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ESTUDOS DISCIPLINARES VI (História e a Temática Indígena em Sala de Aula) - Slides de Aula

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Prof. Vinícius Albuquerque 
Estudos Disciplinares 
História e a Temática 
Indígena em Sala de Aula 
UNIDADE I
 Objetivos desse Estudo Disciplinar:
 Apresentar discussões, experiências e sugestões sobre a temática indígena 
em sala de aula de forma crítica e em perspectiva histórica.
 Busca de ampliação de práticas alternativas em sala de aula com novos 
temas e problematizações. 
 Sugestão de aprofundamento dos assuntos trabalhados nas diferentes 
disciplinas do semestre e apresentação de formas inovadoras de se trabalhar 
história em sala de aula. 
 Qual a proposta desse Estudo Disciplinar?
 Oferecer um conjunto de discussões relativas à 
temática indígena em sala de aula.
Temática Indígena em Sala de Aula: objetivos e proposta
 Como o aluno deve proceder?
 No contato com a Unidade I, assistir à videoaula, ler os conteúdos sugeridos 
dos dois textos selecionados que estão no AVA na área correspondente aos 
Estudos Disciplinares deste bimestre e responder ao avaliativo.
 Assistir à videoaula da Unidade II com novos conteúdos a serem discutidos 
em suas principais ideias, contribuições e conclusões de cada um, 
correlacionando-os.
 Por fim, responder ao questionário. As questões se referem aos conteúdos, 
bem como à videoaula.
Estudos disciplinares: procedimentos do aluno 
Textos e conteúdos:
 Texto I: “Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas: repensando as 
práticas pedagógicas”, de Júlio Ricardo Quevedo Santos, Aristeu Castilhos da 
Rocha e Michele Moraes Lopes.
 Texto II: “Povos indígenas no Ensino de História”, de Rafaela Albergaria Mello.
 Texto III: “Os índios na História e o Ensino de História: Avanços e desafios”, de 
Edson Hely Silva.
 Discussão: Questão 9, da 8ª ONHB – 2016 – “Quem 
chorou por Vitor, o bebê indígena assassinado com uma 
lâmina enfiada no pescoço?”
Temática Indígena em Sala de Aula: textos 
 Necessidade de práticas pedagógicas investigativas, problematizadoras, críticas 
reflexivas, levando igualdade de oportunidades, a autonomia responsável, a 
multiplicação de saberes, a cidadania e o desenvolvimento humano.
 Desenvolver discussões teóricas, sugestões e orientações didáticas que 
relacionam o ensino de História a outras disciplinas no processo de ensino e 
aprendizagem.
 Lei 11.645/2008: a história e a cultura indígena que colocam a centralidade de 
conceitos sobre América, Brasil, índio, povos indígenas, segregação, “raça”, etnia, 
identidade, diferença, racismo, pluralidade cultural, genocídio, diversidade, 
ancestralidade, patrimônio cultural indígena, reservas 
indígenas, cidadania, direitos humanos.
Temática Indígena em Sala de Aula: justificativas
 Texto I: “Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas: repensando as 
práticas pedagógicas”, de Júlio Ricardo Quevedo Santos, Aristeu Castilhos da 
Rocha e Michele Moraes Lopes in 
https://www.revistas.ufg.br/Opsis/article/view/34724/20038#.Ws01KS7waUk
 Foco das discussões nas contribuições dos povos indígenas na formação da 
diversidade cultural brasileira. 
 Uso de linguagens alternativas como literatura, cinema e música no ensino de 
História.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Problematização da formação histórica e cultural do Brasil.
 Consciência da diversidade de sujeitos históricos: 
 indígenas;
 ibéricos;
 africanos; 
 asiáticos. 
 Questionamento da produção historiográfica que privilegia a matriz europeia.
 O Brasil é um país com origem apenas 
europeia?
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Ampliação das abordagens no ensino de História.
 Foco nas histórias e nas culturas indígenas, afro-brasileiras e identidades 
diversas. 
 Respeito às diferenças e à multietnicidade, ética, moral, preservação do meio 
ambiente, cidadania.
 Temáticas de relevância social e regional.
 Formação de cidadãos íntegros, justos, conscientes, responsáveis e conectados 
com o seu tempo histórico e cultural.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Necessidade da noção de desenvolvimento histórico da educação brasileira. 
 Século XIX – independência e manutenção do imaginário europeizado.
 Brasil: país “branco” na visão das elites rurais escravistas conservadoras e 
católicas. 
 Importância do Colégio Pedro II (1837) e do Instituto Histórico e Geográfico 
Brasileiro (IHGB, 1838).
 Destaque para a História Universal em detrimento da História do Brasil.
 Construção da História do Brasil: von Martius – mistura 
das três raças ressaltando o elemento branco e o 
branqueamento para a civilização. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Ensino de História monárquica, política, nacionalista.
 Culto aos heróis e festas cívicas.
 Exaltação da colonização lusa branca.
 Povos indígenas e africanos negligenciados.
 Povos indígenas referem-se aos grupos humanos que se 
identificam coletivamente e se diferem da sociedade 
envolvente ou nacional. É, portanto, um termo utilizado 
para o reconhecimento dessas populações em todo o 
mundo. O termo “índio” trata-se, até o momento, da 
manutenção de um equívoco (MEIRELLES, 2011, p. 285).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Século XIX: “idealizado, o indígena é representado na literatura romântica do 
século XIX a um só tempo como herói – espírito indomável, modelo de honra a 
ser seguido e vítima – sacrificado em nome da civilização” (BERGAMASCHI, 
2011, p. 298).
 República: início da inclusão dos indígenas nas escolas, porém com o problema 
da Marcha para o Oeste.
 Extermínio dos indígenas.
 Serviço de Proteção ao Índio (1910) e depois Fundação 
Nacional do Índio (Funai, 1968). 
 Representação crescente do indígena como externo à 
sociedade: Vargas e o Dia do Índio (19 de abril).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Desconsiderou-se a história de lutas, resistências, fugas e extermínios. 
 Ênfase à selvageria, guerras, “atraso” e antropofagia. 
 Excelentes discussões recentes do prof. Viveiros de Castro.
 Década de 1970: 
 Ditadura civil e militar: extermínio e “progresso”.
 Movimentos de lutas por direitos indígenas.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 1997 – Parâmetros Curriculares Nacionais:
 Pluralidade cultural que pouco trata dos indígenas. 
 1999: Parecer 14 e Resolução 003 da Câmara de Educação Básica:
 Educação Escolar Indígena.
 2001 – Durban: II Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, 
Xenofobia e Intolerâncias Correlatas.
