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Capital de giro

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ADMINISTRAÇÃO 
FINANCEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar as contas contábeis que compõem o capital de giro.
 > Diferenciar necessidade de capital de giro ocasional de necessidade de 
capital de giro constante.
 > Resolver cálculos da necessidade de capital de giro (NCG).
Introdução
A grande concorrência no mundo dos negócios faz com que as empresas busquem 
atender às expectativas de seus acionistas, clientes e demais stakeholders. Es-
sas exigências requerem das organizações mais recursos para implementarem 
projetos e desenvolverem suas operações no mundo dos negócios. A intensa 
concorrência tem obrigado as empresas a buscar diferenciais competitivos e, por 
isso, os gestores estão a todo momento procurando criar produtos e serviços e 
adequar os aqueles já ofertados, bem como buscam tornar os seus negócios mais 
atrativos para os clientes, o que só é possível com o auxílio da gestão financeira. 
Quando uma organização dispõe de uma gestão financeira eficiente, ela tem a 
oportunidade de criar um ambiente de negócios mais favorável aos seus objetivos 
e expectativas, assim como é possibilitado, também, que se criem estratégias de 
negócios que estejam mais alinhadas às possibilidades e, principalmente, dispo-
nibilidades financeiras existentes dentro da organização. Portanto, os gestores 
devem fazer uso das principais ferramentas de gestão financeira e aplicar em seu 
dia a dia à frente dos negócios, pois, assim, será possível gerir recursos cada vez 
mais escassos e, mesmo assim, gerar ótimas oportunidade operacionais. 
Neste capítulo, apresentaremos as principais contas contábeis que compõem 
o capital de giro das organizações. Também será possível, ao longo do capítulo, 
Capital de giro
Johny Henrique Magalhães Casado e Henrique Martins Rocha
diferenciar a necessidade de capital de giro ocasional do negócio da necessidade de 
capital de giro constante. Por fim, serão apresentados alguns cálculos da cálculos 
da necessidade de capital de giro em um negócio como forma de consolidar esse 
aprendizado. 
Análise das contas contábeis que compõem 
o capital de giro 
O capital de giro é um dos principais elementos que influenciam os processos 
de tomada de decisão no ambiente organizacional. Por isso, gestores, aca-
dêmicos e profissionais buscam conhecer a aplicabilidade do capital de giro 
em variados cenários, como uma das formas de se buscar contribuir para a 
geração de informações no ambiente das empresas. A sofisticação das aná-
lises financeiras é uma das demandas que a modernização dos negócios tem 
imposto a todas as organizações e, por isso, é recomendável que os gestores 
financeiros compreendam o papel do capital de giro no ambiente de negócios 
e façam o correto uso dessa importante ferramenta de gestão financeira. 
As empresas devem buscar criar indicadores em todos os seus proces-
sos, pois só assim será possível acompanhar a evolução e compará-la com 
resultados passados. Somente quando se utiliza indicadores no ambiente 
empresarial é que se torna possível gerir os recursos disponíveis no ambiente 
de negócios de forma eficiente e segura. A gestão e o acompanhamento do 
capital de giro nos negócios devem ocorrer de maneira permanente, pois os 
números financeiros das empresas estão se transformando constantemente, 
de tal forma que será possível aos gestores acompanharem quaisquer tipos 
de alteração no status patrimonial do negócio.
Segundo Brom e Bailian (2007, p. 12), os valores de capital de giro “[...] 
representam o montante de recursos que a empresa dispõe para continuar 
operando antes de receber pela venda de seus produtos ou serviços [...]”, 
portanto, ele demonstra o recurso disponível que a empresa possui. Os 
gestores devem buscar compreender sempre como o seu capital de giro se 
comporta, pois assim será possível identificar o volume financeiro necessário 
para a manutenção do seu negócio no médio e longo prazo. 
