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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 1 MÓDULO DE: TÉCNICAS DE ENTREVISTA AUTORIA: Jorge Bento Faria Baptista Filho REVISÃO: Odaiz Cilene de Andrade Machado Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 2 Módulo de: Técnicas de Entrevista Autoria: Jorge Bento Faria Baptista Filho Revisão: Odaiz Cilene de Andrade Machado Primeira edição: 2008 CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, beneficiando e divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização e direitos autorais. E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. Todos os direitos desta edição reservados à ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA http://www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 Bairro Itaparica – Vila Velha, ES CEP: 29102-040 Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 3 Apresentação Neste módulo serão tratadas as conceituações e princípios do Mercado de Trabalho e Mercado de Recursos Humanos, bem como o Processo de Seleção de Pessoas, desde o recrutamento até a escolha do candidato. Serão abordadas também algumas técnicas de seleção mais utilizadas, e uma noção geral sobre o processo de desenvolvimento de pessoal e avaliação de desempenho, e entrevistas de desligamento. Ao final do módulo o aluno será capaz de identificar as técnicas de seleção e avaliação de pessoas nas empresas, e descrever a influência determinante do mercado de trabalho sobre o setor de recursos humanos da empresa. O módulo é composto de 30 unidades de conteúdo, e um fórum de discussão, além de outras interações e fóruns que poderão ser criados no decorrer do curso, segundo a necessidade e demanda dos alunos. Objetivo O objetivo deste curso é informar sobre as técnicas de recrutamento e seleção de pessoal, possibilitando a realização de um processo eficiente. Assim como, descrever a influência determinante que o mercado de trabalho tem sobre os recursos humanos e vice-versa. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 4 Ementa Conceituações. O Mercado de Trabalho e suas diferentes situações. O Mercado de RH e suas situações. Eficácia do recrutamento. Fontes do recrutamento. Fases do recrutamento. Objetivos do recrutamento. Segmentação do mercado de RH. Processo de recrutamento. Tipos de candidatos. Recrutamento interno. Vantagens e desvantagens do recrutamento interno. Recrutamento externo. Vantagens e desvantagens do recrutamento externo. Recrutamento misto. Aplicações do recrutamento misto. Seleção de pessoal. Etapas do processo de seleção. Técnicas de seleção. Grupos ocupacionais. Descrição de cargos. Análise e descrição de cargos. Análise de mercado. Fatores utilizados na análise de cargos. Divulgação de vagas. Entrevista de recrutamento. Passos da entrevista. Características profissionais. Testes utilizados para seleção de pessoal. Provas e testes de conhecimentos gerais. Testes de personalidade. Análise de currículos. Escolha do melhor candidato. Devolução dos resultados. Avaliação e controle dos resultados. Integração do funcionário. Acolhimento e integração. Exemplos. Atividades. Descrição de cargos. Avaliação de desempenho. Entrevista de desligamento. Glossário. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 5 Sobre o Autor Possui graduação em Psicologia pela Universidade do Vale do Itajaí (2000) e graduação em Psicologia Bacharelado e Licenciatura pela Universidade do Vale do Itajaí (2000). Especialista em Educação Infantil e Séries Iniciais, e em Administração Pública Municipal. Mestranda em Administração Estratégica de Negócios. Atualmente é psicóloga da Prefeitura Municipal de Barracão, professora on-line da Escola Superior Aberta do Brasil e professora da FACULDADE DA FRONTEIRA há cinco anos. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia da saúde e organizacional, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia clínica, saúde mental, sexualidade humana, educação sexual, psicologia organizacional e assessoria, educação especial e integração Brasil/Argentina. Atual presidente do Comitê Internacional de Saúde da Fronteira e membro da Câmara Técnica de Saúde Mental da 8ª Regional de Saúde de Francisco Beltrão/PR. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 6 SUMÁRIO UNIDADE 1 ....................................................................................................... 9 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL ............................................. 9 Introdução ..................................................................................................... 11 UNIDADE 2 ..................................................................................................... 17 MERCADO DE TRABALHO E MERCADO DE RECURSOS HUMANOS ..... 17 UNIDADE 3 ..................................................................................................... 25 OFERTA E PROCURA DE PESSOAL .......................................................... 25 UNIDADE 4 ..................................................................................................... 29 ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES EM RECURSOS HUMANOS ........ 29 UNIDADE 5 ..................................................................................................... 33 O MERCADO DE TRABALHO EM AÇÃO .................................................... 33 UNIDADE 6 ..................................................................................................... 35 O MERCADO DE RECURSOS HUMANOS EM AÇÃO ................................ 35 UNIDADE 7 ..................................................................................................... 38 CONCEITO DE RECRUTAMENTO .............................................................. 38 UNIDADE 8 ..................................................................................................... 41 O PROCESSO DO RECRUTAMENTO......................................................... 41 UNIDADE 9 ..................................................................................................... 43 RECRUTAMENTO INTERNO ....................................................................... 43 UNIDADE 10 ................................................................................................... 45 RECRUTAMENTO EXTERNO ..................................................................... 45 UNIDADE 11 ................................................................................................... 48 RECRUTAMENTO MISTO ........................................................................... 48 UNIDADE 12 ................................................................................................... 50 SELEÇÃO DE PESSOAL .............................................................................50 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 7 UNIDADE 13 ................................................................................................... 54 TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE PESSOAS .................................................... 54 UNIDADE 14 ................................................................................................... 57 ENTREVISTAS DE SELEÇÃO ..................................................................... 57 UNIDADE 15 ................................................................................................... 64 A ESCOLHA DO MELHOR CANDIDATO ..................................................... 64 UNIDADE 16 ................................................................................................... 66 DEVOLUÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 66 UNIDADE 17 ................................................................................................... 68 INTEGRAÇÃO DO FUNCIONÁRIO .............................................................. 68 UNIDADE 18 ................................................................................................... 71 PROVAS OU TESTES DE CONHECIMENTOS OU DE CAPACIDADE ....... 71 UNIDADE 19 ................................................................................................... 73 TESTES PSICOMÉTRICOS ......................................................................... 73 UNIDADE 20 ................................................................................................... 75 TESTES PSICOMÉTRICOS DE APTIDÕES GERAIS .................................. 75 UNIDADE 21 ................................................................................................... 77 TESTES DE APTIDÕES ESPECÍFICAS ....................................................... 77 UNIDADE 22 ................................................................................................... 79 TESTE DE PERSONALIDADE ..................................................................... 79 UNIDADE 23 ................................................................................................... 86 TÉCNICA DE SIMULAÇÃO .......................................................................... 86 UNIDADE 24 ................................................................................................... 