Buscar

Elaboracoes de projeto de pesquisa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

55
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
Unidade II
O PROJETO DE PESQUISA COMO INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO DA 
REALIDADE SOCIAL
5 CONSIDERAÇõES SObRE A PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL 
A questão da pesquisa é fundamental quando se fala em discutir sobre a prática social que 
desenvolvemos. Considerando que as práticas são postas socialmente e construídas conforme as 
demandas, podemos concluir que não há como produzir novas práticas somente com a reprodução do 
já produzido, mas sim por meio da pesquisa.
As metodologias qualitativas de pesquisa são utilizadas nas Ciências Sociais e também no Serviço 
Social, pois as pesquisas quantitativas são importantes para dimensionar os problemas com os quais 
trabalhamos, mas insuficientes em face da complexidade da questão social.
A relação entre pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa é de complementariedade e articulação, 
e não de oposição.
As Ciências Sociais, como estudo de comportamento humano e social, são ciências específicas com 
metodologia própria.
A atividade acadêmica tem como uma de suas finalidades a produção de pesquisas sociais, a 
elaboração de projetos socialmente válidos, possibilitando assim que a universidade cumpra seu papel 
social.
As profissões da área social, como o Serviço Social, não podem investir somente na capacidade 
operacional. A questão da pesquisa, a consistência argumentativa, a fundamentação teórica, a construção 
do saber, fazem parte da construção de práticas sociais coletivas. 
As metodologias qualitativas de pesquisa são priorizadas no Serviço Social pelas contribuições 
trazidas da área social pela via qualitativa. O Serviço Social, durante muito tempo, utilizou a pesquisa 
clássica, ou seja, a pesquisa quantitativa; porém, em função da própria questão social, o modo como as 
pessoas vivem não aparece com clareza nas pesquisas quantitativas. Já nas pesquisas qualitativas essa 
questão é discutida e analisada com mais eficiência.
Além da busca por descrições de índices, coleta de informações, as metodologias de pesquisa devem 
buscar interpretações, histórias dos sujeitos pesquisados, sua percepção em relação à vida e aos fatos 
que repercutem nela, e não só a visão do pesquisador.
56
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Alguns pressupostos que fundamentam o uso de metodologias qualitativas de pesquisa:
• reconhecimento da singularidade do sujeito;
• essas pesquisas partem do reconhecimento da importância de conhecer a experiência social do 
sujeito;
• o reconhecimento de que conhecer o modo de vida do sujeito pressupõe o conhecimento de sua 
experiência social.
As técnicas que podemos trabalhar nesse tipo de pesquisa são diferenciadas: 
• observação participante;
• visita domiciliar;
• recurso da imagem.
 Lembrete
Enfim, as metodologias quantitativas não são excludentes, mas os 
instrumentos são diferenciados e tão importantes quanto. Inclusive uma 
pesquisa qualitativa pode decorrer de uma pesquisa quantitativa.
Toda metodologia depende de procedimentos operacionais. As técnicas quantitativas de 
pesquisa estão relacionadas com a adoção de estratégia de pesquisa nas Ciências Naturais. Para 
explicar fatos, essas técnicas são baseadas em observações empíricas, buscam a objetividade. É 
utilizada a metodologia da experimentação, com resultados expressos em número, intensidade e 
ordenação.
Nessas pesquisas, o pesquisador realiza a avaliação do processo com a descrição, explicação, 
a partir de critérios de representatividade probabilística. Até a década de 1970, as investigações 
em Ciências Humanas foram dominadas pela pesquisa quantitativa, porém as questões de 
generalizações e neutralidade científica foram criticadas e assim considerados os limites da 
pesquisa experimental.
Tratando-se de estudo do comportamento humano e social, optou-se por utilizar a pesquisa 
qualitativa, mas não divergindo da quantitativa. Pode-se, assim, analisar qualitativamente os 
dados quantitativos ou com métodos quantitativos o material recolhido com técnicas qualitativas.
A aproximação entre os vários métodos pode contribuir para o conhecimento do tema em estudo, 
mas o pesquisador deve estar seguro quanto às referências teórico-metodológicas em que está se 
apoiando.
57
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
O projeto de pesquisa 
O projeto de pesquisa refere-se ao planejamento e ao roteiro sobre o quê, como e quando fazer. 
Algumas definições:
• Projeto: uma ação planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades e desenvolvida 
num determinado local, com público-alvo, tempo de duração e recursos delimitados.
• Plano operacional: é a apresentação resumida das principais atividades de um projeto, contendo 
seu prazo de realização, a(s) pessoa(s) responsável(eis), os recursos necessários e os apoios 
envolvidos.
• Viabilidade: conjunto de critérios e condições políticas, técnicas socioambientais, culturais e 
financeiras que um projeto deve obedecer para ser realizado com chances de êxito.
• Tabulação: consiste em dispor os dados em tabelas, para maior facilidade de representação e 
verificação das relações entre eles.
 Saiba mais
Para se aprofundar nos conhecimentos a respeito, pesquisar: MINAYO, 
M.C.S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 
1999.
5.1 Projeto de pesquisa
Planejamento de pesquisa
1. Escolha do tema.
2. Delimitação do assunto.
3. Levantamento bibliográfico ou revisão da bibliografia.
4. Formulação do problema.
5. Construção das hipóteses.
6. Indicação das variáveis.
7. Delimitação do universo (amostragem).
8. Seleção dos métodos e das técnicas.
9. Construção dos instrumentos de pesquisa.
10. Teste dos instrumentos e procedimentos metodológicos.
58
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Cronograma 
A resposta da pergunta “quando?” é respondida na fase de elaboração do cronograma. Conforme 
a pesquisa é dividida em partes, é necessário prever o tempo necessário para passar de uma fase para 
outra.
Algumas partes podem ser executadas simultaneamente pelos vários membros da equipe, outras 
dependem das anteriores. A análise e a interpretação dos dados só podem ser realizadas após a 
codificação e a tabulação, que só podem ser feitas após a colheita dos dados.
O cronograma auxilia muito na organização do pesquisador, prevendo tempo para todas as tarefas 
da pesquisa. Exige organização e cuidado por parte do pesquisador e do estudante, pois o processo de 
pesquisa se dá em tempo estipulado para que o projeto elaborado seja colocado em prática. 
Orçamento
O orçamento responde à pergunta “quanto?”, distribui os gastos que devem ser necessariamente 
separados e divididos por itens, e inclui:
• pessoal: todos os envolvidos, do coordenador aos pesquisadores de campo, computar seus ganhos 
conforme determinado e combinado (mensais, semanais, por hora/atividade etc.);
• material: deve ser subdividido em:
— de consumo: consumido no processo de realização da pesquisa, como papel, canetas, lápis, 
cartões ou plaquetas de identificação dos pesquisadores de campo, hora/computador, 
datilografia, xerox, encadernação etc.;
— permanente: pode retornar à entidade financiadora, ou ser alugado, como máquinas de 
escrever, calculadoras etc.
Etapas da pesquisa
• Revisão de literatura
— técnicas de pesquisa de campo: observação direta e entrevista
• Técnicas de entrevista
— padronizada ou estruturada (roteiro preestabelecido)
— despadronizada ou não estruturada (conversação informal, perguntas abertas)
— painel: com várias pessoas
59
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
• Instrumentos de pesquisa:— questionário
— formulário
— entrevista
• Representação dos dados:
— coleta de dados
— crítica dos dados
— apuração dos dados: contagem e ordenação
— exposição dos resultados: gráficos e tabelas
— interpretação dos fatos
• Relatório de pesquisa:
— introdução
— desenvolvimento
— conclusão
• Parte referencial: 
— apêndices
— anexos e 
— bibliografia
• Justificativa
Entre as etapas para elaboração do projeto de pesquisa, alguns aspectos devem ser ressaltados e 
lembrados:
• Na definição do problema, ou seja, o assunto, é importante que haja argumentação razoável; 
os objetivos gerais e específicos devem estar devidamente estabelecidos; a metodologia deve 
estar descrita com identificação de alguns conceitos e teorias, assim como dos procedimentos 
de pesquisa e levantamento dos dados e informações; o referencial bibliográfico deve estar 
identificado com breves comentários; o cronograma, enquanto aspecto fundamental para o 
60
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
planejamento e acompanhamento do processo de pesquisa, deve estar bem elaborado com as 
respectivas atividades a serem desenvolvidas. 
• Na etapa teórica e bibliográfica, são verificados os pressupostos, os conceitos e as teorias 
existentes. É essa fase que permite ao pesquisador rever e definir melhor o problema da pesquisa, 
considerando que se estabelecem outras relações.
• Na pesquisa propriamente dita, ou, na parte prática, são verificados os objetivos, as perguntas e 
as hipóteses, baseado nos dados e nas informações que foram levantados na pesquisa de campo; 
é a parte em que o desenvolvimento do trabalho e sua apresentação em capítulos e itens são 
organizados, e as conclusões e a apresentação dos resultados são preparadas.
A pesquisa acadêmica possui um sentido político e a escolha e a delimitação de um tema pressupõem 
sua relevância, sobretudo social. 
