria eu vou começar a trabalhar aqui, tá bom? A senhora vai sentir somente uma pressão”; Inserção lenta da agulha; Não entortar a agulha; Não introduzir completamente a agulha no tecido – Pois quando eu insiro até o canhão e eu não enxergo mais nada na boca do paciente, eu tenho risco de fraturar a agulha. Além disso, tirar essa agulha completamente introduzida não é uma tarefa fácil; Realizar o refluxo (aspiração) – Na hora que você dá um toque no embolo da carpule automaticamente ela realiza a autoaspiração, e se tiver sangue vai aparecer o sangue vermelho ali dentro. Também existe os sistemas automáticos de injeção, os quais realizam uma injeção tão lenta que a gente não percebe e o paciente não sente quase nada, mas seu tempo de anestesia é bem prolongada (de 5 minutos). A anestesia tópica é necessária, e ela é eficiente em tecidos moles da cavidade bucal, com exceção da fibromucosa palatina. Não adianta usar somente uma benzocaína a 20% no palato do meu paciente e achar que vai anestesiar em profundidade, não vai, ele funciona principalmente em gengiva inserida e mucosa alveolar. Usamos os anestésicos tópicos principalmente em mucosa alveolar, que é o ponto em que vamos realizar a anestesia, nós não vamos anestesiar gengiva inserida. Para que os anestésicos tópicos tenham máxima eficiência a mucosa precisa estar seca (pode seca-la com uma gaze), aplicar uma camada do anestésico tópico com a haste flexível (no local aonde você irá realizar a punção), e é preciso aguardar um período de 1 a 2 minutos para ela agir. Após você verá a mucosa do seu paciente toda enrugada, isso é sinal de que ali foi anestesiada. Depois disso você poderá realizar a infiltração da agulha e injetar o anestésico. Lembrando que, a anestesia tópica não elimina a dor da injeção, mas sim da a dor da punção, mas só isso já justifica o uso de uma anestésico tópico. Existe também a lidocaína a 10%, que é vendida como spray, que também é utilizada na odontologia. A EMLA é um anestésico tópico de pele intacta. - Os tipos de técnicas anestésicas, segundo o malamed, podem ser divididas em três grupos: • Bloqueio do nervo ou bloqueio troncular – Quando eu quero anestesiar um nervo principal e todos os seus ramos. Por exemplo o bloqueio do nervo mandibular inteiro (pela técnica de Gow-Gates). Quando eu deposito o anestésico na fóvea mandibular conseguimos anestesiar esse nervo (figura 1). Podemos também anestesiar o nervo maxilar completamente (pela técnica da tuberosidade alta). Quando eu deposito o anestésico na fossa pterigopalatina, bem no gânglio pterigomaxilar, onde eu vou anestesiar o nervo maxilar inteiro. • Bloqueio de campo – Quando eu anestesio os terminais nervosos maiores. Quando eu faço o BNAI (figura 2) é um bloqueio de campo, a anestesia do lingual é um bloqueio de campo, anestesia do lingual é um bloqueio de campo, do mentual, pois são os ramos maiores do nervo mandibular. O bloqueio do ASP é um bloqueio de campo, e assim por diante. Figura 1 - Bloqueio troncular do nervo mandibular (círculo azul) Figura 2 - Bloqueio de campo do nervo alveolar inferior (círculo azul) Fabiana Dantas Turino • Terminalinfiltrativa ou bloqueio local ou infiltração local – Nessa modalidade de anestésica nós vamos anestesiar os ramos mais periféricos daquele nervo. Se eu faço a anestesia do nervo mentual (entre o ápice vestibular dos dois pré-molares) você vai anestesiar uma parte considerável do tecido mole, mas se você tem um fibroma no lábio inferior e queremos remover e anestesiar somente essa região nós podemos somente realizar uma punção exatamente no lábio, a qual vai insensibilizar as terminações periféricas do nervo mentual (figura 3). E essa modalidade é usada em 70% das anestesias na Odontologia. Fazemos esse tipo de anestesia com a agulha curta dentro da cavidade bucal do paciente na região da prega mucogengival, que é um ponto pregeado que une a mucosa alveolar com a gengiva inserida. Na mucosa alveolar temos um tecido frouxo, maleável que podemos distender, já a gengiva inserida é um tecido denso, que fica intimamente aderido ao osso alveolar e a região cervical dos dentes. A quantidade de solução anestésica é 1/5 do tubete ou 1/4 do tubete, não mais que isso. Nunca iremos injetar o anestésico na gengiva inserida, pois ela é densa, não permite a difusão do meu anestésico, já a mucosa alveolar, pelo fato de ser frouxa/móvel, ela permite que eu faça uma punção nessa região e pelo fato de o nervo caminhar no sentido da região mais central para a periferia conseguiremos anestesiar todo o trajeto do nervo. Logo, se você realizar uma punção na mucosa alveolar você irá dessensibilizar o local e tudo que estiver inferiormente/coronalmente. Dessa forma, não precisamos injetar anestésico na papila para anestesia-la, basta injetar a solução anestésica na mucosa alveolar acima da papila. Na maxila a anestesia terminal infiltrativa vai dessensibilizar