 2003: Lei n. 10.639 – ensino sobre África e história e cultura dos povos indígenas 
e Lei n. 11.645/2008. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
Quando pensamos no ensino tradicional sobre os indígenas no Brasil, observamos 
generalizações que: 
a) Criam imagens e facilitam a compreensão dos alunos.
b) Na atualidade não existem mais, sendo um problema do passado.
c) Por partirem de critérios científicos sólidos são muito rigorosos. 
d) Essa visão é marcada por preconceitos que desqualificam a participação do 
indígena na História do Brasil. 
e) Jamais discutiam questões relativas aos indígenas. 
Interatividade
Resposta
Quando pensamos no ensino tradicional sobre os indígenas no Brasil, observamos 
generalizações que: 
a) Criam imagens e facilitam a compreensão dos alunos.
b) Na atualidade não existem mais, sendo um problema do passado.
c) Por partirem de critérios científicos sólidos são muito rigorosos. 
d) Essa visão é marcada por preconceitos que desqualificam a participação do 
indígena na História do Brasil. 
e) Jamais discutiam questões relativas aos indígenas. 
 Obrigatoriedade do estudo da história e da cultura indígena na escola:
 Movimento nacional e internacional de reconhecimento e valorização da 
diversidade. 
 Educação entendida como meio de superar os preconceitos e a discriminação 
em relaçãoaos povos indígenas.
 Necessidade de “diálogo etnocultural respeitoso, cuja condição básica é o 
reconhecimento dos povos originários como interlocutores legítimos, embasando 
a interação aos seus conhecimentos e saberes, considerando sua história, sua 
cultura e os modos próprios de viver” (BERGAMASCHI, 2010, p. 163).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Disputas sociais sobre demarcações e outras questões levam à necessidade de 
estudar, conhecer e compreender a temática indígena. 
 Superar desinformações, equívocos e a ignorância que resultam em 
estereótipos e preconceitos sobre os povos indígenas, reconhecendo, 
respeitando e apoiando os povos indígenas nas reivindicações, conquistas e 
garantias de seus direitos e em suas diversas expressões socioculturais 
(SILVA, 2012, p. 220).
 Necessidade da construção de uma perspectiva crítica que auxilie na 
desmistificação. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Nova realidade educacional e a necessidade de incorporar diferentes linguagens 
no processo de ensino de história.
 Estreita ligação entre os saberes escolares, as culturas escolares e o universo 
mais amplo.
 Necessidade de (re)construirmos nossas concepções pedagógicas 
(GUIMARÃES, 2013, p. 259).
 Kátia Abud (2010) lembra que o uso da relação entre história e literatura não pode 
ficar aprisionado em crenças, heróis, batalhas e desqualificações dos indígenas e 
negros. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
 Os textos literários devem servir para:
 Discutir pistas/referências do modo de ser, viver e agir das pessoas.
 Questionar valores e costumes de determinadas épocas.
 Textos literários e dimensões do cotidiano.
 Resgate de temáticas relativas aos negros, índios, mulheres, grupos 
desfavorecidos, diversidade, pluralidade cultural, cidadania, direitos humanos. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas
Fonte: http://www.unesco.org/new/typo3temp/pics/09e0fa76cb.jpg
 Romantismo: século XIX, Indianismo (reafirmação dos intuitos nacionalistas). 
Gonçalves Magalhães (“Confederação dos Tamoios”); Gonçalves Dias (“I-Juca 
Pirama”); José de Alencar (“O Guarani”, “Iracema”, “Ubirajara”).
 Pré-modernismo: Simões Lopes Neto (“Boitatá” e “Negrinho do Pastoreio”).
 Modernismo: Mário de Andrade (“Macunaíma”).
 Romance de 30: Érico Veríssimo (“Tempo e o Vento”, “A Fonte”, “Ana Terra”, “As 
Aventuras de Tibicuera”).
 Outras sugestões no texto – Darcy Ribeiro, Orlando Villas Bôas e Frei Betto.
 Obras literárias como ferramentas para a construção 
do conhecimento histórico. A leitura, a interpretação e 
análise de romances, crônicas, poesias, contos, textos 
literários e/ou jornalísticos torna o estudo interessante. 
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – literatura 
História e cinema: 
 Historicidade do filme: assim como de outras fontes, situa-se tanto em seu fazer, 
na sua lógica constitutiva, como em seus temas, nas leituras, sensibilidades e 
olhares que suscita. Como produto cultural, o filme, seja ficcional, seja 
documentário, tem uma história e múltiplas significações (GUIMARÃES, 2013, 
p. 265).
 Bittencourt (2004, p. 376): “é preciso preparar os alunos para a leitura crítica dos 
filmes, começando por uma reflexão sobre os próprios a que eles assistem”.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – cinema 
 Para sua análise é interessante que sejam observados os seguintes aspectos: 
contexto histórico, temática, acontecimentos principais, personagens, cenários, 
lugares, tempo em que ocorre a narrativa, linguagem, fotografia, sonoplastia, 
iluminação, figurinos, equipe de produção, direção.
 Sugestões: “Apocalypto”, “A Floresta das Esmeraldas”, “Brincadeiras nos Campos 
do Saber”, “A Encantadora de Baleias”, “A Missão”, “Rapa-Nui”, “Brava Gente 
Brasileira”, “Pocahontas”, “1492 – A Conquista do Paraíso”, “O Novo Mundo”, 
“Dança com Lobos”, “O Último dos Moicanos”, “O Caminho para Eldorado”, “Tainá 
I e II”, “Terra Vermelha”, “Caramuru”, “O Guarani”, “Xingu”.
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – cinema 
 História e música: 
 Sons (melodias), letra (mensagem), tema, vozes, gestos, vestimentas, paixões, 
lugares e culturas. 
 “[...] enorme e rico patrimônio cultural, uma das nossas grandes contribuições 
para a cultura da humanidade. Antes de inventarem a palavra ‘globalização’, 
nossa música já era globalizada. Antes de inventarem o termo ‘multiculturalismo’, 
nossas canções já falavam de todas as culturas, todos os mundos que formam os 
brasis. Antes de existir o ‘primeiro mundo’, já éramos musicalmente modernos. 
Além disso, nossa música foi o território de encontros 
e fusões entre o local, o nacional e o cosmopolita, 
entre a diversão, a política e a arte; entre o batuque 
mais ancestral e a poesia mais culta” (NAPOLITANO, 
2002, p. 109).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – música 
 Atividades: levantamento de informações, estudo de símbolos, figuras de 
linguagem, amores, etnicidades, cotidiano, trabalho, valores, ideias, modos, 
comportamentos, mentalidades, identidades, regionalismos, questões sociais, 
economias e políticas, diversidades. 
