Buscar

faculdadr unip TI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

● Pergunta 1
● 1 em 1 pontos
●
Leia o texto a seguir:
EUA e China anunciam acordo para reduzir emissão de gases
poluentes
Os presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da
China, assinaram nesta quarta-feira (12.11.2014) em Pequim um
acordo para a luta contra a mudança climática, que incluirá reduções
de suas emissões de gases do efeito estufa na atmosfera.
A iniciativa constitui o primeiro anúncio de corte das emissões de
gases poluentes por parte da China e mais um pelos EUA. Pelo
acordo, os EUA pretendem cortar entre 26% e 28% as emissões de
gases em até 11 anos, ou seja, até 2025, o que representa um
número duas vezes maior que as reduções previstas entre 2005 e
2020.
Os chineses se comprometem a cortar as emissões até 2030, embora
isso possa começar antes. Segundo o presidente chinês, até lá 20%
da energia produzida no país vai ter origem em fontes limpas e
renováveis. Estados Unidos e China representam juntos 45% das
emissões planetárias de CO2, um dos gases apontado como culpado
pela mudança climática. A União Europeia representa 11%. No mês
passado, o bloco se comprometeu a reduzir em pelo menos 40% as
emissões até 2030, na comparação com os níveis de 1990.
Disponível em <https://goo.gl/srpqzq>.
Acesso em 14 nov. 2014 (com adaptações).
Com base na leitura, analise as afirmativas:
I O comprometimento da China em reduzir as emissões de poluentes
até 2030 significa que a poluição proveniente do país continuará em
crescente aumento por mais uma década.
II Apesar da importância do acordo entre Estados Unidos e China, a
União Europeia será responsável por um corte maior nos volumes de
gases poluentes emitidos do que o corte dos dois países, uma vez
que reduzirá 40% das emissões.
III Se Estados Unidos e China, juntos, cumprirem a meta de cortar
28% da emissão dos gases poluentes, eles serão responsáveis por
27% das emissões planetárias em 2025.
Assinale a alternativa correta:
Resposta Selecionada: a. Nenhuma afirmativa está
correta.
●
● Pergunta 2
● 1 em 1 pontos
●
(Enade 2011). Leia o excerto a seguir:
A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a
que procura atender às necessidades atuais sem comprometer a
capacidade das gerações futuras. O mundo assiste a um
questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia
e também na cultura política. A crise ambiental no planeta, quando
traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao pleno
desenvolvimento das potencialidades dos países. O Brasil está em
uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se
acumulam. Abriga elementos fundamentais para o desenvolvimento:
parte significativa da biodiversidade e da água doce existentes no
planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e
cultural e rica variedade de reservas naturais. O campo do
desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em 3
componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade
econômica e sustentabilidade sociopolítica.
Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe:
Resposta
Selecion
ada:
b.
A redefinição de critérios e instrumentos de
avaliação de custo-benefício que reflitam os
efeitos socioeconômicos e os valores reais do
consumo e da preservação.
●
●
Pergunta 4
● 1 em 1 pontos
●
(Enade 2010) Leia o excerto a seguir:
De agosto de 2008 a janeiro de 2009, o desmatamento na Amazônia
Legal concentrou-se em regiões específicas. Do ponto de vista
fundiário, a maior parte do desmatamento (cerca de 80%) aconteceu
em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. O restante do
desmatamento ocorreu em assentamentos promovidos pelo INCRA,
conforme a política de Reforma Agrária (8%), unidade de
conservação (5%) e em terras indígenas (7%).
Disponível em <www.imazon.org.br>.
Acesso em 26 ago. 2010 (com adaptações).
Infere-se do texto que, sob o ponto de vista fundiário, o problema do
desmatamento na Amazônia Legal está centrado:
Resposta
Selecion
ada:
c.
Nos posseiros irregulares e proprietários
regularizados, que desmataram mais, pois
muitos ainda não estão integrados aos planos
de manejo sustentável da terra.
●
● Pergunta 5
● 1 em 1 pontos
●
Leia o texto a seguir:
Energia solar contra a escuridão do Amazonas:
Brasil gera com placas fotovoltaicas apenas 0,02% da produção total
de eletricidade
Heriberto Araújo – 08 maio 2016.
