Buscar

Rins - Anatomia, fisiologia,histologia e embriologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OBJETIVOS 
• Compreender a anatomia e fisiologia dos 
rins. 
• Entender a embriologia dos rins e 
possíveis anomalias congênitas. 
• Descrever a histologia renal. 
 
 ANATOMIA 
Os rins estão situados no espaço retroperitoneal 
da parede abdominal posterior, na altura da 12ª 
vértebra torácica à 3ª vértebra lombar, sendo o 
rim direito ligeiramente mais inferior por causa 
da posição do fígado. Cada rim pesa cerca de 150g 
e mede 10-12 cm de comprimento, 4-6,5 cm de 
largura e 2-3 cm de espessura. Eles ainda são 
envolvidos por tecido adiposo, o qual confere 
proteção contra choques, e possuem uma cápsula 
de tecido conjuntivo denso, com muitos 
miofibroblastos na porção interna. 
 
 
Os rins têm um formato de grão de feijão, 
apresentando uma borda convexa e outra 
côncava, na qual se situa o hilo, onde entram e 
saem os vasos sanguíneos, entram nervos e saem 
os ureteres. Estão situados retroperitonealmente 
na parede abdominal posterior, sendo o rim 
direito localizado 1 a 2 cm abaixo do esquerdo. 
 
O rim é revestido por uma delgada cápsula 
frouxamente aderida, formada principalmente por 
tecido conjuntivo denso e pode ser dividido em 
zonas cortical e medular. 
 
 
A zona medular é formada por 10 a 18 pirâmides 
medulares (de Malpighi), que têm os ápices 
voltados para o hilo renal e as bases voltadas para 
o córtex. Esses ápices são as papilas renais, sendo 
cada uma formada por diversos orifícios (área 
crivosa), que são aberturas dos ductos de Bellini. 
O cálice menor envolve a papila renal, com 
formato semelhante a um copo. Eles se unem 
(cerca de 2 ou 3) para formar um cálice maior. Os 
3 ou 4 cálices maiores de cada rim desembocam 
na pelve renal, que é uma porção dilatada do 
ureter. O parênquima renal cortical separa as 
pirâmides vizinhas, formando as colunas renais 
(de Bertini). A região do córtex renal está situada 
sobre as bases das pirâmides e é conhecida como 
arco cortical. Cada pirâmide renal com o seu arco 
cortical e colunas renais associadas, representa 
um lobo do rim. Um lóbulo renal é constituído por 
um raio medular (continuações do parênquima 
piramidal no córtex) e pelo tecido cortical que fica 
ao seu redor, delimitado pelas artérias 
interlobulares. 
 