 A música não é apenas uma combinação de notas dentro de uma escala, mas 
também ruídos de passos e bocas, sons eletrônicos, ou ainda uma vestimenta e 
gestos do cotidiano de determinados indivíduos que gostam de um tipo de som 
(DUARTE, 2013, p. 209).
 Sugestões: “Cara de Índio” (Djavan), “Um Índio” (Caetano 
Veloso), “Um Sonho” (Gilberto Gil), “Todo dia era Dia de 
Índio” (Tim Maia/Jorge Bemjor/Baby Consuelo), “Índios” 
(Legião Urbana), “Baila Comigo” (Rita Lee), “Somos 
Todos Índios” (Fagner).
Texto 1 – Ensinar e aprender histórias e culturas indígenas – música 
Quando trabalhamos as noções de diversidade e diálogo etnocultural é essencial: 
a) Explicar para os alunos como a cultura indígena é primitiva. 
b) Mostrar as excelentes imagens pintadas pelos viajantes para retratar fielmente 
os nativos no século XIX. 
c) Qualificar positivamente a diversidade.
d) Desqualificar a mestiçagem.
e) Seguir os tradicionais roteiros de ensino baseados no descobrimento e no 
romantismo do século XIX. 
Interatividade
Quando trabalhamos as noções de diversidade e diálogo etnocultural é essencial: 
a) Explicar para os alunos como a cultura indígena é primitiva. 
b) Mostrar as excelentes imagens pintadas pelos viajantes para retratar fielmente 
os nativos no século XIX. 
c) Qualificar positivamente a diversidade.
d) Desqualificar a mestiçagem.
e) Seguir os tradicionais roteiros de ensino baseados no descobrimento e no 
romantismo do século XIX. 
Resposta
 Texto 2 – “Povos indígenas no Ensino de História”, de Rafaela Albergaria Mello, in 
http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1434322555_ARQUIVO_povos
indigenasnoensinodehistoriadoc.pdf
 Epígrafe: A história do Brasil como é habitualmente contada torna inteiramente 
impossível pretender compreender a importância dos indígenas na fundação da 
colônia e na construção da nacionalidade inviabilizando igualmente os esforços 
de entendimento de sua presença e significação na contemporaneidade 
(OLIVEIRA, 2010, p. 28). 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Pesquisa de Mestrado Profissional de Práticas de Educação Básica do Colégio 
Pedro II.
 Busca de compreensão da história dos povos indígenas no Brasil no ensino 
de História utilizando a perspectiva da interculturalidade. 
 Pesquisa em currículos escolares e livros didáticos de História 
no Ensino Médio. 
 Indigenismo não é a defesa dos povos indígenas como 
é posto pelo senso comum, e sim a reflexão dos 
modos de interpretação e dominação em relação aos 
indígenas de uma forma geral.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Na atualidade, na percepção anacrônica da temática, 
 osíndios ainda são percebidos como se todos fossem iguais. 
 João Pacheco cria a expressão “Viagem de volta” direcionado a realidade dos 
indígenas no nordeste brasileiro do século XX, mas válida para outros grupos 
indígenas que começam a buscar legitimidade (OLIVEIRA, 1999). 
 O conceito “Viagem de Volta” traduz a busca por suas raízes, pela reconstrução 
de suas tradições. Um movimento que busca legitimar a cultura esquecida, 
envergonhada, escondida. O recomeço do resgate e legitimação de identidades. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Século XX: os indígenas reivindicam a implementação de seus direitos.
 Mostraram que não haviam desaparecido, já que foram esquecidos 
propositalmente da História do Brasil, no passado, considerados selvagens 
(bárbaros) que deveriam se adequar ao progresso e, dessa forma, foram 
excluídos do currículo do ensino de História da educação básica.
 John Monteiro (1995) afirma que um novo indigenismo surgiu, com organizações 
indígenas reivindicando e reconquistando direitos históricos. Esse movimento teve 
apoio dos antropólogos, ocasionando novas produções bibliográficas sobre a 
temática indígena.
 Nova História Indígena (2001), a reconstrução do 
processo histórico, a revisão de estudos e a inserção 
do indígena como ator político e atuante nos 
processos históricos. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Século XIX: preconceitos contra os indígenas.
 Varnhagen sobre os índios, “Povos na infância, não há história, há apenas 
etnografia”. 
 Contrapondo Varnhagen, também no século XIX, o professor do Colégio Pedro 
II, Capistrano de Abreu escreveu importantes obras de como os portugueses 
moldaram a América, buscando os caminhos do aldeamento e, ao contrário de 
Vanhargen, tinha uma visão positiva dos índios. 
 Para Capistrano de Abreu, o Brasil não era português, e sim mestiço. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 O ensino de História é considerado por Monteiro (2011) um lugar de fronteira, pois 
procura articular referências da história e da educação.
 Um lugar da negociação da distância. 
 Lugar de disputas e convergência entre a história e o ensino. 
 O currículo é produzido por escolhas, é a construção a partir de uma 
seleção e legitimação cultural e de negociação de identidades do que 
é importante ensinar. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Ensinar História é gerar um compromisso com a reflexão dos fatos, conceitos e 
tempo histórico.
 O objetivo do ensino da História é a construção do conhecimento sobre o passado 
da sociedade e nós, professores, temos que trazer esse conhecimento de forma 
interessante aos alunos, é preciso compreender as especificidades da História 
pela prática docente. 
 Como Sonia Nikituik (2012) afirma, o conteúdo da disciplina de História não 
é o passado, mas o tempo, pelo ensino de História, o aluno deverá compreender 
as mudanças da sociedade e reconstruir os processos históricos. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Ana Maria Monteiro, “Os professores de história não apenas detêm saberes 
especializados, mas também os produzem e reproduzem, ao adequá-los ao 
grau de compreensão dos alunos” (MONTEIRO, op. cit. p. 15).
 Chegada dos portugueses à América: Descoberta?
 Sabemos que a história é plural, é a história do homem e esse homem é múltiplo. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Contatos iniciais entre nativos e europeus: 
 Diferentes formas de olhar e de problematização. 
 Mediações e aproximações. 
 Conflitos.
 Catequese.
 A questão do outro: a questão de civilizar e homogeneizar os povos 
autóctones, colocando-os às margens, denominando-os como os outros, os 
outros que deveriam se enquadrar à nova sociedade. 
Esse outro não poderia ser diferente, e se resistisse, tinha 
que ser excluído, pois não poderia fazer parte do novo 
mundo civilizado. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Assim surge a conceituação de índios pacificados no qual é realizado o 
ordenamento aos povos nativos pelo poder estatal e religioso e o índio 
bravo, aquele que resistia a pacificação e deveria ser integrado pelas guerras 
justas. 
