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CASO 08 - SÍNDROME DE CUSHING

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M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – T u t o r i a – P á g i n a | 1 
 
Cláudia, 34 anos, sempre gostou de cuidar da saúde, por isso, faz regularmente atividade física na 
academia. Há 3 meses, notou que algo estranho está acontecendo, pois vem apresentando indisposição 
e fraqueza, estando sem conseguir fazer musculação como fazia anteriormente. Diz estar muito difícil 
pentear os cabelos e levantar da cama de tão fraca que se sente. Refere estar muito inchada e 
ganhando peso, acha que aumentou 15 kg em 6 meses, mesmo mantendo exercício na academia e seguindo 
dieta orientada por nutricionista. O cabelo está caindo muito e o rosto está com alguns vasos 
proeminentes, por isso procurou acompanhamento dermatológico e aguarda consulta já agendada. AM: 
Nega comorbidades. Está usando uma pomada por conta própria numa “feridinha” que apareceu na mão 
direita há 6 meses, mas não sabe informal qual a composição. Menarca aos 14 anos, ciclos sempre 
foram regulares, porém DUM há 2 meses. AF: DM tipo 2 – Mãe. Obesidade – Irmã e Pai. HAS – Pai. Nega 
outras doenças na família. HV: Nega tabagismo. Etilismo social. Exame físico: Geral: Bom estado 
geral, mucosas descoradas (+/4+), fácies pletórica. Dados antropométricos: Peso: 83 kg Altura: 165 
cm IMC: 30,48 kg/m2 CA: 98 cm. Sinais vitais: PR: 100 bpm, rítmico FR: 17 ipm PA: 154 x 96 mmHg 
Pele e fâneros: pletora facial, com telangiectasias em região malar, pelos grossos em região 
submentoniana. Cabeça e Pescoço: Tireoide tópica, móvel à deglutição, fibroelástica, sem nódulos. 
A. Respiratório: Murmúrio vesicular bem distribuído, sem ruídos adventícios. A. Cardiovascular: 
Bulhas rítmicas, normofonéticas, em dois tempos, sem sopros. Abdome: globoso à custa de panículo 
adiposo, estrias avermelhadas, ruídos hidroaéreos presentes, sem massas e visceromegalias palpáveis. 
Neurológico: força muscular grau 4 em todos os membros.
PERGUNTAS 
1) Porque a paciente apresentou ganho de peso? 
CHECK 
2) Qual a relação da Síndrome de Cushing e o 
quadro clínico da paciente? CHECK 
3) Qual a relação da Síndrome dos ovários 
policísticos e o quadro clínico da paciente? 
CHECK 
4) Como se faz o diagnóstico de Síndrome de 
Cushing? CHECK 
5) O que, nesse caso, seria a “feridinha” na 
mão direita? Qual a relação? CHECK 
6) Quais exames devem ser solicitados no caso 
dessa paciente? CHECK 
7) O que significa facies pletóricas? O que 
isso indica? CHECK 
8) Quais são os fatores de risco para o 
desenvolvimento de síndrome de Cushing? CHECK 
9) Qual o tratamento para síndrome de Cushing? 
CHECK 
10) A síndrome de Cushing pode vir de um 
distúrbio autoimune? 
11) Estudar a fisiologia do o eixo hipotálamo 
hipófise adrenal.? CHECK 
FISIOLOGIA DO EIXO H IPOTALÁMO-HIPÓFISE-ADRENAL . 
I Antes de falarmos sobre Síndrome de Cushing, 
vamos falar das suprarrenais, que estão 
localizadas nos lobos superiores dos rins 
como pequenos chapéus e são divididas em 
duas camadas – córtex e medula – que são 
totalmente diferentes, do ponto de vista 
histológico, embriológico e fisiológico. 
I Porém, hoje, vamos falar sobre o córtex, que 
secreta três tipos de hormônios esteroides 
– aldosterona (às vezes denominada 
mineralocorticoide, devido ao seu efeito nos 
minerais sódio e potássio), glicocorticoides 
e hormônios sexuais – ainda é divido em 3 
camadas: glomerular, fasciculada e 
reticular. 
o GLOMERULAR (CAMADA EXTERNA): 
Aldosterona. 
o FASCICULADA (CAMADA INTERMEDIÁRIA): 
Glicocorticoides – capacidade de 
aumentar as concentrações plasmáticas de 
glicose – sendo o cortisol o principal 
glicocorticoide. 
o RETICULAR (CAMADA MAIS INTERNA: 
Andrógenos – hormônios sexuais 
dominantes nos homens. 
 