os tecidos moles do lado que ela é injetada, vestibular ou lingual. Ela não se difunde para a face oposta, ou seja se realizarmos uma injeção na prega mucogengival por vestibular não iremos anestesiar tecidos palatinos (a articaína, a mais lipossolúvel entre os ALs, consegue se difundir da vestibular para palatina, porém isso demora um tempo para ocorrer e as vezes nem ocorre, por isso é melhor anestesiar tanto lingual quando palatina do que ficar aguardando). Portanto, a maxila vai apresentar difusão do anestésico nos tecidos moles para osso/raiz dentes, isto é, se injetarmos um anestésico no ápice dos caninos, iremos ter uma “bolhinha” anestésica na mucosa alveolar, bloqueando assim a região de tecido mole (mucosa alveolar), a gengiva inserida do canino, ligamento periodontal, e o anestésico irá se difundir pela placa óssea vestibular (osso alveolar) e atingir o ápice do canino gerando a dessensibilização do nervo que inerva a polpa deste canino. Se quisermos fazer uma restauração/desgastar/raspagem periodontal no canino basta passar um anestésico tópico, esperar de 1 a 2 minutos e então fazer uma punção na prega mucogengival acima desse dente no paciente. Porém, não iremos conseguir colocar um grampo de isolamento absoluto por esse comprimir a mucosa palatina, dessa maneira teríamos que complementar essa anestesia realizando uma anestesia terminal infiltrativa no palato. Se precisarmos trabalhar em dois dentes teremos que fazer duas punções terminais infiltrativas vestibulares e duas punções palatina. Na mandíbula a técnica terminal infiltrativa é feita da mesma maneira, mas irá somente dessensibilizar mucosa alveolar e a gengiva inserida, o anestésico não consegue se difundir pelo osso alveolar (o osso mandibular é muito denso, não é poroso como a maxila) isso então quer dizer que na mandíbula a anestesia terminal infiltrativa dessensibiliza somente os tecidos moles da região injetada, não irá dessensibilizar a polpa dentária (exceto em crianças muito novas, as quais o anestésico consegue se difundir pelo seu osso mandibular por ser menos corticalizado). Portanto, se quisermos extrair o segundo molar inferior do lado esquerdo podemos realizar uma técnica terminal infiltrativa para dessensibilizar os tecidos vestibulares moles, mas eu preciso ainda assim bloquear o nervo alveolar Figura 3 – Bloqueio local do nervo mentual (círculo azul) Fabiana Dantas Turino inferior para dessensibilizar a polpa dentária desse dente mandibular, e também o nervo lingual pois iremos trabalhar na gengiva língua desse dente. Em uma gengivectomia você pode fazer somente a vestibular e palatina de um molar, através da técnica terminal infiltrativa, porém se for realizar a troca de um amalgama, por exemplo, temos que anestesiar os tecidos moles vestibulares e linguais e também sua polpa, esse último através de um bloqueio de campo do NAI. Indicação da técnica terminal infiltrativa: Maxila: Anestesia de tecidos moles, osso alveolar e polpa dentária na área de um ou dois dentes (0,6 ml) Mandíbula: Anestesia de tecidos moles na área de um ou dois dentes. (não há difusão para tecidos mineralizados e polpa). (0,6ml) Figura 4 - Anestesia terminal infiltrativa Você pode até fazer 7 a 8 terminais infiltrativas no caso de um fibroma na lingua ou biopsia incisional no lábio inferior (fazendo uma ilha de anestésico na região), mas para avitar tanta punções – algo que é desconfortável - melhor fazer, por exemplo, um bloqueio de campo bilateral do lingual ou mentual, dessa maneira, haverá a dessenbilização de toda a região de dentes anteriores (canino a canino) e lábio superior. As técnicas anestésicas se baseam basicamente em conhecimento da anatomia e posicionamento de carpule. Por exemplo, no nervo ASA, ele passa no tuber da maxila, logo, é lá que devemos anestesiar. E precisamos entender que a anestesia é tridimensional, ela ocorre em todos os planos de orientação, por isso temos que descrever a técnica na prova como uma imagem tridimensional. Técnica anestésica de bloqueio do nervo alveolar superior posterior (BNASP) Primeiro devemos saber onde está esse nervo. O NASP tem dois ramos e se desprende do maxilar e ele percorre a região do tuber da maxila, logo a frente da fissura pterigopalatina. Esse NASP vai entrar em pequenos forames no tuber da maxila, chamados de foraminas, e ele vai assumir um trajeto intra-ósseo e inervar o ápice, polpa dentária, ligamento periodontal, osso alveolar dos três molares superiores posteriores (com exceção da raiz mesio-vestibular do primeiro molar superior posterior). O outro ramo dele vai percorrer um trajeto extra-ósseo e inervar tecidos moles, gengiva inserida e mucosa alveolar dos três molares superiores posteriores. (numero 7 na figura 5 ao lado) De tal forma, que se realizarmos um bloqueio de campo do NASP iremos dessensibilizar seus dois ramos, e assim garantir a anestesia da mucosa alveolar, gengiva inserida, polpa dentária, ligamento periodontal, osso alveolar do terceiro, segundo e primeiro molares superiores. – figura 5 (exceto raiz mesio-vestibular do primeiro molar superior, que em 27% dos casos é inervada pelo NASM). • Indicações: 1) Tratamento de um ou mais molares superiores; 2) Quando a técnica supraperiosteal está contraindicada ou foi ineficaz; 3) Insensibilização do terceiro, segundo e primeiro molar superior (exceto sua raiz mesio-vestibular); 4) Bisel da agulha na região pôstero-superior do tuber da maxila. Figura 5 - BNASP Fabiana Dantas Turino • Complicações: 1) Pode ocorrer equimose e hematoma quando a agulha entra no plexo venoso pterigoideo. Para evitar, basta realizar a técnica de refluxo. 