A visão romantizada da Amazônia convida a pensar num lugar idílico
em que a pegada humana esteja entre as menores do planeta. Mas a
vida na maior reserva natural é dura para o homem, como Daniel
Everett narrou em seu clássico Don‘t Sleep, There are Snakes (Não
durma, há serpentes, sem tradução para o português).
Comunidades inteiras vivem completamente desconectadas, e não
apenas nas profundezas da selva, mas sim nas movimentadas
margens dos rios — únicas vias de comunicação, num ambiente em
que a eletricidade é um bem desejado, escasso e administrado a
conta-gotas.
“No Estado do Amazonas há mais de dois milhões de pessoas sem
eletricidade de qualidade”, explica Otacílio Soares Brito, membro do
Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. “A enorme área
da floresta torna inviável a criação de uma rede de distribuição, e os
povoados só conseguem produzir eletricidade das 6 às 10 da noite,
com geradores a gasolina fornecidos pelo Governo. Depois dessa
hora acaba tudo: luz, refrigeração e lazer”, relata do município
amazônico de Tefé.
O Instituto Mamirauá está desenvolvendo um projeto para fornecer
eletricidade por meio de painéis solares a dezenas de comunidades
amazônicas de pescadores e camponeses, com o objetivo de
melhorar suas condições de vida, segundo Soares Brito.
Duas comunidades instalaram placas fotovoltaicas — um sistema
flutuante, sobre boias no rio, e o outro no telhado de uma fábrica de
gelo — para permitir, um, o envio da água desde o leito do rio até as
casas, e o outro, a fabricação de barras de gelo. O fornecimento da
água do rio por meio de uma bomba elétrica alimentada por painéis
permitiu, entre outras coisas, que as crianças passassem a tomar
quantos banhos quisessem sem que seus pais fiquem com medo que
um jacaré lhes tire a vida na escuridão das margens.
“Estamos cuidando de melhorar a vida das pessoas, mas também
queremos permitir que elas agreguem valor a produtos como polpa de
frutas e peixe. Sem gelo, esses produtos dificilmente podem ser
comercializados no exterior ou simplesmente conservados”, diz
Soares Brito.
Os resultados positivos da fase experimental estão criando
consciência nessa imensa região normalmente esquecida pelos
centros brasileiros de poder, concentrados no Sudeste e que
priorizam as políticas públicas nas regiões densamente povoadas (de
eleitores). Um grupo de pescadores da comunidade amazônica de
Boa Esperança pediu ao Mamirauá a construção de uma pequena
fábrica – prevista para abril – com três congeladores alimentados por
painéis solares para poder extrair das frutas a polpa, congelá-la e
vendê-la em mercados situados a horas de barco do povoado, como
Manaus.
A revolução solar que alguns especialistas preveem para o Brasil
durante a próxima década, após a implementação em 1º de março de
novas regras que permitem, pela primeira vez, a geração distribuída
de energia e sua ligação às redes de distribuição, trará
consequências principalmente para os grandes centros urbanos.
Depois de três anos de secas históricas e consequentes apagões,
que evidenciaram a excessiva dependência do Brasil de seu sistema
hidroelétrico, que gera cerca de 70% da eletricidade consumida,
milhões de brasileiros poderão se tornar agora prosumidores,
neologismo que reflete o novo paradigma sob o qual parece avançar
a geração de eletricidade: o consumidor é o produtor de pelo menos
uma parte de sua demanda.
“Estamos diante do início de uma revolução, porque pela primeira vez
a sociedade brasileira pode participar diretamente da criação de uma
nova matriz energética”, diz Rodrigo Sauaia, presidente da
Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar).
As regras aprovadas pela AgênciaNacional de Energia Elétrica
(Aneel) permitem, segundo Sauaia, “a geração compartilhada de
energia solar entre vários clientes, que podem se agrupar em forma
de consórcio ou de cooperativas, assim como a conexão de seus
sistemas fotovoltaicos domésticos ou comerciais à rede elétrica para
abastecê-la quando os painéis produzirem mais do que o que é
consumido, e vice-versa”.