I A síntese de todos os hormônios esteroides 
inicia com o colesterol, que é modificado 
por diversas enzimas para formar 
aldosterona, glicocorticoides ou hormônios 
sexuais (androgênios ou ainda estrogênios ou 
progesterona, os hormônios sexuais 
dominantes nas mulheres). 
I A grande semelhança estrutural entre os 
hormônios esteroides faz os sítios de 
Síndrome de Cushing - Caso 08 
 
M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – T u t o r i a – P á g i n a | 2 
 
ligação nos seus receptores também serem 
similares, levando a efeitos cruzados quando 
um esteroide se liga ao receptor de uma 
molécula similar. Por exemplo, os receptores 
de mineralocorticoides (MRs) para a 
aldosterona são encontrados no néfron 
distal. Os MRs também se ligam e respondem 
ao cortisol, que pode ser cem vezes mais 
concentrado no sangue que a aldosterona. 
I COMO EVITAR QUE ISSO ACONTEÇA E INFLUENCIE 
NA EXCREÇÃO DE Na+ E DE K+? As células do 
túbulo renal que apresentam MRs possuem uma 
enzima (11-beta-hidroxiesteroide 
desidrogenase) que converte o cortisol em 
uma forma menos ativa com menor 
especificidade ao MR, prevenindo esse efeito 
cruzado. 
Entretanto, a atividade cruzada e as similaridades 
estruturais dos esteroides possibilitam que, em 
muitas doenças, os pacientes possam experimentar 
sintomas relacionados a mais de um hormônio. 
SECREÇÃO DE CORTISOL É CONTROLADA PELO ACTH 
I O controle da secreção de cortisol é 
conhecido como eixo hipotálamo-hipófise-
suprarrenal (HPA). 
 
I O eixo HPA inicia com o hormônio liberador 
de corticotrofinas (CRH), que é secretado no 
sistema porta hipotalâmico-hipofisário e 
transportado até a adeno-hipófise. O CRH 
estimula a secreção do ACTH da adeno-
hipófise. O ACTH, por sua vez, atua no córtex 
para promover a síntese e a liberação de 
cortisol. O cortisol, então, atua como um 
sinal de retroalimentação negativa, inibindo 
a secreção de ACTH e de CRH. 
 
I A secreção de cortisol é contínua e possui 
um forte ritmo diurno. O pico da secreção 
geralmente ocorre pela manhã e diminui 
durante a noite. A secreção de cortisol 
também aumenta com o estresse. 
I O cortisol é um hormônio esteroide típico e 
é sintetizado conforme a demanda. Quando ele 
é sintetizado, ele difunde-se das células 
suprarrenais para o plasma, onde grande 
parte desses hormônios é transportado por 
uma proteína – CBG –, também conhecida como 
transcortina. E o hormônio não ligado está 
livre para se difundir para dentro das 
células-alvo. 
SECREÇÃO DE CORTISOL É CONTROLADA PELO ACTH 
I Os glicocorticoides suprarrenais são, às 
vezes, chamados de hormônios do estresse 
devido ao seu papel como mediador do 
estresse a longo prazo. 
AQUI JÁ ENTRA NA MEDULA, NÃO VAMOS FALAR SOBRE ELA 
HOJE, MAS → As catecolaminas suprarrenais, 
particularmente a adrenalina, são responsáveis por 
respostas metabólicas rápidas necessárias em 
situações de luta ou fuga. 
I O cortisol é essencial à vida. Os animais 
cujas glândulas suprarrenais tenham sido 
removidas morrem se expostos a qualquer 
estresse ambiental significativo. O efeito 
metabólico mais importante do cortisol é seu 
efeito protetor contra a hipoglicemia. 
Quando os níveis sanguíneos de glicose 
diminuem, a resposta normal é a secreção do 
glucagon pancreático, que promove a 
gliconeogênese e a quebra de glicogênio. Na 
ausência de cortisol, entretanto, o glucagon 
é incapaz de responder adequadamente a um 
desafio hipoglicêmico. 
I Todos os efeitos metabólicos do cortisol têm 
o objetivo de PREVENIR A HIPOGLICEMIA. 
Globalmente, o cortisol é catabólico: 
1. O CORTISOL PROMOVE GLICONEOGÊNESE HEPÁTICA: 
Uma parte da glicose produzida no fígado é 
liberada para o sangue, e o restante é 
estocado como glicogênio. Como resultado, o 
cortisol aumenta a concentração de glicose 
no sangue. 
2. O CORTISOL CAUSA A DEGRADAÇÃO DE PROTEÍNAS 
DO MÚSCULO ESQUELÉTICO para fornecer 
substrato à gliconeogênese. 
M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – T u t o r i a – P á g i n a | 3 
 