Em gestão financeira, temos que o cálculo do capital de giro deve ocorrer 
considerando as contas do balanço patrimonial da organização, por isso, é 
recomendável que os gestores tenham acesso a essas informações. 
Capital de giro2
O capital de giro ou capital circulante é representado pelo ativo circulante, isto 
é, pelas aplicações correntes, identificadas geralmente pelas disponibilidades, 
valores a receber e estoques. Num sentido mais amplo, o capital de giro represen-
ta os recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades 
operacionais identificadas desde a aquisição de matérias-primas (ou mercadorias) 
até́ o recebimento pela venda do produto acabado (ASSAF NETO; SILVA, 2011, p. 3).
O cálculo do capital de giro líquido pode ser obtido por meio da fórmula 
apresentada a seguir:
Capital de giro líquido = ativo circulante – passivo circulante
Ao observar a fórmula do capital de giro líquido, devemos considerar que 
as informações para o seu cálculo são todas retiradas do balanço patrimonial 
da organização, por isso, é fundamental essa demonstração para o cálculo. 
Observe que o cálculo do capital de giro líquido (CGL) é o mesmo do 
capital circulante líquido (CCL), conceituado por Guimarães e Ozório 
(2018) como a diferença entre os ativos e os passivos circulantes. De acordo 
com os autores, quando os volumes investidos nos ativos circulantes superam 
os financiamentos dos passivos circulantes, a empresa possui CCL positivo, ao 
passo que, se inferiores, há o CCL negativo.
No Quadro 1 está representado um balanço patrimonial e as divisões 
das contas. 
Quadro 1. Balanço patrimonial e capital de giro
Balanço patrimonial
Ativo circulante (AC)
 � Disponibilidades
 � Valores a receber
 � Estoques
Passivo circulante (PC) 
 � Fornecedores
 � Salários e Encargos Sociais
 � Empréstimos e Financiamentos
Ativo não circulante
 � Investimentos
 � Imobilizado
Passivo não circulante 
 � Patrimônio líquido (PL)
 � Capital social
 � Reservas de lucros
 � Ajustes de avaliação patrimonial
Fonte: Adaptado de Assaf Neto e Silva (2011).
Capital de giro 3
As contas contábeis que são utilizadas para cálculo do capital de giro 
líquido são identificadas no ativo circulante e no passivo circulante do balanço 
patrimonial, portanto, ambas estão no curto prazo. 
O uso das ferramentas financeiras no ambiente empresarial é muito 
importante para todos os tipos e tamanhos de negócios, por isso, é 
altamente recomendável que os gestores e empreendedores busquem reconhecer 
as especificidades do seu negócio também no cálculo do capital de giro. Acesse 
ao artigo “Capital de giro: aprenda o que é e como funciona o da sua empresa” 
(SEBRAE, 2013), no site do Sebrae, e observe os benefícios do cálculo do capital 
de giro para as pequenas empresas. 
Como forma de melhorar o entendimento sobre o cálculo do capital de 
giro líquido em uma organização, considere o exemplo a seguir.
O grupo empresarial Bonés e Cia. é uma empresa que comercializa 
bonés promocionais para todo o Brasil e vem crescendo a cada dia 
mais em seus negócios; por isso, decidiu contratar um profissional para que 
ele pudesse ajudar na melhoria da sua gestão financeira. A primeira tarefa 
do profissional foi elaborar o balanço patrimonial da organização, conforme 
apresentado a seguir.