Os elementos de um projeto de pesquisa científico compõem o seguinte roteiro:
• título do projeto;
• delimitação do tema e do problema;
• apresentação das hipóteses;
• explicitação do quadro teórico;
• indicação dos procedimentos metodológicos e técnicos;
• cronograma de desenvolvimento;
• referências bibliográficas básicas.
Algumas explicações a respeito de cada elemento de um projeto de pesquisa científico:
• título do projeto: nomeação do tema da pesquisa;
• delimitação do tema e do problema da pesquisa: momento fundamental do projeto, de decisão, 
pois o pesquisador tem que ter uma ideia bem clara do problema a ser trabalhado, devidamente 
delimitado. Após o esclarecimento do tema e da delimitação do problema, devem-se apresentar 
as justificativas;
• justificativas (não só as pessoais, como o porquê do interesse pessoal pelo tema), principalmente 
quanto à relevância social e científica do assunto. Os objetivos que se pretende alcançar com o 
trabalho devem vir em seguida da justificativa;
• formulação de hipóteses: o que se pretende demonstrar. Em alguns trabalhos acadêmicos, nem 
sempre são levantadas hipóteses, as quais podem ser afirmativas ou em forma de perguntas, 
para serem confirmadas, negadas ou esclarecidas. Em qualquer das situações, o trabalho deve 
61
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
demonstrar exatamente o(s) motivo(s) das conclusões quanto a(s) hipótese(s) levantada (s) no 
início da pesquisa. Muitas vezes, o pesquisador pensa que tem certeza da resposta de determinada 
hipótese com base em seu conhecimento; porém, com o desenvolver mais aprofundado da pesquisa 
bibliográfica e da pesquisa de campo, podem comprovar-se equívocos, demonstrando outra 
realidade. O fato de o pesquisador comprovar negativa de sua própria hipótese não é considerado 
um erro, pelo contrário, demonstra sua seriedade e a maturidade em assumir academicamente 
o equívoco de suas considerações a respeito de determinado assunto, desde que o motivo seja 
muito bem expresso;
• explicitação do quadro teórico: princípios, conceitos em que o pesquisador vai se fundamentar. É 
uma diretriz e uma orientação, tendo que ser compatível com o tratamento do problema, com o 
raciocínio desenvolvido, e ter uma organicidade, uma coerência;
• indicação dos procedimentos metodológicos e técnicos: explicitação do tipo de pesquisa, podendo 
ser teórica, histórica, empírica (com trabalho de campo ou de laboratório) ou se o trabalho 
combinará as várias formas de pesquisa; explicitar quais os métodos (procedimentos mais amplos 
de raciocínio) e técnicas (procedimentos mais restritos que operacionalizam os métodos, mediante 
emprego de instrumentos adequados) a serem adotados;
• esclarecimento do cronograma da pesquisa: distribuição no tempo dos vários momentos e 
nas etapas do desenvolvimento da pesquisa, fundamental para auxiliar na organização do 
cumprimento de prazos;
• indicação da bibliografia: bibliografia básica que poderá ser completada durante o 
desenvolvimento do trabalho, conforme o aprofundamento do tema, podendo ser dividida 
em bibliografia consultada e bibliografia sugerida (embora não necessariamente consultada 
para a elaboração do projeto, refere-se ao tema e pode contribuir para o desenvolvimento 
do trabalho).
 Observação
É normal que o projeto seja alterado no decorrer da pesquisa, sendo até 
positivo, considerando que pode revelar eventuais descobertas de novos 
dados e aprofundamento das ideias.
5.2 Relatórios técnicos
Nas pesquisas realizadas como parte de exigência institucional, de agências de fomento (bolsas 
de estudos ou de financiamento de projetos) ou da própria instituição na qual o pesquisador é 
vinculado, geralmente é exigido a apresentação de um relatório de andamento ou de conclusão 
da pesquisa que está sendo feita ou da pesquisa que está sendo concluída. Nos casos de alunos 
de cursos de pós-graduação, também pode ser realizado relatório técnico de pesquisa, em função 
de exames de qualificação.
62
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Não há necessidade de os relatórios de pesquisa conterem análises e reflexões mais desenvolvidas. 
O objetivo desse material é historiar o desenvolvimento de um projeto, a apresentação dos caminhos 
percorridos, a descrição das atividades realizadas e a apreciação dos resultados. 
No caso dos relatórios de andamento, se couber, após a descrição das atividades realizadas e 
dos resultados obtidos, deve-se encerrar com a programação das próximas etapas da continuidade 
da pesquisa, sendo preciso detalhar e discriminar as atividades distribuídas nas várias etapas desse 
prosseguimento.
As cópias das transcrições de entrevistas, dos capítulos já elaborados, dos dados registrados 
e trabalhados, enfim, dos produtos parciais, podem ser anexadas, mas não necessariamente. Caso o 
pesquisador opte por anexar, esses produtos devem ser sintetizados.
5.3 A questão ética da pesquisa
Todas as pesquisas que envolvem sujeitos humanos devem cumprir:
• as exigências éticas gerais de toda atividade científica;
• as exigências éticas ligadas à ética profissional da área de atuação do pesquisador e atender a 
aspectos éticos específicos que constam da Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde.
A eticidade da pesquisa implica os seguintes quesitos, de acordo com os termos da Resolução:
• autonomia: consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a proteção a grupos 
vulneráveis e aos legalmente incapazes, de modo que sejam tratados com dignidade, respeitados 
em sua autonomia;
• beneficência: ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou 
coletivos, comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos;
• não maleficência: garantir que danos previsíveis serão evitados;
• justiça e equidade: fundar-se na relevância social da pesquisa.
6 AVALIAÇÃO DA PESQUISA
A avaliação da pesquisaé feita baseada nas perguntas:
• o pesquisador definiu bem o problema da pesquisa e seus objetivos?
• a metodologia está clara na perspectiva teórica das abordagens mais abrangentes, assim como do 
ponto de vista dos procedimentos operacionais de pesquisa?
• quais os resultados e as conclusões finais?
63
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
Preparação da pesquisa
A preparação é o momento de decisão do pesquisador em realizar uma pesquisa, a qual pode ter 
motivos diferentes: ser do interesse do próprio pesquisador, do interesse de alguém ou de alguma 
entidade que contrate um pesquisador para realizar uma pesquisa etc. 
Independentemente do motivo, para realizar uma pesquisa, o pesquisador tem que ter dedicação, 
persistência, paciência e esforço permanente. A definição do que se pretende investigar nem sempre é simples.
Toda investigação científica pressupõe metodologia adequada ao tipo de pesquisa pretendida e uma 
série de conhecimentos anteriores. 
• A preparação da pesquisa tem itens a serem definidos e providências a serem tomadas: 
1. Decisão.
2. Especificação dos objetivos.
3. Elaboração de um esquema.
4. Constituição da equipe de trabalho.
5. Levantamento de recursos e cronograma.
• Fases da pesquisa:
1. Escolha do tema.
2. Levantamento de dados.
3. Formulação do problema.
4. Definição dos termos
5. Construção de hipóteses.
6. Indicação de variáveis.
7. Delimitação da pesquisa.
8. Amostragem.
9. Seleção de métodos e técnicas.
10. Organização do instrumental de pesquisa.
11. Teste de instrumentos e procedimentos.
• Execução da pesquisa:
1. Coleta de dados.
64
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
2. Elaboração dos dados.
3. Análise e interpretação dos dados.
4. Representação dos dados.
5. Conclusões.
• Relatório de pesquisa:
Projeto e relatório de pesquisa
Projeto é uma das fases da pesquisa composta pelo processo de elaboração, de execução e de 
apresentação da pesquisa.
Um planejamento rigoroso é importante para o pesquisador, principalmente quando em 
algum momento da pesquisa este se sente perdido ou confuso diante de muitos e variados dados 
colhidos.
Desde a escolha do tema até a coleta de dados, a análise e interpretação, a conclusão, o relatório 
final, tudo em uma pesquisa tem uma razão, uma previsão. 
O projeto de pesquisa deve responder às seguintes questões: o quê? Por quê? Para quê e para quem? 
Onde? Como, com quê, quanto e quando? Quem? Com quanto? Cada fase responde a uma questão 
específica.
Alguns passos devem ser dados antes do início da redação de um projeto de pesquisa:
1º) Realizar estudos preliminares que permitam a verificação da questão que se pretende desenvolver 
em relação ao aspecto teórico e de outros estudos e pesquisas já elaborados. Todo tema de pesquisa 
precisa de integração adequada na teoria já existente. A análise do material disponível deverá ser 
incluída no título do projeto: revisão da bibliografia.
2º) Elaborar um anteprojeto de pesquisa que tenha por finalidade a integração dos diferentes 
elementos em quadros teóricos e adequados aspectos metodológicos. O anteprojeto permite 
ampliar e especificar os quesitos do projeto: definição dos termos.
3º) Preparação do projeto de pesquisa definitivo, mais detalhado e apresentando rigor e precisão 
metodológicos.