A Absolar estima que, se fossem instalados painéis solares em todas
as residências do país, a produção de energia abasteceria mais que o
dobro da totalidade da demanda dos domicílios brasileiros. Os
especialistas indicam que a região brasileira menos exposta à
irradiação solar tem potencial para gerar pelo menos 25% mais
energia que a região mais favorecida na Alemanha, país que já gera
cerca de 7% de sua eletricidade com placas fotovoltaicas.
Disponível em <https://goo.gl/xzTS3i>.
Acesso em 10 jun. 2016.
Com base na leitura, analise as afirmativas:
I O novo paradigma da geração de energia elétrica é o de que o
próprio consumidor produza 30% da sua demanda, tornando-se
proconsumidor.
II De acordo com a estimativa da Absolar, a instalação de painéis
solares em todas as residências do país faria com que a produção
brasileira de energia superasse a alemã em 18%.
III O projeto desenvolvido pelo Instituto Mamirauá tem como foco
comunidades da Amazônia, onde há aproximadamente dois milhões
de pessoas sem acesso à energia elétrica de qualidade.
IV O principal problema da Amazônia é a seca, que afeta sua
produção hidrelétrica e, por isso, a energia solar é uma boa
alternativa.
Assinale a alternativa correta:
Resposta Selecionada: c. Apenas a afirmativa III é
correta.
●
● Pergunta 6
● 1 em 1 pontos
●
Leia o texto a seguir:
Quem tem o direito de falar?
Estabelecer que minorias só podem falar dos problemas de seu grupo
é uma forma astuta de silenciamento.
A política não é uma questão apenas de circulação de bens e
riquezas. Ou seja, ela não se funda simplesmente em uma decisão a
respeito de como as riquezas e os bens devem circular, como eles
devem ser distribuídos. Embora essa seja uma questão central que
mobiliza todos nós, ela não é tudo, nem é razão suficiente de todos os
fenômenos internos ao campo que nomeamos "política". Na verdade,
a política é também uma questão de circulação de afetos, da maneira
com que eles irão criar vínculos sociais, afetando os que fazem parte
destes vínculos.
A maneira com que somos afetados define o que somos e o que não
somos capazes de ver, o que somos e não somos capazes de sentir e
perceber. Definido o que vejo, sinto e percebo, define-se o campo das
minhas ações, a maneira com que julgarei, o que faz parte e o que
está excluído do meu mundo.
Percebam, por exemplo, como um dos maiores feitos políticos de
2015 foi a circulação de uma mera foto, a foto do menino sírio morto
em um naufrágio no Mar Mediterrâneo. Nesse sentido, foi muito
interessante pesquisar as reações de certos europeus que invadiram
sites de notícias de seu continente com posts e comentários.
Uma quantidade impressionante deles reclamava daqueles jornais
que decidiram publicar a foto. Por trás de sofismas primários, eles
diziam basicamente a mesma coisa: "parem de nos mostrar o que não
queremos ver", "isto irá quebrar a força de nosso discurso".
Pois eles sabiam que seu fascismo ordinário cresce à condição de
administrar uma certa zona de invisibilidade. É necessário que certos
afetos não circulem, que a humanização bruta produzida pela morte
estúpida de um refugiado não nos afete. Todo fascismo ordinário é
baseado em uma desafecção. Toda verdadeira luta política é baseada
em uma mudança nos circuitos hegemônicos de afetos. Prova disso
foi o fato de tal foto produzir o que vários discursos até então não
haviam conseguido: a suspensão temporária da política criminosa de
indiferença em relação à sorte dos refugiados.
Mas essa quebra da invisibilidade também se dá de outras formas. De
fato, sabemos como faz parte das dinâmicas do poder decidir qual
sofrimento é visível e qual é invisível. Mas, para tanto, devemos antes
decidir sobre quem fala e quem não fala, qual fala ouvirei e qual fala
representará, para mim, apenas alguma forma de ressentimento.
Há várias maneiras de silêncio. A mais comum é simplesmente calar
quem não tem direito à voz. Isso é o que nos lembram todos aqueles
que se engajaram na luta por grupos sociais vulneráveis e objetos de
violência contínua (negros, homossexuais, mulheres, travestis,
palestinos, entre tantos outros).
Mas há ainda outra forma de silêncio. Ela consiste em limitar sua fala.