2) Pode haver anestesia em diferentes graus do nervo mandibular, se a agulha for inserida lateralmente. • Pontos de reparo anatômico (são as estruras anatômicas que iremos observar para fazer a orientação tridimensional da carpule): 1) Tuber da maxila: Estrutura que está localizada superior e posterior aos molares; 2) Crista zigomático alveolar: Estrutura entre o corpo do osso zigoma e o processo alveolar da maxila. 3) Prega mucogengival acima do segundo molar superiorDessa maneira, a nossa agulha tem pode chegar nas foraminas do tuber da maxila. • Inserção da agulha (punção): 1) Iremos abrir a boca do paciente e palpar a crista zigomático alveolar, pois sabemos que posteriormente a esse ponto teremos o tuber da maxila (onde está as foraminas do tuber da maxila, a qual entra o NASP); 2) A punção será realizada na altura do ápice vestibular do segundo molar superior, pois nessa região temos um espaço vazio (se colocarmos a agulha na altura do primeiro molar ela irá bater na crista zigomático maxilar na hora); 3) Iremos direcionar a carpule para cima, para dentro e para trás no ângulo de 45 graus com o plano oclusal (linha que tangência a face oclusal dos molares); 4) E assim aprofundar 2/3 da agulha curta (16mm) e injetar metade do tubete anestésico (0,9ml) odontológico. Quando iremos realizar um bloqueio do nervo alveolar superior posterior e não a técnica terminal infiltrativa? Resposta: Quando o seu trabalho envolver dois ou os três molares superiores posteriores. Pois, mesmo a técnica terminal infiltrativa gerando dessensibilização das mesmas estruturas que o bloqueio de campo do nervo alveolar superior posterior, devemos evitar o excesso de punções no paciente, dessa forma, lançando mão do BNASP. Vídeo do bloqueio do nervo alveolar superior posterior (tuberosidade baixa): 1) Afastar a mucosa do meu paciente para melhor “visualização” da crista zigomático maxilar; 2) No ápice vestibular do segundo molar superior entrar em 45 graus com o plano oclusal; 3) Aprofundar 2/3 da agulha; 4) Injetar metade do tubete anestésico. Técnica anestésica de bloqueio do nervo alveolar superior médio (BNASM) O nervo alveolar médio se desprende do nervo infra-orbitário na parede lateral do seio maxilar e vai percorrer um caminho inferior, emitindo seus filetes terminais no ápice da raiz dos pré-molares e na raiz mesio-vestibular do primeiro molar superior, e realizar inervação de polpa dentária, ligamento periodontal, osso alveolar dos dois pré-molares, gengiva inserida vestibular e mucosa alveolar vestibular dos dois pré-molares. O bloqueio de campo desse nervo é basicamente uma anestesia terminal infiltrativa, porque o nervo alveolar superior médio se bifurca na região do ápice vestibular entre as raizes dos pré-molares. Logo, iremos simplemente localizar a região dos pré-molares e estipular onde é que está o ápice da raiz desses pré-molares, e no meio realizar uma infiltração como se fosse uma anestesia terminal infiltrativa, realizando isso conseguimos bloquear os dois pré-molares ao mesmo tempo e os tecidos moles. Essa técnica não possui diferença nenhuma com a técnica terminal infiltrativa, ela é denominada como uma terminal infiltrativa no ápice dos pré-molares. • Indicação: Fabiana Dantas Turino 1) Procedimentos dentários envolvendo apenas os pré-molares superiores ou complementação em casos de falha de técnica infra-orbitária 2) Quando o bloqueio do nervo infra-orbitário não produzir anestesia pulpar distal ao canino superior. 