Balanço patrimonial
Ativo circulante (AC)
Disponibilidades
Valores a receber
Estoques
 � 5.000
 � 6.000
 � 12.000
Passivo circulante (PC) 
Fornecedores 
Salários e encargos 
sociais 
Empréstimos
Financiamentos
 � 10.000
 � 2.000
 � 1.000
 � 1.000
Ativo não circulante
Investimentos
Imobilizado
 � 5.000
 � 5.000
Passivo não circulante
Patrimônio líquido (PL)
Capital social 
 � 19.000
33.000 33.000
Capital de giro4
Após calcular o balanço patrimonial da empresa, o novo gestor financeiro 
fez o cálculo sobre o capital de giro do negócio e, para isso, ele obteve os 
seguintes valores: 
 � Valor total do ativo circulante: R$ 5.000 + R$ 6.000 + 12.000 = R$ 23.000
 � Valor total do passivo circulante: R$ 10.000 + 2.000 + 1.000 + 1.000 = R$ 14.000Fórmula para cálculo do capital de giro líquido:
Capital de giro = ativo circulante – passivo circulante
Cálculo do capital de giro do grupo empresarial Bonés e Cia.: 
 � Capital de giro líquido = 23.000 – 14.000
 � Capital de giro líquido = R$ 9.000
O gestor financeiro do grupo empresarial Bonés e Cia. obteve o valor de R$
9.000 de capital de giro líquido para o negócio. 
Ao calcularem o seu capital de giro, as empresas podem se deparar com 
valores positivos e negativos. Na Figura 1 são apresentados os significados 
desses dois tipos de resultados. 
Figura 1. Diferença entre capital de giro positivo e capital de giro negativo. 
Os gestores financeiros de qualquer negócio devem sempre buscar o 
equilíbrio entre as entradas e saídas de recursos no negócio e, para isso, 
podem tomar diversas decisões que lhes propiciem maior equilíbrio finan-
ceiro. Mesmo em empresas com bom fluxo financeiro, pode ser possível a 
ocorrência de um capital de giro negativo: isso “[...] denota que os recursos 
de longo prazo da empresa não são suficientes para cobrir suas aplicações 
de longo prazo, devendo utilizar recursos do passivo circulante para tal fim 
[...]” (ASSAF NETO; SILVA, 2011, p. 6).
Capital de giro 5
As decisões sobre o capital de giro das empresas também têm relação 
com a previsibilidade de caixa dos seus negócios. Por exemplo, em empresas 
com fluxos de caixa mais previsíveis é permitido que elas operem com CCL 
baixo; já em empresas sem previsibilidade, essa não é uma realidade possível. 
Diferenças entre os tipos de necessidade de 
capital de giro 
A necessidade de capital de giro (NCG) é um elemento muito sensível às mu-
danças do ambiente econômico em que a organização está inserida, e, por isso, 
é altamente recomendável que os gestores financeiros busquem reconhecer 
quais são as necessidades de capital do seu negócio. Outro ponto importante 
está relacionado ao nível de atividade do negócio, pois há empresas que 
trabalham por anos e anos sem ter afetada a sua capacidade operacional, 
apresentando então maior constância em relação aos valores de entradas 
e saídas de recursos financeiros; outras empresas têm maior sazonalidade 
de recursos em um determinado período do ano, o que acaba impondo um 
item a mais na complexa gestão financeiro da organização. 
As empresas necessitam calcular a sua NCG para que possam tomar boas 
decisões financeiras em seus negócios. 
Um erro comum é confundir capital de giro (ou mesmo capital de 
giro líquido) com NCG.
O capital de giro é quanto dispomos ou quanto foi alocado como capital de 
giro na empresa, enquanto a NCG é quanto precisamos alocar.
Assim, calcularmos que o capital de giro líquido é de, por exemplo 
R$1.000.000,00, tem pouco significado em termos de gestão e tomada de de-
cisão na empresa, se não soubermos qual a real necessidade. Se, por um lado, 
termos o capital de giro abaixo do necessário é sinal de problemas, um excesso 
de capital de giro, isto é, um valor muito acima do necessário, pode significar 
que a gestão financeira não é muito eficiente, pois há “dinheiro sobrando” 
(dinheiro que poderia ser investido de outra forma ou distribuído na forma de 
dividendos aos acionistas). 
A diferença entre o CCL e a NCG indica o saldo em tesouraria, e, se tal saldo 
permanece negativo, há o risco de insolvência da empresa (GUIMARÃES; OZÓRIO, 
2018).