87 TIPOS DE CANDIDATOS ............................................................................. 87 UNIDADE 25 ................................................................................................... 89 DESCRIÇÃO DE CARGOS .......................................................................... 89 UNIDADE 26 ................................................................................................... 99 DESCRIÇÃO DE DADOS ............................................................................. 99 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 8 UNIDADE 27 ................................................................................................. 103 GRUPOS OCUPACIONAIS ........................................................................ 103 UNIDADE 28 ................................................................................................. 107 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ............................................................... 107 UNIDADE 29 ................................................................................................. 126 ENTREVISTA DE DESLIGAMENTO .......................................................... 126 Como conduzir a entrevista: ....................................................................... 127 UNIDADE 30 ................................................................................................. 130 EXEMPLOS E ATIVIDADES ....................................................................... 130 EXEMPLO -2 (CURRICULO) ...................................................................... 135 NOME ......................................................................................................... 135 DADOS PESSOAIS .................................................................................... 135 ATIVIDADE - 3 ............................................................................................ 142 IMAGINANDO QUE VOCÊ POSSUI A SEGUINTE VAGA: ........................ 142 GLOSSÁRIO ................................................................................................. 153 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 154 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 9 UNIDADE 1 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL OBJETIVO: Ao término desta unidade o aluno deverá ter uma noção geral do que é o processo de recrutamento e seleção e qual sua relevância para a empresa. Recrutamento e Seleção são processos organizacionais que visam captar os indivíduos com competências mais adequadas para exercer determinada função na organização. Partindo do conhecimento científico, o desenvolvimento de atividades nestes processos utiliza técnicas como: dinâmicas de grupo, entrevistas psicológicas coletivas e individuais. Tal material possibilita o mapeamento e comparação de competências exigida pela Organização. “A primeira etapa de um Processo Seletivo envolve o Recrutamento, pelo qual a organização comunica e divulga oportunidades de emprego e atrai os candidatos em potencial para o processo seletivo. O Recrutamento envolve um conjunto de técnicas que visa atrair candidatos potencialmente qualificados, dentre os quais serão selecionados os futuros participantes da organização, com base na descrição e análise de cargos. O Recrutamento pode ser interno, externo ou envolver ambos.” (Daniele Cristine Nickel & Maria Alice Pereira de M. e Claro) Com o predomínio da competitividade nas organizações, as empresas passaram a exigir mais de seus funcionários, sendo fundamental a adequação ao cargo, sua produção e o bom relacionamento. A análise psicológica no processo de seleção permite: • Maior compreensão e facilidade na avaliação de um futuro desempenho. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 10 • Maior garantia de uma contratação de sucesso. • Melhor adequação do profissional à empresa e ao cargo. • Aumento de produtividade. • Baixa rotatividade de mão-de-obra. O texto a seguir insere de um modo genérico o papel do psicólogo nas organizações, trazendo importantes elementos de reflexão sobre esta prática emergente da psicologia, bem como uma compreensão da relevância deste profissional para as organizações, especialmente no que tange às análises necessárias ao processo seletivo. Importante frisar que não apenas o psicólogo pode fazer o processo seletivo, desde o recrutamento até a finalização da nova contratação, porém muitos aspectos são inerentes apenas à profissão de psicólogo, como a aplicação de alguns testes específicos de análise de perfil profissiográfico, testes psicológicos e outros. 1.1 Recrutamento e Seleção de Pessoal: O que a Análise do Comportamento tem a dizer?1 Texto de Eduardo Alencar 1/9/06 Resumo O presente trabalho teve como objetivo discutir o paradigma de recrutamento e seleção de profissionais sob a ótica da Análise do Comportamento. No contexto atual da globalização, 1 Texto disponível em: http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=312 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil11 rumos econômicos do capitalismo e outras características sociais que afetam o nosso país enquanto nação subdesenvolvida, o psicólogo se vê obrigado a adaptar-se para ser empregado a mais um diferente campo de atuação: A Área de Recursos Humanos das Organizações. O Analista do comportamento, por sua vez, enquanto profissional emergente da ciência psicológica não pode agir diferente. Enquanto cientista preocupado com as relações (Organismo – ambiente) deve estruturar-se para assumir novos desafios em sua prática e atuação. Serão discutidas a partir de literatura científica, as diferentes possibilidades da inserção da Análise do Comportamento enquanto nova ferramenta de Recrutamento e Seleção de Pessoal, mediando relações entre Organizações e Mercado – de – Trabalho. Palavras Chaves: Análise do Comportamento Humano, Recrutamento e Seleção de Pessoal, Recursos Humanos, Psicologia Organizacional. Introdução Chiavenato propôs em 1983 que a seleção de Recursos Humanos poderia ser definida singelamente como a escolha do homem certo para o cargo certo, ou, mais amplamente entre os candidatos recrutados para um processo seletivo, aqueles mais adequados aos cargos existentes da organização visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho no quadro de pessoal. Esta afirmação sugere que o papel primordial do selecionador de pessoal fosse então, garantir enquanto estratégia de gestão de Recursos Humanos, a eficiência das atividades mediadas por organismos dentro das organizações mantendo ou elevando a produtividade via seleção de perfil psicológico. O autor sugere ainda, um caminho para que os objetivos acima fossem atingidos, este visa caracterizar a seleção de pessoal fundamentando-se em dados e informações a respeito de um determinado cargo a ser preenchido, ou seja, onde as exigências de seleção deveriam basear-se nas especificações do cargo cuja finalidade é dar maior objetividade e precisão ao processo de seleção de pessoal, cruzando posteriormente, informações do ambiente (que compõe o cargo a exercer) x informações psicológicas de candidatos (na época chamadas de personalidade, comportamentos, cognições, características pessoas, a depender da Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 12 escola / abordagem teórica) para coleta de dados e finalmente, a escolha do candidato certo para o cargo certo. Após cientistas das escolas da administração terem descoberto a importância e contribuições dos psicólogos no suporte, auxílio e consultoria em processos de gestão de Recursos Humanos, conforme apontado por Mayo (1933 e 1949) e Santos, Franco e Miguel (2003), tivemos nos últimos 70 anos investimentos consideráveis em pesquisas que discutiam a utilização de ferramentas de avaliação psicológicas inicialmente de uso clínico (como por exemplo, Quati, IFP, IAT, Wartegg, dentre outros), sendo direcionadas ao ambiente organizacional, conforme afirma Alencar e Gomes (2005). Segundo Miguel (2001), atualmente, a maior demanda de serviços psicológicos aplicados à seleção de pessoal voltam-se às organizações de natureza privada, uma vez que sua administração fundamenta-se em estratégias que levam à multiplicação de lucros e capitais financeiros, diferente de organizações sem fins lucrativos cujo administração prioriza outros objetivos. Neste sentido, estas organizações representam grande porcentagem de empregabilidade de psicólogos e profissionais voltados à atividade de recrutamento e seleção de pessoal. É possível verificar pelo grande número de agências de emprego em São Paulo, por exemplo, que devido às necessidades dos serviços característicos da seleção de pessoal, novos rumos tomaram este campo de atuação. Tais agências especializam-se em testagem psicológica para intermediar sujeitos disponíveis no mercado - de - trabalho x organizações, ou seja, até hoje, estão atuando conforme previa Mayo (1933 e 1949) e Chiavenato (1983). Alencar e Gomes (2005) destacam ainda, que devido a esta emergente solicitação de serviços psicológicos e a utilização de testagem no âmbito organizacional, fez-se com que o CRP - Conselho Regional de