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Mariana Marques – T29 Mecanismos de Metástase ---------------------------------------------------------------------------------------------- INTRODUÇÃO Conceito: capacidade de uma célula neoplásica maligna se destacar de seu sítio de origem, ganhar uma via de disseminação, atingir sítios distantes daquele de origem e desenvolver um novo foco de neoplasia. A invasividade dos tumores malignos permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades corpóreas, provendo a oportunidade para a disseminação A metástase confere o maior nível de gravidade à um câncer A capacidade de se disseminar e de formar metástases constitui a diferença fundamental entre uma neoplasia benigna e uma maligna Metástases são o selo definitivo de malignidade e sinal de mau prognóstico Em muitos pacientes, as metástases são a primeira manifestação clínica de um câncer FORMAÇÃO DE METÁSTASE É a formação de um novo tumor a partir do primeiro, mas sem continuidade entre os dois, envolvendo: Destacamento das células da massa tumoral original Deslocamento dessas células pela matriz extracelular (MEC) Invasão de vasos linfáticos ou sanguíneos Sobrevivência das células na circulação Adesão ao endotélio vascular no órgão em que as células irão se instalar Saída dos vasos nesse órgão (diapedese) Proliferação no órgão invadido Indução de vasos para o suprimento sanguíneo da nova colônia VIAS DE DISSEMINAÇÃO DE CÉLULAS CANCEROSAS VIA LINFÁTICA: disseminação através de linfonodos Via preferencial de disseminação inicial de carcinomas metastáticos Segue o padrão de drenagem das cadeias linfáticas locorregionais do tumor primário, ou seja, o primeiro sítio das metástases é o primeiro linfonodo na via de drenagem linfática do tumor, chamado linfonodo sentinela Linfonodo sentinela: primeiro linfonodo de drenagem da região do tumor primário Algumas vezes, as metástases pulam o primeiro linfonodo e aparecem no seguinte ou surgem em linfonodos não relacionados topograficamente com a sede do tumor Os linfonodos com metástases normalmente encontram-se aumentados de volume e formam massas que podem ser palpadas quando em cadeias superficiais ou serem detectados por exames de imagem se em cadeias mais profundas VIA HEMATOGÊNICA OU SANGUÍNEA: disseminação pelos vasos sanguíneos Atinge locais distantes de sua origem Células malignas na circulação não indicam obrigatoriamente a formação de metástases, pois a maioria delas é destruída pelas forças de cisalhamento da corrente sanguínea, pelas respostas imunitárias inata (complemento, células NK, macrófagos) e adaptativa e por apoptose Mariana Marques – T29 Implantes cavitários ou semeadura: disseminação ocorre através dos líquidos serosos que revestem as membranas serosos (peritônio, pericárdio e pleura) → Implante de células tumorais em cavidades e superfícies corpóreas pode ocorrer quando uma neoplasia maligna penetrar um “campo aberto” natural sem barreiras físicas IMPORTANTE: Invasão por contiguidade não configura metástase ASPECTO MORFOLÓGICO As metástases apresentam-se macroscopicamente como nódulos múltiplos, bem delimitados, de tamanhos diversos, na superfície ou na intimidade de um órgão Microscopicamente, as células de metástases podem ter as mesmas características do tumor primário, contudo, são menos diferenciadas e mais atípicas, por isso, ao se analisarem metástases em um órgão, nem sempre é possível determinar o tumor de origem GENERALIDADES 90% da mortalidade dos pacientes com câncer Cerca de 70% dos pacientes com tumor invasivo apresentam metástase oculta ao diagnóstico Células tumorais atingem a circulação sanguínea todos os dias Somente uma pequena parcela de células tumorais adquire o potencial metastático Mariana Marques – T29 MECANISMOS DE METÁSTASE A disseminação de tumores é um processo complexo que envolve uma série de etapas sequencias chamadas de cascata de invasão-metástase Essas etapas consistem em invasão local, intravasamento nos vasos sanguíneos e vasos linfáticos, trânsito na vasculatura, saída dos vasos, formação de micrometástases e crescimento de micrometástases em tumores macroscópicos INVASÃO DA MATRIZ EXTRACELULAR – INVASÃO NO ESTROMA Um carcinoma deve primeiramente romper a membrana basal, depois atravessar o tecido conjuntivo intersticial e por fim acessar a circulação penetrando a membrana basal vascular A invasão da MEC é um processo ativo de quatro etapas: Afrouxamento das células tumorais: eliminação das adesões célula-célula (células do tumor primário precisam se desprender desse tumor para invadir o estroma adjacente) Degradação local da membrana basal e do tecido conjuntivo intersticial: a degradação é realizada pelas enzimas metaloproteinases (colagenases, gelatinases e estromelisinas) Alterações na fixação das células tumorais às proteínas da MEC: perda de adesão nas células normais leva à indução da apoptose, enquanto as células tumorais são resistentes a essa forma de morte celular Locomoção: impulsiona as células tumorais através das membranas basais degradadas e zonas de proteólise da matriz TRANSIÇÃO EPITÉLIO-MESENQUIMA Quando as células epiteliais caem em um tecido mesenquimal precisam adquirir novas características para que consigam locomover no mesênquima Perda das características epiteliais e ganho de características mesenquimais Dissociação das junções oclusivas e aderentes Reorganização do citoesqueleto Capacidade de migrar e invadir o estroma adjacente Transição epitélio – mesênquima: ocorre principalmente nos carcinomas Mariana Marques – T29 ANGIOGÊNESE As células tumorais realizam o processo de formação de novos vasos sanguíneos A angiogênese é essencial pois facilita a nutrição e a penetração das células tumorais nos vasos sanguíneos, isso ocorre pois os vasos recém formados são tortuosos e não possuem uma estrutura tão firme, facilitando a invasão Quando em circulação, as células tumorais são vulneráveis à destruição pelas células imunes do hospedeiro Na circulação sanguínea, algumas células tumorais formam êmbolos por agregação e adesão a plaquetas, proporcionando, proteção contra as células efetoras antitumorais do hospedeiro Quando as células conseguem penetrar, formam microcolônias, realizam crescimento intraluminal para conseguir romper entre as células endoteliais e invadir o tecido onde elas vão proliferar Nem sempre o local onde as células tumorais conseguem chegar é o local apropriado para elas se proliferarem, sendo necessário um nicho pré - metastático NICHO PRÉ - METASTÁTICO: Sugere que um tumor primário modula o microambiente do sítio secundário antes da chegada da maioria das células metastáticas Essa modulação parece ser conseguida através da mobilização e do recrutamento de células primárias específicas, derivadas da medula óssea, para o microambiente secundário Se a célula tumoral não encontrar um nicho, ela é destruída Algumas células tumorais entram em estado de dormência, diminuindo o seu metabolismo, para que não seja destruída e assim encontre melhores condições para proliferação celular Só é considerado metástase quando as células tumorais são capazes de formar um tumor secundário PRINCIPAIS LOCAIS DE METÁSTASE POR VIA HEMATOGÊNICA TUMOR PRIMÁRIO SÍTIOS METASTÁTICOS Mama Osso, Pulmão, Fígado e Cérebro Próstata Osso Pulmão Cérebro, Fígado, Glândula Adrenal e Osso Colorretal Fígado, Pulmão Pâncreas Fígado, Pulmão Rim Fígado, Pulmão e Osso NOMENCLATURA DE PROCESSO FISIOPATOLÓGICO DE METÁSTASE Neoplasia maligna com diferenciação em + histogênese do local do tumor primário + secundário em + histogênese do local do tumor secundário
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