A NCG, quando não suprida pelas atividades operacionais da própria em-
presa, deve ser provida de outras formas, como o uso de recursos dos sócios 
quando estes fazem uma nova injeção de capital na empresa, ou, ainda, pelo 
Capital de giro6
uso dos recursos de terceiros quando ela busca recursos como empréstimos 
e financiamentos para suprir essa sua necessidade de capital. A NCG pode 
ser segmentada em dois tipos.
 � NCG permanente (também chamada de constante, fixa ou permanente):
refere-se “[...] ao volume mínimo de ativo circulante necessário para
manter a empresa em condições normais de funcionamento [...]” (ASSAF 
NETO; SILVA, 2011, p. 4). Nesse caso, os ativos permanentes e a parte 
permanente dos ativos circulantes não sofrem mudança ao longo do 
tempo.
 � NCG variável (também chamada de ocasional ou sazonal): é definida
pelas necessidades “[...] adicionais e temporais de recursos verificadas
em determinados períodos e motivadas, principalmente, por compras 
antecipadas de estoques, maior morosidade no recebimento de clien-
tes, recursos do disponível em trânsito [...]” (ASSAF NETO; SILVA, 2011, 
p. 4). Podem ter por origem aspectos como, por exemplo, compras
antecipadas de estoques, atrasos das contas a receber, variação nas
vendas em certos meses, etc. Em geral é mantida com financiamentos 
de médio e longo prazo.
No caso da necessidade de financiamento permanente, por se 
caracterizar quando as vendas de uma empresa são constantes, 
torna-se obrigatório que os investimentos em ativos operacionais também sejam 
constantes. Já quando temos as necessidades de financiamento sazonal, neste 
caso, as vendas são cíclicas e, portanto, os investimentos em ativos operacionais 
deverão variar conforme o tempo (GITMAN, 2009).
Quando a organização possui em suas operações uma acentuada sazo-
nalidade, é altamente recomendável que ela mensure o seu capital de giro 
quando estiver com um volume mínimo de operação, bem como que faça 
essa mensuração também quando estiver funcionando em sua capacidade 
máxima. De posse das duas mensurações, será possível ao gestor financeiro 
observar como o comportamento dos estoques e dos valores a receber pode 
influenciar a tomada de decisão. Por isso, ele deverá sempre considerar qual 
o momento em que se estão calculando as informações do capital de giro e
o que de fato está influenciando nesse resultado.
Não é por outra razão que Guimarães e Ozório (2018) relacionam o capital
de giro líquido (ou o CCL) com os riscos de insolvência das empresas, como 
Capital de giro 7
mostrado na Figura 2. Um capital de giro líquido positivo reduz o risco de 
insolvência, dada a disponibilidade de recursos da empresa para cumprir 
com suas obrigações.
Figura 2. Capital circulante líquido e risco de insolvência. 
Fonte: Adaptada de Guimarães e Ozório (2018).
Sobre a apresentação de um valor de CCL positivo, Gitman (2009, p. 547) 
expõe que:
Quanto mais previsíveis as entradas de caixa, menor o capital de giro líquido 
necessário. Como a maioria das empresas é incapaz de conciliar com certeza as 
entradas e as saídas de caixa, costumam manter um ativo circulante mais do que 
suficiente para cobrir as saídas associadas ao passivo circulante.
No exemplo a seguir, temos um cálculo do capital de giro líquido em uma 
empresa. 
As Organizações JHMC, após passarem por um processo de expansão 
das suas atividades, estão buscando conhecer a sua realidade finan-
ceira para que possam realizar algumas melhorias em sua gestão. A empresa 
obteve uma receita líquida de R$ 5.500.000,00 no ano 1 e de R$ 4.560.000 no 
ano 2 e apresentou o seguinte balanço patrimonial.