Assim, um será a voz dos negros e pobres, já que o enunciador é
negro e pobre. O outro será a voz das mulheres e lésbicas, já que o
enunciador é mulher e lésbica. A princípio, isto pode parecer um ato
de dar voz aos excluídos e subalternos, fazendo com que negros
falem sobre os problemas dos negros, mulheres falem sobre os
problemas das mulheres, e por aí vai.
No entanto, essa é apenas uma forma astuta de silêncio, e
deveríamos estar mais atentos a tal estratégia de silenciamento
identitário. Ao final, ela quer nos levar a acreditar que negros devem
apenas falar dos problemas dos negros, que mulheres devem apenas
falar dos problemas das mulheres.
Pensar a política como circuito de afetos significa compreender que
sujeitos políticos são criados quando conseguem mudar a forma
como o espaço comum é afetado. Posso dar visibilidade a
sofrimentos que antes não circulavam, mas quando aceito limitar
minha fala pela identidade que supostamente represento, não
mudarei a forma de circulação de afetos, pois não conseguirei
implicar quem não partilha minha identidade na narrativa do meu
sofrimento.
Minha produção de afecções continuará circulando em regime restrito,
mesmo que agora codificada como região setorizada do espaço
comum. Ser um sujeito político é conseguir enunciar proposições que
implicam todo mundo, que podem implicar qualquer um, ou seja, que
se dirigem a esta dimensão do "qualquer um" que faz parte de cada
um de nós. É quando nos colocamos na posição de qualquer um que
temos mais força de desestabilização de circuitos hegemônicos de
afetos.
O verdadeiro medo do poder é que você se coloque na posição de
qualquer um.
Disponível em <goo.gl/oWm9nF>.
Acesso em 13 jun. 2016.
Leia as afirmações a seguir:
I Segundo o autor, grupos de minorias estão sendo silenciados, pois
vivemos em um regime autoritário, não democrático.
II O autor defende que os políticos sejam os legítimos representantes
dos grupos minoritários, já que as minorias tendem a ser silenciadas
na sociedade.
III A publicação da foto do menino sírio, morto no naufrágio ao tentar
chegar à Europa como imigrante, foi, segundo o texto, uma forma de
sensacionalismo da imprensa e, por isso, gerou conflitos políticos.
Assinale a alternativa correta:
Resposta Selecionada: e. Nenhuma alternativa é correta.
●
● Pergunta 7
● 1 em 1 pontos
●
(Enade 2007) Leia o excerto a seguir:
Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu
colega de escola um pedido, por escrito, vazado nos seguintes
termos: “Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo
do seu livro de Redação para Concurso, para fins de consulta
escolar.”
Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa
que:
Resposta
Selecion
ada:
b. Vai a um piquenique engravatado, vestindo
terno completo, calçando sapatos de
verniz.
●
● Pergunta 8
● 1 em 1 pontos
●
Leia o texto a seguir:
Tá lá mais um corpo estendido no chão
Flavio Moura
Uma juíza de São Paulo mandou soltar o policial que matou o camelô
Carlos Augusto Muniz Braga durante ação na Lapa, no último dia 18.
De acordo com a ordem de soltura, o assassinato se deveu ao fato de
que o braço esquerdo do PM foi seguro “bruscamente”. E ainda à
situação tensa em que ele se encontrava, cercado de “populares
insatisfeitos com a polícia no local”.
O tumulto, no entender da juíza, justifica a necessidade de o policial
“então encontrar-se armado”. O vídeo circulou por todo canto. O
policial aponta por três minutosa arma em todas as direções. As
pessoas em volta gritam “baixa a arma!”, enquanto dois colegas seus
tentam imobilizar um vendedor de rua no chão.
O vendedor se recusara a entregar os CDs piratas que tinha na mão.
A polícia partiu pra cima e a situação se criou.
Acuado, o assassino tira do bolso um spray de pimenta para dispersar
o grupo ao redor. Ato contínuo, Carlos Augusto tenta tirar o spray de
sua mão. É o que basta para ser executado.
Ele ainda correu por alguns metros com a bala na cabeça, antes de
tombar no asfalto. Isso às 17h, numa rua movimentada de um bairro
de classe média de São Paulo. Não chega a surpreender a decisão
da juíza (o nome da figura é Eliana Cassales Tosi de Melo e ela faz
parte da 5a Vara do Júri do Foro Central Criminal de São Paulo). A
lógica peculiar é praxe entre seus colegas. Basta lembrar o juiz que
recentemente queria manter preso o manifestante Fabio Hideki,
detido injustamente em manifestação durante a Copa do Mundo, por
considerá-lo “esquerda caviar”.