 Os índios pacificados, considerados os índios mansos, aqueles novos vassalos 
do poder real de Portugal, esses índios para o Estado Português estariam 
sofrendo o processo de assimilação e logo estariam incorporados à sociedade 
branca, homogeneizados e não mais diferentes.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Livros didáticos não são frequentemente atualizados e acabam ficando muitas 
vezes defasados na utilização de conceitos e no tratamento dado as fontes 
históricas.
Distância do conhecimento universitário em relação ao ensino básico, como Souza 
Lima (1995) afirma: 
 Os indígenas permanecem como povos ausentes, imutáveis, dotados de 
essências a-históricas e objeto de preconceito: nunca saem dos primeiros 
capítulos dos livros didáticos são, vaga e genericamente, referidos como um dos 
componentes do povo e da nacionalidade brasileiros, algumas vezes tidos como 
vítimas de uma terrível "injustiça histórica", os 
verdadeiros senhores da terra. Não surgem como 
atores históricos concretos.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Portanto, observo que o indígena é tratado como sujeito oculto, um mero 
coadjuvante da história do Brasil, sem participação política, apenas como um 
povo sem história e sem futuro.
 Muitas vezes, os livros didáticos não acompanham a produção dos novos 
conhecimentos na área de história e antropologia, ficando apenas atrelado à 
indústria editorial. A produção editorial do Brasil, segundo Selva Guimarães, em 
relação ao livro didático é uma das maiores do mundo (FONSECA, 2003). 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
Como podemos explicar o que é o indigenismo?
a) É um conceito antropológico que não pode ser utilizado nas aulas de História. 
b) É a reflexão dos modos de interpretação e dominação em relação aos indígenas 
de uma forma geral.
c) É a defesa dos povos indígenas como é posto pelo senso comum.
d) É uma forma de atuação política exclusivamente indígena. 
e) É a romantização da participação do indígena na História do Brasil.
Interatividade
Como podemos explicar o que é o indigenismo?
a) É um conceito antropológico que não pode ser utilizado nas aulas de História. 
b) É a reflexão dos modos de interpretação e dominação em relação aos indígenas 
de uma forma geral.
c) É a defesa dos povos indígenas como é posto pelo senso comum.
d) É uma forma de atuação política exclusivamente indígena. 
e) É a romantização da participação do indígena na História do Brasil.
Resposta
 Os livros didáticos a partir da década de 1970 exerceram simultaneamente a 
função de portadores de determinados conteúdos e organizadores de aula. O livro 
didático passou a ocupar papel central no processo ensino-aprendizagem 
(GATTAI, 2004). 
 A criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985 e 1995, surge 
o atual Programa Nacional do Livro didático com duas funções, isto é, melhorar a 
qualidade da educação e suprir a necessidade de distribuição gratuita de livros a 
todas às escolas públicas do país. 
(AQUINO, 2013,1996): estudantes do Ensino Fundamental 
das escolas públicas devem receber livros didáticos 
gratuitamente. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Os livros didáticos são ferramentas das políticas educacionais. 
 Livro didático é um produto cultural e pode ser utilizado de diversas formas.
 São portadores de determinados conteúdos e são, muitas vezes, organizadores 
das aulas, ocupando papel central no processo ensino-aprendizagem. 
 Muitos professores se guiam por ele para lecionar, outros utilizam o livro 
didático como uma ferramenta.
 O livro didático é o principal controlador do currículo. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Juliana Mattosdestaca que o livro didático, antes de ser um recurso didático, 
é um produto comercial inserido em políticas públicas da educação nacional 
(MATTOS, 2012). 
 Além disso, o livro didático é muitas vezes o único livro que o estudante possui. 
O livro didático é importante por seu papel político e cultural, na medida em que 
reproduz e representa os valores da sociedade (GATTAI, 2004). 
 (As) obras expressam leituras, posicionamentos políticos, pedagógicos. 
Reinterpretando as orientações oficiais do currículo e incorporam a expectativa 
dos professores, buscando estes para o seu consumo (MONTEIRO, 2009). 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Carmem Gabriel aprofunda a questão do livro didático de História como um 
artefato cultural em que os discursos são disputados e legitimados pelo currículo.
 Nesse sentido, o discurso predominantemente presente nos livros didáticos é 
o oficial (GABRIEL, 2009). 
 Desta forma, o livro didático se tornou um elemento poderoso e determinante no 
ensino básico brasileiro. 
“[...] distribuição e consumo de saberes híbridos, no qual a presença de diferentes 
discursos pedagógicos e históricos é uma de suas marcas mais evidentes na 
disputa pelos sentidos da história a ser ensinada na educação básica” (ibidem). 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 As coleções didáticas são analisadas por diversos pareceristas que avaliam se os 
livros foram adequados de acordo com as vigências do currículo e das demandas 
dos programas oficiais e das leis.
 Lei 11.645/2013 define a obrigatoriedade do ensino de história da África e da 
história dos povos indígenas do Brasil.
 Desta forma, de acordo com esses critérios, os livros didáticos não devem 
trazer preconceito ou estimular a violência. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Nas escolas, a questão das sociedades indígenas, frequentemente ignorada nos 
programas curriculares, tem sido sistematicamente mal trabalhada. 
 Dentro de sala de aula, os professores revelam-se mal informados sobre o 
assunto e os livros didáticos, com poucas exceções, são deficientes no 
tratamento da diversidade étnica e cultural existente no Brasil (GRUPIONI, 1995). 
 Refletir sobre a questão indígena no ensino de História é literalmente combater o 
preconceito. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 No censo de 2010, os povos indígenas representaram um crescimento importante 
dentro do território brasileiro. 
 Tendo mais de 180 línguas faladas e 238 etnias diferentes no Brasil.
 Os autóctones são 896.917 pessoas, divididos em 324.834 nos territórios 
urbanos e 572.083 nas áreas rurais. 
 Assim, a celebração do Dia do Índio nas escolas, em 19 de abril, precisa 
mudar o foco do índio como pertencente apenas à floresta, de 
comunidades caçadoras e coletoras e tem o hábito cultural de andar nu.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 Os povos indígenas não estão presos ao passado, não foram congelados no 
tempo e fazem parte da atual sociedade, frequentam universidade, utilizam 
tecnologia e continuam lutando por suas terras. 
 É preciso que a figura dos povos autóctones sejam refletidas no ensino de 
História, como também na escola. É na escola que se tem a possibilidade de 
construir o respeito, o conhecimento, a tolerância e o reconhecimento que os 
povos indígenas com lugar legítimo na história do Brasil. 
 Necessidade de uma revisão das políticas escolares.