Psicologia e o CFP - Conselho Federal de Psicologia, criasse condições de fiscalização para garantir o cumprimento de artigos do código ético - profissional da categoria (como por exemplo, o sigilo profissional), bem como, não descaracterizar a profissão de psicólogos (cujo objeto de Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 13 estudo é o homem), assemelhando-os à de administradores (cujo objeto de estudo são empresas). Neste caminho, diversas ferramentas de testagem psicológicas (grande maioria de natureza psicodinâmica, gráficas e projetivas), foram preteridas pelos órgãos fiscalizadores (Lista de testes não recomendados disponíveis no site do CRP: www.crpsp.org.br), colocando o psicólogo novamente em necessidades de adaptação de suas técnicas para ingressar e /ou permanecer no ambiente organizacional. O Analista do Comportamento, porém, pelo seu diferencial em contrapor ideias mentalistas e defender um acentuado rigor metodológico, teórico e científico nos moldes da filosofia do Behaviorismo Radical do americano B.F. Skinner, que objetiva o comportamento como seu objeto de estudo, pode ser visto como um profissional menos afetado por estas fiscalizações, uma vez que seria incoerente o uso de ferramentas de testagem (baseadas em medidas estatísticas, gráficas, projetivas, inventários, dentre outros de natureza não comportamental), já que defendem a idéia de "sujeito único" (Cada um de nós temos um repertório comportamental e este está em constante movimento com os ambientes em que freqüentamos) e de comportamentos adaptáveis (dada determinada contingência, tal comportamento poderá manter-se, evoluir ou extinguir-se). Aparentemente, as orientações de Chiavenato (1983) assemelham-se a técnica de Análise Funcional do Comportamento proposta por Wolp (1983) que em alternativa as testagens psicológicas tradicionais, prevendo através da descrição de contingências (eventos antecedentes a resposta - resposta de um organismo - evento consequente à resposta) a compreensão e consequentemente a prevenção e controle de comportamentos via probabilidade de ocorrência de respostas (comportamento, propriamente dito no senso comum) respeitando as determinantes do comportamento: filogenético, ontogenético e cultural. Santos, Franco e Miguel (2003) parecem concordar com esta metodologia, quando propõem que Analistas do Comportamento que lidam com atividades de seleção de pessoal, devessem analisar repertórios comportamentais únicos e exclusivos de cada sujeito (candidatos, por exemplo), ao invés de tentar identificar traços de personalidade comum a um número X de pessoas, ou seja, dentro deste contexto, ao invés de olhar para estados Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 14 internos como explicação do comportamento e / ou justificativas de traços de personalidade, devemos, através da Análise Funcional, descrever as condições necessárias para que aquele comportamento e / ou repertório de comportamentos (Dinamismo, Flexibilidade, Liderança, dentre outros desenhados pela administração) ocorra e se mantenha no cargo em questão. A falha em considerar as tradicionais testagens psicológicas para a seleção de pessoal está na negativa ou ausência de coleta de dados referente ao ambiente em que o indivíduo atua / vive, ou seja, os testes tradicionais coletam dados da personalidade de sujeitos enquanto submetidos ao ambiente de testagem (aplicação de testes de inteligência, por exemplo), mas não coleta dados de suas relaçõescom a família, amigos, empregos anteriores, lazer, etc. Ambientes pelos quais, determinados "traços da personalidade" somem. Esta informação pode ser compreendida pela Análise do comportamento como mais um comportamento adaptativo que só ocorre dada determinada contingência. Alencar (2005) ilustra esta situação citando o exemplo de uma entrevista, pela qual em uma aplicação de Wisc nos anos iniciais de sua graduação na agência de emprego em que trabalhava, perguntou a um candidato quais eram as 4 estações do ano e este respondeu: Osasco, República, Barra Funda e Itaquera. De fato, se olhássemos simplesmente com o foco da testagem, este sujeito estaria fora dos padrões de normalidade, sendo então rejeitado para vaga em questão por não atingir o QI mínimo para o desempenho desta. Porém, olhando com a "Lupa" da Análise do Comportamento, que se atenta às determinantes do comportamento, o teste deveria considerar que aquela resposta verbal ocorreu, pois na realidade do sujeito (níveis de determinação ontogenético e cultural), aquela resposta era extremamente adequada às contingências de sua história de vida. Um grupo de Analistas do Comportamento tem defendido atualmente o uso da ferramenta de "seleção por competências", onde dados da tríplice contingência (evento antecedente- resposta do organismo-evento consequente a resposta) é coletada no ato das entrevistas psicológicas dando ao entrevistador / selecionador de pessoal, subsídios mais completos Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 15 sobre a história de vida dos candidatos, consequentemente, obtendo maior eficiência ao cruzar o perfil dos cargos com o perfil dos candidatos. Pontes e Serrano (2005) deixam claro como funcionam exatamente a metodologia de seleção por competências que além de caracterizar-se como uma alternativa as testagens psicológicas, pode ser aprendida e utilizada por outros profissionais de Recursos Humanos que não psicólogos. Considerações acerca do modelo comportamental em seleção de pessoal Durante cerca de 70 anos, enquanto a psicologia ingressava astutamente dentro das organizações, as abordagens mentalistas não só foram as primeiras a serem introduzidas, como até hoje representam grande porcentagem na grade de formação acadêmica dos cursos de psicologia. As discussões elaboradas até aqui têm o intuito de apontar o quanto podemos prejudicar as empresas e/ou candidatos se continuarmos conduzindo os processos seletivos sem pensarmos no ambiente em que a pessoa se constituiu, no ambiente em que ela vive, como se constitui um determinado comportamento, qual a função de determinadas respostas, qual a parcela da influência cultural na formação dos candidatos, enfim, o modelo de seleção por competência, traz uma luz ao paradigma de recrutamento e seleção de pessoal e pode ser considerado como um dos caminhos do ingresso do Analista do Comportamento nas organizações visando: A. Colaborar com um modelo de seleção de pessoal que considera o modelo de seleção natural, sujeito único, comportamentos adaptativos, determinantes do comportamento e outras considerações do Behaviorismo Radical, garantindo assim um rigor científico às práticas da psicologia organizacional; B. Reverter o cenário das organizações frente ao mercado de trabalho, que sem considerar a história de vida do sujeito, acaba excluindo-o de oportunidades de Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 16 trabalho, contribuindo para construção de ideais como, por exemplo: "Excelentes e Ruins" candidatos, ou seja, criação de rótulos; C. Alavancar publicação de pesquisas à comunidade comportamental D. Construir conhecimento para combater injustas críticas direcionadas a esta abordagem, conforme apontam os estudos de Thomaz, Alencar, Bueno e Rocha (2006). Silvia e Nunes (2002) trazem como exemplo, a metodologia de seleção por competência já caracterizada como ferramenta a ser utilizada por profissionais de seleção, não necessariamente psicólogos, frente a esta era de mudanças que afetam o RH das empresas no contexto globalizado. A própria adaptação da linguagem pela qual as autoras abordam o tema, em função da evolução e proporção científica que tomou a metodologia nas organizações e congressos brasileiros sobre Recursos Humanos, pode ser considerada como um exemplo e merece atenção de Analistas do Comportamento na participação, construção, evolução, atualização e discussão desta ferramenta. Já é possível, visualizar psicólogos dedicados à sua prática de atuação, fornecendo consultoria a empregadores e funcionários de RH acerca desta nova tendência que com certeza aponta subsídios para atender da melhor forma possível, as expectativas do recrutamento e seleção de pessoal das organizações frente a uma realidade de país subdesenvolvido, influenciado pela globalização e pelo capitalismo. É neste sentido que faço questão de motivar cientistas do comportamento a participarem ativamente da construção e modelagem deste contexto. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 17 UNIDADE 2 MERCADO DE TRABALHO E MERCADO DE RECURSOS HUMANOS OBJETIVO: Nesta unidade o aluno deverá saber diferenciar mercado de trabalho e mercado de recursos humanos, sabendo minimamente o funcionamento de cada um. TEMA PARA FÓRUM: EDUCAÇÃO, TRABALHO E MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL – TEXTO DE Azuete Fogaça; Cláudio L. Salm, disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009- 67252006000400021&lng=pt&nrm=is EDUCAÇÃO, TRABALHO E MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL Azuete Fogaça; Cláudio L. Salm No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, os diagnósticos da situação brasileira face às mudanças na economia revelaram um ponto consensual quanto à adequação dos recursos humanos às novas exigências do mercado de trabalho: a centralidade da educação geral nesse novo cenário econômico que se descortinava, seja em função da maior competitividade requerida pela abertura da economia, seja pela difusão das novas formas de produzir (chamada de Terceira Revolução Industrial). Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 18 Destacava-se, à época, a ineficácia das políticas educacionais adotadas até então: os indicadores educacionais dos anos 1970 e 1980 explicitavam a escassez de vagas nas séries iniciais do ensino fundamental, as altas taxas de evasão e repetência nesse nível de ensino, o reduzido contingente de jovens que chegavam ao ensino médio (que também apresentava taxas significativas de evasão e repetência), além do fato de apenas 10% dos concluintes desse nível ter acesso ao ensino superior. Paralelamente a uma reforma da educação geral, recomendava-se a revisão das estratégias tradicionais de qualificação profissional, apoiadas nos baixos níveis de escolaridade da maioria dos jovens e adultos, dedicadas a ocupações que tendiam a se tornar obsoletas. Pois bem, o que se pode observar hoje, após três mandatos presidenciais, é que o consenso então produzido não se traduziu em real diretriz das ações voltadas, supostamente, para a adequação da formação do trabalhador brasileiro aos moldes trazidos pelos novos paradigmas. No âmbito da educação profissional, fez-se uma reforma do ensino técnico público que, em nome da democratização do acesso, apenas fragilizou uma estrutura até então reconhecida pela sua qualidade. Já os programas governamentais criados para garantir a elevação da escolaridade de cerca de 46 milhões de trabalhadores e melhoria das condições de inserção no mercado de trabalho para os segmentosmais frágeis (1), se caracterizaram por dar prioridade à realização de cursos de curta duração (40 horas) em qualificações já reconhecidamente marcadas pelo risco de desemprego. Tanto é assim, que as avaliações apontaram que apenas 5% dos egressos desses cursos conseguiram se empregar a partir das qualificações recebidas. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 19 Na área da educação geral, promulgou-se uma nova legislação (a Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9394/96) que inclui na sua exposição de motivos e nos seus objetivos gerais a preocupação com a adequação do sistema educacional aos novos requisitos de escolaridade e formação técnico-científica. Dez anos depois, as estatísticas educacionais apontam para um aumento expressivo na matrícula e nas taxas de conclusão do ensino fundamental o que, inevitavelmente, contribuiu para a expansão da matrícula e das conclusões do ensino médio. Entretanto, os resultados das avaliações sistêmicas (2) indicam, desde 1998, uma tendência de queda da qualidade do ensino público, que hoje se expressa, principalmente, no fato de que 50% dos alunos da 4ª série do ensino fundamental não sabem ler e, dentre os que lêem a maioria não compreende aquilo que lê. No ensino médio, os desempenhos são baixíssimos, particularmente nas chamadas disciplinas técnico-científicas, como matemática, física, química e biologia (3). Assim, elevou- se a escolaridade formal da população em idade escolar, mas a sólida base de educação geral que se esperava não se realizou. Registre-se que o ensino superior público vem passando ao largo das questões relativas tanto aos novos perfis ocupacionais demandados, como das novas ocupações produzidas pelas inovações tecnológicas. Entendendo que se preocupar com tais questões significa aderir aos "interesses do capital", a rede de universidades públicas mantém seus cursos tradicionais, o que, associado às limitações impostas pela escassez de recursos, apresenta problemas tanto no que se refere à ampliação da oferta de vagas quanto para a manutenção de seus níveis de qualidade. Esses fatos contribuem para que a participação das instituições privadas no total de matrículas do ensino superior gire hoje em torno de 70%, impulsionada tanto pelos programas de financiamento e de concessão de bolsas de estudo, como pela explosão da oferta de cursos de graduação tecnológica, com a duração de dois anos e meio, e que, em princípio, responderiam com maior efetividade às novas demandas ocupacionais. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 20 Essa modalidade de formação universitária, que vem sendo rejeitada pelas instituições públicas, atrai grande parcela dos jovens de baixa renda que buscam tanto uma qualificação de nível superior mais rápida do que a dos cursos tradicionais, quanto maiores chances de obtenção de emprego e/ou melhoria salarial. Entretanto, os poucos dados disponíveis não permitem que se faça uma análise consequente de seus resultados, principalmente quanto à sua aceitação pelo mercado de trabalho. De todo modo, a questão da qualidade da formação recebida é crucial: as avaliações de cursos superiores realizadas pelo MEC (4) apontam que a maioria das universidades privadas oferece cursos de qualidade discutível; entretanto, embora ainda se situem num patamar superior, e salvo algumas ilhas de excelência, as instituições públicas também vêm perdendo qualidade. Assim, se é verdade que temos um aumento do contingente de profissionais de nível universitário, também é verdade que há que se questionar se a formação recebida de fato corresponde às necessidades dos concluintes e às demandas do mercado, o que pode inclusive explicar, ainda que parcialmente, o fenômeno do desemprego dos jovens profissionais de nível superior. Se no campo educacional os resultados estão bastante distantes do que se pretendia, o campo econômico, apesar de inegáveis avanços como a estabilização, a modernização tecnológica das empresas e o salto nas exportações, também apresentou frustrações sendo, talvez, a maior delas as baixíssimas taxas médias de crescimento que caracterizam nossa economia há mais de duas décadas, com sérios reflexos na geração de empregos. Sabemos que a expansão do sistema educacional se dá com grande autonomia face ao desempenho econômico do país, e que aquela expansão ocorre agora de forma mais acelerada nos níveis mais elevados do sistema. Equivale a dizer que, na ausência de um crescimento econômico mais vigoroso, capaz de gerar postos de trabalho em quantidade – e de qualidade – compatível com a expansão das matrículas, corremos o risco de enfrentar sérios problemas de desemprego de mão-de-obra qualificada, o que representa um enorme desperdício de recursos públicos e privados. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 21 De fato, são raras as atividades no Brasil em que a mão-de-obra qualificada constitui um gargalo impeditivo. Tais atividades podem ser encontradas no campo da pesquisa avançada, por exemplo, mas não é um obstáculo de difícil transposição nos setores econômicos em geral. Não porque o país já disponha de mão-de-obra qualificada em abundância, como já demonstramos, mas porque a demanda por ela é medíocre face à semi-estagnação em que estamos mergulhados. Acreditamos, inclusive, que ninguém taxaria de "economicistas" aqueles que atribuem ao nosso baixo crescimento econômico alguma responsabilidade no descaso com que tratamos nosso sistema educacional. Ademais, ocorre que, na verdade, a questão educacional não mobiliza a sociedade brasileira. Nossa tradição é de uso da educação escolar como fator de diferenciação entre os segmentos sociais, de legitimação das hierarquias sociais e, com isso, de manutenção das desigualdades. Ou seja, ainda somos dominados pelo credencialismo. E isto pode ser analisado sob três aspectos: o primeiro, mais geral, é que (i) apesar dos avanços democráticos obtidos, e eles de fato existem, nossa sociedade ainda está calcada na ideia de que todos somos iguais, mas uns são mais iguais do que os outros, ou de que existem brasileiros que "naturalmente" merecem ter todas as oportunidades, e outros que "naturalmente" não merecem. Daí decorre a banalização da pobreza, da situação de miséria em que vive boa parte dos brasileiros. O segundo aspecto diz respeito ao empresariado e às hierarquias empresariais, nas quais, no Brasil, (ii) ainda não se admite a ideia de que as inovações podem surgir no chão-de-fábrica, isto é, de que o trabalhador pode fazer e pode pensar. Daí se explica o comportamento da maioria das empresas, que modernizam seus processos mais através da importação de equipamentos, mas pouco investem na maior participação dos trabalhadores, na democratização das relações de trabalho; não transformam os maiores ganhos de produtividade em melhores salários. E muitos empresários ainda consideram que a escolarização do trabalhador é dispensável, quando não um desperdício. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 22 O terceiro aspecto diz respeito ao predomínio, ainda, na esfera política, (iii) do uso da educação como moeda eleitoreira e, por consequência, a transformação das desigualdades sociais em bases para o exercício de um populismo nefasto. Daí se explica a inércia dos poderes públicos diante do fraquíssimo desempenho do sistema educacional e das evidências de que grande parte dos problemas sociais que temos está associada à baixa escolaridade. O que se constata é que a concepção de desenvolvimento, ou melhor, de superação do subdesenvolvimento, no qual todosos segmentos sociais são beneficiados e aqueles que estão na base da pirâmide social avançam mais rapidamente pela inclusão na produção, atingindo assim patamares que permitem condições dignas de vida, é uma ideia que ainda não vingou entre nós. Apontar a educação como uma ferramenta importante para esse desenvolvimento com justiça social, soa bem no discurso, mas não transforma a prática, porque, na verdade, a pobreza é funcional aos que colhem os melhores frutos desse nosso modelo de sociedade. Neste contexto, o panorama geral da educação brasileira nos autoriza a crer que ainda conviveremos por muito tempo com estratégias econômicas que não correspondem à efetiva superação do subdesenvolvimento e que manterão boa parte dos brasileiros à margem dos ganhos obtidos, mesmo se, eventualmente, lograrmos uma taxa de crescimento mais elevada. Azuete Fogaça é doutora em educação, professora de sociologia da educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Cláudio L. Salm é doutor em economia, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 23 NOTAS 1. Referimo-nos aqui especialmente ao Planfor-Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador, implantado em 1966 e extinto em 2003. Atualmente não existe qualquer programa dessa natureza sendo executado em âmbito nacional. 2. Quanto a isto, ver séries históricas das avaliações do SAEB-Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, realizadas desde 1996 pelo MEC/Inep. 3. Em avaliação realizada no estado de Minas Gerais, apenas 15% dos alunos do ensino médio público apresentou desempenho satisfatório nessas disciplinas (Simave-Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Básica. SEE-MG/Universidade Federal de Juiz de Fora. 2003). 4. Para maiores detalhes, ver dados do chamado "Provão", Sistema de Avaliação de Cursos Superiores, atualmente substituído pelo Sinaes-Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior. (MEC/Inep) Antes de se falar do recrutamento propriamente dito é interessante se falar em mercado de recursos humanos e mercado de trabalho. O planejamento do tipo de fonte de recrutamento ideal para cargo requisitado depende diretamente do ambiente e das oportunidades que rodeiam a organização. O ambiente influencia as organizações através de sua variedade de forças sociais, culturais, econômicas, políticas, tecnológicas, etc. estas forças fogem ao controle da organização. Essas influências ambientais refletem no mercado de trabalho. • Mercado de trabalho - Conjunto das ofertas de trabalho oferecidas pelas empresas, em certa época e em determinado lugar. • Mercado de recursos humanos - é o conjunto de indivíduos aptos ao trabalho em certa época e em determinado lugar. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 24 Tanto o mercado de trabalho quanto o mercado de recursos humanos sofrem variações em função do tempo e do espaço (ambiente). O mercado de trabalho e o mercado de recursos humanos são interdependentes e se interpenetram. O mercado de trabalho é a área pela qual os candidatos a um emprego devem ser recrutados, irá variar com o tipo de posição a se preenchida e com a remuneração a ser paga. O recrutamento de executivos e de pessoal técnico, que exige elevado grau de conhecimentos e habilidades, pode abranger âmbito nacional ou internacional. O recrutamento para cargos que exijam menos habilidades pode ser feito no mercado local. A relutância das pessoas em mudar-se (resistência a mudanças) pode fazê-las recusar ofertas de emprego, levando os empregadores a desconsiderar a possibilidade de empregá- las fora do mercado de trabalho local. Ao oferecer um nível atraente de remuneração e ajudar a arcar com os custos de mudança, os empregadores podem induzir à mudança alguns candidatos. Outros fatores importantes que afetam o mercado de trabalho são: a possibilidade do trabalho remoto e o equilíbrio entre a oferta e demanda (oferta e procura) de empregos. Atualmente, a tecnologia da informação e das comunicações tornou possível que pessoas trabalhem em um mesmo projeto, não estando no mesmo local físico - o trabalho remoto. As modernas tecnologias de informação, também possibilitam uma maior eficiência na busca de empregos e empregados que utilizando dos serviços de redes de computadores (Internet) obtêm acesso a organizações que ofertam empregos e essas organizações a possíveis candidatos. Segundo o IDC (International Data Corporation), num futuro não tão distante, 96% as organizações estarão fazendo uso da Internet para recrutamento de pessoal. Sites especializados disponibilizam para as empresas e candidatos, bancos de ofertas de emprego e currículos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 25 UNIDADE 3 OFERTA E PROCURA DE PESSOAL OBJETIVO: Nesta unidade o aluno deverá entender o processo de oferta e procura de pessoal, bem como suas formas de regulação no mercado de trabalho e mercado de recursos humanos. No planejamento dos recursos humanos de uma organização, o processo de antecipar e prevenir os movimentos de ingresso e saída de pessoas na organização é de suma importância. E tem como objetivo a eficiência destes recursos na empresa. A antecipação de períodos de escassez e super oferta de mão-de-obra, também são objetivos da gestão de RH, o que proporciona maiores oportunidades de selecionar os melhores candidatos existentes no mercado. As grandes mudanças, advindas de um mundo globalizado, apresentam desafios para a administração de RH, exigindo melhores planejamentos, pois estas mudanças afetam não só o recrutamento dos empregados, mas também os métodos de seleção, capacitação, remuneração e motivação dos mesmos. Ao planejar os recursos humanos, os gestores seguem um processo sistemático ou modelo, cujos elementos fundamentais são: a) Prognosticar a demanda de recursos humanos; b) Prognosticar a oferta; c) Equilíbrio entre os fatores de oferta e demanda; a) Prognóstico da demanda: muitos fatores influenciam na demanda de recursos humanos de uma organização e incluem as mudanças no ambiente social e geral, na Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 26 organização e na força de trabalho. O conjunto desses fatores influencia as estratégias corporativas e nos planos da organização em longo prazo. Alguns desses fatores encontram-se dentro da área de controle da empresa, outro não. A demanda de RH experimenta variações devido a fatores pessoais; quando estes fenômenos incluem números consideráveis de empregados, assim como a experiência obtida em ocasiões anteriores podem servir como indicadores da ação que se deve realizar. Algumas técnicas para a detecção de tendências de demanda consistem em diversas práticas que se orientam para determinar quais serão as futuras necessidades de pessoal, os prognósticos formulados por analistas da área. Outra técnica mais rápida é projetar as tendências que tem predominado até o momento. Os métodos mais simples para esse cálculo são: extrapolação e indexação. A extrapolação requer prolongar as tendências de mudanças do passado para fases futuras. A indexação é um método mediante o qual se estabelece uma comparação entre o incremento dos níveis de emprego com um índice determinado, como a relação entre o número de trabalhadores de um departamento de produção e das cifras de venda da organização. Tanto a extrapolação como a indexação são aproximações em curto prazo, porque ambas assumem que as causas da demandaexterna e fatores como a dinâmica da organização permanecerão constantes; as análises estatísticas são mãos viáveis para a projeção em longo prazo. b) Prognóstico de oferta: uma vez que se consegue projetar a demanda futura de recursos humanos, o passo seguinte no processo consiste em preencher as vagas que foram programadas. Existem duas fontes: internas e externas a organização. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 27 A oferta interna de trabalho. Uma avaliação da oferta interna de RH requer muito mais que uma mera conta do número de empregados. Os gestores devem levar a cabo uma auditoria da atual força de trabalho para inteirar-se profundamente do potencial dos atuais trabalhadores. Estas informações permitem estimar de maneira probabilística as vagas que podem ser preenchidas com a força de trabalho atual. Estas tentativas de mudanças são assinaladas nos quadros de substituição potencial. Considerar os atuais empregados para as futuras vagas é importante se os mesmos vão permanecer na empresa durante um tempo relativamente prolongado e a empresa aspira proporcionar empregos que permitam o progresso individual. As auditorias de pessoal e os quadros de substituição potencial podem ser essenciais para a base de informação do departamento de RH. Ao conhecer mais a fundo o potencial do pessoal atual, o departamento pode planejar o recrutamento, a capacitação e planejar as carreiras profissionais de maneira mais efetiva. Oferta externa de trabalho. Nem todas as vagas podem ser preenchidas por pessoal da organização. Em alguns casos a empresa não conta com o pessoal adequado para substituir um empregado que recebe uma promoção ou que abandona a organização por qualquer razão. Também no caso de postos de nível inicial ou básico é necessário recorrer a fontes externas. O crescimento da organização constitui o principal fator da criação de postos de nível básico, sobretudo em companhias que estabelecem a política de proporcionar promoção interna de seu pessoal. O êxito na tarefa de identificar novos empregados depende do mercado de trabalho, mas também da habilidade dos especialistas de RH em efetuar essa tarefa. c) Equilíbrio entre oferta e demanda: o planejamento de recursos humanos deverá esforçar-se em prolongar um equilíbrio adequado, não só nas técnicas de prognóstico e sua aplicação, mas também entre a ênfase que se dá aos fatores de demanda além da oferta. Os fatores de demanda se baseiam nas tendências prognosticadas na Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 28 atividade econômica; os fatores de oferta incluem a determinação do lugar e da forma de encontrar os candidatos com as habilidades requeridas para cobrir as vagas. Devido à dificuldade em localizar aspirantes para o crescente número de postos que precisam uma capacitação avançada, este aspecto do planejamento recebe cada vez mais atenção. Depois de avaliar a oferta e demanda de recursos humanos é possível que a empresa necessite efetuar alguns ajustes. Quando a oferta interna de emprego excede a demanda da organização, existe um excesso na oferta interna. A maior parte das empresas responde a uma situação desse tipo mediante o congelamento das contratações; nos termos de uma política desse tipo o departamento de pessoal deixa de preencher mediante contratações externas as vagas que surgem e opta por uma política de realocação. Com o tempo, o processo normal de rotação de pessoal e abandono da organização, essa situação lentamente é corrigida. Se a oferta interna não pode suprir as vagas apresentadas pela organização, existe uma situação de insuficiência da oferta interna; e no que toca a ações em curto prazo, os gestores de RH encontram pouca flexibilidade nas ações que podem ser levadas a cabo a nível interno e devem apelar aos recursos externos e localizar novos empregados, em longo prazo, essas iniciativas para que os empregados atuais adquiram os conhecimentos, experiência e a capacitação que permitam sua futura promoção. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 29 UNIDADE 4 ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES EM RECURSOS HUMANOS OBJETIVO: Nesta unidade o aluno deverá compreender minimamente os conceitos relativos ao setor de Recursos Humanos da empresa, no intuito de saber que traços de perfil são relevantes na análise inicial de uma seleção ou avaliação de desempenho. 4.1. Rotatividade de pessoal Chiavenato (1999) define e relaciona mercados de trabalho e mercado de recursos humanos. Aborda a rotatividade de pessoal como uma despesa que pode ser evitada se houver mais critério e atenção na seleção de mão-de-obra. A rotatividade alta reflete na produção, no clima organizacional, relacionamento interpessoal. O autor alerta que para combater a rotatividade é preciso detectar as causas e determinantes. A rotatividade de recursos humanos ou turnover é um dos aspectos mais importantes da dinâmica organizacional. 1. O índice de rotatividade de pessoal percentual é calculado a partir do volume de entradas e saídas de pessoal, dividido pelo efetivo médio Índice de rotatividade = (FD + FA) / TP * 100 FD = nº de funcionários desligados FA = nº de funcionários admitidos TP = total de pessoas da organização. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 30 2. Para efeito de planejamento de RH, é possível também verificar as perdas de pessoal e suas causas, calculando-se os desligamentos Índice de rotatividade = (FD) / TP * 100 FD = nº de funcionários desligados TP = total de pessoas da organização. A causa da rotatividade de pessoal pode ser diagnosticada pelos fenômenos internos e externos à organização cujos dados são obtidos em entrevistas no ato dos desligamentos, espontâneas ou programadas registradas de modo confidencial, ou por dados coletados pela própria empresa – avaliados pela política de recursos humanos. O custo da rotatividade de pessoal agrupa custos primários (todas as despesas com desligamentos e substituições), secundários (custos intangíveis: perda na produção, clima ambiental) e terciários (perdas de negócios e investimentos extras). Seus três mais graves efeitos negativos estão no: a. Desenvolvimento da população laborativa de participar dos benefícios do desenvolvimento econômico, dificultando a evolução e o crescimento do mercado internacional, além de sérias restrições de participação de pequenas e médias empresas no cenário econômico nacional; b. Perda de oportunidade de expansão das pequenas e médias empresas, influência no índice de preços e alta da inflação; c. Comprometimento do mecanismo da poupança nacional através do FGTS. Há ainda efeitos sociais como queda salarial e baixo poder aquisitivo, maior carga tributaria, paternalismo estatal. Em médio e longo prazos, o prejuízo se reflete na organização, no mercado e na economia nacional – na sociedade e no indivíduo. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 31 4.2. Absenteísmo de pessoal O absenteísmo, absentismo ou ausentismo também é um fator que faz parte do planejamento do RH. Suas causas nem sempre são atribuídas ao empregado, (doenças, faltas, problemas com locomoção, razões familiares, desmotivação, políticas inadequadas na empresa, supervisão precária da chefia ou gerência, acidente de trabalho). O absenteísmo repercute na produtividade. As causas do absenteísmo precisam ser diagnosticadas para controle político da organização. O índice de absentismo puro deve abordar todo o tipo de ausência, inclusive as justificadas. Enquanto o índicede absenteísmo de afastados envolve férias, licenças e afastamentos por doenças, maternidade ou acidente de trabalho. Índice de absenteísmo = (TP / horas perdidas) / (TP / horas de trabalho) TP = total de pessoas da organização. Redução da rotatividade e absenteísmo: a rotatividade e o absenteísmo são fatores imprevisíveis negativos tanto para organização quanto para o empregado. 4.3. Avaliação de Desempenho A avaliação de desempenho é uma importante ferramenta de Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do desempenho do profissional em função das atividades que realiza, das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. O objetivo final é contribuir para o desenvolvimento das pessoas na organização. O resultado final da Avaliação de Desempenho deve apresentar as informações necessárias para a Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 32 identificação de oportunidades de melhoria e a elaboração de um plano de ações em relação a vários níveis – geral da organização, por área e individual. 4.4. Motivação e Desenvolvimento de Pessoal Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção, e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta. A motivação é quase sempre relacionada com desempenho positivo. Ao longo dos anos, passamos a acreditar que quando uma pessoa se põe a caminho de um objetivo, ela não necessariamente está motivada a atingir este objetivo. Os fatores que a levam a caminhar naquela direção podem- lhe ser intrínsecos ou extrínsecos. Quando são intrínsecos, há motivação; quando são extrínsecos, há apenas movimento. Poucas empresas têm exatamente as pessoas que desejam, fazendo exatamente aquilo que é necessário. Pode se tomar alguma providência a esse respeito ou simplesmente ignorar o assunto. Se ignorado, certamente aumentará a distância entre o que se precisa que as pessoas façam e o que elas realmente fazem. Da mesma forma, somente algumas pessoas estão exatamente no cargo que gostariam, fazendo as coisas que sabem fazer melhor. Se você ignorar isto, pode perder sua força de trabalho, ou acabar ficando com pessoas desinteressadas e entediadas na hora em que mais precisar delas para adotar novas ideias ou fazer mudanças. Muita gente deixa o trabalho por não ser treinada ou desenvolvida. Desenvolver pessoas não é apenas desenvolver novas habilidades; é o desenvolvimento da capacidade e da vontade de se adaptar. Em função disto, as empresas que ativamente procuram desenvolver seu pessoal sobrevivem e prosperam. As que não o fazem, normalmente são as primeiras a se dar mal. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 33 UNIDADE 5 O MERCADO DE TRABALHO EM AÇÃO OBJETIVO: Compreender o funcionamento básico do mercado de trabalho e suas situações em relação ao mercado de recursos humanos. Importante saber que o Mercado de Trabalho é variável, dinâmico, e diretamente dependente da situação do Mercado de Recursos Humanos. As situações mudam de acordo com cada setor específico das empresas, podendo mesmo dentro de segmentos semelhantes ocorrerem situações diferentes, devido ao mercado de recursos humanos estar com maior ou menor oferta de profissionais qualificados para aquela determinada função. 5.1 O Mercado de Trabalho e suas Situações: 1. Oferta de empregos > Procura de empregos => Mercado de empregos em oferta. 2. Oferta de empregos = Procura de empregos => Equilíbrio. 