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AULA 4 CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DOS INDICADORES DE CAPITAL DE GIRO

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ANUCÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DOS INDICADORES DE CAPITAL DE GIRO
Assaf Neto (2012) enfatiza que o capital de giro envolve as atividades operacionais as quais passam pelas fases de compra, pagamento, fabricação e cobrança, e a cada uma delas deve-se formular decisões com relação aos investimentos operacionais, como:
• Compras: quanto e quando comprar.
• Fabricação: medir a capacidade de produção e o uso de tecnologia adequada.
• Venda: estipular as condições de vendas (à vista, a prazo).
• Cobrança: desenvolver política de cobrança, inadimplência.
• Pagamentos: mensurar os recursos disponíveis, verificar novas captações.
Portanto, todos os recursos utilizados para o giro da empresa, desde a compra das mercadorias para estoque ou matéria para produção até o recebimento das vendas dessas mercadorias ou produtos acabados, são denominados capital de giro, que podem ser decorrentes de capital próprio ou capital de terceiros.
Para obter informações sobre o capital de giro, podem ser utilizados alguns indicadores, a saber: Necessidade de Capital de Giro (NCG) ou Investimento Operacional em Giro (IOG); Capital Circulante Líquido (CCL), Capital Circulante Próprio (CCP) ou de Giro Próprio (CGP), Saldo Disponível (SD) ou Saldo em Tesouraria (ST).
Como manter o capital de giro sob controle diante de um quadro de redução das vendas?
Necessidade de Capital de Giro – NCG
A NCG envolve as origens e as aplicações de recursos na atividade operacional da empresa. Assim, é necessário para a sua determinação identificar no ativo circulante e no passivo circulante as contas decorrentes das atividades operacionais.
Segundo Matarazzo (2010, p. 284), “O Ativo Circulante Operacional (ACO) é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra/produção/estocagem/venda, enquanto o Passivo Circulante Operacional (PCO) é o financiamento, também automático, que decorre dessas atividades”. A diferença entre ambos é o quanto de capital a empresa precisa para financiar o giro, ou seja, a NCG.
Complementando este conceito, Marion (2010) comenta que todos os componentes operacionais que fazem parte do ciclo operacional devem ser inclusos na apuração da NCG, não se esquecendo de considerar os salários a pagar referentes à transformação da matéria-prima e os impostos relativos às vendas.
A diferença entre o Ativo Circulante Operacional (ACO) e o Passivo Circulante Operacional (PCO) demonstra o quanto a entidade necessita de capital para sustentar o giro de suas atividades, ou seja, a necessidade de capital de giro.
Segundo o IEF – Instituto de Estudos Financeiros, o capital de giro representa, em média, 30 a 40% do total dos ativos de uma empresa. O capital permanente tem um peso maior sobre o total dos ativos, atingindo entre 60 e 70%.
Fonte: <http://www.ief.com.br/analise.htm>.
Na sequência, apresenta-se um modelo de estrutura do balanço patrimonial de forma a visualizar a distribuição das contas do ativo circulante e passivo circulante em operacional e financeiro.
Tabela 1 - Estrutura do balanço patrimonial para fins de NCG
Fonte: adaptada de Assaf Neto (2012, p. 407)
E para a determinação da necessidade de capital de giro, pode-se utilizar a seguinte fórmula:
NCG = ACO - PCO
Onde: NCG = Necessidade de Capital de Giro
ACO = Ativo Circulante Operacional
PCO = Passivo Circulante Operacional
Assaf Neto (2012) complementa que as seguintes circunstâncias básicas ocorrem nas empresas em relação ao ACO e PCO:
• ACO > PCO: é normal na grande maioria das empresas, existindo uma NCG para a qual a empresa deve encontrar fontes de financiamento, podendo ser fontes de capital de terceiros ou de capital próprio.
• ACO = PCO: a NCG é igual a zero, a empresa não precisa financiar o giro.
• ACO < PCO: nesse caso, a empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos operacionais, portanto, sobram recursos das atividades operacionais que poderão ser utilizados pela empresa.
Toma-se como exemplo o valor de $ 18.000,00 para o ACO e $ 15.000 para o PCO, apresentando a primeira situação em que o ACO > PCO, no qual do investimento de $ 18.000,00 em atividades operacionais do ativo circulante, $ 15.000,00 foram originados de capital de terceiros de atividades operacionais, o saldo restante de $ 3.000,00 deve ser decorrente de capital de terceiros a curto ou a longo prazo e capital próprio.
