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Apostila de Parasitologia - Helmintologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
DISCIPLINA DE PARASITOLOGIA ANIMAL 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE HELMINTOLOGIA VETERINÁRIA 
Caio Michel de Morais Rolim 
Prof. Dra. Josivania Soares Pereira 
 
 
 
 
 
Mossoró, RN 
2020 
 
2 
2 
SUMÁRIO 
Sumário 
HELMINTOLOGIA VETERINÁRIA ..................................................................................................................... 4 
FILO PLATYHELMINTHES ................................................................................................................................. 4 
Classe Trematoda: .......................................................................................................................................... 4 
Aspectos gerais sobre morfologia dos Trematódeos: ............................................................................. 4 
Ciclo Evolutivo............................................................................................................................................ 5 
ESPÉCIE: Fasciola hepatica Linnaeus, 1758 ............................................................................................ 6 
ESPÉCIE: Eurytrema coelomaticum Giard & Billet, 1892 (Figura 6) ...................................................... 8 
ESPÉCIE: Platynosomum fastosum Kossack, 1910 ................................................................................ 10 
ESPÉCIE: Paramphistomum cervi Zeder, 1790 ...................................................................................... 11 
ESPÉCIE: Schistosoma mansoni Sambon, 1907 ...................................................................................... 12 
CLASSE CESTODA ............................................................................................................................................ 14 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CESTODAS ............................................................................................. 14 
MORFOLOGIA INTERNA E EXTERNA ......................................................................................................... 16 
ORDEM CYCLOPHYLLIDEA ......................................................................................................................... 18 
ESPÉCIE: Taenia solium (Pronúncia: Tênia) Linnaeus, 1758 ............................................................... 18 
ESPÉCIE: Taenia saginata Goeze, 1782 .................................................................................................. 19 
ESPÉCIE: Taenia hydatigena Pallas, 1766 .............................................................................................. 20 
ESPÉCIE: Echinococcus granulosus Batsch, 1786 .................................................................................. 21 
ESPÉCIE: Davainea proglottina Davaine, 1860 ...................................................................................... 22 
ESPÉCIE: Raillietina tetragona Fuhrmann, 1920 .................................................................................. 23 
ESPÉCIE: Dipylidium caninum Leuckart, 1886 ...................................................................................... 24 
ESPÉCIE: Anoplocephala perfoliata Goeze, 1782 ................................................................................... 25 
ESPÉCIE: Anoplocephala magna Abilgaard, 1907 ................................................................................. 26 
ESPÉCIE: Paranoplocephala mamillana Mehlis, 1831 .......................................................................... 26 
ESPÉCIE: Moniezia expansa Rudolphi, 1810 .......................................................................................... 27 
ESPÉCIE: Moniezia benedeni Moniez, 1879 ........................................................................................... 27 
ORDEM PSEUDOPHYLLIDEA ...................................................................................................................... 28 
ESPÉCIE: Diphyllobothrium latum .......................................................................................................... 29 
ESPÉCIE: Spirometra mansonoides Mueller, 1936................................................................................. 29 
CLASSE NEMATODA ........................................................................................................................................ 30 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: ....................................................................................................................... 30 
ESPECIE: Dirofilaria immitis Leidy, 1856 ............................................................................................... 31 
ESPÉCIE: Dipetalonema reconditum Grassi, 1890 ................................................................................. 32 
3 
3 
ESPÉCIE: Ancylostoma caninum Ercolani, 1859 .................................................................................... 32 
ESPÉCIE: Oxyuris equi Schrank, 1788 ..................................................................................................... 33 
ESPÉCIE: Habronema muscae Carter, 1861 .......................................................................................... 34 
ESPÉCIE: Ascaridia galli Schrank, 1788 ................................................................................................. 36 
ESPÉCIE: Ascaris suum Dujardin, 1845 .................................................................................................. 37 
ESPÉCIE: Parascaris equorum Goeze, 1782 ........................................................................................... 38 
ESPÉCIE: Toxascaris leonina Linstow, 1902 .......................................................................................... 39 
ESPÉCIE: Toxocara cati Schrank, 1782 .................................................................................................. 40 
ESPECIE: Toxocara canis Werner, 1782 ................................................................................................. 41 
GÊNERO: Trichuris (Lê-se Tricúris) ........................................................................................................ 42 
ESPÉCIE: Dioctophyme renale Goeze, 1782 ........................................................................................... 44 
ESPÉCIE: Oesophagostomum sp. Molin, 1861 ....................................................................................... 45 
ESPÉCIE: Strongylus vulgaris Looss, 1900 ............................................................................................. 46 
ESPÉCIE: Trichostrongylus axei Cobbold, 1879 ..................................................................................... 47 
ESPÉCIE: Trichostrongylus columbriformes Giles, 1892 ....................................................................... 48 
GÊNERO: Haemonchus (Lê-se Emôncus) ............................................................................................... 49 
ESPÉCIE: Dictyocaulos viviparus Bloch, 1782 ........................................................................................ 50 
ESPÉCIE: Nematodirus sp. ....................................................................................................................... 51 
ESPÉCIE: Strongyloides papillosus Wedl, 1856 ...................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
4 
HELMINTOLOGIA VETERINÁRIA 
A helmintologia constitui uma área da parasitologia responsável pelo estudo dos helmintos ou 
“vermes”, incluindo espécies de vida livre e de vida parasitária. É distribuído nos filos 
Platyhelminthes (Pronuncia-se Platelmintos) também conhecidos como vermes achatados que 
incluem as classes Trematoda e Cestoda; Nemathelminthes (Lê-se Nematelmintos) conhecidos 
como vermes cilíndricos; e Acanthocephala(Lê-se Acantocéfala) que são os vermes com 
espinhos na cabeça (MONTEIRO, 2017). 
FILO PLATYHELMINTHES 
Compreende duas classes principais de importância veterinária: Os Trematoda e os Cestoda. 
Uma terceira classe, Turbellaria (planárias), representada principalmente por carnívoros de 
vida livre, não será discutida nesta apostila, por não apresentar importância médica-veterinária. 
(MONTEIRO, 2017). 
Classe Trematoda: 
A classe Trematoda é compreendida por duas subclasses principais, Monogenea, que apresenta 
um ciclo evolutivo direto, e Digenea, que requer um hospedeiro intermediário. (URQUHART et 
al, 1996). Serão aqui retratados os parasitos da segunda subclasse, visto que os da segunda são 
em sua maioria parasitos externos de peixes e anfíbios. 
A subclasse Digenea é encontrada principalmente em vertebrados. Os trematódeos adultos 
instalam-se principalmente nos ductos biliares, no trato alimentar e no sistema vascular. A 
maioria desses vermes é achatados dorsoventralmente, apresenta trato alimentar de fundo cego, 
ventosas para fixação e são hermafroditas (com exceção ao Schistosomatidae, em que apresenta 
sexos distintos). O ciclo básico é formado da eliminação dos ovos pelos hospedeiros definitivos, 
geralmente através das fezes ou urina, e os estágios larvários, se desenvolvem em moluscos 
como hospedeiros intermediários, podendo em algumas espécies haver o envolvimento de um 
segundo hospedeiro intermediário. (TAYLOR et al, 2016). 
 Aspectos gerais sobre morfologia dos Trematódeos: 
Os adultos dessa classe apresentam-se achatados dorsoventralmente, assemelhando-se a uma 
folha em sua maioria (Figura 1), entretanto também podem ser encontrados em formato 
arredondado, filiforme, circular, a exemplo dos gêneros Shistosoma e Paramphistoma. Possui 
duas ventosas musculares para fixação, uma presente na extremidade anterior, circundando a 
boca (ventosa bucal) e outra ventralmente, situada na superfície (acetábulo). (MONTEIRO, 
2017). Sua superfície corporal possui um tegumento com capacidade absortiva, geralmente 
recoberto por espinhos ou escamas. Os músculos situam-se imediatamente abaixo desse 
tegumento. Não existem cavidades corporais e os órgãos estão distribuídos no parênquima. 
(URQUHART et al, 1996). 
O sistema digestório é simples, uma abertura bucal se comunica com a faringe, o esôfago e um 
par de ceco intestinal ramificado de fundo cego. As literaturas sugerem que o alimento 
provavelmente seja regurgitado, já que estes não apresentam ânus. O sistema excretor consiste 
em um grande número de células-flama, incluindo uma série de ductos coletores e uma vesícula 
5 
5 
excretora posterior com o respectivo poro excretor. O sistema nervoso é simples, constituído de 
um par de troncos longitudinais que se conectam, na parte anterior, com dois gânglios. (TAYLOR 
et al, 2016). 
O sistema reprodutor do macho consiste em um par de testículos, simples ou ramificados, cada 
um se comunicando com um ducto deferente e uma parte terminal, composta de uma bolsa do 
cirro e um órgão copulatório protrátil ou cirro. Associadas à bolsa do cirro podem-se encontrar 
glândulas prostáticas e uma vesícula seminal. O sistema feminino apresenta um único ovário que 
se comunica com um oviduto, onde acontece a cópula por meio do canal de Laurer. Os ovos são 
produzidos a partir de secreções das glândulas vitelogênicas que estão amplamente distribuídas 
no corpo e do ootipo que se comunica com o útero, este em geral é muito longo, com numerosas 
alças uterinas e é responsável por armazenar grande quantidade de ovos. Na extremidade 
terminal há uma estrutura similar a um esfíncter, chamada metratermo. (MONTEIRO, 2017). 
 