3. O CORTISOL AUMENTA A LIPÓLISE, 
disponibilizando ácidos graxos aos tecidos 
periféricos para a produção de energia. O 
glicerol pode ser usado para a 
gliconeogênese. 
4. O CORTISOL INIBE O SISTEMA IMUNE POR MEIO DE 
MÚLTIPLAS VIAS: Esse efeito é discutido em 
mais detalhes mais adiante. 
5. O CORTISOL CAUSAEQUILÍBRIO NEGATIVO DO 
CÁLCIO: O cortisol diminui a absorção 
intestinal de Ca2+ e aumenta a excreção renal 
de Ca2+, resultando na perda de Ca2+ pelo 
corpo. Além disso, o cortisol é catabólico 
no tecido ósseo, causando a degradação da 
matriz óssea calcificada. Como consequência, 
as pessoas que tomam cortisol para 
tratamento por longos períodos têm uma 
incidência mais alta de fratura dos ossos. 
MUITO INTERESSANTE. 
6. O CORTISOL INFLUENCIA A FUNÇÃO CEREBRAL: 
Estados de excesso de cortisol ou de 
deficiência causam alterações no humor, 
assim como alterações de memória e de 
aprendizagem. Alguns desses efeitos podem 
ser mediados por hormônios da via de 
liberação do cortisol, como o CRH. 
O CORTISOL É UM FÁRMACO TERAPÊUTICO ÚTIL 
I O cortisol suprime o sistema imune, evitando 
a liberação de citocinas e a produção de 
anticorpos pelos leucócitos. Ele também 
inibe a resposta inflamatória pela 
diminuição da mobilidade e migração dos 
leucócitos. Estes efeitos imunossupressores 
do cortisol fazem dele um fármaco útil no 
tratamento de várias condições, inclusive na 
reação alérgica a picadas de abelhas, à hera 
venenosa e ao pólen. O cortisol também ajuda 
a evitar a rejeição de órgãos 
transplantados. Entretanto, os 
glicocorticoides também têm efeitos 
colaterais potencialmente graves devido às 
suas ações metabólicas. 
I A administração exógena de glicocorticoides 
tem um efeito de retroalimentação negativa 
na adeno-hipófise e pode interromper a 
produção de ACTH. Sem a estimulação do ACTH, 
as células da glândula suprarrenal que 
produzem cortisol atrofiam. Por essa razão, 
é essencial que os pacientes que tomam 
esteroides diminuam as suas doses 
gradualmente, dando à hipófise e à glândula 
suprarrenal uma chance de se recuperarem, em 
vez de interromper o tratamento 
abruptamente. 
AS DISFUNÇÕES DO CORTISOL RESULTAM DO EXCESSO OU DA 
FALTA DO HORMÔNIO 
I HIPERCORTISOLISMO: O excesso de cortisol no 
corpo é chamado de hipercortisolismo. Ele 
pode ocorrer devido a hormônios secretados 
por tumores ou pela administração exógena do 
hormônio. O tratamento com altas doses de 
cortisol por mais de uma semana tem o 
potencial de causar hipercortisolismo, 
também conhecido como SÍNDROME DE CUSHING. 
I Muitos sinais de hipercortisolismo podem ser 
previstos a partir das ações normais do 
hormônio. O excesso de gliconeogênese causa 
hiperglicemia, que imita o diabetes. A 
degradação de proteínas musculares e a 
lipólise causam perda de tecido. 
Paradoxalmente, o excesso de cortisol 
deposita gordura extra no tronco e na face, 
talvez em parte devido ao aumento do apetite 
e da ingestão alimentar. 
I A APARÊNCIA CLÁSSICA dos pacientes com 
hipercortisolismo é braços e pernas finos, 
obesidade no tronco e uma “face de lua cheia” 
com bochechas rechonchudas. 
 