Elementos constitutivos do projeto de pesquisa:
Estrutura
1. Apresentação (quem?)
65
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
1.1. Capa
• entidade
• título (e subtítulo, se houver)
• coordenador(es)
• local e data
1.2. Relação do pessoal técnico
• entidade (nome, endereço, telefone)
• coordenador(es) (nome, endereço, telefone)
• pessoal técnico (cargo, nome, endereço, telefone)
2. Objetivo (para quê? para quem?)
2.1. Tema
2.2. Delimitação do tema
• especificação
• limitação geográfica e temporal
2.3. Objetivo geral
2.4. Objetivos específicos
3. Justificativa (por quê?)
4. Objeto (o quê)
4.1. Problema
4.2. Hipótese básica
4.3. Hipóteses secundárias
4.4. Variáveis
5. Metodologia (Como? Com quê? Onde? Quanto?)
5.1. Método de abordagem
66
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
5.2. Método de procedimento
5.3. Técnicas
• descrição
• como será aplicado
• codificação e tabulação
5.4. Delimitação do universo (descrição da população)
5.5. Tipo de amostragem
• caracterização
• seleção
6. Embasamento teórico (como?)
6.1. Teoria de base
6.2. Revisão da bibliografia
6.3. Definição dos termos
7. Cronograma (quando?)
8. Orçamento (com quanto?)
9. Instrumento(s) de pesquisa (como?)
7 APROxIMAÇÃO TEóRICO-PRáTICA: APRESENTAÇÃO
A apresentação do projeto de pesquisa começa com a capa, que contém a indicação dos elementos 
essenciais para a compreensão do estudo a ser realizado, sob os auspícios de quem, para quem e ao 
conhecimento do responsável pelo trabalho; o nome da entidade ou instituição, ou organização, ou 
empresa, ou escola a qual está ligada de algum modo com o coordenador. Pode ser financiada por 
pessoa(s) ou entidades.
O título sintetiza o conteúdo da pesquisa, não é o mesmo do tema e pode ou não ser acompanhado 
por um subtítulo. 
67
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
 Observação
O título provém dos objetivos geral e específico, sendo quase uma síntese 
deles. No caso de ser muito abrangente, pode comportar um subtítulo, o 
qual cabe a caracterização. 
O coordenador é o responsável que toda pesquisa deve ter. Raramente existe mais de uma pessoa 
que partilha a posição de coordenador. Seu âmbito de responsabilidade é muito amplo; por isso, seu 
nome deve vir em destaque, geralmente é o único que aparece seguido da indicação “coord”, quando 
uma pesquisa já realizada é publicada. O fato de uma pesquisa ser publicada muitas vezes demonstra a 
sua relevância sobre determinado assunto. 
O local refere-se à cidade de precedência do coordenador, ou aquela em que se encontra sediada a 
entidade ou a equipe de pesquisa; assim, não depende do local em que se pretende coletar os dados. Na 
data não é necessário indicar o mês, apenas o ano da apresentação do projeto.
A primeira página do projeto contém a relação do pessoal técnico, e segue esta ordem: nome da 
entidade, endereço completo, incluindo o(s) telefone(s) do prefixo da cidade para contatos; endereço do 
responsável direto por contatos com entidade(s) à(s) qual(is) o projeto é dirigido; a relação completa do 
pessoal técnico, discriminado os cargos, o nome, o endereço e o telefone de cada um. Sendo a equipe 
de pesquisadores de campo numerosa, não é necessário identificá-los. Porém, se os elementos dessa 
equipe pertencerem a uma entidade ou forem alunos de uma escola, podem ser indicados como: alunos 
do ____ ano (período: diurno e/ou noturno) da Faculdade____.
A defesa de um projeto é a justificativa, devendo-se tomar cuidado em não tentar responder 
ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa, antes de realizado. Deve ser ressaltada a 
importância do tema a ser estudado, ou, no caso de pesquisas encomendadas ou patrocinadas, justificar 
a necessidade e a pertinência para realizar tal empreendimento. A justificativa deve ser sucinta, mas 
completa, contendo as razões de ordem teórica e os motivos de ordem prática que demonstram a 
importância da realização da pesquisa.
As referências bibliográficas são dispensadas, pois a justificativa é do pesquisador.
7.1 Escolha do tema
O tema é o assunto a ser estudado e pesquisado e, quando definido adequadamente, pode permanecer 
durante toda a pesquisa, mas deverá ser revisto frequentemente. Sua escolha significa:
• a seleção de um assunto conforme as possibilidades,as aptidões, as inclinações e as tendências de 
quem se propõe a elaborar um trabalho científico;
• o encontro de um objeto que mereça ser investigado cientificamente e que tenha condições de 
ser delimitado e formulado em função da pesquisa.
68
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
O tema escolhido deve ser executável e adequado tanto em termos dos fatores externos 
quanto dos internos ou pessoais. Devemos levar em consideração também a disponibilidade de 
tempo, o interesse, a utilidade e a determinação para prosseguir os estudos, independentemente 
das dificuldades que possam surgir, além das qualificações pessoais e antecedentes ou da base da 
formação universitária.
É apropriado evitar a escolha de um assunto recentemente estudado, porque será mais difícil uma 
nova abordagem. O tema responde à pergunta: o que será explorado? e deve ser preciso, específico e 
bem determinado.
 Saiba mais
Para aprofundar o conhecimento, sugere-se: LAKATOS, E. M.; MARCONI, 
M. A. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
Definição dos termos
A definição de todos os termos é importante para evitar, o máximo possível, interpretações errôneas. 
Torná-los claros, compreensivos, objetivos e adequados é o objetivo principal de sua definição.
Com o uso de definições corretas, de termos apropriados, a realidade observada pode ser 
mais bem compreendida. Os termos devem ser definidos, esclarecidos, explicitados, pois alguns 
conceitos podem estar ajustados aos objetivos ou aos fatos que eles representam; porém, conceitos 
menos usados podem oferecer ambiguidade de interpretação, além daqueles que precisam ser 
compreendidos com um significado específico. As teorias ou áreas do conhecimento muitas 
vezes derivam das divergências de certas palavras ou expressões, pois as enfocam sob diferentes 
aspectos.
O termo utilizado deve ser substituído ou definido, de maneira que evite confusão de ideias, nas 
seguintes situações: quando não tem o mesmo significado intrínseco ou quando não condiz ou não 
satisfaz ao requisito que lhe foi atribuído. 
O interesse do pesquisador está nos conceitos que as palavras indicam, nos aspectos da realidade 
empírica que elas mostram e não precisamente nas palavras em si.
Os termos podem ser definidos em dois tipos:
• simples: quando simplesmente traduzem o significado do termo ou a expressão menos conhecida;
• operacional: quando ajuda na compreensão do conceito, tornando clara a experiência no mundo 
extensional.
69
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
7.2 Formulação do problema de pesquisa 
Conceito: problema é uma dificuldade no conhecimento de alguma coisa de real importância, para 
a qual se deve encontrar uma solução, podendo essa dificuldade ser teórica ou prática.
Especificar em detalhes precisos e exatos significa definir um problema, devendo haver clareza, 
fundamentação e objetividade em sua formulação, e a construção da hipótese central pode ser 
facilitada se a colocação do problema estiver clara. De preferência, utiliza-se a forma interrogativa no 
levantamento e na formulação do problema, e delimita-o com indicações das variáveis que interferem 
no estudo de possíveis relações entre si.
A formulação de um problema requer prévios conhecimentos do assunto e uma imaginação criadora, 
sendo um processo de pensar reflexivo contínuo. Propor um problema exige do pesquisador os primeiros 
reparos operacionais: isolamento e compreensão dos fatores específicos, os quais constituem o problema 
no plano de hipótese e de informações. Trata-se de uma tarefa complexa, considerando que extrapola 
a mera identificação.
A importância dos objetivos e da eficácia das alternativas define o grau de gravidade de um problema. 
A pesquisa torna-se mais complexa quando a caracterização de um problema é muito abrangente, pois 
essa caracterização define e identifica o assunto em estudo.
Para atingir o proposto, devem-se seguir as etapas previstas, assim que formulado o problema, que 
deve ser analisado sob o aspecto de sua valoração, antes de considerá-lo apropriado.
• Viabilidade:
— pode ser eficazmente resolvido por meio da pesquisa.
• Relevância:
— deve ser capaz de trazer conhecimentos novos.
• Novidade:
— deve estar adequado ao estádio atual da evolução científica.
• Exequibilidade:
— pode chegar a uma conclusão válida.
• Oportunidade:
— atender a interesses particulares e gerais.
70
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Relacionar vários fatores (variáveis independentes) com o fenômeno do estudo é uma forma de 
conceber um problema científico.
Conforme o objetivo do trabalho, o problema pode tomar diferentes formas. Consideram-se quatro 
tipos de problema:
1. Problema de estudos acadêmicos: 
— estudo descritivo, de caráter informativo, explicativo ou preditivo.
2. Problema de informação:
— coleta de dados a respeito de estruturas e condutas observáveis dentro de uma área de 
fenômenos.
3. Problemas de ação:
— campos de ação em que determinados conhecimentos sejam aplicados com êxito.
4. Investigação pura e aplicada:
— estuda um problema relativo ao conhecimento científico ou à sua aplicabilidade.