Matarazzo (2010) esclarece que para financiar as necessidades de capital de giro, a empresa poderá recorrer a três fontes de financiamento, sendo: Capital Circulante Próprio; Empréstimos e Financiamentos Bancários de Longo Prazo e Empréstimos Bancários de Curto Prazo; e Duplicatas Descontadas.
Na grande maioria das empresas, existe a necessidade de capital de giro, para a qual são necessárias fontes de financiamento, que podem ser decorrentes de capital próprio (aumento de capital ou lucro) ou de terceiros (empréstimos e financiamentos de curto ou de longo prazo).
Na análise do capital de giro, o ideal seria que a empresa não necessitasse de capital de giro, ou seja, ACO = PCO, no entanto, uma parcela representativa das empresas brasileiras tem essa necessidade de capital de giro, que representaria ACO >PCO. Isso não é ruim caso a captação de recursos tenha um gasto menor que o benefício por ela gerado. Por exemplo: a empresa contrata capital de terceiros de longo prazo com encargos financeiros, digamos um empréstimo de longo prazo, e investe em estoques e prazos para seus clientes, com isso aumentando as vendas, gerando lucros maiores que os encargos financeiros da dívida. E quando as vendas forem recebidas, serão utilizadas para o pagamento da dívida quando no seu vencimento.
Capital Circulante Líquido (CCL)
O Capital Circulante Líquido (CCL) pode ser definido pelo nível de recursos permanentes aplicados no curto prazo, ou seja, o uso para o Capital de Giro de recursos de terceiros a longo prazo ou recursos próprios.
Assaf Neto (2012, p.170) conceitua o Capital Circulante Líquido como “o excedente das aplicações a curto prazo (em ativo circulante) em relação às captações de recursos processadas também a curto prazo (passivo circulante)”.
De acordo com a conceituação exposta, o Capital Circulante Líquido pode ser obtido com a seguinte equação:
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante
O Capital Circulante Líquido está diretamente relacionado ao Índice de Liquidez Corrente, pois a parcela do resultado deste, que excede $ 1,00, é justamente o que indica a proporção existente de Ativo Circulante Líquido. Toma-se como exemplo o Ativo Circulante totalizando $ 50.000,00 e o Passivo Circulante $ 40.000,00, esses dados apresentam um Capital Circulante Líquido de $ 10.000,00. O valor de $ 10.000,00 demonstra uma folga financeira após o pagamento das dívidas de curto prazo no valor de $ 40.000,00.
Caso a equação resultasse em um valor negativo, significaria que não existe folga financeira, dessa forma, as dívidas a curto prazo são maiores que os valores a curto prazo existentes para quitá-las.
Capital Circulante Próprio (CCP)
O Capital Circulante Próprio, ou Capital de Giro Próprio, corresponde à parcela do Ativo Circulante que não é financiada por recursos de terceiros. De acordo com a conceituação exposta, o Capital Circulante Próprio pode ser aplicado com a seguinte equação:
Capital Circulante Próprio = Patrimônio Líquido – Ativo Não Circulante
Para Silva (2001, p. 352), “o capital de giro próprio é aquela parcela do ativo circulante que é financiada com recursos próprios, isto é, o que sobra do patrimônio líquido após o comprometimento dos recursos próprios com o ativo não circulante”. Dessa forma, pode-se concluir que o CCP é a parcela do Patrimônio Líquido utilizada para financiar o Ativo Circulante.
Sabendo-se que determinada empresa apresenta um Patrimônio Líquido de $100.000,00 e um Ativo Não Circulante de $ 80.000,00, tem-se um Capital Circulante Líquido de $ 20.000,00, isso demonstra que o Patrimônio Líquido contribui para os investimentos no Ativo Circulante com $ 20.000,00. No caso da equação apresentar-senegativa, observa-se uma situação em que o Patrimônio Líquido é insuficiente para os investimentos no ativo não circulante, sendo necessários recursos de capital de terceiros para ajudar nesses investimentos.
Saldo Disponível (SD) ou Saldo em Tesouraria (ST)
O Saldo Disponível ou Saldo em Tesouraria é obtido pela diferença entre o Capital Circulante Líquido (CCL) e a Necessidade de Capital de Giro (NCG). Para Assaf Neto (2012, p. 214), “é a medida de margem de segurança financeira de uma empresa, que indica sua capacidade interna de financiar um crescimento da atividade operacional”.