I Os efeitos no SNC do excesso de cortisol 
incluem euforia inicial, seguida de 
depressão, bem como comprometimento da 
aprendizagem e da memória. O 
HIPERCORTISOLISMO TEM TRÊS CAUSAS COMUNS: 
1. UM TUMOR SUPRARRENAL QUE SECRETA CORTISOL DE 
MODO AUTÔNOMO: Esses tumores não estão sob 
controle do ACTH hipofisário. Essa condição 
é um exemplo do hipercortisolismo primário. 
2. UM TUMOR NA HIPÓFISE QUE SECRETA ACTH DE 
MODO AUTÔNOMO. O excesso de ACTH leva à 
supersecreção de cortisol pela glândula 
suprarrenal (hipercortisolismo secundário). 
O tumor não responde à retroalimentação 
negativa. Essa condição também é chamada de 
doença de Cushing, uma vez que foi a doença 
real descrita pelo Dr. Cushing. 
(Hipercortisolismo por qualquer causa é 
chamado de síndrome de Cushing). 
3. O HIPERCORTISOLISMO IATROGÊNICO (“CAUSADO 
PELO MÉDICO”) ocorre secundariamente ao 
tratamento com cortisol para alguma outra 
condição clínica. 
I HIPOCORTIOLISMO: Não vamos falar dele hoje. 
SÍNDROME DE CUSHING 
M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – T u t o r i a – P á g i n a | 4 
 
I A síndrome de Cushing (SC) é decorrente da 
exposição prolongada a quantidades 
excessivas de glicocorticoides, é mais comum 
no sexo feminino e o início dela se dá, 
geralmente, entre 15 e 50 anos. É uma doença 
de progressão muito lenta e, muitas vezes, 
os paciente ficam muito tempo sem saber que 
tem aquela síndrome. Pode ser fruto da 
administração terapêutica prolongada de 
glicocorticoides (SC exógena ou iatrogênica) 
ou, bem menos frequentemente, da 
hiperprodução crônica de cortisol (SC 
endógena). 
I A SC ENDÓGENA ainda persiste como a doença 
endócrina mais desafiadora em termos de 
avaliação diagnóstica. Diversos fatores 
contribuem para isso, entre eles o fato de 
muitas das manifestações 
clinicolaboratoriais da SC serem observadas 
em doenças bem mais frequentes (p. ex., 
obesidade e síndrome dos ovários 
policísticos). 
EPIDEMIOLOGIA 
I A SC pode ocorrer em qualquer faixa etária, 
mas é mais comum em adultos, com idade 
mediana de 40 anos ao diagnóstico, e 
predomínio no sexo feminino. 
ETIOLOGIA 
I A SC leva à diminuição da imunidade, mas não 
o contrário. 
I O estresse leva a uma SC, mas é uma secreção 
aguda. 
I Um tumor de suprarrenal (causa endógena). 
I Um paciente que tem lúpus (LES) e tem uma 
doença renal avançada precisa fazer pulsos 
de corticoide, de modo que ele desenvolverá 
SC, mas de causa exógena. 
I Essa SC exógena, é semelhante à endógena em 
termos clínicos, mas os exames laboratoriais 
e o tratamento irão mudar. Pode ser 
decorrente do uso de qualquer corticoide 
(prednisona, dexametasona, hidrocortisona). 
EXEMPLO – SC EXÓGENA: 
I Júlia toma corticoide desde pequena por um 
quadro pulmonar, de modo que por causa desse 
uso continuo ela desenvolveu a SC. Dessa 
forma, os resultados dos exames 
laboratoriais serão: 
I ACTH . 
I CORTISOL . 
I Apesar de clinicamente ter SC, o seu 
cortisol estará baixo, porque o cortisol 
medido é o produzido por Júlia (endógeno), 
não o que ela toma (exógeno). O corticoide 
que ela está tomando está suprimindo a 
produção de ACTH e diminuindo o cortisol. 
 