RINS – COMPONENTES 
Cada túbulo urinífero do rim é composto por duas 
porções funcionais, o néfron e o túbulo coletor. 
Em cada rim há cerca de 600 a 800 mil néfrons. O 
néfron é formado por uma parte dilatada, o 
corpúsculo renal ou de Malpighi, pelo túbulo 
contorcido proximal, pelas partes delgada e 
espessa da alça de Henle e pelo túbulo contorcido 
distal. 
Diversos néfrons são drenados por um único 
túbulo coletor e múltiplos túbulos coletor se unem 
na porção mais profunda da medula até formar os 
ductos de Bellini que se abrem na papila renal. 
Corpúsculo renal 
O corpúsculo renal é formado por um tufo de 
capilares, o glomérulo, que é envolvido pela 
cápsula de Bowman. Esta cápsula possui dois 
folhetos, um interno, ou visceral, formado por 
células epiteliais modificadas - podócitos, e outro 
externo, ou parietal. 
Entre os dois folhetos está o espaço capsular que 
recebe o líquido filtrado através da parede dos 
capilares e do folheto visceral da cápsula (espaço 
de Bowman). Cada corpúsculo renal tem um polo 
vascular, por onde penetra a arteríola aferente e 
sai a eferente e um polo urinário, no qual tem 
início o túbulo contorcido proximal. 
Aproximadamente um sétimo dos corpúsculos 
localiza-se próximo à junção corticomedular 
fazendo parte dos néfrons justamedulares. Os 
outros são chamados néfrons corticais. Todos 
participam dos processos de filtração, absorção e 
secreção. 
Além das células endoteliais e dos podócitos, os 
glomérulos contêm as células mesangiais 
mergulhadas em uma matriz mesangial. Elas 
possuem capacidade contrátil e têm recepto- res 
de angiotensina II, que quando ativados reduzem 
o fluxo sanguíneo glomerular. Possuem também 
receptores para o fator natriurético produzido 
pelas células musculares cardíacas que leva à 
vasodilatação e relaxamento das células 
mesangiais, aumentando a taxa de filtração 
glomerular. Além disso as células mesangiais 
oferecem suporte físico aos capilares 
glomerulares. 
O filtrado que sai do glomérulo entra no espaço de 
Bowman através de uma complexa barreira de 
filtração, formada pela parede endotelial do 
capilar, pela lâmina basal e pelos podócitos que 
formam o folheto visceral da cápsula de Bowman. 
Os podócitos são formados por um corpo celular, 
de onde partem diversos prolongamentos 
primários e destes surgem prolongamentos 
secundários. Entre os prolongamentos 
secundários estão as fendas de filtração com 
diafragmas. 
Elementos tubulares do rim após a cápsula de 
Bowman 
A partir da cápsula de Bowman, o filtrado flui para 
o interior do túbulo proximal e, após, para a alça 
de Henle, um segmento em forma de grampo que 
desce até a medula e, posteriormente, retorna 
para o córtex. A alça de Henle é dividida em dois 
ramos, um ramo descendente fino e um ramo 
ascendente com segmentos fino e grosso. O 
fluido, então, chega até o túbulo distal. Os túbulos 
distais de até oito néfrons drenam para um único 
tubo maior, chamado de ducto coletor. (O túbulo 
distal e seu ducto coletor formam o néfron distal.) 
Os ductos coletores passam do córtex para a 
medula e drenam na pelve renal. 
Da pelve renal, o líquido filtrado e modificado, 
agora chamado de urina, flui para o ureter no seu 
trajeto rumo à excreção. 
 
FISIOLOGIA 
Podemos dividir as funções dos rins em seis 
áreas 
gerais: 
1. Regulação do volume do líquido extracelular e 
da pressão arterial. Quando o volume do líquido 
extracelular diminui, a pressão arterial também 
diminui. Se o volume do líquido extracelular e a 
pressão arterial caem até níveis muito baixos, o 
corpo não pode manter um fluxo adequado de 
sangue para o encéfalo e outros órgãos 
essenciais. 
Os rins trabalham de uma maneira integrada com 
o sistema circulatório para assegurar que tanto a 
pressão arterial quanto a perfusão tecidual 
permaneçam em uma faixa aceitável. 
2. Regulação da osmolalidade. O corpo integra a 
função renal com o comportamento, como a sede, 
para manter a osmolalidade do corpo em um valor 
próximo de 290 mOsM. 
3. Manutenção do equilíbrio iônico. Os rins 
mantêm a concentração de íons-chave dentro de 
uma faixa normal pelo balanço entre a sua 
ingestão e a sua perda urinária. 
O sódio (Na_) é o principal íon envolvido na 
regulação do volume do líquido extracelular e da 
osmolalidade. As concentrações dos íons potássio 
(K+) e cálcio (Ca2+) também são estritamente 
reguladas. 
4. Regulação homeostática do pH. O pH plasmático 
é normalmente mantido dentro de uma faixa 
muito estreita de variação. Se o líquido 
extracelular se torna muito ácido, os 
rins excretam H_ e conservam íons bicarbonato 
(HCO3+), que atuam como tampão. Inversamente, 
quando o líquido extracelular se torna muito 
alcalino, os rins excretam HCO3+ e conservam H+. 
Os rins exercem um papel importante na 
regulação do pH, mas não são capazes de corrigir 
desequilíbrios no pH tão rapidamente quanto os 
pulmões. 
5. Excreção de resíduos. Os rins removem 
produtos do metabolismo e xenobióticos, ou 
substâncias estranhas, como fármacos e toxinas 
ambientais. Os produtos do metabolismo 
incluem a creatinina do metabolismo muscular 
e resíduos nitrogenados, como a ureia e o ácido 
úrico. Um metabólito da hemoglobina, chamado de 
urobiolinogênio, dá a ela sua cor amarela 
característica. Os hormônios são outras 
substâncias endógenas retiradas do sangue pelos 
rins. Exemplos de substâncias estranhas 
excretadas pelos rins incluem o adoçante artificial 
sacarina e o ânion benzoato, parte do conservante 
benzoato de potássio, que você ingere toda vez 
que bebe um refrigerante diet. 
6. Produção de hormônios. Embora os rins não 
sejam glândulas endócrinas, eles desempenham 
um importante papel em três vias endócrinas. As 
células renais sintetizam eritropoetina, a 
citocina/hormônioque regula a produção dos 
eritrócitos. Os rins também liberam renina, uma 
enzima que regula a produção de hormônios 
envolvidos no equilíbrio do sódio e na 
homeostasia da pressão sanguínea. Por 
fim, as enzimas renais auxiliam na conversão da 
vitamina D3 em um hormônio ativo que regula o 
equilíbrio do Ca2+. 
 