Assaf Neto (2012) também comenta que um Saldo Disponível negativo pode demonstrar a ineficiência de investimentos entre recursos e aplicações, sendo que em recursos de curto prazo podem estar financiamentos, investimentos permanentes, o que não é benéfico para a continuidade da entidade.
Saldo Disponível = Capital Circulante Líquido - Necessidade de Capital de Giro
ou
Saldo Disponível = Ativo Circulante Financeiro – Passivo Circulante Financeiro
Utilizando os dados do exemplo, no qual tinha-se $ 50.000,00 de Ativo Circulante e $ 40.000,00 para Passivo Circulante, considera-se, dos $ 50.000,00 do Ativo Circulante, $ 35.000,00 para ativo circulante operacional e $ 15.000,00 para ativo circulante financeiro; e dos $ 40.000,00 do passivo circulante, $ 30.000,00 para passivo circulante operacional e o saldo restante de $ 10.000,00 passivo circulante financeiro.
A partir dessa informação, é possível determinar a necessidade de capital de giro de $ 5.000,00, resultado da diferença entre $ 35.000,00 e $ 30.000,00. Isso nos mostra que $ 5.000,00 dos investimentos no ativo circulante operacional necessitam de outras fontes de recursos (capital de terceiros ou capital próprio).
Sabendo-se que o ativo circulante financeiro é de $ 15.000,00 e o passivo financeiro circulante de $ 10.000,00, tem-se um saldo disponível de $ 5.000,00, ou seja, na comparação entre numerários em disponibilidades da empresa (caixa, banco conta movimento, aplicações financeiras) e dívidas contraídas em instituições financeiras a curto prazo, tem-se uma sobra financeira de $ 5.000,00, que pode ser utilizada para os investimentos no ativo circulante operacional.
Também o saldo disponível de $ 5.000,00 pode ser obtido pela diferença entre $ 10.000,00 (Capital Circulante Líquido) e $ 5.000,00 (Necessidade de Capital de Giro); pode-se observar que recursos de terceiros de longo prazo ou do patrimônio líquido estão sendo utilizados para esse fim. Caso o saldo disponível fosse negativo, representaria que recursos de terceiros de curto prazo estavam, também sendo utilizados para esse fim.
Quanto maior o saldo disponível negativo, maior a utilização de recursos de terceiros de curto prazo.
CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DOS INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS
Os índices de atividade, também denominados índices de prazos médios, permitem que sejam analisados o desempenho operacional da empresa e sua necessidade de investimento em giro, ou seja, são considerados dinâmicos, pois demonstram o tempo que a empresa demora, em média, para receber suas vendas, pagar suas compras e renovar seus estoques.
De acordo com Matarazzo (2010, p. 260),
A conjugação dos três índices de prazos médios leva à análise dos ciclos operacionais e de caixa, elementos fundamentais para a determinação de estratégias empresariais, tanto comerciais quanto financeiras, geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.
Segundo Bruni (2011, p. 179),
O estudo dos prazos permite entender os giros das contas contábeis ou como estas se renovam. Os diferentes prazos recebidos ou concedidos igualmente afetam os diferentes ciclos de um negócio – com a capacidade de intervir sobre as contas operacionais, como contas a receber ou fornecedores, ou capital de giro [...].
Conforme os autores, os prazos médios permitem entender o giro das contas contábeis e, consequentemente, as estratégias e políticas empresariais adotadas pela empresa ou pelo seguimento.
Tabela 2 - Indicadores de Prazos Médios
Fonte: Matarazzo (2010) e Silva (2012)
O investimento da empresa em Duplicatas a Receber é determinado pelo índice de PMRV, representando a média de tempo que a entidade demora a receber as vendas efetuadas (MATARAZZO, 2010).
Iudícibus (1998, p.106) reforça a afirmativa: “indica quantos dias, semanas ou meses a empresa deverá esperar, em média, antes de receber suas vendas a prazo”. 
O PMRV informa o tempo que em média deve ser aguardado para receber as vendas de seus clientes, ou seja, o período entre a venda e o seu recebimento. Caso o indicador seja de 30 dias, o período para transformar a venda em recursos monetários, em média, é de 30 dias.