3. Oferta de empregos < Procura de empregos => Mercado de empregos em procura. Situação 1 • Recrutamento moroso, rendimento mais baixo, os investimentos em estratégias de recrutamento são incrementados (não costumam trazer candidatos em número suficiente ou dentro do padrão de qualidade esperado). • Seleção mais flexível e menos exigente. • Maior investimento em treinamento de pessoal, tanto para compensar as deficiências dos candidatos admitidos, como para aquecer os programas de promoção de empregados, antes que estes aproveitem as oportunidades externas. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 34 • Salários iniciais com tendência a se elevarem, provocando distorções na política salarial da empresa. • Competição entre as empresas que utilizam o mesmo tipo de mão-de-obra. • Candidatos passam a escolher melhor as empresas onde vão trabalhar. • Preocupação da empresa em reter e fixar seus empregados. Maior preocupação em programas de benefícios sociais para melhorar a imagem da empresa. • Intensificação em recrutamento interno. Situação 2 • Existe um equilíbrio entre oferta e procura. Situação 3 • Redução dos investimentos em recrutamento pela intensa procura. • Maior rigor na seleção • Substituição de empregados considerados medíocres por outros mais bem preparados. • Redução de investimento com treinamento. • Abaixamento das faixas salariais. • Redução de investimentos em benefícios sociais. • Ênfase recrutamento externo em detrimento do interno. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 35 UNIDADE 6 O MERCADO DE RECURSOS HUMANOS EM AÇÃO OBJETIVO: Compreender o funcionamento básico do mercado de recursos humanos e suas situações em relação ao mercado de trabalho. Da mesma forma que o mercado de trabalho, o mercado de recursos humanos é também variável e dinâmico. Depende diretamente do número de profissionais qualificados em determinada ocupação ou função, e está interligado ao mercado de trabalho, influenciando-o e de certa forma regulando-o, bem como as questões relativas à remuneração básica de cada função, jornada de trabalho, etc. 6.1 O Mercado de RH e suas Situações 1. Oferta de candidatos > Procura de candidatos => Mercado de recursos humanos em oferta. 2. Oferta de candidatos = Procura de candidatos => Equilíbrio. 3. Oferta de candidatos < Procura de candidatos =>Mercado de recursos humanos em procura. Situação 1 • Corresponde à situação de procura do mercado de trabalho. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 36 Situação 2 • Corresponde a um equilíbrio entre a oferta e procura. Situação 3 • Corresponde à situação de oferta do mercado de trabalho. 6.1.1 Segmentação do Mercado de RH ALTERNATIVA 1 • Candidatos procurando salários melhores. • Pessoas que estão empregadas e desinteressadas por outras oportunidades. • Candidatos procurando melhores benefícios • Candidatos desempregados • Candidatos procurando melhores condições de trabalho • Candidatos procurando cargos melhores. ALTERNATIVA 2 • Mão-de-obra braçal: operários e serventes. • Executivos: gerentes: consultores e assessores • Mão-de-obra qualificada: vigias e porteiros. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 37 • Mão-de-obra especializada: ferramenteiro, mecânicos e eletricistas. • Técnicos: desenhistas, projetistas e processistas. • Supervisores: encarregados, chefes e líderes. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 38 UNIDADE 7 CONCEITO DE RECRUTAMENTO OBJETIVO: Conhecer o conceito de recrutamento e identificar suas principais fases. Recrutamento é um conjunto de procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. Sistema de informação onde a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos, oportunidade de empregos que pretende oferecer. Tem por objetivo supriro processo seletivo de matéria-prima (candidatos) com eficácia. 7.1 Fases do Recrutamento • Identificação das fontes; • Seleção das fontes; • Manutenção das fontes de recrutamento Objetivando... • Elevar o rendimento do processo de recrutamento, aumentando tanto proporção de candidatos / candidatos triados para a seleção, como a de candidatos / empregados admitidos; • Diminuir o tempo do processo de recrutamento; • Reduzir os custos operacionais de recrutamento, através da economia na aplicação de suas técnicas. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 39 Para uma identificação o precisa da melhor fonte de recrutamento se fazem necessários dois tipos de pesquisa: • A pesquisa externa; • A pesquisa interna. Na pesquisa externa o recrutador segmenta o mercado de recursos humanos de acordo com os interesses da organização em relação aos candidatos que deseja atrair. Na pesquisa interna corresponde às necessidades da organização com relação a recursos humanos e quais as políticas que a organização pretende adotar em relação ao seu pessoal. Consiste a Pesquisa Interna: 1. Na delimitação dos objetivos do empregador, no recrutamento. 2. Organização do recrutamento e delegação de autoridade ao recrutador. 3. Listagem dos requisitos necessários ao trabalho. 4. Utilização dos meios e técnicas para atrair as fontes de recursos humanos. 5. Avaliação do programa de recrutamento em função dos objetivos e dos resultados alcançados 7.2 Fonte de Recrutamento A melhor fonte de recrutamento é aquela capaz de atrair um maior número de candidatos para abastecer a seleção de forma que possa ser escolhido um candidato apto às condições do cargo. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 40 7.3 Eficácia do Recrutamento Essa eficácia será atingida se o recrutamento for feito de forma orientada e planejada; tendo em vista o mercado de trabalho e o mercado de mão-de-obra para aquele cargo requisitado, para que se possa utilizar a melhor fonte de recrutamento. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 41 UNIDADE 8 O PROCESSO DO RECRUTAMENTO OBJETIVO: Compreender o processo do recrutamento e suas implicações para a empresa e para os candidatos. Como o setor de recrutamento tem a função de STAFF (assessoramentos), ele depende da decisão de outro setor (órgão requisitante), para começar o processo de recrutamento. Esse processo se inicia no setor de recrutamento com a chegada da requisição empregado (requisição de pessoal). Essa requisição é um documento que deve ser preenchido e assinado pelo responsável que pretende preencher alguma vaga em seu Departamento ou Seção. Existem vários modelos de requisição de pessoal variando com a sofisticação da empresa. Quanto mais sofisticada a empresa, menores os detalhes que o responsável pelo órgão emitente deverá preencher no documento. 8.1 Divulgação de Vagas Anúncio - É o recurso mais utilizado, pois atrai o maior número de candidatos. Porém, nem sempre é a melhor opção, por isso, devemos sempre pesquisar o mercado de RH. Não se preocupe apenas com a boa redação do anúncio, o cabeçalho e a abertura são fundamentais para atrair a atenção das pessoas e devem ter no título do cargo seu principal elemento, juntamente com o nome da empresa. No corpo do anúncio fale de forma rápida e objetiva sobre a empresa, sua localização, atividade, porte, posição no mercado, etc. Descreva a natureza do trabalho e deixe bem especificado o perfil e pré-requisito necessários ao ocupante do cargo, como idade, sexo, experiência necessária, escolaridade, Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 42 etc. Acrescente os procedimentos necessários para inscrição dos candidatos (Pode-se solicitar o envio de currículos ou o comparecimento dos candidatos, determinando datas e horários). Quando colocar anúncio fechado (que não consta o nome da empresa) - Quando não há interesse em divulgar a empresa, ou quando se tratar de substituição de funcionário sigilosa, bem como para descobrir insatisfeitos ou pouco envolvidos e para evitar muita procura. Quando colocar anúncio aberto - Quando a empresa pretende divulgar o seu momento de crescimento e o seu nome no mercado, para desenvolver um banco de dados e para ter mais opções, já que a procura é maior. O local para divulgação do anúncio é fundamental para o sucesso do mesmo. O jornal local é uma das melhores formas de divulgação. Porém nem todos têm acesso ao jornal. Anúncio de vagas para classe social mais baixa não deve ser feita somente no jornal. Para estes casos, podemos recorrer a cartazes, que podem ser afixados em bancas de jornais, bares, oficinas e estabelecimentos afins. Vagas para estagiários, quando divulgadas nas faculdades, oferecem um ótimo retorno. Existe, ainda, a opção do boca a boca, ou seja, a vaga é divulgada entre os profissionais do mesmo setor que estão trabalhando. Eles passam a mensagem para colegas desempregados. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 43 UNIDADE 9 RECRUTAMENTO INTERNO OBJETIVO: Compreender o processo de recrutamento interno, bem como suas vantagens e desvantagens, no intuito de saber eleger a melhor forma de recrutamento em cada situação de seleção específica. O Recrutamento Interno é feito através de remanejamento de funcionário através de promoção (Movimentação Vertical), transferência (movimentação Horizontal) ou ainda transferência com promoção (Movimentação Diagonal). Pressupõe integração entre o setor de recrutamento e dos demais setores da empresa. O Recrutamento Interno Envolve: • Transferência de pessoal; • Promoção de pessoal; • Transferências com promoções de pessoal; • Programas de desenvolvimento de pessoal; • Planos de encarreiramento (carreiras) de pessoal. 