 FUNÇÃO DOS NÉFRONS 
 
 Três processos básicos ocorrem nos néfrons: 
filtração, reabsorção e secreção. Filtração é o 
movimento de líquido do sangue para o lúmen do 
néfron. A filtração ocorre apenas no corpúsculo 
renal, onde as paredes dos capilares glomerulares 
e da cápsula de Bowman são modificadas para 
permitir o fluxo do líquido. 
Uma vez que o fluido filtrado, chamado de filtrado, 
chega ao lúmen do néfron, ele se torna parte do 
meio externo ao corpo, da mesma forma que as 
substâncias no lúmen intestinal fazem parte do 
meio externo. Devido a essa razão, tudo 
que é filtrado nos néfrons é destinado à excreção 
na urina, a não ser que seja reabsorvido para o 
corpo. 
Após o filtrado deixar a cápsula de Bowman, ele é 
modificado pelos processos de reabsorção e 
secreção. A reabsorção é um processo de 
transporte de substâncias presentes no filtrado, 
do lúmen tubular de volta para o sangue através 
dos capilares peritubulares. 
A secreção remove seletivamente moléculas do 
sangue e as adiciona ao filtrado no lúmen tubular. 
Embora a secreção e a filtração glomerular 
movam substâncias do sangue para dentro do 
túbulo, a secreção é um processo mais seletivo 
que, em geral, usa proteínas de membrana para 
transportar as moléculas através do epitélio 
tubular. 
 
 
HISTOLOGIA 
Os rins são envolvidos por tecido adiposo, o qual 
confere proteção contra choques. Possuem uma 
cápsula de tecido conjuntivo denso, com muitos 
miofibroblastos na porção interna. 
 
O córtex possui estruturas vasculares, os 
corpúsculos renais (ou de Malpighi), onde o 
sangue é filtrado. O fluido formado percorre um 
sistema tubular nas regiões cortical e medular, 
onde sofre modificações e torna-se a urina. Os 
túbulos da medula, devido ao seu arranjo e à 
diferença de comprimento, constituem estruturas 
cônicas, as pirâmides medulares. A base da 
pirâmide medular situa-se no limite 
corticomedular, e o ápice (papila) é voltado para o 
hilo. Uma pirâmide medular e o tecido cortical 
adjacente constituem um lobo renal. 
Os ductos coletores da urina abrem -se na 
extremidade da papila, formando a área crivosa 
ou cribiforme (do latim cribrum, coador). Cada 
papila projeta-se em um cálice menor. Os cálices 
menores unem-se em dois a quatro cálices 
maiores, que, por sua vez, desembocam na pelve 
renal. 
 