Os problemas podem ser chamados de problemas de diagnóstico, de propaganda, de planificação ou 
de investigação e respondem à pergunta o quê? 
A formulação do problema esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende 
resolver por meio da pesquisa, necessariamente a formulação prende-se ao tema proposto.
Construção de hipóteses 
Hipótese é uma suposição que antecede a constatação dos fatos, uma proposição feita à tentativa 
de verificar a validade de resposta existente para um problema. 
A característica da hipótese é que deve ser testada para comprovar ou determinar sua validade. Ela 
é uma formulação provisória, podendo ser correta ou errada, de acordo ou contrária ao senso comum, 
conduzida sempre a uma verificação empírica, ou seja, guiada por uma experiência.
Na pesquisa científica, a função da hipótese é propor explicações para certos fatos e concomitantemente 
orientar a busca de outras informações pertinentes.
Uma condição de fundamental importância para o desenvolvimento da pesquisa é a clareza da 
definição dos termos da hipótese. É necessário que o pesquisador utilize embasamento teórico e formule 
a hipótese de maneira que possa servir de guia na tarefa da investigação, apesar de não haver regras 
para a formulação de hipótese de trabalho de pesquisa científica.
71
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
A comprovação ou a rejeição das hipóteses somente ocorrerá com os resultados finais da pesquisa. 
Caso as hipóteses sejam rejeitadas, podem ser reformuladas, e outros testes serão realizados para sua 
comprovação.
São consideradas três dificuldades principais na formulação de hipóteses:
• ausência ou desconhecimento de um quadro de referência teórico claro;
• falta de habilidade para utilizar logicamente esse esquema teórico;
• desconhecer as técnicas de pesquisa existentes para ser capaz de expressar adequadamente a 
hipótese.
A formulação de hipóteses deve ser feita no início de qualquer investigação. Porém, em estudos de 
caráter meramente exploratórios ou descritivos, a explicitação formal de hipóteses é dispensável; mas, 
para que a pesquisa apresente resultados úteis, para que alcance níveis de interpretação mais altos, a 
utilização de hipóteses é necessária.
• Hipótese básica
Uma hipótese é o ponto básico do tema, individualizado e especificado na formulação do problema. 
Trata-se de uma resposta provável, provisória, de uma dificuldade definida. 
A principal resposta é denominada hipótese principal, podendo ser complementada por hipótesessecundárias.
As hipóteses podem ser de diferentes formas:
— as que afirmam, em dada situação, a presença ou ausência de certos fenômenos;
— as que se referem à natureza ou a características de dados fenômenos, em uma situação 
específica;
— as que apontam a existência ou não de determinadas relações entre fenômenos;
— as que preveem variação concomitante, direta ou inversa, entre certos fenômenos.
• Hipóteses secundárias
Toda hipótese é uma afirmação, e as hipóteses complementares da hipótese básica são afirmações 
que podem:
— abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral;
— englobar aspectos não especificados na básica;
— indicar relações deduzidas da primeira;
72
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
— decompor em pormenores a afirmação geral;
— apontar outras relações possíveis de serem encontradas etc.
Variáveis
Variável é um conceito que apresenta valores como quantidades, qualidades, características, 
magnitudes, traços etc., sendo o conceito um objeto, processo, agente, fenômeno, problema etc. 
Toda hipótese é, necessariamente, o enunciado geral de relações entre, pelo menos, duas variáveis.
7.3 Definição de objetivos, metodologia
7.3.1 Definição de objetivos
Toda pesquisa necessita de um objetivo determinado, para saber o que se vai procurar e o que se 
pretende alcançar. Ela deve partir de um objetivo limitado e claramente definido.
A definição do objetivo explicita o problema, aumentando os conhecimentos sobre um assunto 
determinado. Os objetivos podem:
• ser intrínsecos ou extrínsecos;
• teóricos ou práticos;
• gerais ou específicos;
• em curto ou em longo prazo.
E respondem às perguntas: por quê? Para quê? Para quem?
O que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa é determinado pela 
definição dos objetivos. Na redação dos objetivos, a frase é sempre iniciada com verbo (de ação) no 
infinitivo.
• objetivo geral:
— guarda relação com a justificativa, expressando os fins desejados.
• objetivos específicos:
— derivam do objetivo geral e apresentam ações diversas que serão desenvolvidas. São redigidos 
afirmativamente e com verbos de ação, de forma a viabilizar o objetivo geral.
Verbos aplicáveis a objetivos:
73
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
• Pesquisa com objetivo de conhecer: 
— apontar, citar, classificar, conhecer, definir, descrever, identificar, reconhecer, relatar.
• Pesquisa com objetivo de compreender: 
— compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar, 
localizar, reafirmar.
• Pesquisa com objetivo de analisar:
— comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar, examinar, investigar, provar, ensaiar, medir, 
testar, monitorar, experimentar, levantar.
• Pesquisa com objetivo de sintetizar:
— compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular, produzir, propor, reunir, 
sintetizar.
• Pesquisa com objetivo de avaliar: 
— argumentar, avaliar, contrastar, decidir, escolher, estimar, julgar, medir, selecionar.
A resposta às questões para quê? para quem? está na especificação do objetivo.
A especificação do objetivo
• É o assunto que se deseja provar ou desenvolver.
• Pode surgir de uma dificuldade prática enfrentada pelo coordenador, da sua curiosidade científica, 
de desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria.
• Pode ter sido sugerido pela entidade responsável pela parte financeira (o fato de a pesquisa 
ter sido encomendada não lhe tira o caráter científico, desde que não tenha interferência da 
entidade, principalmente quando promove uma concorrência entre pesquisadores).
Nessa fase, o tema, independente de sua origem, é necessariamente amplo, precisando de sua 
delimitação.
Delimitação do tema
O tema passa por um processo de especificação dotado necessariamente de um sujeito e de um 
objeto. Somente quando é determinada a limitação geográfica e espacial do tema é que o processo de 
delimitação pode ser dado por concluído.
74
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
As verbas disponíveis, muitas vezes, determinam uma limitação maior; porém, se o coordenador 
pretende que o trabalho seja científico, é apropriado um aprofundamento à extensão.
Objetivo geral 
O objetivo geral, conforme o nome sugere, está ligado a uma visão global e abrangente do tema. 
Está vinculado diretamente com a própria significação da tese proposta pelo projeto e se relaciona com 
o conteúdo intrínseco dos fenômenos, dos eventos, das ideias estudadas.
Objetivos específicos 
Os objetivos específicos permitem tanto atingir o objetivo geral como aplicá-lo a situações 
particulares; têm função intermediária e instrumental, apresentam caráter mais concreto.
Justificativa 
A justificativa é o elemento que contribui mais diretamente para a aceitação da pesquisa pelas 
pessoas ou pelas entidades, e responde à questão por quê? Apresenta as razões de ordem teórica e 
os motivos de ordem prática a respeito da importância da realização da pesquisa. É extremamente 
importante e deve enfatizar:
• o estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema;
• as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer:
— confirmação geral;
— confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa;
— especificação para casos particulares;
— clarificação da teoria;
— resolução de pontos obscuros etc.;
— importância do tema do ponto de vista geral;
— importância do tema para os casos particulares em questão;
— possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema proposto;
— descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares etc.
A justificativa não apresenta citações de outros autores, difere da teoria de base (a qual serve de 
elemento unificador entre o concreto da pesquisa e o conhecimento teórico da ciência na qual se 
insere). Trata de analisar as razões de ordem teórica, ressalta a importância da pesquisa no campo da 
teoria, mas não pretende explicitar o referencial teórico que se irá adotar.
75
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
Para a redação da justificativa, podemos considerar que boa parte da criatividade e da capacidade 
de convencimento do pesquisador soma-se ao conhecimento científico.
7.3.2 Metodologia
O item metodologia contém explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda a ação 
desenvolvida no método da execução da pesquisa.
O pesquisador define, nessa etapa:
• onde e como será realizada a investigação;
• o tipo de pesquisa;
• o universo abrangente, a população, a amostra;
• os instrumentos de coleta de dados: questionário, entrevista, formulário, observação;
• tabulação, análise e discussão dos dados e resultados.
 Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, consulte: GIL, A. 
C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996.
7.4 Pesquisa de campo
A pesquisa de campo consiste na observação de fatos e fenômenos conforme ocorrem 
espontaneamente, por meio da coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis presumidamente 
relevantes para analisá-los. 
O objetivo desse tipo de pesquisa é conseguir informações, conhecimentos sobre um problema para o 
qual se procura uma resposta; de uma hipótese que se queira comprovar ou descobrir novos fenômenos 
ou as relações entre esses fenômenos.
Não podemos confundir pesquisa de campo com simples coleta de dados. A coleta de dados é a 
segunda fase de qualquer pesquisa; a pesquisa de campo conta com objetivos preestabelecidos e com 
controles adequados.
Fases da pesquisa de campo
1º) Realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão, que servirá para saber em 
que estado o problema se encontra atualmente,quais trabalhos já foram realizados sobre o assunto e 
76
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
quais as opiniões reinantes a respeito; estabelecer um modelo teórico inicial de referência que possa 
também auxiliar na determinação das variáveis e na elaboração do plano geral da pesquisa. 