Capital de giro8
Ativo Ano 1 Ano 2
Ativo circulante 1.690.000 1.545.000
Disponível 260.000 1.110.000
Caixa 100.000 850.000
Aplicações 160.000 260.000
 Realizável de curto prazo 1.430.000 435.000
Recebíveis 1.130.000 1.120.000
Estoques 250.000 280.000
Outras contas a receber 50.000 25.000
Ativo não circulante 3.800.000 2.000.000
Investimentos 3.000.000 1.200.000
Imobilizado 800.000 800.000
Total do ativo 5.490.000 4.545.000
Passivo Ano 1 Ano 2
Passivo circulante 1.445.000 1.585.000
Salários 350.000 300.000
Empréstimos 450.000 450.000
Fornecedores 590.000 790.000
Outras contas 55.000 45.000
Passivo não circulante 450.850 600.000
Empréstimos e financiamentos 450.850 600.000
Patrimônio líquido 3.594.150 2.360.000
Capital social 2.594.150 1.360.000
Reservas 1.000.000 1.000.000
Total do passivo 5.490.000 4.545.000
Capital de giro 9
Após a empresa apresentar o valor do seu balanço patrimonial, ela calculou 
o valor do seu CGL conforme apresentado a seguir. 
ANO 1: CGL =realizável de curto prazo – exigível de curto prazo
Sendo: 
 � Realizável de curto prazo = recebíveis + estoques + outras contas a receber
 � Realizável de curto prazo = 1.130.000 + 250.000 + 50.000
 � Realizável de curto prazo = 1.430.000
 � Exigível de curto prazo = Salários + Fornecedores + Outras contas a pagar
 � Exigível de curto prazo = 350.000 + 590.000 + 55.000
 � Exigível de curto prazo = 995.000
CGL = 1.430.00 – 995.000 = 435.000
ANO 2: CGL = realizável de curto prazo – exigível de curto prazo
Sendo: 
 � Realizável de curto prazo = recebíveis + estoques + outras contas a receber
 � Realizável de curto prazo = 1.120.000 + 280.000 + 25.000
 � Realizável de curto prazo = 1.425.000
 � Exigível de curto prazo = salários + fornecedores + outras contas a pagar
 � Exigível de curto prazo = 300.000 + 790.000 + 45.000
 � Exigível de curto prazo = 1.135.000
CGL = 1.425.000 - 1.135.000 = 290.000
Sabendo que a receita líquida no ano 1 foi de R$ 5.500.000,00 e receita 
líquida do ano 2, R$ 4.560.000, temos que uma relação capital de giro líquido/
receita líquida de:
 � CGL/receita líquida ANO 1: 435.000/5.500.000 = 7,91%
 � CGL/receita líquida ANO 2: 290.000/4.560.000 = 6,34%
Desta forma, como você pode perceber, o gerenciamento do capital de giro 
é um elemento de elevada importância para garantir a saúde financeira e a 
continuidade de negócios das empresas. O mau dimensionamento das NCGs, 
seja para os níveis de atividade rotineiras e constantes, seja por necessidades 
Capital de giro10
adicionais, motivado por aumento no nível de atividades ou investimentos 
específicos, pode levar as empresas a situações de risco.
A NCG em um negócio pode ser calculada então de acordo com o perfil da 
organização, por isso, é muito importante considerar todas as especificidades 
da operação para que seja possível observar as particularidades existentes. 
Na próxima seção, observaremos como se dá esse cálculo. 
Calculando a necessidade de capital de giro 
Para podermos calcular a NCG, é necessário conhecer dois importantes indi-
cadores da administração financeira: o ciclo operacional e o ciclo financeiro.
O ciclo operacional pode ser entendido como o “[...] período de tempo que 
vai do começo do processo de produção até o recebimento de caixa resultante 
da venda do produto acabado. O ciclo operacional abrange duas principais 
categorias de ativo de curto prazo: estoque e contas a receber [...]” (GITMAN, 
2009, p. 549). O ciclo operacional é calculado a partir da somatória do prazo 
médio de estoques (ou idade média do estoque [IME]) e do prazo médio de 
recebimento (PMR), também conhecido como prazo médio de recebimento 
pelas vendas (PMRV). O ciclo operacional pode ser calculado a partir da 
equação abaixo representada.