3) Insensibilização da polpa dos pré-molares superiores e raiz mesio-vestibular do primeiro molar superior e tecidos periodondontais vestibulares dos mesmos dentes. • Ponto de reparo e técnica: 1) Punção na prega mucovestibular acima do ápice do segundo pré-molar superior; (figura 6) 2) Avançar lentamente com a agulha até que sua extremidade esteja localizada acima do ápice do segundo pré-molar superior (a raiz desse dente tem 13,6mm, creio que a inserção da agulha deve ser de 10 a 15mm – nem o professor nem o malamed disseram a milimetragem correta de inserção) Técnica anestésica de bloqueio do nervo infra-orbitário O nervo infra-orbitário é a última ramificação do nervo maxilar. O nervo maxilar sai do forame redondo, chega na fissura pterigopalatina e vai originar o ASP, e após o nervo infra-orbitário irá percorrer o canal infra-orbitário no assoalho da órbita, e ele vai se bifurcar no forame infra-orbitário. No forame infra-orbitário ele irá emitir seus ramos terminais dando sensibilidade a pálpebra inferior, pele da região paranasal, asa do nariz e lábio superior. O nervo infra-orbitário não inerva dente, ele só inerva tecido mole, assim como o nervo mentual. Atenção: A técnica de anestesia do nervo infra-orbitário não vai dessensibilizar somente o nervo infra-orbitário. Também vai dessensibilar o nervo alveolar superior anterior, o nervo alveolar superior médio e o nervo infra- orbitário propriamente dito. Ao realizar a técnica do nervo infra-orbitário podemos trabalhar em dente, pois o ASA e o ASM também estão anestesiados. (Pague 1, leve 3). Essa técnica é boa para realização de desgaste para colocação de facetas na bateria anterior dos dentes superiores. • Indicações: 1) Procedimentos envolvendo mais de dois dentes superiores e seus tecidos vestibulares; 2) Inflamação ou infecção, que contraindica o uso da injeção supraperiosteal; 3) Quando as injeções supraperiosteais forem ineficazes 4) Inssensibilização de incisivo à raiz mesio-vestibular do primeiro molar superior, pálpebra inferior, asa do nariz e lábio superior; 5) Bisel da agula próximo ao forame infra-orbitário. • Pontos de reparo: 1) Forame infra-orbitário; 2) Sutura zigomático-maxilar (área óssea onde o osso zigomático se encontra com a maxila, localizado na margem infra-orbitária); 3) Centro da pupila; 4) Longo eixo do primeiro/segundo pré molar. Figura 6 - BNASM Fabiana Dantas Turino Inserção da agulha (punção): (a intenção é chegar próximo ao forame infra-orbitário tanto por intraoral, tanto por extraoral) Técnica intraoral: 1) Primeiramente temos que saber onde está o forame infra-orbitário, para isso basta deslizar seu dedo na margem infra-orbitária até sentir uma ranhura (que é a sutura zigomático-maxilar), e após descer com seu dedo uns 8 a 10mm pela ranhura da margem infra-orbitária, ali estará meu forame infra-orbitário. Esse forame está também alinhado com o centro da pupila e longo eixo dos pré-molares inferiores; 2) A mão do operador vai ficar repousando sobre o forame infra-orbitário, e o polegar vai afastar a comissura bucal; 3) Com a agulha alinhada ao longo eixo do primeiro pré-molar e o centro da pupila 4) A punção será mais afastada do rebordo alveolar, utilizando a agulha curta e iremos inserir dois terços (16mm); 5) Assim que sentimos a ponta da agulha no dedo vamos injetar metade do tubete anestésico (0.9 a 1,2 ml), e massagear essa região. Assim a paciente terá NASM, NASA e nervo infra-orbitário insensibilizados. Técnica extraoral: 1) Localizar o forame infra-orbitário; 2) Entrar com o bisel da agulha curta 45 graus com o plano facial, em direção ao forame infraorbitário; 3) Quando tocar o osso, recuar 1 mm e depositar o anestésico nessa região, não esquecendo da massagem na região após ao depósito. Figura 7 - Localização do forame infra-orbitário Técnica anestésica de bloqueio do nervo palatino maior Nessa técnica nós iremos injetar a solução anestésica nas proximidades do nervo palatino maior no forame palatino maior localizado no palato duro, o forame palatino maior nunca estará no palato mole. Ele vai inerva toda mucosa palatina da cervical palatina do terceiro molar até a distal do canino até a linha média do palato (da distal do canino até o incisivo central na linha média quem inerva é o nervo nasopalatino). Deve-se realizar uma isquemia no local com uma haste flexivel para evitar muito dor na hora da punção da agulha no palato duro. O forame palatino maior nunca está localizado em palato mole, se realizarmos uma punção no palato mole o paciente irá sentir uma sensação de engasgamento constante durante duas a três horas. Ele terá o veú palatino anestesiado, não irá sentir a deglutição e não irá sentir o ar passar pela área das coanas, dando sensação de que ele não está respirando. Você como cirurgião-dentista em formaçãoterá que acalmar o paciente dizendo: “Você está respirando normalmente, está tudo certo! A única diferença é que você não está sentindo nem a saliva passar pela garganta e nem o ar passando”. Figura 8 - Localização do forame palatino maior Fabiana Dantas Turino O forame palatino maior vai estar na junção do processo alveolar (inclinado) e no palato duro (horizontal), isso quer dizer que minha punção não será nem perto do dente e nem no meio do palato duro. A punção será na junção entre o processo alveolar e o palato duro (figura 8), no ápice da raiz palatina do último dente que estiver no palado duro, o segundo molar superior. Não será no ápice da raiz palatina do terceiro molar, pois assim já estariamos em palato mole. • Indicação: • Procedimentos na mucosa palatina posterior