2º) Determinação das técnicas a serem empregadas na coleta de dados e na amostra (esta deverá ser 
representativa e suficiente para apoiar as conclusões). 
3º) Estabelecimento das técnicas de registro e das técnicas a serem utilizadas em análise posterior, 
antes da coleta de dados. 
Caso a pesquisa de campo envolva um experimento, deve-se, após a pesquisa bibliográfica:
a. selecionar e enunciar um problema, utilizando metodologia apropriada;
b. apresentar os objetivos da pesquisa, não perdendo de vista as metas práticas;
c. estabelecer a amostra correlacionada com a área de pesquisa e o universo de seus componentes;
d. estabelecer os grupos experimentais e de controle;
e. introduzir os estímulos;
f. controlar e medir os efeitos.
7.4.1 Tipos de pesquisa de campo
As pesquisas de campo podem ser divididas em três grandes grupos: quantitativo-descritivos, 
exploratórios e experimentais, os quais possuem subdivisões.
• Quantitativo-descritivos: consistem em investigações de pesquisa empírica que têm como 
finalidade principal o delineamento ou a análise das características de fatos ou fenômenos, a 
avaliação de programas ou o isolamento de variáveis. Podem ser utilizados métodos formais, em 
qualquer um desses estudos, que se aproximam dos projetos experimentais, caracterizados pela 
precisão e pelo controle estatístico, com a finalidade de fornecer dados para a verificação de 
hipóteses. Todos eles empregam artifícios quantitativos, tendo por objetivo a coleta sistemática 
de dados sobre populações, programas ou amostras de populações e programas. Utilizam várias 
técnicas, como entrevistas, questionários, formulários etc., e empregam procedimentos de 
amostragem. São subdivididos em:
— estudos de verificação de hipótese - são aqueles estudos quantitativo-descritivos que contêm, 
em seu projeto de pesquisa, hipóteses explícitas que devem ser verificadas. Essas hipóteses são 
derivadas da teoria e, por esse motivo, podem consistir em declarações de associações entre 
duas ou mais variáveis, sem referência a uma relação causal entre elas;
— estudos de avaliação de programa - consistem nos estudos quantitativo-descritivos, que dizem 
respeito à procura dos efeitos e resultados de todo um programa ou método específico de 
atividades de serviços ou auxílio, que podem dizer respeito à grande variedade de objetivos, 
77
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
relativos à educação, saúde e outros. As hipóteses podem ou não estar explicitamente declaradas 
e com frequência derivam dos objetivos do programa ou método que está sendo avaliado e não 
da teoria. Empregam larga gama de procedimentos que podem aproximar-se do projeto;
— estudos de descrição de população - são os estudos quantitativo-descritivos que possuem, como 
função primordial, a exata descrição de certas características quantitativas de populações como 
um todo, organizações ou outras coletividades específicas. Geralmente contêm grande número 
de variáveis e utilizam técnicas de amostragem para que apresentem caráter representativo. 
Quando pesquisam aspectos qualitativos, como atitudes e opiniões, empregam escalas que 
permitem a quantificação;
— estudos de relações de variáveis - são uma forma de estudos quantitativo-descritivos que se 
referem à descoberta de variáveis pertinentes a determinada questão ou situação, da mesma 
forma que à descoberta de relações relevantes entre variáveis. Geralmente, nem hipóteses 
preditivas (ante factum) nem perguntas;
— específicas - são a priori formuladas de modo que se inclui no estudo grande número de 
variáveis potencialmente relevantes, e o interesse se centraliza em encontrar as de valor 
preditivo.
• Exploratórios: são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões 
ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do 
pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura 
mais precisa, ou modificar e clarificar conceitos. Empregam-se geralmente procedimentos 
sistemáticos ou para a obtenção de observações empíricas ou para as análises de dados (ou 
ambas, simultaneamente). Obtêm-se, frequentemente, descrições tanto quantitativas quanto 
qualitativas do objeto de estudo, e o investigador deve conceituar as inter-relações entre as 
propriedades do fenômeno, fato ou ambiente observado. Uma variedade de procedimentos de 
coleta de dados pode ser utilizada como entrevista, observação participante, análise de conteúdo 
etc., para o estudo relativamente intensivo de um pequeno número de unidades, mas geralmente 
sem o emprego de técnicas probabilísticas de amostragem. Muitas vezes ocorre a manipulação de 
uma variável independente, com a finalidade de descobrir seus efeitos potenciais. São divididos 
em:
— estudos exploratório-descritivos combinados - são estudos exploratórios que têm por objetivo 
descrever completamente determinado fenômeno, como o estudo de um caso para o qual são 
realizadas análises empíricas e teóricas. Podem ser encontradas tanto descrições quantitativas e/
ou qualitativas quanto acumulação de informações detalhadas, como as obtidas por intermédio 
da observação participante. Dá-se precedência ao caráter representativo sistemático e, em 
consequência, os procedimentos de amostragem são flexíveis;
— estudos usando procedimentos específicos para coleta de dados - os estudos que usam 
procedimentos específicos para coleta de dados para o desenvolvimento de ideias são 
aqueles estudos exploratórios que utilizam exclusivamente um dado procedimento, por 
78
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
exemplo, análise de conteúdo, para extrair generalizações com o propósito de produzir 
categorias conceituais que possam vir a ser operacionalizadas em um estudo subsequente. 
Dessa forma, não apresentam descrições quantitativas exatas entre as variáveis 
determinadas;
— estudos de manipulação experimental - consistem naqueles estudos exploratórios que têm 
por finalidade manipular uma variável independente, a fim de localizar variáveis dependentes 
que potencialmente estejam associadas a ela, estudando-se o fenômeno em seu meio natural. 
O propósito desses estudos geralmente é demonstrar a viabilidade de determinada técnica 
ou programa como uma solução, potencial e viável, para determinados programas práticos. 
Os procedimentos de coleta de dados variam bastante e técnicas de observação podem ser 
desenvolvidas durante a realização da pesquisa.
• Experimentais: consistem em investigações de pesquisa empírica cujo objetivo principal é o 
teste de hipóteses que dizem respeito a relações de tipo causa-efeito. Todos os estudos desse 
tipo utilizam projetos experimentais que incluem os seguintes fatores: grupos de controle (além 
do experimental), seleção da amostra por técnica probabilística e manipulação das variáveis 
independentes, com a finalidade de controlar ao máximo os fatores pertinentes.
A utilização de técnicas rigorosas de amostragem possibilita a generalização das descobertas 
pela experiência, as variáveis relevantes devem ser especificadas para que possam ser descritas 
quantitativamente. Os estudos experimentais podem ser desenvolvidos no ambiente natural (em campo) 
ou em laboratório, que é um ambiente rigorosamente controlado.
O interesse pela pesquisa de campo, a qual busca a compreensão de vários aspectos da sociedade, 
está voltado para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições etc. 
Vantagens e desvantagensdesse tipo de pesquisa:
• Vantagens:
— acúmulo de informações sobre determinado fenômeno, que também podem ser analisadas por 
outros pesquisadores, com objetivos diferentes;
— facilidade na obtenção de uma amostragem de indivíduos, sobre determinada população ou 
classe de fenômenos.
• Desvantagens:
— pequeno grau de controle sobre a situação de coleta de dados e a possibilidade de que fatores, 
desconhecidos para o investigador, possam interferir nos resultados;
— o comportamento verbal ser relativamente de pouca confiança, pelo fato de os indivíduos 
poderem falsear suas respostas.
79
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
Para aumentar as vantagens e diminuir as desvantagens, podemos utilizar instrumental mais 
completo, lançar mão dos pré-testes etc. 
A pesquisa de campo, conforme já foi comentado, é utilizada em diversas ciências e ramos de estudo, 
como no caso do Serviço Social.
Indicação de variáveis
A indicação das variáveis dependentes e independentes também deve ser feita ao se colocar o 
problema e a hipótese.
As variáveis devem ser definidas de forma operacional, com clareza e objetividade. Para impedir 
comprometimento ou risco de invadir a pesquisa, todas as varáveis que podem interferir ou afetar o 
objeto de estudo devem ser levadas em consideração e ser devidamente controladas.
Delimitação da pesquisa
Estabelecer limites para a investigação é delimitar a pesquisa, que pode ser limitada em relação:
• ao assunto – selecionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou muito extenso ou muito 
complexo;
• à extensão – porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito no qual o fato se desenrola;
• a uma série de fatores – meios humanos, econômicos e de exiguidade de prazo – que podem 
restringir seu campo de ação.
Quando o próprio assunto e seus objetivos estabelecem limites, não há necessidade de delimitação 
da pesquisa.
São considerados três níveis de limites, quanto:
• ao objeto – que consiste na escolha de maior ou menor número de variáveis que intervêm no 
fenômeno a ser estudado. Selecionado o objeto e seus objetivos, estes podem condicionar o grau 
de precisão e especialização do objeto;
• ao campo de investigação – que abrange dois aspectos: limite no tempo, quando o fato deve ser 
estudado em determinado momento, e limite no espaço, quando deve ser analisado em certo 
lugar. Trata-se, evidentemente, da indicação do quadro histórico e geográfico em cujo âmbito se 
localiza o assunto;
• ao nível de investigação – que engloba três estágios: exploratórios, de investigação e de 
comprovação de hipóteses, já referidos anteriormente.