Ciclo operacional = prazo médio do estoque (PME) + 
prazo médio de recebimento (PMR)
Com forma de demonstrar a aplicabilidade do conceito de ciclo operacional, 
vamos ao nosso exemplo. 
As Organizações JHMC necessitam calcular o seu ciclo operacional 
e, para isso, realizaram um levantamento de dados junto ao seu 
departamento de contabilidade. A empresa possui alta rotatividade em seus 
estoques; as empresas do setor têm, em média, estoque de 105 dias. Entretanto, 
a média de estoque das Organizações JHMC é de 85 dias. 
Em relação ao prazo de recebimento, a empresa tem uma política de trabalho 
exclusivo com seus clientes; devido a essa exclusividade, ela recebe suas vendas 
com o prazo médio de 43 dias. 
A partir dos dados mencionados, a empresa obteve o seguinte ciclo 
operacional. 
Ciclo operacional = 85 + 43
Ciclo operacional = 128 dias
Capital de giro 11
Segundo Ross et al. (2014, p. 935): 
O ciclo operacional descreve a forma como um produto se movimenta entre as 
contas dos ativos circulantes. O produto começa a vida como estoque, depois é 
convertido em contas a receber quando vendido e, finalmente, é convertido em 
caixa quando recebemos o pagamento das vendas. Observe que, a cada etapa, o 
ativo se move para mais perto do caixa.
Com o cálculo do ciclo operacional, será possível fazer o cálculo do ciclo 
financeiro (CF), também conhecido como ciclo de caixa, o qual considera, ainda, 
o prazo médio de pagamento (PMP), que é o tempo em dias que a empresa 
demora para pagar os seus fornecedores. 
O ciclo financeiro é o cálculo efetuado pela administração financeira e 
que demonstra o período em dias entre o recebimento do valor pela venda 
efetuada até o momento em que se pagou pelos estoques (ROSS et al., 2014). 
É importante frisar que, para calcular o ciclo financeiro de uma empresa, 
se faz necessário calcular anteriormente o ciclo operacional, pois é a partir 
dele que se pode efetivamente calcular o ciclo financeiro de uma empresa. 
O ciclo financeiro pode ser calculado a partir da equação a seguir:
Ciclo financeiro = ciclo operacional (CO) + prazo médio de pagamento (PMP)
Como forma de demonstrar a aplicabilidade do conceito de ciclo finan-
ceiro, vamos dar continuidade ao nosso exemplo já apresentado, partindo 
do mesmo contexto das Organizações JHMC.
As Organizações JHMC obtiveram, ainda, de seu departamento con-
tábil o prazo médio de pagamento de suas operações em 28 dias. É 
importante ressaltar que a empresa tem atuado junto aos seus fornecedores 
para aumentar esse prazo ainda mais. Com essa nova informação, a empresa 
obteve o seguinte valor de ciclo financeiro: 
Ciclo financeiro = 128 + 28
Ciclo financeiro = 156
Considerando os dados do nosso exemplo, podemos constatar que o 
fluxo das Organizações JHMC demora 156 dias entre o pagamento com caixa 
de seus estoques e o recebimento em caixa deles, como pode ser observado 
na Figura 3.
Capital de giro12
Figura 3. Ciclo operacional da empresa. 
Fonte: Priority Partners (2019, documento on-line). 
Mas como você pode calcular a necessidade de capital de giro a partir 
de tais conceitos?