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
 A Lei 11.645 deve ser aplicada e exigida, assim como a História precisa se redimir 
em relação aos povos autóctones, os currículos educacionais devem ser 
reescritos, os livros didáticos precisam incorporar o indigenismo em seus 
capítulos, não somente nos conteúdos relacionados ao processo da conquista 
portuguesa. 
 Há um longo caminho a ser percorrido, o diálogo entre a universidade e a 
educação básica precisa ser aprofundado, é preciso que se valorize a pluralidade 
brasileira, pois, se não, a perpetuação do estereótipo e do preconceito 
prevalecerá. 
Texto 2 – Povos indígenas no ensino de História
O uso de materiais didáticos relativos aos povos indígenas produz distorções e é 
essencial que os professores percebam isso para: 
a) Mostrar aos alunos como ele conhece mais História que o próprio autor do livro. 
b) Justificar o fato de não lecionarem adequadamente sobre a questão. 
c) Eles próprios começarem a escrever livros didáticos. 
d) Apenas demonstrar como no passado os preconceitos eram mais fortes do que 
na atualidade. 
e) Combater preconceitos e informações mal elaboradas ou mal transmitidas.
Interatividade
O uso de materiais didáticos relativos aos povos indígenas produz distorções e é 
essencial que os professores percebam isso para: 
a) Mostrar aos alunos como ele conhece mais História que o próprio autor do livro. 
b) Justificar o fato de não lecionarem adequadamente sobre a questão. 
c) Eles próprios começarem a escrever livros didáticos. 
d) Apenas demonstrar como no passado os preconceitos eram mais fortes do que 
na atualidade. 
e) Combater preconceitos e informações mal elaboradas ou mal transmitidas.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!
Prof. Vinícius Albuquerque 
Estudos Disciplinares 
História e a Temática 
Indígena em Sala de Aula 
UNIDADE II
Objetivos desse Estudo Disciplinar:
 apresentar discussões, experiências e sugestões sobre a temática indígena em 
sala de aula de forma crítica e em perspectiva histórica;
 busca de ampliação de práticas alternativas em sala de aula com novos temas 
e problematizações; 
 sugestão de práticas para aprofundar assuntos trabalhados nas diferentes 
disciplinas do semestre e apresentação de formas inovadoras de se trabalhar 
história em sala de aula. 
Temática indígena em sala de aula: objetivos do Estudo Disciplinar
Qual a proposta desse Estudo Disciplinar?
 Oferecer um conjunto de discussões relacionadas ao tema. 
 É necessário que você responda ao questionário com base na leitura de 
textos indicados pois isso constituirá subsídios para as problematizações 
nas unidades I e II.
Estudos disciplinares: procedimentos para esta edição
Como o aluno deve proceder?
 Assistir à videoaula da unidade II, com novos conteúdos a serem 
discutidos em suas principais ideias, contribuições e conclusões de 
cada um, correlacionando-os.
 Por fim, responder ao questionário. As questões se referem aos conteúdos, 
bem como à videoaula. 
Estudos disciplinares: procedimentos do aluno 
Texto III: Os índios na História e o ensino de História: avanços e desafios, de Edson 
Hely Silva – Unidade II
 Questão 9 da 8ª ONHB, 2016: “Quem chorou por Vítor, o bebê indígena 
assassinado com uma lâmina enfiada no pescoço?”
Temática indígena em sala de aula: textos e conteúdos da Unidade II
Texto III: Os índios na História e o ensino de História: avanços e desafios, de Edson 
Hely Silva.
Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/hh/article/view/20263/19222
 Índios como sujeitos na História e não de uma história dos indígenas pensada 
como uma suposta história étnica, descolada dos processos históricos em que 
estão inseridos os diferentes grupos humanos, também e inclusive os índios. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
Entre exotismos, folclorização desconhecimentos
 Índios? Onde estão os índios? Quem são os índios?
 Respostas para essas e outras questões sobre os “índios”, entre as pessoas 
em geral e mesmo ainda no meio acadêmico são, na maioria das vezes 
simplistas, com referências “à cultura”: o cocar, o colar, a dança, a religião. 
 Desafio da superação de visões exóticas para abordagens críticas e 
aprofundadas sobre a história, as sociodiversidades indígenas e as relações 
dos povos indígenas com e na nossa sociedade, em nosso país. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 O termo “índio” ou ainda “indígena”,por remeterem a equívocos históricos e 
também generalizações, nesse texto adotamos essas expressões como vêm 
sendo usadas por esses próprios atores para se definirem enquanto indivíduos, 
coletividades e também agentes sociopolíticos, como escreveu Gersem Baniwa: 
 busca de novos sentidos a partir da década de 1970;
 o sentido pejorativo de índio foi sendo mudado para outro positivo, 
de identidade multiétnica de todos os povos nativos do continente.
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
https://pib.socioambiental.org/pt/po
vo/baniwa
https://pib.socioambiental.
org/pt/povo/baniwa
Diversidade de povos e desconhecimento:
 Como o olhar pejorativo pode aproximar grupos rivais? 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
https://pib.socioambiental.org/pt
Índios como sujeitos na História 
 Novas abordagens que refletem sobre os índios enquanto sujeitos históricos, 
inversamente às perspectivas anteriores, nas quais os indígenas foram pensados 
enquanto vítimas do processo colonial e colonizador. 
 Apesar do racismo institucional, a necessidade de uma formação docente 
específica para a superação de visões genéricas e folclorizadas, a ausência de 
subsídios didáticos e de compreensão da presença indígena em contextos 
urbanizados, a efetivação da lei 11.645/2008.
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
Índios como sujeitos na História 
 Reconhecimento da sociodiversidade: superando os discursos da mestiçagem.
 Século XIX – Romantismo e Indianismo: ideia de mestiçagem no Brasil.
 Exaltação do mestiço, por Sílvio Romero, por superar o embranquecimento 
português. 
 “Não quero dizer que constituiremos uma nação de mulatos; pois que a forma 
branca vai prevalecendo e prevalecerá”.
 A mestiçagem como condição transitória do branco em adaptação ao meio.
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
A diversidade indígena presente no Brasil deve ser trabalhada em sala de aula 
no sentido de: 
a) contribuir com informações para o Dia do Índio.
b) demonstrar como, no caso, existiam mais índios. 
c) mostrar as contribuições linguísticas para a língua portuguesa. 
d) superar a visão folclórica e exótica para reconhecer o índio como 
sujeito histórico.
e) mostrar como é essencial estudar o folclore para saber o que é o Brasil.