I Eu comentei que o uso excessivo de cortisol 
por uma semana já começa ter alterações. 
Porém isso depende do tipo que você toma, 
existindo SC por colírio, comprimido e 
injetável: 
I NASONEX: Degradação rápida, não tem poder de 
supressão do ACTH, porque são de baixa 
dosagem. 
O CORTISOL NA SC ESTÁ AUMENTANDO OU DIMINUINDO? 
I Depende se é a SC exógena ou endógena, porque 
quando perguntam, sempre se referem ao que 
o laboratório mede. 
I Quando falamos de SC, temos que considerar 
também fatores externos, como estresse, 
ritmo circadiano. 
ETIOLOGIA – O QUE PODE LEVAR UM AUMENTO DA 
PRODUÇÃO DE CORTISAL NA SC ENDÓGENA 
I TUMORE DE SUPRARRENAL. 
I TUMOR HIPOFISÁRIO. 
I Diferente da tireoide, na suprarrenal 
dividimos em causas ACTH dependentes e ACTH 
independentes. 
CAUSAS MAIS COMUNS DE ACTH INDEPENDENTE 
I ADENOMA ADRENAL. 
I CARCINOMA ADRENAL. 
I HIPERPLASIA NODULAR ADRENAL. 
I Os tumores malignos, são os mais agressivos, 
crescendo mais rápido, de forma que 
atravessa as 3 camadas mais rapidamente, 
aumenta a produção de andrógenos e leva um 
fenômeno de virilização, a mulher começa a 
ter barba, falar grosso, hipertrofia de 
clitóris. 
CAUSAS MAIS COMUNS DE ACTH DEPENDENTE 
I DOENÇA DE CUSHING. 
I SÍNDROME DE ACTH ECTÓPICO: Mais prevalente 
no sexo masculino, com maior incidência 
entre 40 e 60 anos. SAE pode se originar de 
diversos tumores; porém, provavelmente, a 
causa mais comum é o carcinoma pulmonar de 
células pequenas. 
I ACTH DE ORIGEM DESCONHECIDA. 
I É importante não confundir a SC com a DC: 
1. SÍNDROME DE CUSHING: Todo o quadro de 
hipercortisolismo. 
2. DOENÇA DE CUSHING: É a presença de um 
tumor hipofisário produtor de ACTH. Com 
predomínio no sexo feminino, de 
progressão lenta, entre os 20 e 40 anos. 
M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – T u t o r i a – P á g i n a | 5 
 