Bem, primeiro vamos calcular os diversos prazos médios, necessários ao 
cálculo do ciclo financeiro. Um indicador importante para as organizações está 
relacionado ao prazo médio de estoque (PME), que, por sua vez, é calculado 
pela seguinte fórmula: 
PME = (estoque médio/custo da mercadoria vendida) x 360
Os gestores financeiros das empresas devem estar sempre atentos ao 
tipo de informação necessária, bem como ao tipo de negócios. Há empresas 
que necessariamente lidam com maior sazonalidade do que outras, por isso, 
nesses casos, essa variável deve ser considerada no cálculo do capital de giro. 
Prazo médio de recebimento (PMR) é o tempo entre a data em que foi 
realizada a venda para o cliente e o tempo em que efetivamente a empresa 
recebeu essa venda. Como exemplo, podemos citar que se a empresa realiza 
uma venda parcelada em 4 vezes, ela receberá essas vendas da seguinte 
forma: 25% em 30 dias, 25% em 60 dias, 25% em 90 dias e os 25% restantes 
em 120 dias. 
A fórmula para o cálculo do PMR é a seguinte: 
PMR = (contas a receber/receita líquida) x 360
E, finalmente, o prazo médio de pagamento (PMP) é o tempo entre a data 
que foi realizada a compra e o efetivo pagamento ao fornecedor. Por exemplo, 
uma organização que comprou matérias-primas para o seu negócio e efetua 
Capital de giro 13
o pagamento em uma entrada e o restante em 60 dias, tem o prazo médio
de pagamentos de 50% a vista e 50% a prazo. A fórmula para o cálculo do
PMP é a seguinte:
PMP = (fornecedores/compras) x 360
Em negócios nos quais a empresa possui um prazo médio de pagamento 
com seus fornecedores superior ao prazo médio de recebimento que ela 
concede aos seus clientes, será possível ela ter uma NCG pequena, já que ela 
será financiada pelos seus clientes. Entretanto, caso a empresa tenha um 
prazo médio de recebimento inferior ao seu prazo médio de pagamento, ela 
estará em uma situação em que os seus fornecedores recebem antes de ela 
ter recebido dos seus clientes, por isso, ela necessitará de um maior volume 
de capital de giro. 
A defasagem identificada entre o momento das entradas e o momentodas saídas de caixa impõe aos gestores financeiros a obrigação de planejar 
esse fluxo no curto prazo. 
Após calcular o valor do PME, do PMR e do PMP da empresa, é possível 
calcular o seu CO e o seu CF. Vamos construir um exemplo a partir das informa-
ções sobre as organizações JHMC, em especial, as informações sobre o Ano 1.
As Organizações JHMC apresentaram o seguinte balanço patrimonial.
Ativo Ano 1 Passivo Ano 1
Ativo circulante 1.890.000 Passivo 
circulante 
1.445.000
Disponível 260.000 Salários 350.000
Caixa 100.000 Empréstimos 450.000
Aplicações 160.000 Fornecedores 590.000
Realizável de 
curto prazo
1.430.000 Outras contas 55.000
Recebíveis 1.130.000 Passivo não 
circulante
450.850
Estoques 250.000 Empréstimos e 
financiamentos
450.850
Capital de giro14
Ativo Ano 1 Passivo Ano 1
Outras contas a 
receber
50.000
 Ativo não 
circulante 
3.800.000 Patrimônio 
líquido
3.594.150
Investimentos 3.000.000 Capital social 2.594.150
mobilizado 800.000 Reservas 1.000.000
Total do ativo 5.490.000 Total do passivo 5.490.000
Também foi informado que a empresa obteve uma receita líquida de R$ 
5.500.000,00 no ano 1. Vamos ver o restante dos resultados no DRE.
Receita líquida 5.500.000
Custo de mercadorias vendidas –3.240.000
Lucro bruto 2.260.000
Despesas diversas –1.050.000
Lucro antes do IR 1.210.000
IR –363.000
Lucro líquido 847.000
Vamos, então, efetuar os cálculos. Os valores serão arredondados, o que 
não implica qualquer problema em termos de gestão, visto que as diferenças 
por arredondamento não são significativas no resultado final.