Assim como o anterior, o PMPC pode fornecer informações em dias ou meses, semanas etc. No entanto, este quociente representa a outra face da questão, determina o tempo médio que a empresa demora a pagar suas contas (IUDÍCIBUS, 1998).
O índice de Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV), em comparação com o Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC), vem determinar a posição favorável ou desfavorável da empresa em relação as suas compras e vendas. A entidade se encontrará em uma posição favorável quando seu prazo de pagamento das compras estiver maior que o prazo de recebimento das vendas, se ocorrer o inverso, a empresa estará em uma posição desfavorável.
O PMRE demonstra quantas vezes se renovou o estoque em decorrência das vendas do período. Portanto, quanto menor o tempo médio de renovação de estoque, melhor será para a empresa (IUDÍCIBUS, 1998).
ANÁLISE CONJUNTA DOS INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS E ANÁLISE DE CAPITAL DE GIRO
A análise das demonstrações contábeis deve, sempre que possível, utilizar para sua elaboração os dados apresentados por mais de um período para que possa ser observada a sua evolução histórica ao longo do tempo, permitindo também a projeção de tendências. Também devem ser observadas informações do mercado econômico no qual a empresa se encontrar inserida, como: inflação, demanda, concorrência, política governamental, pois esses fatores influenciam nas informações a serem geradas na análise. No entanto, não serão encontrados nos demonstrativos e relatórios contábeis.
Na sequência são apresentados os indicadores de capital de giro e prazos médios calculados por meio das demonstrações contábeis de uma loja de roupas e acessórios para o público feminino, masculino e infantil relativos aos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012.
Analisando os indicadores de capital de giro da empresa, observa-se que ela possui necessidade de capital de giro em todos os anos da amostra, necessidade essa que aumenta a cada ano. Essa necessidade de capital de giro revela que é preciso fontes de recursos para suprir os investimentos nas atividades operacionais, principalmente em estoques, em decorrência do aumento dos estoques como consequência da inauguração de novas unidades e do centro de distribuição.
Tabela 3 - Indicadores de Prazos Médios
Fonte: a autora
As fontes de recursos, no caso, são originadas em 2009, 2010 e 2011 de capital próprio e capital de terceiros de longo prazo; no ano de 2012, somente utiliza-se o capital de terceiros de longo prazo.
A inauguração de novas unidade e do centro de distribuição, bem como os investimentos para aquisição de uma nova marca de roupas para comercializar, tem solicitado um aporte de recursos cada vez maior, conforme verificado na conta imobilizado do Balanço Patrimonial da empresa. Observa-se que os recursos originados de capital próprio têm nos três primeiros anos da amostra cumprido essa função, no entanto, em 2012, os recursos do capital próprio não são mais suficientes (capital de giro próprio negativo de 12.896), e nesse caso são utilizados capital de terceiros de longo prazo.
Com os indicadores de capital circulante líquido e saldo em tesouraria positivos, é possível concluir que a empresa tem capacidade para quitar suas dívidas de curto prazo, pois possui mais ativo circulante que passivo circulante.
Figura1 - Capital de giro – Lojas Renner
Fonte: a autora
Pela análise dos prazos médios, é possível verificar que a Empresa mantém mais estoques ao longo dos anos e tem reduzido o seu prazo médio de recebimento das vendas, dessa forma, o ciclo operacional que tinha se reduzido de 2009 para 2010 de 175 para 127 dias, voltou a aumentar para 161 dias em 2011 e 2012, como consequência do aumento do prazo médio de estocagem, ou seja, mais estoques contribuem para o aumento da necessidade de capital de giro.
O prazo médio de pagamento de suas compras teve uma pequena oscilação de 2010 para 2011, assim, o ciclo financeiro que corresponde ao período de pagamento das compras até o recebimento das vendas reduziu-se, melhorando o período necessário para suprir os investimentos no ciclo operacional.
Figura 2 - Prazos Médios – Lojas Renner
Fonte: a autora
É fundamental que toda empresa, seja qual for o seu ramo de negócio, indústria, comércio ou prestação de serviços, procure ajustar os seus Ciclos Operacional e Financeiro para que as suas necessidades de recursos sejam cobertas com um menor custo possível.
São algumas alternativas que podem ajudar neste ajuste, possibilitando uma menor dependência de recursos, a redução dos prazos e financiamento aos clientes, e o aumento do prazo de pagamento aos fornecedores.