Corpúsculo Renal: 
 
Formado por glomérulo (conjunto de capilares) + 
cápsula glomerular. Os capilares que formam 
glomérulo são fenestrados, têm aberturas na sua 
parede que realizam a filtração, além disso, 
possuem células na sua parede chamadas de 
podócitos (possuem corpo e prolongamentos que 
abraçam os capilares e formam espaços onde 
ocorre a filtração). Esse espaço onde acontece a 
filtração é chamado de fendas de filtração. 
Glomérulo: cápsula com tecido epitelial de 
revestimento plano simples, com duas porções: O 
folheto parietal da cápsula de Bowman é 
constituído por um epitélio simples pavimentoso, 
que se apoia na lâmina basal e em uma fina 
camada de fibras reticulares. Já o 
folheto visceral é formado por células, 
modificadas durante o período embrionário, que 
adquirem características próprias. Essas células 
são chamadas de podócitos. 
O glomérulo é praticamente todo constituído por 
um conjunto de lâminas basais (lâmina interna, 
lâmina externa e lâmina densa), chamada 
membrana basal glomerular. 
O corpúsculo renal possui polo urinário e polo 
vascular. No polo vascular chega uma arteríola 
aferente e sai uma eferente. 
Ao mesmo tempo, se modifica o túbulo contorcido 
distal, as células que eram cúbicas passam a ser 
cilíndricas e aparece mais escuras, região 
chamada de mácula densa. Nesta região existem 
também as células extraglomerulares. As células 
da macula densa + extraglomerulares + 
justaglomerulares formam aparelho 
justaglomerular. 
 Células mesangiais 
 
Além das células endoteliais e dos podócitos 
(citados acima), os glomérulos contêm células 
mesangiais mergulhadas em uma matriz 
mesangial. Elas se situam, normalmente, nos 
espaços entre duas ou mais alças capilares. 
Também podem ser encontradas na parede dos 
capilares glomerulares, entre as células 
endoteliais e a lâmina basal. A função dessas 
células é fornecer suporte estrutural aos 
glomérulos. Também sintetizam a matriz 
extracelular, fagocitam e digerem substâncias 
normais e patológicas retiradas pela barreira de 
filtração e produzem moléculas biologicamente 
ativas, como prostaglandinas e endotelinas. 
 
 
Túbulo Contorcido Proximal: 
 
Formado por células cúbicas (epitélio cúbico sim- 
pules) ou colunares baixas, e possui 
microvilosidades que fazem a absorção do filtrado 
que vem do corpúsculo renal. O conjunto das 
microvilosidades é chamado orla em escova. 
Reabsorve grande parte do filtrado. O 
túbulo contorcido proximal tem uma luz menor do 
que o túbulo contorcido distal, por causa das 
microvilosidades, além de serem mais acidófilo, as 
células no túbulo contorcido proximal são mais 
altas do que do túbulo contorcido distal. 
 
O filtrado glomerular que passa pelo TCP começa 
a sobre processo de absorção e excreção. Nesse 
seguimento, há a absorção quase total de glicose, 
e dos aminoácidos contidos no filtrado, além de 
70% da água, bicarbonato e do cloreto de sódio. 
Íons como cálcio e fosfato também são 
absorvidos. A glicose, os aminoácidos e os íons 
são absorvidos por transporte ativo (com 
gasto de energia). A água, por sua vez, acompanha 
passivamente essas substâncias. O TCP também 
excreta íons H+ e substâncias tóxicas resultantes 
do metabolismo, como a creatinina e a amônia. 
 
