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Pedro Macedo - @pedromacedohf Metástase Metástase Conceito “É a formação de um novo tumor a partir do primeiro, mas sem a continuidade entre os dois” – BRASILEIRO, Filho. — A capacidade de disseminar e de formar metástases são o que diferenciam tumores malignos dos benignos; Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens — A capacidade de disseminar e de originar novas colônias celulares estão interligados, mas nem sempre implicam no desenvolvimento de metástases; — As metástases podem ser a primeira manifestação clínica do câncer em alguns pacientes; — Podem existir metástases sem a identificação do tumor primário, uma vez que: o tumor primário pode ter involuído ou é muito pequeno para ser detectado ou a metástase foi originada por células de lesões pré-cancerosas que migraram precocemente para um tecido e lá completaram seu processo de malignização, enquanto a lesão pré- cancerosa sofreu involução. Modelos de tumorigênese e disseminação ➢ Primeiro — Neoplasia com forte capacidade metastática desde o início; — Mesmo com o tumor primário ainda muito pequeno e sem comprometer as funções do órgão de origem, as metástases já se multiplicam em órgãos a distância e causam sinais e sintomas mais importantes que os do tumor primário. Exemplo: Carcinoma neuroendócrino de pequenas células do pulmão com metástases cerebrais. ➢ Segundo — Tumor de tamanho considerável, mas em órgão profundo que não compromete as funções vitais. Exemplo: Câncer do ovário na pós- menopausa com metástase no peritônio e formação de ascite. ➢ Terceiro — Neoplasia não forma massa facilmente perceptível e evolui por longo Pedro Macedo - @pedromacedohf tempo até a metástase ser detectada por um sintoma em órgão distante. Exemplo: Carcinoma lobular mamário com metástase no estômago (apesar disso, o estômago, baço e músculos esqueléticos são sedes pouco prováveis de metástases). Teoria da semente e do solo — Acredita-se que células malignas, que se destacam do tumor, adquirem, antes de caírem na corrente sanguínea, propriedades necessárias para se implantar em um determinado órgão; — Tumor primário promove alterações em órgãos distantes para que estes possam receber as células que irão se implantar e originar as metástases. Nicho pré-metastático ➢ Iniciando-se com exemplo — Inoculção subcutânea do carcinoma de Lewis (metastático para pulmão); — Colonização de células mieloides VEGFR1 + nos pulmões antes da proliferação maligna nesses órgãos; — Tumor inoculado na tela subcutânea induziu a formação de um nicho pré- metastático que tem sua formação podendo anteceder o lançamento de células malignas na circulação. ➢ Formação do nicho pré- metastático • Fatores de crescimento — VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular), PIGF (fator de crescimento placentário), TNF-alfa, TNF-beta; — Produzidos por células do tumor primário; — Mobilizam células precursoras mieloides na medula óssea; — Induzem produção de proteína S100 (proteína ligadora de cálcio, envolvida em processos de progresso de ciclo celular, transcrição, organização de membrana celular, etc). Obs: Proteína S100 → tem sua secreção aumentada em alguns tipos de câncer e é utilizada como marcador de lesão cerebral, como na doença de Alzheimer. • Lisil-oxidase e fibronectina — Produzidas pelo tumor primário; — Induzem modificações na MEC para facilitar a colonização de células tumorais. • Células precursoras mieloides — Produzem TNF-alfa e TNF-beta → estimulam fibroblastos locais a secretar metaloproteases e fatores de crescimento; — Produzem CXL12 e CXL16 → quimiotaxia das células tumorais que aderiram ao endotélio ativado com a maior expressão de E-selectina. Fenômeno tardio x Fenômeno precoce • Fenômeno tardio — Classicamente, considera-se que a metástase é um fenômeno tardio que surge após várias alterações genéticas e epigenéticas aleatórias que originam clones capazes de formar lesões secundárias; — Acreditam-se que os clones gerados são mais agressivos, infiltram-se nos tecidos e originam as metástases; — Células metastáticas como sendo geneticamente semelhantes às células do tumor primário. • Fenômeno recente Pedro Macedo - @pedromacedohf — Estudos recentes consideram que as células cancerosas adquirem as propriedades de realizarem metástases já nas primeiras fases no desenvolvimento do