Nos casos pré-puberais, contudo, há maior 
ocorrência no sexo masculino. 
I A DC é, portanto, uma causa da SC. 
I Ocorre quando o hipercortisolismo se origina 
da secreçãoexcessiva de ACTH. 
SE EU TENHO UM PACIENTE COM UM TUMOR DE SUPRARRENAL, EU 
POSSO D IZER QUE O CORTISOL DELE ESTÁ BAIXO OU ALTO? 
I CORTISOL , ACTH . 
I Nas causas de ACTH independente, teremos: 
CORTISOL , ACTH . 
I Já se eu tenho um tumor hipofisário (DC), 
responsável por causar a SC, teremos 
CORTISOL  porque o ACTH  (ACTH 
dependente). 
I Existe uma outra situação em que o paciente 
pode ter uma doença em outro lugar que não 
a hipófise, mas capaz de produzir ACTH 
ectópico: Paciente que tem um melanoma ou um 
tumor pulmonar, p.ex., ele pode ter uma 
síndrome paraneoplásica, quando eu tenho um 
tumor em um lugar, mas com sintomas de uma 
doença de outro lugar. Paciente tem 
melanoma, mas ele começa a ter produção de 
ACTH ectópico. 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
I INDEPENDENTE de ser endógena (ACTH 
dependente ou ACTH independente) ou exógena, 
as manifestações clinicas são as mesmas: 
I Ganho de peso, letargia, fraqueza, 
irregularidades menstruais, perda da libido, 
acnes, miopatia proximal, disfunção erétil, 
distúrbios psiquiátricos, fácies de lua 
cheia, edema, hiperglicemia (cortisol é um 
hormônio contrarregulatório), aumento de 
preso (principalmente na região abdominal, 
com braços e pernas finas), giba de búfalo, 
pele fina sem gordura subcutânea, pletora 
(aumento de volume de sangue no organismo, 
que provoca inturgescência vascular), 
estrias violáceas (pelo menos uma delas com 
mais de 1cm), hematomas, alteração de humor 
(chegando a ter surtos psiquiátricos), duplo 
queixo, ginecomastia. 
 
I Quando trata, a estria não sai, ela se torna 
branca. Importante o diagnóstico diferencial 
com síndrome de ovários policísticos (acne, 
hirsutismo). 
I Problemas associados, como hipertensão e 
diabetes melito, são comuns e podem ser o 
motivo que leva os pacientes a procurar 
assistência médica 
 
I A miopatia proximal, mais bem demonstrada 
pedindo-se ao paciente que se levante com os 
braços cruzados estando agachado ou sentado, 
pode ser, às vezes, a queixa dominante na 
doença de Cushing. 
DIAGNÓSTICO 
I Diante da suspeita clínica de SC, deve-se, 
de início, descartar o uso de 
glicocorticoides. 
I A investigação da SC endógena inclui duas 
etapas: confirmação do hipercortisolismo e 
definição de sua etiologia. A maioria dos 
protocolos de investigação utiliza, no 
mínimo, dois testes funcionais que enfocam 
diferentes aspectos da fisiopatologia do 
eixo HHA. A confirmação do estado de 
M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – T u t o r i a – P á g i n a | 6 
 
hipercortisolismo precisa ser estabelecida 
antes de qualquer tentativa para o 
diagnóstico diferencial. 
I Se há suspeita de hipercortisolismo, vamos 
dosar cortisol. O problema é que a dosagem 
de cortisol oscila com muita frequência, de 
modo que não serve como diagnostico e 
precisamos fazer testes dinâmicos, temos que 
dar cortisol ao paciente e ver como ele irá 
responder. 
TESTE DE SUPRESSÃO COM BAIXAS DOSES DE DEXAMETASONA: 
I 1mg overnight: Dexametasona às 23h, dosar 
cortisol às 8h do dia seguinte. 
I 2mg/dia 48h: 0,5mg de dexa 6/6h por 48h, 
dosar cortisol 6h após a última dose. 
o Em indivíduos normais, há supressão do 
cortisol, pois o eixo está integro. O 
ponto de corte é 1,8, ou seja, se esse 
numero diminuir é porque o paciente está 
normal. 
DOSAGEM DO CORTISOL A ME IA NOITE (SÉR ICO E SALIVAR) : 
I O cortisol salivar pode fazer o diagnóstico 
da SC. 
DOSAGEM DO CORTISOL L IVRE UR INÁRIO : 
I Após confirmar o hipercortisolismo, 
precisamos terminar a causa desse, se é ACTH 
dependente ou independente. 
DOSAGEM DO ACTH : 
I > 15pg/ml: ACTH dependente. 
I < 15pg/ml: ACTH independente. 
o Se tiver entre 5 e 15, porém, teremos que 
utilizar o bom senso entre o que o 
paciente pode pagar, onde ele mora e etc. 
TESTE DO CRH : 
I Administração de CRH e dosagem do mesmo após 
0, 30, 60 e 90min. 
I TU ectópicos não responderão com elevação do 
ACTH (S. paraneoplásica). 
CATETER ISMO DO SE IO PETROSO INFER IOR (B IPSS ) : 
I Efluente hipofisário drena para seios 
cavernosos e petrosos: 
I Gradiente > 2:1 (seio petroso x periferia) 
= DC. 
o Dosa o ACTH pertinho da hipófise (seio 
petroso) e no sangue, se o paciente tiver 
um tumor de hipófise, a quantidade de 
ACTH perto da hipófise vai ser maior. 
 