Interatividade
A diversidade indígena presente no Brasil deve ser trabalhada em sala de aula 
no sentido de: 
a) contribuir com informações para o Dia do Índio.
b) demonstrar como, no caso, existiam mais índios. 
c) mostrar as contribuições linguísticas para a língua portuguesa. 
d) superar a visão folclórica e exótica para reconhecer o índio como 
sujeito histórico.
e) mostrar como é essencial estudar o folclore para saber o que é o Brasil.
Resposta
 As ideias expressas por Sílvio Romero foram retomadas em diferentes momentos 
na História do Brasil:
 com o Modernismo e a Semana de Arte Moderna, em 1922;
 na Década de 1930, nos debates sobre a identidade do Brasil;
 com o nacionalismo e desenvolvimentismo nos anos 1950; 
 no período da Ditadura Civil-Militar a partir de 1964, por meio de narrativas 
que exaltavam a identidade monocultural do Brasil, assim, outras identidades 
e expressões socioculturais foram negadas, desconsideradas, omitidas. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 O pesquisador negro jamaicano Stuart Hall, a partir da perspectiva gramsciana 
discutiu o conceito de hegemonia nas relações socioculturais. 
 Construções dos símbolos, discursos e representações a respeito de supostas 
culturas e identidades nacionais hegemônicas que buscam apagar as diferentes 
expressões socioculturais
 As culturas nacionais são compostas não apenas de instituições culturais, mas 
também de símbolos e representações. Uma cultura nacional é um discurso – um 
modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a 
concepção que temos de nós mesmos. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 Um conjunto de símbolos tornando o lugar agradável aos seus habitantes, o solo 
nativo que confere uma identidade a ser reafirmada publicamente. Ocorrendo 
ainda uma ênfase nas origens, na continuidade, na tradição e na atemporalidade.
 São reflexões pertinentes para análises da letra da música em discussão.
 Todavia, se faz necessário descontruir uma suposta identidade nacional ou outras 
afirmações tais como a regional, expressa em uma cultura hegemônica que nega, 
ignora e despreza as diferenças socioculturais. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 As ideias de uma identidade e cultura nacionais escondem as diferenças, sejam 
de classes sociais, de gênero e étnicas, ao buscar uniformizá-las.
 Negando também os processos históricos marcados pelas violências 
de grupos politicamente hegemônicos.
 Observemos ainda que as identidades nacionais, além de serem fortemente 
marcadas pelo etnocentrismo, são também marcadas pelo sexismo: afirma-se 
o mulato, o mestiço, o pernambucano, acentuando-se o gênero masculino. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 Faz-se necessário, portanto, problematizar as ideias e afirmações de identidades 
generalizantes, como a mestiçagem no Brasil, um discurso para negar, desprezar 
e suprimir a sociodiversidade existente no país.
 Reconhecer e afirmar os direitos às diferenças é, pois, questionar o discurso da 
mestiçagem como identidade nacional, discurso usado para esconder a história e 
as expressões socioculturais de índios/as e negros/as na História do Brasil. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
História dos povos indígenas ou os povos indígenas na História? 
 É possível falarmos da existência de uma história indígena? 
 Com tal afirmação expressamos que os índios estão fora da História enquanto 
História da humanidade? 
 Se nenhum grupo humano vive totalmente isolado sem estabelecer relações 
com outros grupos humanos, o que será mais cabível afirmarmos: uma História 
indígena ou discutirmos sobre os indígenas na História?
 Cada povo indígena, em sua singularidade 
e especificidade, está presente na História pensada 
como um campo de relações com e entre os diversos 
e diferentes situações, grupos sociais e atores 
sócio-históricos.
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 Nas escolas ainda se ensina uma visão tradicional de colonização, com 
os índios vitimados, em que os poucos sobreviventes estavam condenados 
ao desaparecimento. 
 Os indígenas seriam engolidos pela marcha colonizadora, pelo progresso, 
e por meio da aculturação foram se integrando à sociedade.
 E as discussões sobre as resistências?
 Guerras, alianças, acomodações, adaptações.
 Exemplo de equívoco: separação simplista entre Tupi 
e Tapuia – isso esconde diversidades e dinâmicas 
essenciais. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
Autores fundamentais:
 MONTEIRO, John M. Tupis, Tapuias e historiadores: estudos de história 
indígena e de indigenismo. Tese (Livre-Docência). Instituto de Filosofia e 
Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 2001. 
 CUNHA, Manuela Carneiro da. (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: 
Cia. das Letras, 1998 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
Questionar visões
 Uma vez questionadas as visões a respeito dos indígenas como “povos 
vencidos” e as ideias sobre o “genocídio” e o “etnocídio” enquanto total 
destruição física e cultural, por meio das novas abordagens vêm sendo 
estudadas as diferentes estratégias utilizadas pelos povos indígenas que 
traduziram, negociaram, adaptaram os códigos dos colonizadores para 
conviver no mundo colonial. 
Os índios na História e o ensino de História – avançose desafios 
Os índios na História: novas abordagens
 Indígenas simularam derrotas e promoveram resistências invisíveis. 
 Simulações de adesão ao cristianismo e manutenção de práticas ancestrais. 
 Rebeliões e negociações. Mesmo não sendo “tupi”, “guarani” ou qualquer outro 
nome que tenham recebido dos colonizadores, quando necessário, os povos 
indígenas apropriaram-se dessas e de outras nomeações para estabelecer 
alianças, acordos, direitos, privilégios para as diversas formas de viver no 
mundo colonial. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 Contudo, outras famílias indígenas conseguiram resistir às pressões nos seus 
tradicionais locais de moradia ou, às vezes, em lugares das cercanias, mas de 
difícil acesso. 
John Monteiro afirmou:
 “Importa recuperar o sujeito histórico que agia (age) de acordo com a sua leitura 
do mundo ao seu redor, leitura esta informada tanto pelos códigos culturais da 
sua sociedade como pela percepção e interpretação dos eventos que se 
desenrolavam”.
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
O professor, ao trabalhar a temática indígena, pode utilizar os questionamentos 
de Stuart Hall com objetivo de 
a) descobrir o que é verdadeiro nas imagens sobre os índios. 
b) problematizar a construção de sentidos e imagens nos países.
c) mostrar aos alunos como o Dia do Índio é importante. 
d) incorporar o discurso da mestiçagem em nossa formação. 
e) perceber como no Haiti a situação social é pior do que no Brasil. 
Interatividade
O professor, ao trabalhar a temática indígena, pode utilizar os questionamentos 
de Stuart Hall com objetivo de 
a) descobrir o que é verdadeiro nas imagens sobre os índios. 
b) problematizar a construção de sentidos e imagens nos países.
c) mostrar aos alunos como o Dia do Índio é importante. 
d) incorporar o discurso da mestiçagem em nossa formação. 
e) perceber como no Haiti a situação social é pior do que no Brasil. 