80
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Todos os níveis de limite exigem rigor e refinamento metodológico.
O pesquisador pode decidir pelo estudo de todo o universo da pesquisa ou apenas sobre uma amostra, 
após escolhido o assunto. Optando por uma amostra, esta deverá ser representativa ou significativa, 
possibilitada por um conjunto de informações para sua escolha.
Devido à escassez de recursos e de tempo, nem sempre é possível pesquisar todos os indivíduos do 
grupo ou da comunidade que se deseja estudar.
O método da amostragem, nesse caso, utilizado mediante o exame de apenas uma parte – a 
amostra, devidamente selecionada por procedimentos científicos, consiste em obter um juízo sobre o 
total (universo).
O sistema terá valor se a amostra for suficientemente representativa ou significativa; se contiver 
todos os traços característicos proporcionalmente relativos ao total do universo.
7.5 Tabulação de dados 
Realizada a coleta de dados, conforme procedimentos já citados, os dados são elaborados e 
classificados sistematicamente. Antes da análise e da interpretação, deve-se seguir estes passos: seleção, 
codificação e tabulação.
 Observação
Seleção: exame minucioso dos dados.
O pesquisador, assim que estiver com o material coletado, deve submetê-lo a uma verificação 
crítica, a fim de detectar falhas ou erros, evitando informações confusas, distorcidas, incompletas, que 
causam prejuízo ao resultado da pesquisa. Muitas vezes, ele registra grande quantidade de dados, por 
não saber quais aspectos são mais importantes, e outras vezes os registra sem detalhes suficientes, por 
má compreensão das instruções.
O excesso de informações, ou a falta delas, pode ser constatado em uma seleção cuidadosa. 
Caso ocorra uma dessas situações, o pesquisador deve retornar ao campo para reaplicação 
do instrumento utilizado na observação. Além disso, a seleção também evita problemas de 
codificação.
 Lembrete
A codificação é uma técnica operacional utilizada para categorizar os 
dados que se relacionam.
81
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
Codificar quer dizer transformar o que é qualitativo em quantitativo, para facilitar não só a tabulação 
dos dados, mas também sua comunicação. Os dados são transformados em símbolos e podem ser 
tabelados e contados mediante a codificação, que se divide em duas partes:
• classificação dos dados, agrupando-os sob determinadas categorias; 
• atribuição de um código, número ou letra, tendo cada um deles um significado. 
A técnica da codificação não é automática, pois exige critérios ou normas por parte do codificador, 
que pode ser ou não o próprio pesquisador.
A tabulação faz parte do processo técnico de análise estatística. Trata-se da disposição dos dados 
coletados em tabelas, possibilitando maior facilidade na verificação das inter-relações entre eles; permite 
sintetizar os dados de observação e representá-los por meio de gráficos; faz parte do processo técnico de 
análise estatística e pode proporcionar melhor compreensão e uma interpretação mais rápida dos dados.
As hipóteses podem ser comprovadas ou não, conforme classificação dos dados pela divisão em 
subgrupo. Nos projetos menos ambiciosos, que lidam com pequeno número de casos e com poucas 
tabulações mistas, a tabulação é realizada manualmente. Mas, sem dúvida, o mais apropriado é realizá-la 
com programas de computador.
7.5.1 Análise e interpretação dos dados
O núcleo central da pesquisa é a análise e interpretação dos dados. O passo seguinte à manipulação 
dos dados, da codificação e da tabulação é a análise e interpretação dos mesmos.
A importância dos dados está nas respostas às investigações que eles proporcionam e não nos dados 
em si. A aplicação lógica dedutiva e indutiva do processo de investigação é a análise e a interpretação 
dos dados, que são atividades estreitamente relacionadas, mas distintas. Envolvem duas operações:
• Análise (ou explicação)
Tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. A 
elaboração da análise é realizada em três níveis:
— interpretação: verificação das relações entre as variáveis independente e dependente, e da 
variável anterior à dependente e posterior à independente, para ampliar os conhecimentos 
sobre o fenômeno;
— explicação: esclarecimento sobre a origem da variável dependente e a necessidade de encontrar 
a variável antecedente;
— especificação: explicitação sobre até que ponto as relações entre as variáveis independente e 
dependente são válidas, ou seja, como, onde e quando.
82
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
O pesquisador, a fim de conseguir respostas às suas indagações, entra em maiores detalhes na análise, 
em que procura estabelecer as relações necessárias entre os dados obtidos e as hipóteses formuladas, as 
quais são comprovadas ou contestadas.
• Interpretação
Atividade intelectual que procura fornecer um significado mais amplo às respostas, vinculando-as 
a outros conhecimentos; significa a exposição do verdadeiro significado do material apresentado, 
relacionadocom os objetivos propostos e com o tema; faz conclusões mais amplas dos dados discutidos.
Os dados da pesquisa devem ser colocados de forma sintética, de maneira clara e acessível. 
Consideram-se dois importantes aspectos:
— construção de tipos, modelos, esquemas: momento de utilizar os conhecimentos teóricos, a fim 
de obter os resultados previstos, após os procedimentos estatísticos realizados com as variáveis 
e a determinação de todas as relações permitidas ou possíveis, de acordo com a hipótese ou 
problema;
— ligação com a teoria: ordem metodológica que pressupõe uma definição em relação às 
alternativas disponíveis de interpretação da realidade social. O problema da ligação com a 
teoria aparece no momento inicial da escolha do tema.
Devemos levar em consideração dois aspectos para proceder à análise e interpretação dos dados:
— planejamento bem elaborado da pesquisa, para facilitar a análise e a interpretação;
— complexidade ou simplicidade das hipóteses ou dos problemas, que requerem abordagem 
adequada, mas diferente; a primeira exige mais tempo, mais esforço, sendo mais difícil sua 
verificação; na segunda, ocorre o contrário.
O que determina o valor da pesquisa é a eficácia da análise e da interpretação dos dados.
Importante apontar alguns aspectos que podem comprometer o êxito da investigação:
• confusão entre afirmações e fatos: as afirmações devem ser comprovadas, tanto quanto possível, 
antes de serem aceitas como fatos.
• incapacidade de reconhecer limitações: tanto em relação ao grupo quanto pelas situações, ou 
seja, tamanho, capacidade de representação e a própria composição, que pode levar a resultados 
falsos.
• tabulação descuidada ou incompetente: realizada sem os cuidados necessários, apresentando, por 
isso, traços mal colocados, somas equivocadas etc.
83
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
• procedimentos estatísticos inadequados: leva a conclusões sem validade, em consequência de 
conhecimentos errôneos ou limitações nesse campo.
• erros de cálculo: os enganos podem ocorrer por se trabalhar com um número considerável de 
dados e de se realizar muitas operações.
• defeitos de lógica: falsos pressupostos podem levar a analogias inadequadas, confusões entre 
relação e causa e/ou inversão de causa e efeito.
• parcialidade inconsciente do investigador: deixar se envolver pelo problema, inclinando-se mais à 
omissão de resultados desfavoráveis, à hipótese, e enfatizando mais os dados favoráveis.
• falta de imaginação: impede a descoberta de dados significativos e/ou a capacidade de 
generalizações, sutilezas que não escapariam de um pesquisador/analista mais sagaz; a imaginação, 
a intuição e a criatividade podem auxiliar o pesquisador.
Representação dos dados: tabelas, quadros e gráficos
Tabelas ou quadros: trata-se de um método estatístico de apresentar os dados em colunas verticais 
ou horizontais, obedecendo à classificação dos objetos ou das matérias da pesquisa.
O uso de tabelas ou quadros permite ao leitor mais facilidade na compreensão e interpretação rápida 
dos dados, é de fácil visualização, podendo apenas com uma olhada apreender detalhes e relações 
importantes.
O propósito mais importante da representação dos dados em tabelas, quadros e gráficos é ajudar o 
pesquisador na distinção de diferenças, semelhanças e relações, pois a distribuição lógica e a apresentação 
gráfica oferecem clareza nas classificações dos dados.
Tabelas, quadros ou gráficos, quanto mais simples forem, melhor. Devem concentrar um número 
limitado de ideias, mas quando se tem muitos dados é apropriado o uso de mais de uma tabela, quantas 
forem necessárias para manter seu valor interpretativo.
A capacidade de apresentar ideias e relações independentemente do texto de informações é o que 
definitivamente caracteriza uma boa tabela.
Regras para utilização das tabelas
No texto, a tabela deve identificar-se pela palavra escrita com letra maiúscula, seguida de um 
algarismo romano correspondente.
O título é colocado dois espaços abaixo da palavra TABELA e se ordena em forma de pirâmide 
invertida, sem pontuação terminal. Esporadicamente pode ser utilizado um subtítulo.
84
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
As fontes dos dados, representados na ilustração, devem ser colocadas abaixo da tabela (nome do 
autor, se houver, e data).
