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Aap4 - Literaturas de Língua Portuguesa III 1) Leia abaixo os trechos da obra “Os devaneios do caminhante solitário”, de Jean-Jacques Rousseau: Vi muitos que filosofavam de maneira muito mais douta que eu, mas sua filosofia lhes era, de certa forma, estranha. Querendo ser mais sábios que outros, estudavam o universo para saber como este estava arranjado, como teriam estudado alguma máquina que tivessem encontrado, por pura curiosidade. Estudavam a natureza humana para dela poder falar com sabedoria, mas não para se conhecerem […] Ao me libertar de todas essas armadilhas, de todas essas vãs esperanças, entreguei-me por completo à despreocupação e ao repouso do espírito que sempre foram meu interesse mais dominante e minha inclinação mais duradoura. Deixei a sociedade e suas pompas, renunciei a todo adereço [...], sem relógio, sem meias brancas, penteados, uma grossa veste de pano, e melhor que tudo isso, extirpei de meu coração os desejos e as cobiças que dão valor a tudo o que eu abandonava. RENAN, Marlo. Os devaneios do caminhante solitário, de Jean-Jacques Rousseau. Considerando os trechos apresentados, do livro “Os devaneios do caminhante solitário”, e a obra como um todo, analise as afirmativas a seguir: I. Rousseau demonstra estar profundamente decepcionado com a rejeição de sua pessoa pela sociedade em que vivia. II. Tratou da temática do Eu em consonância com o Outro, em contato direto com a natureza. III. Rousseau mostrou-nos a irracionalidade humana, já que todo Homem é preenchido por uma parte racional e outra irracional. Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em: Alternativas: · a) I apenas. · b) I e II apenas. · c) II e III apenas. · d) I, II e III. Alternativa assinalada · e) III apenas. 2) Leia o trecho a seguir: O autor deste livro conhece tanto quanto ninguém os numerosos e grosseiros defeitos de suas obras. Se lhe acontece muito raramente corrigi-las, é que sente repugnância por voltar tarde demais para uma coisa já terminada. Ignora esta arte de soldar uma beleza no lugar de uma mancha, e nunca pôde chamar novamente a inspiração para uma obra que já esfriou. Que fez ele aliás que valha esta pena? O trabalho que perderia para apagar as imperfeições de seus livros, prefere emprega-lo para despojar seu espírito de defeitos. É seus métodos não corrigir uma obra senão numa outra obra. O trecho acima pertence ao prefácio de Cromwell da obra de Victor Hugo “Do grotesco ao sublime”. Assinale a alternativa que apresenta o que é defendido por Victor Hugo nessa obra: Alternativas: · a) O êxtase de sua existência o qual foi vivenciado, em plenitude, na ilha de Saint-Pierre: contato com a natureza concedeu-lhe instantes de felicidade. · b) A humanidade tem conflitos internos inerentes à sua própria natureza, e as poéticas clássicas estão equivocadas em separar o que na vida está misturado. Alternativa assinalada · c) A irracionalidade humana, já que todo Homem é preenchido por uma parte racional e outra irracional. · d) Os temas indianistas, pelos quais criava índios muito nobres e descrevia uma natureza exuberante. · e) A paisagem natural e a cultura indígena para criar o universo mitológico brasileiro, que vai fundamentar a grandiosidade da nação brasileira. 3) Leia a seguir o poema de abertura da primeira parte do livro “The Songs of Innocence and The Songs of Experience” de William Blake publicado em 1794: Trilando por velhos vales Canções de muita alegria Vi na nuvem um menino Que risonho me pedia: Uma canção de cordeiro. Eu toquei com muito gosto; Flautista toque outra vez – Vi lágrimas no seu rosto. Deixe a flauta, a doce flauta Cante cantos de alegria, Voltei na mesma cantiga Chorou feliz quando ouvia. Sente-se e escreva-a, flautista, num livro bom de se ler – Sumiu-se da minha vista, E oca cana fui colher. E uma pena rústica eu fiz, E a água clara foi manchada, E escrevi canção feliz: que ela alegre a criançada Agora, leia a seguir o poema mais popular da Língua Inglesa “The Tyger”, do livro “The Songs of Innocence and The Songs of Experience”, de William Blake publicado em 1794: O Tygre Tygre, Tygre, fogo ativo Nas florestas da noite vivo; Que olho imortal tramaria Tua temível simetria? Que profundezas, que céus Acendem os olhos teus? Aspirar quais asas ousa? Qual mão em tua chama pousa? Por que braço & que arte é feito Cada nervo do teu peito? E teu peito ao palpitar, Que horríveis mãos? & pés sem par? Que martelo? Que elo? Tua mente Vem de qual fornalha ardente? Qual bigorna? Que mão forte Prendeu o teu terror de morte? Quando em lanças as estrelas Choraram no céu, ao vê-las: Ele sorriu da obra que fez? Quem fez o cordeiro te fez? Tygre Tygre fogo ativo, Nas florestas da noite, vivo, Que mão imortal armaria Tua terrível simetria? STEIL, Juliana. Canções da Inocência e da Experiência – Revelando os dois estados opostos da alma humana de William Blake, 2005 Tomando como os dois textos apresentados, julgue as afirmativas a seguir em (V) Verdadeiras ou (F) Falsas. ( ) Nessa obra, Blake constrói uma simbologia para expressar as tensões contraditórias do espírito. ( ) Na primeiro texto o Cordeiro, traduz a bondade de Deus; no segundo texto, o símbolo é o tigre, representado a fúria e o poder de Deus, ao qual o homem está submetido. ( ) Blake, valorizou muito os elementos da fé cristã, que também constitui uma matriz representativa bastante forte ao longo de todo período romântico. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. Alternativas: · a) F – V – V. · b) V – V – F. · c) F – F – V. · d) V – F – F. · e) V – V – V. Alternativa assinalada 4) Leia o trecho a seguir. "As linhas do perfil desenhavam-se distintamente entre o ébano da caixa do piano, e as bastas madeixas ainda mais negras do que ele. São tão puras e suaves estas linhas, que fascinam os olhos, enlevam a mente, e paralisam toda análise. A tez é como o marfim do teclado, alva que não deslumbra, embaraçada por uma nuança delicada, que não sabereis dizer se é leve palidez ou cor-de-rosa desmaiada. O colo donoso e do mais puro louvor sustenta com graça inefável o busto maravilhoso. Os cabelos soltos e fortemente ondulados se despenham caracolando pelos ombros em espessos e luzidios rolos, e como franjas negras escondiam completamente o dorso da cadeira, a que se achava recostada". Disponível em: <https://www.algosobre.com.br/literatura/autores-do-romantismo.html>. Acesso em: 19 fev. 2019. O trecho apresentado é uma obra de Alternativas: · a) José de Alencar, pois o autor se preocupa com a descrição sóbria. · b) Franklin Távora, pois o autor apostou na construção de romances verossímeis. · c) Visconde de Taunay, pois o autor realizava construções de uma verossimilhança sertaneja muito grande. · d) Bernardo Guimarães, pois o autor manifesta o exagero no processo de adjetivação. Alternativa assinalada · e) Manuel Antônio de Almeida, pois o autor utilizava de uma linguagem muito coloquial.
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