Resposta
Os índios na História e o ensino da temática indígena
 Enorme desafio de superar a cultura escolar arraigada.
 A escola difunde informações equivocadas sobre os índios.
 Dia do Índio – 19 de abril – na Educação Infantil.
 Discursos pretéritos, folclorizados, homogeneizadores e desinformados. 
 Quais são os índios representados?
 Qual imagem ficará gravada na memória dos estudantes?
 Quais são as consequências da reprodução 
da desinformação sobre a diversidade étnica 
existente no país? 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 Oposições simplistas: etnocentrismo nos discursos e a ideia de civilização:
 o aldeamento e a selva;
 entre o ócio, a liberdade e o trabalho;
 entre o atraso e o progresso. 
 Os índios conquistaram o (re)conhecimento, o respeito aos seus direitos 
específicos e diferenciados. A partir dessa perspectiva, o nosso país é a 
sociedade que vem se repensando e se vendo em sua multiplicidade, 
pluralidade e sociodiversidades expressas também pelos povos indígenas 
em diferentes contextos sócio-históricos. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
O ensino da temática indígena e a lei 11.645/2008 
(Re)conhecendo as sociodiversidades indígenas
 A efetivação da lei 11.645/2008, além de favorecer mudanças em antigas práticas 
pedagógicas equivocadas e preconceituosas, possibilitará novos olhares para a 
História e a Sociedade.
 A escola tem um papel privilegiado na formação humana e é um lócus onde, com 
a efetivação da lei, pode ser possível, no ambiente escolar, viabilizar “espaços 
que favoreçam o reconhecimento da diversidade e uma convivência respeitosa
baseada no diálogo entre os diferentes atores 
sociopolíticos, oportunizando igualmente o acesso 
e a socialização dos múltiplos saberes”.
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 O ponto de partida para o ensino crítico da temática indígena é pensar sempre 
na atualidade dos povos indígenas. Enfatizando as sociodiversidades indígenas, 
desmistificando imagens genéricas do “índio”, da “cultura indígena”. 
Sociodiversidades definidas como as diferentes formas de organizações 
socioculturais expressas pelos povos indígenas. 
 Bastante recomendável a participação de indígenas em cursos de formação 
sobre a temática indígena para docentes não índios, pois o conhecimento das 
experiências, dos ambientes onde vivem e das expressões socioculturais dos 
indígenas contribuirão para desmistificar visões equivocadas e folclorizadas. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
 Com a constatação pelo Censo IBGE/2010 da crescente urbanização das áreas 
indígenas, com o avanço das cidades sobre as terras habitadas pelos índios e a 
presença indígena no universo urbano, inclusive enquanto discentes nas escolas, 
um desafio a ser considerado é a vivência da interculturalidade.
 Na qual indígenas e não indígenas, em suas expressões socioculturais, 
busquem superar todas as formas de racismo, discriminação e preconceito, 
na construção de uma sociedade pluricultural, com o pleno (re)conhecimento 
das sociodiversidades indígenas. 
Os índios na História e o ensino de História – avanços e desafios 
O IBGE e os povos indígenas 
https://indigenas.ibge.gov.br/
A Funai e o Museu do Índio
http://www.museudoindio.gov.br/
 FUNARI, Pedro Paulo e PIÑON, Ana. A temática indígena na escola: subsídios 
para os professores. São Paulo: Contexto, 2016.
Sugestão de leitura
https://editoracontexto.com.br/media/catalog/product/cach
e/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/c/a/capa
_tematica_indigena_web.jpg
Reconhecer os espaços de diversidade e convivência respeitosa em relação 
aos indígenas significa perceber: 
a) que o Brasil era dos índios e que discutir genocídio é coisa do passado. 
b) como é essencial ensinar o modo de vida tradicional dos povos nativos. 
c) como é interessante trabalhar sobre o folclore na sala de aula. 
d) diferentes atores sociopolíticos, oportunizando igualmente o acesso 
e a socialização dos múltiplos saberes.
e) a discussão só existe porque o MEC obriga os professores a isso.
Interatividade
Reconhecer os espaços de diversidade e convivência respeitosa em relação 
aos indígenas significa perceber: 
a) que o Brasil era dos índios e que discutir genocídio é coisa do passado. 
b) como é essencial ensinar o modo de vida tradicional dos povos nativos. 
c) como é interessante trabalhar sobre o folclore na sala de aula. 
d) diferentes atores sociopolíticos, oportunizando igualmente o acesso 
e a socialização dos múltiplos saberes.
e) a discussão só existe porque o MEC obriga os professores a isso.
Resposta
Questão 9 da 8ª ONHB, 2016
“Quem chorou por Vítor, o bebê indígena assassinado com uma lâmina enfiada 
no pescoço?” 
 Disponível em: https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/8-olimpiada/fases/index/51
 Para resolver a questão é preciso ler o documento e analisar as imagens. 
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB)
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) – Imagens
https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/8-
olimpiada/documentos/documento/21
https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/media/filter/documentos_inteira/i
mg/572d9493ccb820.22050685.png
Quem chorou por Vítor, o bebê indígena assassinado com uma lâmina enfiada 
no pescoço?
 Um menino de dois anos foi assassinado. Um homem afagou seu rosto. E enfiou 
uma lâmina no seu pescoço. O bebê era um índio do povo Kaingang. Seu nome 
era Vítor Pinto. Sua família, como outras da aldeia onde ele vivia, havia chegado 
à cidade para vender artesanato pouco antes do Natal. Ficariam até o Carnaval. 
Abrigavam-se na estação rodoviária de Imbituba, no litoral de Santa Catarina. Era 
lá que sua mãe o alimentava quando um homem perfurou sua garganta. Era 
meio-dia de 30 de dezembro. O ano de 2015 estava bem perto do fim.
 E o Brasil não parou para chorar o assassinatode uma 
criança de dois anos. Os sinos não dobraram por Vítor.
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) – Documento
 Sua morte sequer virou destaque na imprensa nacional. Se fosse meu filho, ou de 
qualquer mulher branca de classe média, assassinado nessas circunstâncias, 
haveria manchetes, haveria especialistas analisando a violência, haveria choro e 
haveria solidariedade. E talvez houvesse até velas e flores no chão da estação 
rodoviária, como existiu para as vítimas de terrorismo em Paris. Mas Vítor era um 
índio. Um bebê, mas indígena. Pequeno, mas indígena. Vítima, mas indígena. 
Assassinado, mas indígena. Perfurado, mas indígena. Esse “mas” é o assassino 
oculto. Esse “mas” é serial killer.