O que assusta é a comoção relativamente branda em torno do
episódio. Da declaração tosca do prefeito, “foi um ato isolado”, aos
indignados de plantão das redes sociais, tudo se passou como se
fosse mais um tropeço da polícia, entre tantos outros.
Fiquei pensando o que ocorreria se a cena fosse na Paulista, nas
manifestações de junho do ano passado. E se a vítima fosse um
jovem de classe média quebrando uma vitrine de loja ou banco (gesto
a meu ver mais grave do que vender CD pirata). O governo estadual
corria o risco de ser deposto.
Não custa lembrar que foi a violência policial o estopim para as
manifestações de junho de 2013. As primeiras passeatas foram
pequenas e reprovadas pela imprensa e pela maioria da população.
Quando vieram à tona as cenas de manifestantes feridos por balas de
borracha, o cenário virou. Dali em diante, os editoriais deram razão
aos manifestantes e a classe média ganhou as ruas em defesa do
direito de protestar.
O episódio da semana passada me fez lembrar uma declaração do
poeta Sergio Vaz, organizador dos saraus da Cooperifa. No
documentário “Junho”, produzido pela TV Folha e bom retrato das
manifestações do ano passado, ele pondera. “Bala de borracha? Se
lá no meu bairro a polícia usasse bala de borracha meus amigos
ainda estavam vivos”.
Com todo respeito aos feridos em junho de 2013, o que se deu com o
camelô Carlos Augusto é motivo para alguns milhares de passeatas.
A letalidade da polícia brasileira é quatro vezes maior que a dos EUA
e 100 vezes maior que a inglesa. Se antes o Rio era o palco dos
principais descalabros da corporação, esse posto agora parece ser
ocupado por São Paulo. Na véspera do assassinato na Lapa, a PM
paulista transformou o centro da cidade num campo de guerra, com
gás lacrimogêneo e barricadas em chamas para despejar 200
ocupantes de um prédio vazio.
Em apenas uma semana, a cidade viu repetir-se o despreparo e a
truculência em duas regiões próximas. Se voltamos para trás no
tempo, há exemplos a perder de vista. O governador segue blindado
e na liderança das intenções de voto para as próximas eleições. E o
prefeito, que não tem responsabilidade direta pela ação da PM,
poderia retificar sua frase infeliz.
Bem que a gente gostaria, mas o crime da semana passada não foi
um ato isolado.
Disponível em <https://goo.gl/rvlYxd>.
Acesso em 7 nov. 2014.
Com base na leitura, analise as afirmativas:
I O autor mostra-se indignado com a banalização da morte, afirmando
que as pessoas não se mobilizam diante da violência da polícia, seja
ela contra ricos ou pobres.
II O autor destaca que a violência policial contra os trabalhadores e
contra os moradores de periferia geralmente não ganha grande
repercussão na mídia e não estimula protestos populares.
III O objetivo do texto é criticar a pirataria, que é crime e gera
confrontos entre ambulantes e policiais, espalhando violência pela
cidade.
IV O texto critica a violência da polícia brasileira, mas defende a
atuação repressiva diante de manifestações e crimes, uma vez que é
esse o papel da instituição.
Está correto o que se afirma em:
Resposta Selecionada: e. II.
●
● Pergunta 9
● 1 em 1 pontos
●
Leia o texto a seguir:
Obesidade, consumo e política: uma conversa sobre as mudanças
mundiais na alimentação
Por que estamos engordando? O que a política tem a ver com os
alimentos? Por que não vemos publicidade de legumes na TV?
Essas e outras questões relacionadas às transformações na
alimentação e suas consequências no cenário internacional foram
abordadas por Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a
Promoção da Alimentação Saudável do Ministério da Saúde de
Portugal e doutor em Nutrição Humana pela Universidade do Porto.
Em visita ao Brasil, ele participou do Seminário Internacional:
Escolhas Alimentares e seus Impactos, no Sesc Santos. Confira
algumas questões levantadas.