 
Alça de Henle: 
A alça de Henle é uma estrutura em formato de U 
que consiste em um seguimento delgado 
interposto a dois seguimentos espessos. No 
córtex, os néfrons possuem alças de seguimento 
delgado descendente muito curto, sem 
seguimento delgado ascendente. Por outro lado, 
os néfrons justamedulares têm alças de Henle 
muito longas, estendendo-se até a profundidade 
da medula renal. Essas alças têm seguimentos 
espessos curtos e seguimento delgado longo, 
tanto descendente como ascendente. Isso se 
torna importante para a produção de um 
gradiente de hipertonicidade no interstício da 
medula renal, o que torna a urina hipertônica. 
Assim, esse mecanismo contribui para a água seja 
poupada no corpo, conservando-a conforme as 
necessidades. 
Vale ressaltar que a parte delgada da alça de 
Henle é formada por epitélio simples pavimentoso 
e porção espessa por epitélio simples cúbico. 
A porção delgada e os capilares não podem ser 
diferenciados em microscopia óptica. A alça 
concentra a urina, reabsorve água do filtrado, se 
já não foi tudo absorvido no túbulo contorcido 
proximal. Isso acontece na porção delgada 
descendente, pois a ascendente é impermeável à 
água. 
 
 
Túbulo Contorcido Distal: 
 Após um curto trajeto na cortical, a parte espessa 
da alça de Henle torna-se tortuosa e passa a ser 
chamada de túbulo contorcido distal, que é 
revestido por epitélio cúbico simples. O túbulo 
contorcido distal se diferencia do túbulo 
contorcido proximal por algumas determinadas 
características. No distal suas células são 
menores, apresentam maior número de núcleos, 
não apresentam orla em escova e escova e tem 
células menos acidófilas por apresentarem menor 
quantidade de mitocôndrias. 
Semelhante à parte espessa do alça de Henle, o 
TCD é impermeável a água e à ureia e é capaz de 
realizar o transporte de íons. 
 
Algo que chama a atenção nos TCD é a formação 
de células de parede modificada, as quais ocorrem 
quando o TCD se aproxima no corpúsculo renais 
do mesmo néfron. As modificações são 
caracterizadas por célulascilíndricas, altas, com 
núcleos alongados e próximos uns dos outros. 
Além disso, a maioria dessas células possui 
complexo de Golgi na região basal. 
Nos cortes corados é possível observar uma 
estrutura escura denominada mácula densa. A 
mácula densa é sensível ao conteúdo iônico e ao 
volume de água no fluido tubular, produzindo 
moléculas sinalizadoras que promovem a 
liberação da enzima renina na circulação. A renina 
é liberada pelas células justaglomerulares, que são 
células musculares lisas modificadas da túnica 
média da arteríola aferente (às vezes, também da 
arteríola eferente). 
 
Túbulos e Ductos Coletores: 
A urina passa dos túbulos contorcidos distais 
para os túbulos coletores, que desembocam em 
tubos mais calibrosos, os ductos coletores. 
Ambos vão seguir um trajeto retilíneo. Tem como 
função básica o transporte do filtrado, que agora 
já é urina. 
Tanto os túbulos como os ductos coletores 
seguem um trajeto retilíneo. Os túbulos coletores 
mais delgados são revestidos por epitélio cúbico e 
têm diâmetro de cerca de 40 micrometros. 
À medida que se fundem e se aproximam das 
papilas, suas células se tonam mais altas, até se 
transformarem em cilíndricas. Ao mesmo tempo, 
aumenta o diâmetro do tubo. Próximo à 
extremidade das papilas medulares, os ductos 
coletores têm diâmetro de 200 micrometros. 
 
EMBRIOLOGIA 
 
O desenvolvimento embriológico normal do rim 
ocorre a partir do mesoderma intermediário e 
ocorre em três estágio. 
●Pronefro – Sistema rudimentar transitório 
e não funcional que começa na quarta 
semana de embriogênese (ou seja, dia 22) e 
desaparece até o final da quarta semana (ou 
seja, dia 28). A degeneração dos glifos é 
necessária para o desenvolvimento renal 
normal. 
●Mesonefro – Derivado do mesoderma 
intermediário até o dia 26 e pela quinta 
semana de embriogênese desenvolve-se em 
20 túbulos emparelhados que produzem 
pequenas quantidades de urina. Os 
mesonefros acabam por fundir-se com a 
cloaca e contribui para a formação da bexiga 
urinária, e no masculino, o sistema genital é 
derivado dos dutos mesonéfriicos e alguns 
túbulos. 
●Metanefro – O metanefro, composto pelo 
mesênquima metanéfrico e pelo epitélio 
uretérico (porção caudal do ducto 
mesonefrítico), é o último estágio do 
desenvolvimento renal e forma o rim 
permanente a partir da quinta semana da era 
embrionária. 
 