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) – Documento
https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1INoj4Y*qMDY_nMp5WB6yirN9poMkJx3csSE0MTg_ee5bb_
 A fotografia que ilustrou as poucas notícias sobre a morte do curumim mostra 
o chão de cascalho e concreto da estação rodoviária. Um par de sandálias 
havaianas azul, com motivos infantis. Uma garrafa pet, uma estrelinha de 
brinquedo, daquelas de fazer molde na areia, uma tampa de plástico do que 
parece ser um baldinho de criança, uma pequena embalagem em formato de 
tubo, um pano florido amontoado junto à parede, talvez um lençol. É apresentada 
como “local do crime” ou como “os pertences do menino”.
 Os índios precisam ser falsos porque suas terras são verdadeiras – e ricas. 
 Pertences do garoto permaneciam 
no local do crime na quarta 
(30). (Foto: Gabriel Felipe/ RBS TV)
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) – Documento
https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1INoj4Y*qMDY_nMp5WB6yirN9poMkJx3csSE0MTg_ee5bb_
 Essa foto é um documento histórico. Tanto pelo que nela está quanto pelo que 
nela não está. Nela permanece o descartável, os objetos de plástico e de pet, os 
chinelos restados. Nela não está aquele que foi apagado da vida. A ausência é o 
elemento principal do retrato.
 Os indígenas só podem existir no Brasil como gravura. Apreciados como 
ilustração de um passado superado, os primeiros habitantes dessa terra, com sua 
nudez e seus cocares, uma coisa bonita para se pendurar em algumas paredes 
ou estampar aqueles livros que decoram mesas de centro. Os indígenas têm 
lugar se estiverem empalhados, ainda que em quadros.
 No presente, sua persistência em existir é considerada 
inconveniente, de mau gosto. 
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) – Documento
 Há vários projetos tramitando no Congresso para escancarar suas terras para 
a exploração e o “progresso”. Há muitos territórios indígenas devidamente 
reconhecidos que o governo de Dilma Rousseff (PT) não homologa porque neles 
quer construir grandes obras ou porque teme ferir os interesses do agronegócio. 
Há uma Fundação Nacional do Índio (Funai) em progressivo desmonte, tão 
fragilizada que com frequência se revela também indecente. No passado, os 
índios são. No presente, não podem ser.
 Como diz o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, os indígenas são 
especialistas em fim de mundo, já que o mundo deles acabou em 1500. 
 Tiveram, porém, o desplante de sobreviver ao apocalipse 
promovido pelos deuses europeus.
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) – Documento
 Ainda que centenas de milhares tenham sido exterminados, sobreviveram à 
extinção total. E porque sobreviveram continuam sendo mortos. Quando não se 
consegue matá-los, a estratégia é convertê-los em pobres nas periferias das 
cidades. Quando se tornam pobres urbanos, chamam-nos de “índios falsos”. Ou 
“paraguaios”, em mais um preconceito com o país vizinho. No passado, os índios 
são alegoria. “Olha, meu filho, como eram valentes os primeiros habitantes desta 
terra.” No presente, são “entraves ao desenvolvimento”. “Olha, meu filho, como 
são feios, sujos e preguiçosos esses índios fajutos.” Os índios precisam ser falsos 
porque suas terras são verdadeiras – e ricas.
 A morte dos curumins não muda nenhuma política, as 
fotos de sua ausência não comovem milhões.
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) – Documento
 Vítor já não estraga nenhum cartão postal. Dele não há nem mesmo um rosto. 
A foto de sua ausência não comoverá milhões pelo planeta como aconteceu 
com o menino sírio trazido pelas ondas do mar. A morte dos curumins não muda 
nenhuma política.
 Se Vítor era um entrave, esse entrave foi removido. Por isso essa foto é um 
documento histórico. Se houvesse alguma honestidade, é ela que deveria estar 
nas paredes.
 Dizem que 2015 é o ano que não acaba. Ou que 2013 é que não chega ao fim.
 Para os indígenas é muito mais brutal: o ano de 1500 
ainda não terminou.
8ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) – Documento
Questão 9 da 8ª ONHB, 2016
“Quem chorou por Vítor, o bebê indígena assassinado com uma lâmina enfiada 
no pescoço?”
 Os documentos fazem referência a dois episódios de 2015, sendo um deles 
de grande repercussão e o outro praticamente ignorado. O garoto sírio, um 
refugiado que foi encontrado morto na costa da Turquia, e um indígena 
assassinado na rodoviária de Imbituba (SC) em dezembro de 2015. 
A comparação entre os dois episódios indica que:
Alternativas
 a) A pouca repercussão do assassinato do curumim é associada ao modo como 
os grupos indígenas são tratados na sociedade brasileira, e discutir o crime é uma 
forma de debater as questões da demarcação de terras indígenas e das 
condições de vida do povo Kaingang, temas que não interessam à grande 
imprensa ou ao Estado.
 b) A maior repercussão no caso do garoto Aylan Kurdi é diferente da de Vítor 
Pinto; uma está num conflito internacional e o outra é um episódio de violência 
isolada contra uma criança.
 (continua)
 c) Os episódios são comparáveis à medida que mostram duas crianças mortas 
em situação de exclusão. Uma dessas mortes sensibilizou as sociedades 
ocidentais para a fragilidade da situação de refugiados vítimas de um conflito 
armado; a outra, quase ignorada, expressa o modo como a sociedade brasileira 
aborda a população indígena.
 d) Uma morte está associada às variações da “Guerra ao Terror” e a outra ao 
modo de apagamento de populações indígenas, que foi sendo incorporado na 
sociedade brasileira, onde se valoriza, no máximo, o passado, mas não o 
presente desses povos.
Resposta: 
a) 4 b) 0 c) 1 d) 5
Comparando as maneiras como o caso das mortes das crianças foram tratados, 
podemos perceber que, no Brasil: 
a) a questão indígena ainda é muito mal elaborada e marcada por preconceitos.
b) o papel da imprensa é ter neutralidade em suas opiniões. 
c) não se pode dizer que existam apagamentos uma vez que, por lei, a questão 
deve ser tratada na escola. 
d) a imprensa é livre e não comprometida, como comprovam as reportagens. 
e) na atualidade a questão indígena não é muito importante. 
Interatividade
Comparando as maneiras como o caso das mortes das crianças foram tratados, 
podemos perceber que, no Brasil: 
a) a questão indígena ainda é muito mal elaborada e marcada por preconceitos.
b) o papel da imprensa é ter neutralidade em suas opiniões. 
c) não se pode dizer que existam apagamentos uma vez que, por lei, a questão 
deve ser tratada na escola. 
d) a imprensa é livre e não comprometida, como comprovam as reportagens. 
e) na atualidade a questão indígena não é muito importante. 
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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