Estamos engordando: Ao comparar gráficos da presença da
obesidade nas populações dos Estados Unidos e da área rural de
Bangladesh, por exemplo, o professor Pedro Graça conclui: essa é
uma epidemia global. A obesidade cresceu nos últimos 20 anos não
só em países industrializados, com ampla oferta de alimentos, mas
chegou até áreas rurais da Ásia.
Os mais pobres engordam mais: Até recentemente, acreditava-se que
essa era uma epidemia que atingia principalmente as populações que
estavam melhorando economicamente, associada ao acesso à
alimentação, ao acesso à caloria, à gordura, à proteína. Mas não é
bem assim: “O que nós estamos a viver é não só o aumento da
doença no mundo inteiro, mas, ao contrário do que se esperava,
quem é mais afetada é a população mais carente, mais vulnerável.
Pobreza e obesidade se aproximam de tal maneira que a pessoa
pode ter fome e ser obesa ao mesmo tempo. Coisa que para nós da
biologia é um paradoxo”, afirma.
Somos treinados para engordar: “Nós somos uma máquina de
engordar”. Isso porque a capacidade de acumular reservas de energia
na forma de gordura foi essencial para a sobrevivência do ser
humano, diante da escassez de alimentos. “O ser humano está
preparado para lidar com a fome há dois milhões de anos. E começou
a lidar com excesso de calorias há 50 anos. Não estamos preparados
biologicamente para isso”, afirma Pedro.
O que mudou?: Diversas alterações demográficas causaram
mudanças na alimentação: a entrada da mulher no mercado de
trabalho e na vida acadêmica, o envelhecimento da população e a
necessidade de se trabalhar mais horas são alguns exemplos. E, se
aumenta o tempo do trabalho, o que fica para trás é o tempo de
cozinhar e de ficar com os filhos. Os alimentos que já vêm prontos
têm, portanto, muito mais apelo do que aqueles que exigem tempo e
conhecimentos culinários para o preparo. Além disso, em muitos
lugares é mais fácil e barato encontrar produtos ultraprocessados e
calóricos – ricos em açúcar, sal e gordura – em vez de alimentos
frescos.
Você já viu propaganda de alface na TV?: Provavelmente não. Mas
vemos diariamente publicidade de produtos ultraprocessados e super
calóricos, não é mesmo? Pedro Graça chama atenção para o fato de
que grandes indústrias alimentícias lucram muito, enquanto quem
trabalha no campo com frutas e legumes, em geral, tem ganhos
pequenos e são os que mais sofrem com as oscilações na economia
e nos preços dos alimentos. Assim fica fácil entender como um lado
tem muito mais capacidade de investir e produzir comunicação
(publicidade, marketing etc.) do que o outro.
É preciso reconhecer o ambiente: De acordo com o pesquisador W.
Philip James, durante décadas pensou-se que a atenção e o esforço
individual fossem suficientes para prevenir a obesidade, porém depois
de décadas desse esforço, as taxas de ganho de peso continuaram a
subir. Essa epidemia reflete a presença de um ambiente tóxico ou
obesogênico. Isso significa que não adianta ensinar as pessoas sobre
alimentação saudável, se não há um ambiente favorável a isso, ou
seja, se não há oferta de alimentos saudáveis em local próximo, a
preços acessíveis.
“Eu tenho primeiro que me preocupar com as condiçõesque existem
ou que eu posso criar para que o suco de laranja apareça, para em
seguida dizer como é importante consumir suco de laranja”,
exemplifica Pedro Graça.
Disponível em <https://goo.gl/926x1l>.
Acesso em 08 jun 2016 (com adaptações).
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa
correta:
I De acordo com o texto, o cuidado com o peso é uma questão de
educação individual e a obesidade aumenta entre os mais pobres por
falta de instrução.
II As alterações no modo de vida têm responsabilidade pelo aumento
da obesidade, uma vez que há incentivo ao consumo de produtos
ultraprocessados, mais práticos do que os alimentos frescos.
III A melhora econômica facilita o acesso da população aos alimentos
e, consequentemente, aumenta a prevalência de obesidade...
IV A propaganda e o marketing têm influência sobre a venda de
produtos industrializados e atingem apenas as regiões urbanas.
Assim:
Resposta Selecionada: c.
Apenas a afirmativa II está correta.
●

Continue navegando