tumor; — Células deixam o tumor primitivo muito precocemente; — Células metastáticas com perfil genético diferente do tumor primário. Ações envolvidas no desenvolvimento de metástases • Destacamento de células tumorais do tumor primitivo • Invasão vascular • Sobrevivência das células tumorais na circulação • Adesão e diapedese • Instalação e sobrevivência Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens Pedro Macedo - @pedromacedohf Destacamento de células tumorais do tumor primitivo — Depende de modificações na expressão de moléculas de adesão; — Perda de expressão de caderina E e aumento de expressão de caderinas N e R; — Redução da expressão de integrinas que mantêm as junções intercelulares adequadas; — Aumento da expressão de integrinas ligadoras de fibronectina para facilitar a ancoragem celular à MEC e aos movimentos ameboides para deslocamento. • Destacamento de células individualizadas — Transição epiteliomesenquimal (TEM) → células epiteliais perdem a característica de epitélio e adquirem propriedades de células mesenquimais móveis; — Mudança de integrinas, caderinas e inibição da expressão de queratinas; — Aumento a expressão de vimentina, SMA-alfa e proteínas G monoméricas da família RHO (indispensáveis ao deslocamento); — Deslocamento em movimentos ameboides, por meio de pseudópodes a favor do gradiente quimiotático; — Carcinoma de próstata → expressão de receptores de quimiocinas CXCR4 e CXCR6 facilitam a colonização de tecido ósseo, produtor dos agonistas (CXCL12 e CXCL16) desses receptores. Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens • Destacamento em blocos — Não ocorre a TEM; — Depende da criação de caminhos na MEC por meio de metaloproteases (MMP) e de expressão de moléculas na membrana das células para elas ficarem unidas em bloco; — MMP → produzidas pelas células do parênquima tumoral e por células do estroma, como macrófagos e fibroblastos induzidos pelas células malignas; — TIMP (inibidor de metaloproteases teciduais) → quanto mais expresso, menor a capacidade de invasão das céluls tumorais. Pedro Macedo - @pedromacedohf Invasão vascular — CCL6 e CCL21 → quimiocinas produzidas pelo endotélio vascular, principalmente de capilares e vênulas de paredes finas, que atraem as células malignas; — CCR7 → receptores nas células tumorais para essas quimiocinas; — Macrófagos associados ao tumor e ativados por CFS produzida pelas células malignas, produzem MMP e fatores de crescimentos que auxiliam a penetração na luz do vaso sanguíneo ou linfático; • Disseminação linfática — Via mais comum de disseminação de carcinomas; — Transporte aos linfonodos regionais e depois ao corpo todo; — Inicia-se por meio da penetração de vasos linfáticos nas margens tumorais; — Ampliação dos linfonodos que drenam os tumores → proliferação das células metastáticas e hiperplasia reativa aos antígenos tumorais; — Linfonodo sentinela → primeiro linfonodo no trajeto do tumor à cadeia linfonodal regional; pode permitir o prognóstico preciso acerca da metástase. • Disseminação hematogênica— Via mais comum de disseminação de sarcomas e diversos carcinomas renais; — Inicia-se, preferencialmente, pelas vênulas de paredes mais delgadas, seguindo o padrão do fluxo venoso; — Fígado e pulmões são os locais mais acometidos. Sobrevivência das células na circulação — Maioria das células tumorais é destruída pela força de cisalhamento da corrente sanguínea, além de sistema complemento, células citotóxicas e anticorpos; — Ativam plaquetas a formarem uma capa de fibrina sobre as células tumorais, protegendo-as dos efeitos lesivos da resposta imunitária; Obs: Experimentalmente o uso de anticoagulamentes (heparina) reduz a formação de metástases, bem como trombocitopenia. Adesão e extravasamento vascular — A expressão de moléculas de adesão ocorre ainda no tumor primário de onde as células metastáticas já saem “endereçadas” a um determinado órgão; — A saída das células do vaso depende dos fatores quimiotáticos secretados pelo órgão de destino. Exemplo: Carcinoma colorretal com metástase hepática → células que deixam o tumor primitivo expressando receptor MET e E-selectina (que permite adesão ao endotélio dos sinusoides hepáticos). Hepatócitos produzem HGF que ativam o receptor MET induzindo a migração das células tumorais ao lóbulo hepático.
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