Fonte: http://www.sebraepr.com.br/PortalSebrae/artigos/Lab-%E2%80%93-Planejamento-financeiro
ATIVIDADES
1. Considere os seguintes dados extraídos do Balanço Patrimonial de determinada empresa:
O saldo em tesouraria, ou saldo disponível, é de:
a) R$ 52.000,00
b) R$ 15.000,00
c) R$ 117.000,00
d) R$ 70.000,00
e) R$ -107.000,00
2. Determinada empresa apresenta os seguintes prazos médios:
Prazo Médio de Renovação de Estoques ............ 40 dias
Prazo Médio de Pagamento de Compras ........... 30 dias
Prazo Médio de Recebimento de Vendas ........... 20 dias
A partir dos prazos acima, assinale a alternativa correta:
a) O ciclo operacional é de 30 dias e o ciclo financeiro de 60 dias.
b) O ciclo operacional é de 60 dias e o ciclo financeiro de 30 dias.
c) O ciclo operacional é de 40 dias e o ciclo financeiro de 50 dias.
d) O ciclo operacional é de 50 dias e o ciclo financeiro de 40 dias.
e) O ciclo operacional é de 70 dias e o ciclo financeiro de 50 dias.
3. Avalie as afirmativas a seguir:
I. Prazo Médio de Renovação de Estoques: período em que os estoques da empresa permanecem na prateleira.
II. Prazo Médio de Recebimento de Vendas: prazo utilizado pela empresa desde o momento da compra dos produtos até o recebimento pelas suas vendas.
III. Prazo Médio de Pagamento de Compras: período entre a compra dos produtos e o seu pagamento.
IV. Ciclo Operacional: prazo aguardado pela empresa entre as vendas dos produtos e o seu recebimento.
V. Ciclo Financeiro: prazo em que a empresa terá que obter recursos para suprir o seu ciclo operacional.
Diante da avaliação dos itens acima, é correto afirmar que:
a) Somente I, III e V estão corretas.
b) Somente II e IV estão corretas.
c) Somente I e III estão corretas.
d) Somente IV e V estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas estão corretas.
4. Assinale a alternativa correta:
a) Indicadores de Capital de Giro mostram os prazos médios adotados para gerar mais resultados.
b) Indicadores de Prazos Médios mostram a capacidade financeira de quitação das dívidas.
c) Indicadores de Capital de Giro demonstram se há necessidade de fontes de recursos para as atividades operacionais e também se o capital próprio é suficiente para essa função.
d) Indicadores de Liquidez e de Capital de Giro estão intimamente relacionados, pois trabalham com o ativo circulante financeiro.
e) Indicadores de Estrutura e Capital e Prazos Médios em nada se relacionam, pois um afeta a rentabilidade e outro a liquidez.
5. Avalie as afirmativas a seguir:
I. Saldo positivo da Necessidade de Capital de Giro: Aplicações de recursos nas atividades operacionais de curto prazo maiores que as origens, também de curto prazo.
II. Saldo negativo do Saldo em Tesouraria: Valores disponíveis no Ativo Circulante Financeiro maiores que as dívidas no Passivo Circulante Financeiro.
III. Saldo positivo do Capital de Giro Próprio: Patrimônio Líquido superior ao Ativo Não Circulante.
IV. Prazo Médio de Renovação de Estoque positivo: Período utilizado pela empresa entre a compra e venda dos produtos.
V. Ciclo Financeiro negativo: Quanto menor, poderá trazer como consequência um maior endividamento.
Diante da avaliação dos itens acima, é incorreto afirmar que:
a) Somente a I está incorreta.
b) Somente a II e IV estão incorretas.
c) Somente a III está incorreta.
d) Nenhuma das alternativas está incorreta.
e) Todas as alternativas estão incorretas.
RESPOSTAS
1. e) R$ -107.000,00
2. b) O ciclo operacional é de 60 dias e o ciclo financeiro de 30 dias.
3. c) Somente I e III estão corretas.
4. c) Indicadores de Capital de Giro demonstram se há necessidade de fontes de recursos para as atividades operacionais e também se o capital próprio é suficiente para essa função.
5. b) Somente a II e IV estão incorretas.