 
TESTE DE SUPRESSÃO COM ALTAS DOSES DE DEXAMETASO NA: 
I SAE – Supressão <50%. 
I DC – Supressão >50%. 
DIAGNÓSTICO – EXAMES DE IMAGEM 
I HIPÓFISE: A RM da sela túrcica deve ser 
realizada em todo paciente com SC ACTH-
dependente. No entanto, sua sensibilidade na 
identificação de microadenomas é de apenas 
50 a 60%, e a da TC é ainda menor (40 a 50%). 
I ADRENAL: A TC permanece como a modalidade de 
imagem que dá maior resolução espacial para 
a anatomia adrenal, possibilitando a 
visualização de quase 100% dos tumores 
produtores de cortisol. 
I SAE (SÍNDROME DO ACTH ECTÓPICO): Diante da 
suspeita da SAE, devem ser realizadas uma TC 
e/ou uma RM de pescoço, tórax e abdome. O 
câncer de pulmão de células pequenas ou 
alveolares e os tumores carcinoides 
brônquicos são as fontes mais comuns de 
secreção ectópica de ACTH. 
I Existe uma situação chamada incidentaloma, 
que é um tumor localizado numa região que 
poderia produzir hormônio, mas que, na 
verdade, não produz nada. Por isso, que 
nunca começamos a fazer diagnostico de SC 
por exames de imagem (ressonância). Só 
fazemos as imagens, quando passamos por 
todas essas outras etapas. 
I Exames de imagem da hipófise são realizados 
se as concentrações de ACTH e os testes de 
estímulo sugerirem causa hipofisária; RM 
usando gadolínio como contraste é mais 
precisa, mas alguns microadenomas são 
visíveis na TC. Se os exames sugerem uma 
causa não hipofisária, testes por imagem 
incluem TC de alta resolução de tórax, 
pâncreas e adrenais; cintilografia ou PET 
com octreotídio radiomarcador ou, 
preferencialmente, dotatato de gálio-68 e, 
às vezes, PET com fluorodesoxiglicose (FDG). 
A amostragem do seio petroso pode ser 
necessária para diferenciar fontes 
hipofisárias de ectópicas. 
I Em crianças com doença de Cushing, os 
tumores hipofisários são muito pequenos e 
podem não ser detectados por RM. Amostras do 
seio petroso são particularmente úteis nessa 
situação. É preferível a utilização da RM à 
TC em gestantes, para evitar a exposição 
fetal à radiação. 
TRATAMENTO 
I A alta ingestão de proteínas e a 
administração de potássio (ou fármacos que 
poupam potássio, como a espironolactona). 
I Às vezes, análogos de somatostatina, 
agonistas de dopamina ou mifepristona. 
M a r i a L u i z a F e r n a n d e s – T u t o r i a – P á g i n a | 7 
 