Para alguns autores, a diferença entre tabelas e quadros refere-se ao seguinte aspecto:
• Tabela: construída utilizando-se dados obtidos pelo próprio pesquisador em números absolutos e/
ou percentagens.
• Quadro: elaborado com base em dados secundários, isto é, obtidos de fontes como o lBGE e 
outros, inclusive livros, revistas etc. O quadro pode ser a transcrição literal desses dados, quando 
então necessita de indicação da fonte.
Alguns autores utilizam-se do quadro para agrupamento de palavras e frases, e denominam 
tabela como toda a representação visual que requer números (absolutos e/ou em percentagens), 
independentemente da fonte dos dados.
Gráficos
Figuras que servem para a representação dos dados. O termo é usado para vários tipos de ilustração: 
esquemas, mapas, diagramas, desenhos etc.
A habilidade em utilizar gráficos permite que se possam evidenciar aspectos visuais dos dados, de 
forma clara e compreensível. Geralmente, são empregados para destacar relações significativas, além 
do fato de que podemos ter uma descrição imediata do fenômeno pela representação dos resultados 
estatísticos com elementos geométricos.
Os gráficos estatísticos podem ser classificados em dois grupos:
• gráficos informativos: objetivam fornecer ao público ou ao investigador um conhecimento da 
situação real, atual, do problema estudado; devem ser feitos com certos cuidados para que o 
desenho cause boa impressão, tenha algo de atraente, mas sem exageros, pois pode prejudicar a 
apreensão de quem está observando.
• gráficos analíticos (históricos, políticos, geográficos): além de informar, têm também 
como objetivo fornecer ao pesquisador elementos de interpretação, cálculos, inferências, 
previsões.
Os gráficos devem ser simples e conter o mínimo de construções. É possível utilizá-los também 
como gráficos de informação, podendo ser vistos juntamente com tabelas de frequências.
Alguns tipos de gráfico: linear, de barras ou colunas, circular ou de segmentos, de setores, diagramas, 
pictóricos, cartogramas, organogramas etc.
85
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
7.6 Conclusões 
A conclusão é a última fase do planejamento e da organização do projeto de pesquisa. A explicitação 
dos resultados finais, considerados relevantes, é demonstrada nessa fase; as conclusões devem estar 
vinculadas à hipótese de investigação, cujo conteúdo foi comprovado ou rejeitado. Trata-se de uma 
exposição causal a respeito do que foi investigado, analisado, interpretado, uma síntese comentada das 
ideias essenciais, dos principais resultados obtidos, explicitados.
As conclusões devem:
• evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo;
• indicar as limitações e as reconsiderações;
• apontar a relação entre os fatos verificados e a teoria;
• representar um resumo em que os argumentos, os conceitos, os fatos, as hipóteses, as teorias e os 
modelos se unem e se completam.
Os problemas que ficaram sem solução serão apontados na conclusão. Assim, futuramente, poderão 
ser estudados pelo próprio autor ou por outros pesquisadores. Devem ser evidenciados aspectos válidos 
e aplicáveis a outros menos, indo além dos objetivos imediatos, mas sem se restringir a simples conceitos 
pessoais.
A conclusão deve ser redigida com precisão e de maneira categórica, sendo pertinente em todas as 
partes do trabalho a precisão. A reflexão da relação entre os dados obtidos e as hipóteses enunciadas 
evitamque o pesquisador se perca em argumentações.
Imaginemos um trabalho sem conclusão: parece um trabalho não terminado.
As últimas partes a serem redigidas, via de regra, de qualquer trabalho científico, são a introdução 
e a conclusão.
Recomendações e sugestões
De acordo com as conclusões da pesquisa, podemos fazer recomendações ou indicações de ordem 
prática para possíveis intervenções na natureza ou na sociedade.
As recomendações ou sugestões são importantes para o desenvolvimento da ciência: apresentam 
novas temáticas de pesquisa, inclusive levantando novas hipóteses, podendo ser utilizadas por outros 
pesquisadores.
86
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Pesquisa piloto
É comum o pesquisador ter vontade de iniciar imediatamente a pesquisa assim que terminar o 
projeto definitivo, pois já previu todas as etapas, já enunciou as hipóteses, identificou as variáveis, 
determinou minuciosamente a metodologia, incluiu as provas estatísticas a que serão submetidos os 
dados colhidos. Por que, então, não testar?
O teste piloto é comum e necessário na indústria antes de os produtos serem liberados para 
utilização. Muitos fatores podem não ser previstos em uma prancheta de desenho, por exemplo. Um 
automóvel testado em condições concretas de funcionamento, se apresentar defeitos durante o teste 
piloto, poderá ser consertado, poupando-se tempo e dinheiro com seu aperfeiçoamento antes que entre 
em linha de montagem.
Para a pesquisa a situação é a mesma.
8 ESTRUTURA DO RELATóRIO
A estrutura do relatório de pesquisa é a exposição geral da pesquisa, desde o planejamento até as 
conclusões, inclusive os processos metodológicos utilizados. Deve ser expresso em linguagem simples, 
clara, objetiva, concisa e coerente, tendo como base a lógica, a imaginação e a precisão.
A finalidade é fornecer informações com detalhes sobre os resultados da pesquisa para que eles 
possam atingir a sua relevância. É importante manter a expressão impessoal, evitar frases qualificativas 
ou valorativas, ter objetividade e estilo apropriado. A informação nesse material não tem caráter de 
convencimento, mas sim de descrição e explicação.
O relatório de pesquisa deve abranger quatro aspectos:
• apresentação do problema ao qual se destina o estudo;
• processos de pesquisa: plano de estudo, método de manipulação da variável independente (se o 
estudo assumir a forma de uma experiência), natureza da amostra, técnicas de coleta de dados, 
método de análise estatística;
• resultados;
• consequências deduzidas dos resultados.
E está pronto para ser redigido após a coleta de dados, sua codificação e tabulação, tratamento 
estatístico, análise e interpretação; é a redação dos resultados.
Apresentação
A apresentação do projeto de pesquisa e do relatório são semelhantes. A diferença está na folha com 
a relação do pessoal técnico, que é substituída pela página de rosto, acrescentando-se somente o nome 
do coordenador e na sequência os nomes e cargos da equipe técnica, respectivamente.
87
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
Sinopse (Abstract)
É um resumo de, no máximo, uma página, do conteúdo do relatório, não contém relação de partes 
ou capítulos nem a enumeração das conclusões, e sim a natureza da pesquisa realizada.
Sumário
Relação das partes, dos capítulos, dos itens e dos subitens do trabalho, com a respectiva indicação 
do número de páginas iniciais.
Introdução
A introdução abrange três itens do relatório: Objetivo, Justificativa e Objeto, incorporando as 
modificações realizadas depois de aplicada a pesquisa piloto.
Revisão bibliográfica
Acrescentam-se, à bibliografia do projeto, as novas obras ou trabalhos que tenham chegado ao 
conhecimento da equipe, pois a pesquisa bibliográfica não se encerra com a elaboração do projeto.
Metodologia
Igual à do projeto, exceto as alterações determinadas pelo pré-teste.
Embasamento teórico
O que não foi alterado pela pesquisa piloto deve ser repetido no relatório.
Apresentação dos dados e sua análise
A divisão dessa parte será determinada pela quantidade e pela natureza dos dados a serem 
apresentados, e a ordem da divisão deve estar relacionada com as sucessivas afirmações contidas nas 
hipóteses.
Os dados devem ser apresentados conforme sua análise estatística, incorporando no texto apenas 
as tabelas, os quadros, os gráficos e outras ilustrações, desde que sejam estritamente necessários à 
compreensão do raciocínio. Utiliza-se o apêndice exatamente para dados e ilustrações que foram 
empregados pelo pesquisador, mas que não são os estritamente necessários.
A função de um relatório é demonstrar as evidências a que se chegou por meio da pesquisa e não 
convencer o leitor. 
Na seleção do material a ser apresentado, o pesquisador não pode ser guiado pelo desejo de ter ou 
ver confirmada suas hipóteses à custa de dados que as contrapõem.
88
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Caso algum resultado seja inconclusivo, este tem de ser apresentado, assim como todos os dados 
pertinentes e significativos.
O centro dessa parte do relatório é constituído das relações e correlações entre os dados obtidos. É 
na apresentação e análise dos dados que constam evidências à verificação das hipóteses, que no item 
seguinte serão processadas.
Interpretação dos resultados
A parte mais importante do relatório é a interpretação dos resultados, que estão transcritos sob 
forma de evidências para a confirmação ou contraposição das hipóteses.
As evidências se dão segundo a relevância dos dados demonstrados na apresentação dos dados e sua 
análise. Os dados irrelevantes, inconclusivos, insuficientes, que não se pode nem confirmar nem negar a 
hipótese, devem ser apontados e também correlacionados com a hipótese enunciada.