envolvendo área de mais de dois dentes (quando você for apenas colocar um grampo naquele dente, trabalhando numa região menor, poderá optar apenas por realizar uma técnica terminal infiltrativa no palato); • Inssensibilização da mucosa palatina entre segundo/terceiro molar e canino. • Bisel da agulha voltado para o forame palatino maior • Pontos de reparo: 1) Distal do segundo molar 2) Junção do processo alveolar maxilar e osso palatino; 3) Ápice da raiz palatina do segundo molar superior. • Inserção da agulha: 1) Localizar o forame nasopalatino no ápice da raiz palatina do segundo molar superior; 2) Secar a mucosa com gaze e aplicar anestésico tópico com o auxilio de uma haste flexivel por 1 a 2 minutos; 3) Continuar realizando pressão com a haste flexivel para gerar isquemia; 4) Avançar a seringa a partir do lado oposto da boca formando um ângulo reto com a área-alvo; 5) Na região do ápice da raiz palatina do segundo molar superior, ir avançando e colocando pequenas quantidade de anestésico local, por aproximadamente uma profundidade de 5mm; 6) E injetar cerca de 1/5 do meu anestésico (0,45 ml a 0,6ml) Técnica anestésica de bloqueio do nervo nasopalatino Vamos anestesiar quando precisar intervir na mucosa palatina do incisivo central até distal do canino. O nervo palatino se desprende do nervo maxilar na fossa pteriogopalatina, no gânglio pterigomaxilar, e vai percorrer na região das coanas, do septo nasal, até o assoalho da cavidade nasal dando inervação a essa área, e na região de base de nariz vai entrar pelo canal nasopalatino e emergir pelo forame incisivo na papila incisiva superior. É justamente nessa região que iremos realizar a anestesia • Indicação: 1) Procedimentos na mucosa palatina entre os caninos (procedimentos cirurgicos, periodontais e restauradores) • Pontos de reparo: 1) Papila incisiva; 2) Linha média do palato 3) Região interproximal de incisivos centrais • Inserção da agulha (punção): 1) Bisel da agulha voltado para a papila incisiva; 2) Primeira punção lateralmente a ela – Porque se viermos direto com a agulha no centro da papila incisiva o paciente irá sentir muita dor, então iremos começar pela periferia da papila incisiva e realizar a punção nessa região. Após aperta o embolo e os anestésico irá se difundir e anestesiar a mucosa sobre a papila incisiva, quando a papila incisiva estiver isquemica podemos ir direto nela e injetar; Fabiana Dantas Turino 3) Segunda punção sobre a papila incisiva, entrar no máximo 5mm e depositar 0,45ml– A dessensibilização do nasopalatino é bilateral (de distal de canino a distal do canino contralateral) • Complicações: Pode haver penetração demasiada da agulha no forame incisivo que leva a infecção do assoalho nasal, para evitar devesse inserir apenas 5mm da agulha curta e recuar 1mm ao tocar no osso Técnica anestésica de bloqueio maxilar (tuberosidade alta) Onde vamos injetar o anestésico na fissura pteriogopalatina, dessensibilizando o gânglio pteriogomaxilar inteiro, ou seja, o nervo maxilar será completamente dessensibilizado. Por meio dessa técnica eu vou ter anestesia de todos os ramos do nervo maxilar: ASP, ASM, ASA, infra-orbitário, palatino maior e nasopalatino. Essa técnica é identica ao BNASP, só que as duas diferenças são: enquanto no BNASP usavamos agulha curta, no bloqueio do nervo maxilar iremos usar agulha longa; vou fazer a punção igual no BNASP, 45 graus ao plano oclusal, a diferença é que além disso devemos fazer 70 graus com o plano sagital. (punção mais aberta). De tal forma que a agulha vai entrar mais profundamente (30mm) e superiormente e realizar um contorno no tuber da maxila e depositar a solução anestesica internamente na fissura pterigopalatina. Iremos injetar um tubete inteiro. Os pontos de reparo anatômico são os mesmo que BNASP e de punção da agulha também Figura 9 - Técnica de bloqueio maxilar Técnica anestésica de Carrea Nessa técnica também iremos anestesiar o nervo maxilar, gerando dessensibilização de todos os seus ramos. Só que na técnica de Carrea iremos entrar dentro do forame palatino maior. Iremos utilizar uma agulha longa (30mm), entrar no palatino maior que fica aproximadamente a 45 graus, o que levará a agulha para a região da fissura pterigopalatina É uma técnica muito dificil e que muitas vezes podemos cair em região de palato mole. Figura 10 - Técnica de Carrea Fabiana Dantas Turino • Complicações: Hematoma; perfuração da órbita;penetração na cavidade nasal; A mandibula é um osso que não vamos fazer injeção terminal infiltrativa para anestesiar dente (polpa) e osso, pois ela é densa e o anestésico não se difunde nela. Uma região muito importante da mandíbula é a face medial do ramo da mandíbula, nessa área conseguimos dessensibilizar vários nervos ao mesmo tempo. Atenção: Só podemos chamar de face lingual do ramo da mandíbula a região perto da língua, quando mais superior e distante do assoalho da língua