I Se eu tenho um tumor, o tratamento é removê-
lo. 
DOENÇA DE CUSH ING : 
I Adenomectomia transesfenoidal. 
I Hemihipofisectomia. 
TU DE SUPRARRENAL: 
I Remoção cirúrgica. 
I Metástases: Mitotano (6 a 12g/VO/dia). 
PRODUÇÃO ECTÓP ICA DE ACTH : 
I CETOCONAZOL: 200-1200mg/dia. 
I Inibidores adrenais como metirapona, 
mitotano ou cetoconazol 
I AMINOGLUTETIMIDA: 750-6000mg/dia. 
I Inicialmente, a condição geral do paciente 
deve ser mantida por uma dieta rica em 
proteínas e administração adequada de 
potássio. Se as manifestações clínicas forem 
intensas, pode ser razoável bloquear a 
secreção de corticoides com metirapona (250 
mg a 1 g, 3 vezes ao dia) ou cetoconazol 
(400 mg VO uma vez ao dia), aumentando até 
a dose máxima de 400 mg, 3 vezes ao dia. O 
cetoconazol provavelmente tem início de ação 
mais lento e, às vezes, é hepatotóxico. O 
etomidato parenteral (um anestésico 
intravenoso que também bloqueia a produção 
de cortisol) pode salvar a vida em pacientes 
com sintomas fulminantes; é administrado em 
infusão intravenosa: a dose inicial 
geralmente é 1 a 2 mg/hora, aumentando 
conforme necessário, com avaliações 
frequentes dos níveis de cortisol e a dose 
titulada de acordo. 
I Estudos sugerem que casos leves de doença 
persistente ou recorrente podem se 
beneficiar do PASIREOTIDO, um análogo da 
somatostatina. Mas hiperglicemia éum efeito 
adverso significativo. A CABERGOLINA, um 
agonista da dopamina, também pode ser 
ocasionalmente útil. Alternativamente, os 
receptores de corticoides podem ser 
bloqueados com MIFEPRISTONA → aumenta o 
cortisol plasmático, mas bloqueia os efeitos 
dos corticoides e pode causar 
hipopotassemia. 
 
I A ADRENALECTOMIA BILATERAL é reservada a 
pacientes com hiperadrenocorticismo 
hipofisário que não respondem à exploração 
da hipófise (com possível adenomectomia) nem 
à radioterapia, ou em pacientes nos quais a 
cirurgia não foi bem-sucedida e radioterapia 
é contraindicada. A adrenalectomia torna 
necessária a reposição de corticoides por 
toda a vida. 
 
I Tumores adrenocorticais são removidos 
CIRURGICAMENTE. Os pacientes devem receber 
cortisol durante a cirurgia e no período 
pós-operatório, em razão da supressão e 
atrofia do córtex adrenal não tumoral. 
Adenomas benignos podem ser removidos por 
via laparoscópica. Na hiperplasia adrenal 
multinodular, a adrenalectomia bilateral 
pode ser necessária. Mesmo após 
adrenalectomia total presumida, ocorre 
recrescimento funcional em alguns pacientes. 
I A síndrome de produção de ACTH ectópico é 
tratada pela remoção do tumor não 
hipofisário que produz ACTH. Entretanto, em 
alguns casos, o tumor está disseminado e não 
pode ser removido. Os inibidores da adrenal, 
como metirapona (500 mg VO 3 vezes ao dia, 
até um total de 6 g/dia) ou mitotano (0,5 g 
VO uma vez ao dia, aumentando até o máximo 
de 3 a 4 g/dia) geralmente controlam os 
distúrbios metabólicos graves (p. ex., 
hipopotassemia). Quando se utiliza mitotano, 
grandes doses de hidrocortisona ou 
dexametasona podem ser necessárias. As 
médias da produção de cortisol podem não ser 
confiáveis e pode ocorrer 
hipercolesterolemia grave. Cetoconazol (400 
a 1.200 mg VO uma vez ao dia) também bloqueia 
a síntese de corticoides, embora possa 
causar toxicidade hepática e sintomas de 
Addison. A mifepristona também pode ser útil 
no tratamento da síndrome de ACTH ectópico. 
I Algumas vezes, tumores que secretam ACTH 
respondem aos análogos da somatostatina de 
ação prolongada, embora sua administração 
por > 2 anos exija acompanhamento rigoroso 
porque pode ocorrer gastrite leve, 
colelitíase, colangite, icterícia e má 
absorção. 
 
I PLETÓRIO: Aumento excessivo de sangue no 
organismo, causando um inchaço vascular.

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