Devem-se assinalar:
• discrepâncias entre os fatos obtidos e os previstos nas hipóteses;
• comprovação ou refutação da hipótese ou, ainda, a impossibilidade de realizá-la;
• especificação da maneira pela qual foi feita a validação das hipóteses no que concerne aos dados;
• qual o valor da generalização dos resultados para o universo, no que se refere aos objetivos 
determinados;
• maneiras pelas quais se podem maximizar o grau de verdade das generalizações;
• a medida que a convalidação empírica permite atingir o estágio de enunciado de leis;
• como as provas obtidas mantêm a sustentabilidade da teoria, determinam sua limitação ou, até, 
a sua rejeição.
Apêndices
Apresentando tabelas, quadros, gráficos e outras ilustrações que não figuram no texto; assim como 
o(s) instrumento(s) de pesquisa, o apêndice é composto de material trabalhado pelo próprio pesquisador.
Anexos
Constituídos de elementos esclarecedores de outra autoria, devem ser limitados, incluindo apenas o 
estritamente necessário à compreensão de partes do relatório.
Bibliografia
Inclui todas as obras já apresentadas no projeto, acrescidas das que foram sendo sucessivamente 
utilizadas durante a execução da pesquisa e a redação do relatório.
89
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
O relatório de pesquisa compreende:
1. Apresentação
1.1 Capa
• entidade
• título (e subtítulo, se houver)
• coordenador(es)
• local e data
1.2 Página de rosto
• entidade
• título (e subtítulo, se houver)
• coordenador(es)
• equipe técnica
• local e data
2. Sinopse (Abstract)
3. Sumário
4. Introdução
4.1 Objetivo
• tema
• delimitação do tema
• objetivo geral
• objetivos específicos
4.2 Justificativa
4.3 Objeto
• problema
• hipótese básica
90
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
• hipóteses secundárias
• variáveis
5. Revisão bibliográfica
6. Metodologia
6.1Método de abordagem
6.2 Métodos de procedimento
6.3 Técnicas
6.4 Delimitação do universo
6.5 Tipo de amostragem
7. Embasamento teórico
7.1 Teoria de base
7.2 Definição dos termos
8. Apresentação dos dados e sua análise
9. Interpretação dos resultados
10. Conclusões
11. Recomendações e sugestões
12. Apêndices
• Tabelas
• Quadros
• Gráficos
• Outras ilustrações
• Instrumento(s) de pesquisa
13. Anexos
14. Bibliografia
91
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
Referências bibliográficas
As normas que dizem respeito às referências bibliográficas são fixadas pela Associação Brasileira de 
Normas Técnicas/ABNT (verificar ABNT em vigor).
Os elementos que constituem a citação bibliográfica devem ser obtidos preferencialmente da folha 
de rosto do livro. Quando o elemento não constar da obra referenciada, deverá figurar entre colchetes; 
por exemplo, [s.d.], sem data, [s.n.t.], sem nota tipográfica.
Os vários elementos da referência bibliográfica – nome do autor, título da obra, notas tipográficas 
ou de imprensa, notas bibliográficas e notas especiais – devem ser separados entre si somente por um 
espaço. Colocam-se dois pontos após o local e vírgula nos demais elementos.
Exemplo:
DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1983. (118 p.)
A segunda linha deve ser colocada logo abaixo do sobrenome, sem deixar três espaços. O número de 
páginas é considerado complementar, podendo ou não ser colocado.
Livros
Autor: pelo último sobrenome, com exceção dos nomes espanhóis, que entram pelo penúltimo, e 
dois sobrenomes, ligados por traços de união.
• Elementos essenciais
— Título: em negrito, sublinhado ou itálico.
— Subtítulo: se houver, separado do título por dois pontos, sem grifo.
• Elementos complementares
— o nome do diretor, tradutor, ilustrador, organizador etc. deve ser acrescentado ao título, quando 
necessário, e abreviado: dir., trad., ilustr., org. etc.
— Número da edição: que não a primeira. Indica-se o número da edição seguido de ponto e da 
abreviatura da palavra edição (ed.) no idioma da publicação.
— Local de publicação: quando há mais de uma cidade, indica-se a primeira mencionada na 
publicação.
— Editora: apenas o nome que identifique, eliminando-se as indicações “editor”; “livraria”, 
“companhia” etc., desde que dispensável sua identificação.
— Ano de publicação.
92
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
— Número de páginas ou volumes: quando a publicação tem apenas um volume, indica-se o 
número de páginas (não obrigatório), seguido da abreviatura “p”. Quando há mais de um 
volume, indica-se o número deste, seguido da abreviatura “v”. Título da série: indicam-
se as séries ou coleções depois das notas bibliográficas, entre parênteses, tal como 
figura na publicação. O número da publicação na série deve ser indicado com algarismos 
arábicos, mesmo que apareça na publicação em romanos, desprezando-se as indicações 
“n”, “v” etc.
Esquema
Autor/Título/Subtítulo/Edição/Cidade onde foi publicado/Editora/Ano de publicação/
Número de volumes (indicação de tese ou nota de série). Os elementos devem ser separados apenas 
por um espaço.
• Citação de livro cujo autor é uma entidade. Quando uma entidade coletiva assume integral 
responsabilidade por um trabalho, ela é tratada como autor.
• Citação de livros anônimos: coletâneas sem editor responsável, enciclopédias e dicionários sem 
editor em destaque – entram pelo título, não sendo sublinhado.
• Citação de livros pelo compilador ou organizador.
 Observação
Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas 
redes.
Capítulo de livro
Publicações consideradas em parte, como colaborações em obras coletivas, atas de congressos, 
volumes, capítulos, fragmentos, trechos.
Ordem dos elementos
• Autor do capítulo ou parte.
• Título do capítulo ou parte (sem grifar).
• Palavra ln: (note-se que é o único caso em que se usa “ln”:, nunca para artigos de revistas).
• Autor do livro todo: se for o mesmo do capítulo, é substituído por um travessão.
• Local de publicação
93
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
• Editora
• Paginação do capítulo ou da parte, dentro da obra.
 Observação
A pontuação obedece à mesma norma dos livros, como um todo.
Esquema
• Autor/Título do capítulo ou parte referenciada/ ln: autor (ou editor)/Título na publicação no todo/
Edição/Local de publicação/Editora/Ano de publicação/Volume, tomo, parte do capítulo e/ou 
página inicial-final da parte referenciada.
Publicações periódicas como um todo
Compreendem-se aqui fascículo ou número de revistas, jornais, cadernos etc., editoriais, bibliotecas, 
editoras, anais de Senado, Câmara dos Deputados etc., número do mesmo jornal, caderno etc.
Ordem dos elementos
• Título do periódico, título do fascículo, em maiúscula ou versaI
• Local de publicação
• Volume
• Número do mês abreviado
• Editora (se não constar do título)
• Data (ano) do primeiro volume e, se a publicação cessou, também do último (vírgula após 
instituição, se houver)
• Notas especiais (títulos anteriores), indicações de resumos, índices etc.
• Número especial da revista
• Número do ISSN
• Elementos complementares: informações sobre a periodicidade, mudanças de título ou 
incorporações de outros títulos, indicação de índices, ISSN (Intemational Standard Serial Number) 
etc.
94
unidade ii
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Partes de uma publicação periódica (volume, fascículo, caderno etc.)
• Elementos essenciais: título da publicação, título da parte (se houver), local de publicação, editora, 
numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, as informações de periódicos e datas de 
sua publicação e as particularidades que identificam a parte.
Artigo ou matéria de revista
• Elementos essenciais: autor, título do artigo ou matéria, subtítulo, local de publicação, número 
do volume e/ou ano, fascículo ou número da paginação inicial e final do artigo ou matéria, as 
informações de período e data de publicação.
Artigo e/ou matéria de jornal
• Os elementos essenciais são: autor (se houver), título, subtítulo (se houver), título do jornal, local 
de publicação, data de publicação, seção, caderno ou parte do jornal e paginação correspondente.
• Eventos: Congressos, Seminários, Encontros, Simpósios, Semanas etc. considerados no todo.
Esquema
• Os elementos essenciais são: autor(es) do trabalho apresentado, subtítulo (se houver), seguido 
da expressão “ln:”, título do evento, numeração do evento (se houver), ano e local de realização, 
título do documento (anais, atas, tópico temático etc.), local, editora, data de publicação e página 
inicial e final da parte referenciada.
Referências legislativas
• Leis, decretos, portarias etc.
• Os elementos essenciais são: jurisdição ou cabeçalho da entidade (no caso de tratar de normas), 
título, numeração e data, ementa e dados da publicação. Quando necessário, ao final da referência, 
acrescentam-se notas relativas a outros dados necessários para identificação do documento.
Acórdãos, decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais.
Ordem dos elementos:
• Local (país, estado ou cidade)
• Nome da Corte ou Tribunal
• Ementa ou acórdão
• Tipo e número de recurso (agravo de instrumento ou de petição), apelação civil, apelação criminal, 
embargo, habeas corpus, mandado de segurança, recurso extraordinário, recurso de revista etc.
95
Re
vi
sã
o:
 V
irg
in
ia
/A
nd
re
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
09
/1
2
Elaboração dE ProjEtos dE PEsquisa
• Partes litigantes
• Nome do relator precedido da palavra Relator
• Data do acórdão, sempre que houver
• Indicação da publicação que divulgou o acórdão, decisão, sentença

Continue navegando