o nome é face medial do ramo da mandíbula. Reelembrando a anatomia do nervo mandibular: Ele emerge pelo forame oval e desce por um entroncamento no côndilo da mandibula, uma estrutura chamada de fôvea da mandíbula (depressão que tem no côndilo da mandíbula). Nessa área o nervo mandibular irá emitir seus ramos. O nervo mandibular irá emitir um ramo mais posterior, o qual caminha pela face medial do ramo da mandíbula e entra no forame mandibular, assumindo assim um trajeto intra-ósseo, esse é o nervo alveolar inferior, inervando assim polpa dentária, ligamento periodontal e osso alveolar dos molares inferiores. Na região entre os dois pré-molares o NAI irá se ramificar em nervo incisivo e nervo mentual. O nervo incisivo continua seu trajeto pelo canal incisivo, inervando polpa dentária, ligamento periodontal e osso alveolar do incisivo central, lateral, canino e primeiro pré-molar. O nervo mentual, por sua vez, irá sair pelo forame mentual percorrendo um trajeto extra-ósseo, e inervar estruturas de tecido mole, isto é, lábio inferior, mucosa, pele da região submentual, mucosa alveolar, mucosa labial intrabucal e gengiva queratinizada. Antes do nervo alveolar inferior entra pelo canal da mandíbula ele emite um ramo chamado de nervo milo-hióideo, o qual é a raiz motora do nervo mandibular. Ele irá proporcionar motricidade ao músculo milo-hióideo e ao ventre anterior do músculo digástrico. Anteriormente ao NAI temos o nervo lingual, e é por isso que eles são inssensibilizado juntos na mesma técnica, em conjunto com o nervo milo-hióideo. Logo, toda vez que fizermos a técnica do alveolar inferior iremos dessensibilizar esses três nervos (NAI, lingual e milo-hióideo). O nervo lingual desce anteriormente ao NAI, e vai inervar assoalho de boca e 2/3 da língua. O nervo bucal vem pela face medial do ramo da mandíbula, exatamente no processo coronoide, ele percorrer um trajeto inferior e quando chega na região do trígono retromolar ele cruza para a face lateral da mandíbula. Ele dará sensibilidade para a mucosa vestibular e gengiva inserida dos molares inferiores. Estruturas ósseas importantes da mandíbula: No ramo da mandíbula iremos tera borda anterior e posterior, o forame mandibular está localizado entre a vertente anterior e a posterior. Temos a incisura da mandíbula, que é toda a curva óssea originada pela junção do processo coronoide e processo condilar da mandíbula. O músculo milo-hióideo vai estar inserido na linha milo-hióideo, que é uma condensação óssea que vem desde o assoalho da boca até o processo coronoide. Superiormente a linha milo-hióideo temos a crista temporal, que é o local onde se inserem as fibras do músculo temporal A crista temporal vai dificultar a vida da gente na anestesia, porque essa crista se projeta para lingual (para dentro), então temos que desviar dela quando inserirmos a agulha senão iremos bater nessa crista antes de chegar no forame mandibular para a técnica do alveolar inferior. Técnica anestésica de Lindsay ou técnica de duas posições Essa técnica vai dessensibilizar o nervo alveolar inferior, o nervo lingual e em alguns casos ela pode anestesiar o nervo bucal também. É uma técnica de uma punção e duas posições, eu vou movimentar a agulha dentro dos tecidos justamente para não bater na crista temporal. Com a agulha longa (15% de chance de aspiração positiva) temos que chegar próximo ao forame mandibular, porém temos que desviar da crista que se projeta para dentro. Indicações: 1) Procedimentos nos dentes ipsilateral ao bloqueio e metade da língua – Como vamos dessensibilizar o nervo alveolar inferior e lingual todas as polpas dentárias do lado da injeção estarão anestesiadas, o lábio Fabiana Dantas Turino inferior (lembrar que o nervo mentual é um ramo do nervo alveolar inferior, logo, ele também estará anestesiado) e toda mucosa vestibular e lingual. 2) Inssensibilização dos dentes inferiores, mucosa e pele da região mentual 3) Bisel da agulha voltado para a face medial da mandíbula • Pontos de reparo: 1) Vertente anterior do ramo da mandíbula; 2) Linha oblíqua externa; 3) Rafe pteriogomandibular – É um cordão fibroso que conecta o palato mole na região do trígono retromolar, o forame da mandibula está perto da rafe pterigomandibular. 