ANOMALIAS CONGÊNITAS 
 
Anomalias do tamanho - As anomalias do 
tamanho, da forma e da posição dos rins ocorrem 
nas fases iniciais do desenvolvimento e são 
resultantes da incorreta união entre os blastemas 
metanéfricos. No rim hipoplásico há falência do 
desenvolvimento, e apesar de pequenos e pouco 
numerosos, os componentes do sistema coletor 
funcionam normalmente e guardam relação com 
o volume do parênquima, características que 
devem ser diferenciadas do rim atrófico 
adquirido, pequeno e contraído. A presença de 
hipoplasia renal tem sido associada a infecções e 
hipertensão arterial. A hiperplasia, outra anomalia 
do tamanho, é associada à agenesia ou hipoplasia 
do lado contralateral, sendo denominado, de 
forma mais adequada, hipertrofia compensatória. 
Anomalias da forma - durante a migração dos 
rins para a fossa renal, eles cruzam as artérias 
umbilicais. Qualquer alteração na posição destas 
artérias pode causar a fusão dos blastemas 
nefrogênicos, resultando em uma fusão que pode 
ser parcial, como ocorre nos rins em ferradura e 
na ectopia renal cruzada com fusão, ou total, 
como no rim em panqueca. O rim em ferradura é 
a anomalia renal mais comum e mais encontrada 
entre os homens. O grau de fusão renal é variável 
e ocorre, na maioria dos casos, entre os polos 
inferiores dos rins, que se encontram mais 
próximos da linha média do que os rins normais. 
 
Anomalias da posição - O rim ectópico resulta da 
falha na migração deste da cavidade pélvica para 
a fossa renal e comumente está relacionado a má 
rotação. Observa-se leve predileção pelo lado 
esquerdo e 10% dos casos podem ser bilaterais. A 
ectopia cranial é usualmente intratorácica e a 
ectopia caudal pode ser classificada em 
abdominal, ilíaca (lombar) ou pélvica (sacral), 
sendo esta a mais comum, além da associação 
com malformações genitais. 
 
 
Anomalias de rotação - A migração do rim, desde 
a cavidade pélvica até o seu sítio lombar 
definitivo, ocorre simultaneamente com a sua 
rotação no plano longitudinal. À medida que migra 
cefalicamente, cada rim sofre uma rotação medial 
de aproximadamente 90°, e os hilos se orientam 
para a linha média, alinhados e voltados um para o 
outro anteromedialmente. 
 
Anomalias de número - A agenesia renal, com 
provável causa multifatorial, é definida como 
ausência de tecido renal secundária a falha na 
embriogênese, podendo ser uni ou bilateral. O rim 
supranumerário é extremamente raro e acha-se 
separado dos outros dois, além de possuir 
suprimento sanguíneo próprio. A agenesia 
unilateral é uma anomalia relativamente comum 
que ocorre aproximadamente 1 vez em cada 1.000 
recém-nascidos. 
 
REFERÊNCIAS: 
• JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, 
P. Histologia básica: texto e atlas. 13. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
• Gray, H. Anatomia: A Base Anatômica Da Prática 
Clínica. 40 edição. Elsevier: Rio de Janeiro, 2010. 
• SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: 
uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre. 
2017 
• HALL, John E. Guyton & Hall Fundamentos de 
Fisiologia. Elsevier Brasil, 2017. 
• ROSEMBLUM, Norman D. Overview of congenital 
anomalies of the kidney and urinary tract 
(CAKUT). UPTODATE, 2019. 
• MARANHÃO, Carol Pontes de Miranda et al. 
Anomalias congênitas do trato urinário superior: 
novas imagens das mesmas doenças. Radiologia 
Brasileira, v. 46, n. 1, p. 43-50, 2013.

Continue navegando