9.1 Vantagens do recrutamento interno • Mais econômico - Menos despesas com anúncios, empresas de recrutamento, custo com atendimento de candidatos, custo de admissão, custos de integração do novo empregado, etc. • Mais rápido; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 44 • Maior índice de validade de segurança; • Fonte poderosa de motivação para empregados; • Aproveita os investimentos da empresa em treinamento de pessoal. • Desenvolve um sadio espírito de competição entre o pessoal, tendo em vista que as oportunidades serão oferecidas aqueles que realmente demonstrem condições de merecê-las. 9.2 Desvantagens do recrutamento interno Exige dos novos candidatos condições potencial para desenvolvimento para poderem ser promovidos e motivação suficiente para esse objetivo, do contrário pode gerar frustração dos funcionários, causando apatia, desinteresse e até desligamento por parte do funcionário, a fim de aproveitar oportunidades fora da empresa. Pode gerar conflitos de interesses como no caso de chefes que não têm potencial de desenvolvimento e que sufocam seus subordinados para que estes não o ultrapassem ou selecionam pessoal de potencial limitado para que estes não possam ultrapassá-los. Se mal administrado pode levar o funcionário à promoção bem que este esteja apto desempenhar essa função levando o funcionário à incompetência. Pode limitar a criatividade dos empregados já que como os empregados estão acostumados a conviver apenas com seus próprios problemas adaptam-se a eles perdendo a atitude de inovação. Não pode ser feito em termos globais dentro da organização. Pois se feito de forma indiscriminada; ou seja, sem que o candidatotenha o mínimo de condições de ao menos em curto prazo igualar-se ao antigo ocupante do cargo, corre-se o risco de acarretar sérios problemas para a organização. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 45 UNIDADE 10 RECRUTAMENTO EXTERNO OBJETIVO: Compreender o processo de recrutamento externo, bem como suas vantagens e desvantagens, no intuito de saber eleger a melhor forma de recrutamento em cada situação de seleção específica. O Recrutamento Externo, como o próprio nome já diz, é externo à empresa. É feito com candidatos estranhos a organização, atraídos pelas técnicas de recrutamento, que visam analisar o maior número possível de candidatos para uma maior margem de segurança de estar contratando a pessoa mais adequada e capacitada para a vaga em seleção. No recrutamento externo há dois tipos de abordagem das fontes de recrutamento: 1. Abordagem direta; 2. Abordagem indireta. Na maior parte das vezes, as técnicas de recrutamento são utilizadas conjugadamente. Os fatores custo e tempo são extremamente importantes na escolha da técnica ou do veículo mais indicado para o recrutamento externo. O recrutamento externo ocorre quando as vagas são anunciadas fora do ambiente da empresa. Esta abordagem dos candidatos pode ser feita de forma direta, ou seja, anunciando diretamente nos jornais e outros locais de acesso às pessoas, disponíveis no mercado de trabalho, onde o candidato mesmo acessa a empresa, mantém contato direto com os selecionadores da própria empresa. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 46 Quando ocorre o recrutamento externo de forma indireta, são utilizadas empresas intermediárias de seleção de pessoas, recolocação no mercado de trabalho, etc., que fazem todo o processo de recrutamento e seleção das pessoas, elaboração de perfil, e fornece todas as informações sobre o cargo pretendido, antes que o candidato tenha contato com a empresa diretamente. Por isso de forma indireta, ou seja, não é a empresa que faz o recrutamento direto, mas contrata empresas terceirizadas para este fim, o que pode tornar mais rápido o processo de recrutamento, devido ao banco de dados de profissionais que estas empresas mantêm. Somente ao final do processo seletivo é que a empresa mantém contato com o candidato selecionado. Isto também evita o recebimento de diversos candidatos que não se adequam ao perfil exigido pela empresa, pois esta empresa intermediária já enviará à empresa contratante, apenas os candidatos pré-aprovados para dar continuidade ao processo seletivo para aquele determinado cargo vago. 10.1 Vantagens do recrutamento externo • Traz sangue novo para a empresa através de funcionários provenientes de outras culturas empresariais. • Aproveita os investimentos em preparação e o desenvolvimento de pessoal efetuado por outras empresas ou pelos próprios candidatos. • É um processo mais claro, permite maior transparência em todo o processo. 10.2 Desvantagens do recrutamento externo • Fator tempo. Geralmente é mais demorado. • É mais inseguro do que o recrutamento interno, pois os candidatos externos são desconhecidos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 47 • Quando monopoliza as vagas e oportunidades pode causar frustração nos próprios funcionários. • Geralmente afeta a política salarial da empresa, influenciando as faixas salariais internas, principalmente quando a oferta e a procura de recursos humanos estão em situação de desequilíbrio. Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 48 UNIDADE 11 RECRUTAMENTO MISTO OBJETIVO: Compreender o processo de recrutamento misto, bem como suas principais aplicações e implicações, no intuito de saber eleger a melhor forma de recrutamento em cada situação de seleção específica. Na realidade, uma empresa nunca faz apenas recrutamento interno ou apenas recrutamento externo. Um sempre deve complementar o outro, pois, ao se fazer um recrutamento interno, o indivíduo deslocado para a posição vaga precisa ser substituído em sua posição atual. Se for substituído por outro empregado o deslocamento produz uma vaga que precisa ser preenchida. Quando se faz o recrutamento interno, em algum ponto da organização surge sempre uma posição a ser preenchida através do recrutamento externo, algum desafio, alguma oportunidade ou algum horizonte devem ser oferecidos ao novo empregado, sob pena de procurar desafios e oportunidades em outra organização que lhe pareça melhor. Em face das vantagens e desvantagens dos recrutamentos interno e externo, a maioria das empresas vêm preferindo o recrutamento misto. 11.1 Aplicações do recrutamento misto O Recrutamento Misto Pode Ser Adotado em Três Alternativas de Sistema: A. Inicialmente, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno, caso aquele não apresente resultados desejáveis. A empresa está mais interessada na entrada de recursos humanos do que em sua transformação, ou seja, a empresa necessita de pessoal já qualificado, em curto prazo, e precisa importá-lo do ambiente externo. Não encontrando candidato externo a altura, lança mão de seu próprio pessoal não considerando, de início, os critérios a cerca das qualificações necessárias. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 49 B. Inicialmente recrutamento interno, seguido de recrutamento externo, caso não apresentam resultados desejáveis. A empresa dá prioridade aos seus empregados na disputa das oportunidades existentes. Não havendo candidatos à altura, parte para o recrutamento externo. C. Recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente, é o caso em que a empresa está mais preocupada com o preenchimento de vaga existente, seja através do input ou através da transformação de recursos humanos; geralmente, uma boa política de pessoal dá preferência aos candidatos internos sobre os externos, em caso de igualdade de condições entre eles. Com isto, a empresa assegura-se de que não está descapitalizando seus recursos humanos, ao mesmo tempo em que cria condições de sadia competição profissional. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 50 UNIDADE 12 SELEÇÃO DE PESSOAL OBJETIVO: Conhecer o processo de seleção de pessoal, bem como suas etapas, diferenciando-o do processo de recrutamento. Existem várias conceituações para Seleção de Pessoal. Segundo Wether e Davis, "O processo de seleção e uma série de passos específicos, para decidir que recrutados devem ser contratados" (1). Chiavenato considera como "A escolha do homem certo para o cargo, ou mais amplamente, entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando a manter ou aumentar a eficiência e o desempenho de pessoal" (2). Barros Santos afirma que: "É o processo pelo qual são escolhidas as pessoas adaptadas a uma determinada ocupação ou esquema operacional" (3). Ou ainda segundo o mesmo autor; "Seleção nem sempre significa escolher os que revelam aptidão ou capacidades ou capacidades nos seus índices mais elevados... E, sim, os mais adequados a uma situação predeterminada. Para lobos (4), existe ainda um fator importante que é a motivação do candidato; pois segundo esse autor a seleção não é um processo unilateral, visto apenas segundo exigências da organização, mas um processo que relaciona as exigências do candidato com as da organização, complementando-se; e
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