4) Plano oclusal – O forame da mandíbula está localizado em um sentido crânio-caudal a 1 cm acima do plano oclusal. • Inserção da agulha (punção): 1) Devemos palpar a linha oblíqua externa, essa linha oblíqua externa é contígua com a vertente anterior do ramo da mandíbula; 2) Ao palpar a linha oblíqua externa vamos passar bem na incisura coronoide, que é o ponto mais profundo do ramo da mandíbula; 3) Após iremos observar a rafe pteriogomandibular; 4) E assim realizar minha punção entre essas duas estruturas (linha oblíqua externa e rafe pteriogomandibular) 1 cm acima do plano oclusal; 5) Iremos aprofundar no sentido do plano oclusal de 5 a 7 mm. E nesse sentido realizar a anestesia do nervo lingual; (figura 11) Figura 11- Técnica de Lindsay (bloqueio do nervo lingual) 6) Após de realizar o deposito de 1/3 do tubete com a agulha longa, eu vou recuar ligeiramente com a agulha sem tira-la do tecido e movimentar a carpule para a região dos pré-molares contralaterais, para assim desviar da crista temporal e conseguir injetar o anestesico em uma posição mais profunda e posterior; 7) Com a carpule na região dos pré-molares deve-se aprofudar a carpule até tocar em osso (25mm) Fabiana Dantas Turino 8) Ao tocar no osso devemos recuar 1 mm e termina de injetar o tubete anestésico (os outros 2/3) para dessensibilizar o nervo alveolar inferior. Essa técnica pode talvez dessensibilizar o nervo bucal. Técnica anestésica de malamed (uma posição) Essa técnica vai dessensibilizar o nervo alveolar inferior e lingual, por meio de uma única posição. Devemos sempre saber realizar uma técnica a mais para anestesiar um mesmo nervo caso a uma delas dê errado. Os pontos de reparos dessa técnica são os mesmo que a técnica anestésica de Lindsay Na técnica de malamed fazemos apenas uma punção para anestesiar o nervo alveolar inferior Figura 13 - Técnica de Malamed (punção da agulha) Video da técnica de malamed: 1) Primeiramente palpar a vertente anterior do ramo (figura 13); 2) Segundo ponto de referência é a rafe pterigomandibular; 3) Terceiro ponto é 1 cm acima do plano oclusal; 4) Agora é o diferencial, pois na técnica de malamed, explicitada no video, temos que traçar uma linha horizontal imaginária entre a borda anterior do ramo da mandibula (vertente anterior do ramo) e a rafe pterigomandibular. Depois iremos dividir essa linha imaginária em 4 partes, e no ponto entre o terceira e o quarta parte será o ponto exato para entrar a agulha (juntinho da rafe). Essa tecnica irá dessensibilizar o NAI, o lingual e milo-hióideo, não irá dessensibilizar o nervo bucal. 5) Após localizar o ponto exato iremos pegar a carpule com a agulha longa, posiciona-lá em região entre os pré-molares contralaterais, inserir até tocar no osso (25 mm) e recuar 1 mm, fazer o refluxo, e injetar o tubete anestésico; 6) Aguardar até o paciente sentir metade da lingua anestesiada e metade do lábio inferior anestesiado. Técnica anestésica de bloqueio do nervo bucal A técnica do bloqueio do nervo bucal é bem simples, pode ser descrita como uma punção em prega mucogengival na região disto-vestibular do terceiro molar inferior, pois esse é justamente o ponto onde o nervo bucal sai da face medial da mandíbula e cruza para a face lateral da mandíbula. Por meio dessa ténica iremos conseguir dessensibilizar todo gengiva inserida e mucosa alveolar dos molares inferiores Figura 12 - Técnica de Lindsay (bloqueio do nervo alveolar inferior) Fabiana Dantas Turino Vídeo da técnica de bloqueio do nervo bucal: 1) Localizar a prega mucogengival (mucosa alveolar) na região disto-vestibular do terceiro molar inferior – Não é colado com o dente; Ele não disse quanto de agulha que deve inserir e quanto de solução anestésica deve-se depositar O malamed diz: 1 a 2 mm de inserção da agulha, e 0,3ml de solução anestésica Figura 14 - Técnica de bloqueio do nervo bucal Técnica anestésica de Gow Gates A técnica de Gow Gates de bloqueio troncular do nervo mandibular,o objetivo dessa técnica é chegar na fóvea da mandíbula, no processo condilar. Iremos pegar uma agulha longa e depositar o meu anestésica, anestesiando todos os ramos do nervo mandibular. É uma técnica dificil de ser realizada e não tem toque em osso. Indicação: 1) Quando vamos realizar uma intervenção extensa na mandíbula e trabalhar em multiplos dentes; 2) Quando precisamos de uma técnina complementar a técnica de bloqueio do NAI. • Pontos de reparo anatômico: 1) Tragos; 2) Ângulo da boca; 3) Cúspide mesio-palatina do segundo molar superior; 4) Fovea da mandíbula – Que é uma cavidade no côndilo, e é exatamente aqui que vai chegar a agulha na técnica de Gow Gates. • Inserção da agulha (punção): 1) Com o paciente com abertura máxima de boca iremos traçar um linha imaginária que irá compreender: tragos e comissura bucal; 2) A partir disso, iremos alinhar a carpule com essa linha imaginária no arco dentário contralateral; (figura 15) 3) A agulha vai passar a ter com ponto de referência a cúspide mesio-palatina do segundo molar superior; 4) Iremos aprofundar quase a agulha longa inteira (25mm) e injetar cerca de dois tubetes anestésicos. (malamed fala só 1 tubete inteiro) 5) Esperamos o período de latência de 3 a 5 minutos Figura 15 - Técnica de Gow Gates Fabiana Dantas Turino • Complicações: 1) Hematoma 2) Aspiração positiva (<2%) 3) Trismo, porém é infrequente (não conseguir abrir a boca) 4) Paralisia dos nervos oculomotor (lll), troclear (lV) e abducente (Vl), esse último sendo raro – Ou seja posso dessensibilizar sem querer estruturas que garantem a motricidade do globo