Inicialmente, vamos calcular o PME:
Em seguida, calculamos o PMR:
Capital de giro 15
Com isso, já podemos calcular o ciclo operacional:
Precisamos, agora, calcular o PMP:
Temos, agora a possibilidade de calcular o ciclo financeiro:
Ou seja, a organização precisa se autofinanciar pelo equivalente a um pe-
ríodo de 36,19 dias. Mas quanto isso representa em dinheiro? Afinal, é isso que 
desejamos saber: qual o investimento necessário em capital de giro, ou seja, 
qual a NCG?
Bem, para sabermos a NCG, podemos analisar da seguinte forma: o capital de 
giro é o dinheiro que precisa permanecer disponível para a empresa poder ter 
capacidade de pagar por seus compromissos, seus gastos. Assim, se somarmos 
os custos e as despesas encontrados no DRE, temos o total de compromissos. 
Podemos, então, calcular o valor médio diário de gastos, os quais precisam ser 
saldados com o capital de giro. Temos, assim:
Vamos interpretar esse valor: em média, a empresa precisa dispor de $12.925 
por dia, para poder saldar seus compromissos. Como ela precisa se autofinanciar 
por 36,19 dias, basta multiplicar a necessidade diária pela quantidade de dias 
a se financiar, para termos o valor esperado da NCG. Ou seja:
Observe que as organizações podem melhorar seu ciclo financeiro ao 
negociarem condições mais favoráveis com seus fornecedores, ou, ainda, ao 
serem menos permissivas na concessão de prazo para pagamento de seus 
clientes. Esse tipo de política deve ser elaborado em conjunto pela adminis-
tração financeira e pelo departamento de marketing e vendas da empresa. 
Capital de giro16
Pode parecer estranho falar-se de “investimento” em capital de giro, 
afinal, coloca-se o montante na empresa, e não há um “ganho”: o 
dinheiro simplesmente permanece lá. Sim, é verdade. Mas a lógica é a de que 
o capital de giro é necessário enquanto a empresa estiver operando, isto é, 
comprando, vendendo, pagando e recebendo. Se em determinado momento a 
empresa deixar de funcionar, esse capital de giro fica “sobrando” e pode ser 
resgatado. Ou seja, é, de fato, um investimento, pois aplicamos o dinheiro e 
resgatamos (ainda que sem qualquer ganho real: resgatamos o que foi investido).
Os gestores financeiros devem fazer uso de todas as ferramentas finan-
ceiras que lhe propiciem a tomada de decisão e a apresentação de dados 
passíveis de serem analisados, por isso, é extremamente interessante que o 
estudo sobre a gestão financeira seja algo frequente em todas as organizações. 
Portanto, a administração financeira desempenha o papel de equilibrar as 
necessidades da organização em termos de capital de giro e de fluxo de caixa 
com essas expectativas externas para atendê-las da melhor maneira possível.
Referências
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2011.
BROM, L. G.; BALIAN, J. E. A. Análise de investimento e capital de giro: conceitos e 
aplicações. São Paulo: Saraiva, 2007. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2009.
GUIMARÃES, J. O.; OZÓRIO, D. Gestão do capital de giro. Rio de Janeiro: FGV, 2018.
PRIORITY PARTINERS. Capital de giro. [2019]. Disponível em: http://p1p.com.br/capital-
-de-giro/. Acesso em: 27 maio 2021. 
ROSS, S. A. et al. Administração financeira: versão brasileira de corporate finance. 10. 
ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
Leituras recomendadas
CASADO, J. H. M. et al. Administração do capital de giro. Porto Alegre: Sagah, 2020. 
SEBRAE. Capital de giro: aprenda o que é e como funciona o da sua empresa. 2013. Dis-
ponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/o-
-que-e-e-como-funciona-o-capital-de-giro,a4c8e8da69133410VgnVCM1000003b74010
aRCRD. Acesso em: 27 maio 2021.
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