RESUMO
Os indicadores de capital de giro e prazos médios são também fortes aliados para a execução da análise das demonstrações contábeis. Os dois grupos podem apresentar informações que impactam tanto na situação financeira como na econômica.
O primeiro grupo tem o objetivo de mostrar quais fontes de recursos (capital de terceiros ou capital próprio) são utilizados para financiar os investimentos em atividades operacionais (ativo circulante operacional).
Enquanto o segundo grupo apresenta a política de prazos médios utilizados pela empresa, e se esses são adequados, de forma que não interfiram no nível de endividamento ou de liquidez, ou mesmo nos indicadores de capital de giro.
Caso a política de prazos médios do ciclo operacional (compra até o recebimento das vendas) for elevado, consequentemente apresentará uma necessidade de capital de giro elevada, podendo também apresentar um elevado endividamento, comprometendo a liquidez.
Diagnóstico financeiro
No caso em alusão, o índice de endividamento tem sofrido oscilações nos anos analisados, verificou-se que o endividamento, se comparado aos anos de 2009 e 2006, foi bastante majorado. Esse valor, por si só considerado, não deixa claro qual a real situação da empresa. Em 2009, houve uma piora do índice de endividamento, de cada R$ 100,00 de dívida da empresa, R$92,01 eram de vencimento no curto prazo. De modo geral, quanto maior for o número encontrado nesse índice, pior para a empresa, pois significa maior pressão para pagamento de suas dívidas no curto prazo.
A liquidez corrente da empresa em análise piorou ao longo do período analisado. Se comparado esse índice com a média do setor (calculada por valor 1000, 2010), verifica-se que a liquidez corrente, em 2009, ficou bem abaixo da média do setor, que foi de 1,63. Tomando como análise o ano de 2009, a empresa possui R$ 0,87 no ativo circulante para cada R$ 1,00 de passivo circulante, ou seja, para cada R$ 1,00 de obrigações de curto prazo, a empresa possui apenas R$ 0,87 de direitos no curto prazo, está faltando recursos de curto prazo.
O capital circulante líquido – CCL, negativo em 2009, mostra alguma dificuldade financeira, pois seu passivo circulante está financiando todo ativo circulante e ainda parte do ativo não circulante. Analisando-se, de modo geral, a situação financeira da empresa, verifica-se que seus índices de liquidez (capacidade de pagamento) oscilaram no período de análise e que pioraram, o CCL negativo também é um dado preocupante.
No entanto, a empresa foi, pelo sexto ano consecutivo, considerada pela revista valor 1000, a campeã entre as empresas do setor de farmacêutica em cosméticos, o que denota que mesmo os indicadores mostrando que sua situação financeira piorou no período em análise, ela ainda está entre as empresas do ramo, em boas condições.
Diagnóstico econômico
Nos itens adjacentes, será feita análise econômica da empresa no período de 2006 a 2009, dando um maior enfoque no ano de 2009. Além desse sero último ano do período analisado, foi um ano no qual o mercado como um todo, tanto interno quanto externo, ainda sofria reflexos da crise subprime (Estados Unidos). Houve redução da margem operacional, e a empresa fechou o ano de 2009 com um lucro de R$ 17,69 para cada R$ 100,00 de venda. A margem liquida tem oscilado no período de análise.
O índice encontrado para 2009 significa que para cada R$ 100,00 de venda líquida, a empresa obteve R$ 14,89 de lucro líquido; em contraposição à margem operacional, que sofreu redução no último ano de análise, a margem líquida melhorou em 2009, evidenciando que ela lucrou mais em 2009 do que em 2008.
Ao se comparar o desempenho da rentabilidade do patrimônio líquido da empresa com a média do setor, que em 2009 ficou em 18,9, constata-se que esta tem sido a empresa, do ramo, com maior rentabilidade, sendo quase 100% superior a segunda colocada. Analisando-se a situação econômica como um todo, verifica-se que a empresa está com uma situação bastante estável e favorável, além disso, conseguiu enfrentar, sem graves problemas, a crise mundial ocorrida em 2008. Focando-se principalmente o ano de 2009, avalia-se que os reflexos da crise de 2008 já haviam sido recuperados em 2009.
A empresa tem mantido sua capacidade de gerar lucros, em contrapartida, mostra alguma dificuldade com sua situação financeira.
DINÂMICA
DE CAPITAL DE GIRO
ANÁLISE DINÂMICA
DE CAPITAL DE GIRO

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