ocular; Técnica anestésica de Vazirani-Akinosi (boca fechada) É uma técnica muito especifica para quando o paciente está com trismo, pois o ele não irá conseguir abrir a boca. Os motivosdo trismo podem ser: infecção odontogênica, infecção periapical, infecção pulpar, celulite facial e edema do masseter. Iremos realizar a deposição do anestésico acima do forame da mandíbula, e o ponto de punção será entre o ramo da mandíbula e a arcada superior (da maxila) • Inserção da agulha (punção): 1) Pedir para o paciente movimentar a mandíbula lateralmente para o lado que iremos anestesiar, assim abrindo um pouco mais essa área; 2) Encontrar a região entre a cervical dos molares superiores e o ramo da mandíbula 3) Iremos entrar (25mm) no sentido do eixo dos molares (paralelo a eles), no nível cervical dos dentes superiores (figura 16); 4) E injetar o anestésico (1,5 a 1,8 ml) Técnica anestésica do nervo mentual e incisivo Essa técnica vai anestesiar o nervo mentual e o nervo incisivo, pois ela irá se difundir pelo forame mentual. O objetivo não é tocar o nervo com a ponta da agulha, pois isso pode causar uma parestesia no nervo, mas sim chegar bem próximo ao nervo. Indicações: 1) Insensibilização mucosa labial, gengiva inserida, mucosa alveolar da bateria anterior da mandíbula, pele da região do mento e área submentual do primeiro pré-molar até incisivo central. • Ponto de reparo anatômico: 1) Ápice de primeiro e segundo pré-molar inferior; 2) 1,5 cm acima da base da mandíbula; • Inserção da agulha (punção): 1) Localizar o ápice da região entre os dois pré-molares; 2) Posicionar a agulha de trás para frente, de cima para baixo, e de fora para dentro 3) Inserir a agulha (5 a 6 mm) 1,5cm acima da base da mandíbula – Não inserir tão próximo ao rebordo do osso alveolar, deve-se ir um pouco mais para lateral (fora) 4) Injetar metade do tubete anestésico (0,6ml) Figura 16 - Técnica de Vazirani-Akinosi Fabiana Dantas Turino 5) Após deve fazer pressão na região do forame mentual para o anestésico se difundir e dessensibilizar o nervo incisivo Figura 17 – Bloqueio do nervo mentual e incisivo Se eu for anestesiar o canino eu devo usar a BNAI (Lindsay/malamed) ou bloqueio do nervo mentual? Resposta: Tanto faz. Se você usar o bloqueio mentual você irá conseguir anestesiar polpa, ligamento periodontal, osso alveolar dos tecidos vestibulares, mas o tecido lingual não será anestesiado, você irá precisar realizar uma terminal infiltrativa nos tecidos linguais desse canino. Com o BNAI isso não acontece, tanto polpa, ligamento periodontal, osso alveolar dos tecidos vestibulares e linguais estarão anestesiados. Você pode optar também por usar a técnica de Gow Gates, mas não é indicado. Sempre escolher a anestesia mais conservadora que eu puder fazer, com menos chances de complicações e maior previsibilidade. São técnicas complementares pois nunca serão técnicas de eleição, são técnicas que irei lançar mão quando a técnica principal não funciona (em casos de pacientes com inflamação pulpar, onde muitas vezes o BNAI não consegue efetivamente anestesiar a região). Técnica peridental ou técnica intraligamentar: Nessa técnica vamos inserir a ponta da agulha curta no espaço do ligamento periodontal, na mesial ou distal do dente. Iremos fazer igual um “pica-pau”, isto é, ficar furando até a agulha curta (a agulha vai está entortada) encontrar resistência (isto é, parar de avançar), isso você vai saber quando apertar o embolo da carpule e ele estiver duro. Estando no ligamento periodontal vamos apertar o embolo e o anestesico vai se difundir por ele e chegar no ápice. Quando o dente é multiradicular temos que fazer isso em todas as raízes que ele possui. (0,45 a 0,90ml) Figura 18 - Técnica intraligamentar Técnica intrapulpar: Muitas vezes em caso de inflamação essa técnica salva. Essa técnica funciona com o canal exposto ou desgastado com uma broca até chegar no canal, assim iremos entrar com a agulha curta dentro do canal do dente/ câmara pulpar e injetar o anestésico. Quando você fizer pressão para injetar o anestésico o paciente vai saltar de dor, mas vai ser uma vez só. (0,2 a 0,3ml) Fabiana Dantas Turino Figura 19 - Técnica intrapulpar Técnica intra-óssea ou diploica: Nessa técnica iremos injetar o anestésico no osso medular já exposto após uma odontosecção, depositando com uma agulha curta o anestésico diretamente no ápice do dente. Essa técnica é muito realizada em terceiros molares, quando o paciente continua sentido dor após fazer uma canaleta no osso. (0,45 a 0,60ml) Técnica intralesional: Nessa técnica iremos fazer uma anestesia dentro de uma lesão, por exemplo, lesões tumorais. Isso é contraindicado em casos de abcesso, pois se eu faço uma injeção dentro do abcesso eu aumento a pressão hidrostática e posso piorar a situação. Figura 21 - Técnica intralesional Figura 20 - Técnica intra-óssea
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