 
Figura 1: Morfologia interna de um trematódeo. Fonte: M. A, TAYLOR. (2016) 
Ciclo Evolutivo 
O ciclo biológico destes parasitos é heteroxeno. Os parasitos dessa classe necessitam de um 
hospedeiro intermediário em comum, uma espécie de molusco, sendo este o primeiro 
hospedeiro intermediário. Os ovos operculados saem junto com as fezes, estes contêm um 
embrião, que sob condições ambientais satisfatórias, eclodem em uma larva ciliada denominada 
de miracídio, que passa para o meio aquático à espera do hospedeiro intermediário, um molusco 
aquático ou terrestre (Figura 2). O miracídio irá penetrar nas partes moles do caramujo, 
perdendo seus cílios e passando a se chamar esporocisto. O esporocisto realiza inúmeras 
divisões no hepatopâncreas do molusco, originando milhares de formas infectantes, que saem 
através das partes moles e infectam o ambiente. O esporocisto pode ter uma ou duas gerações 
ainda no primeiro hospedeiro intermediário, formando as rédias (exceção de Eurytrema, que 
não possui rédia em seu ciclo) que posteriormente irá formar as cercárias, estas últimas 
apresentam cauda, que facilitam a saída do molusco à procura de um substrato (vegetação 
subaquática) ou de um segundo hospedeiro intermediário que pode ser um invertebrado ou um 
6 
6 
vertebrado. A cercária perde a cauda, encista e forma a metacercária, que é considerada 
infectante para o hospedeiro definitivo. (MONTEIRO, 2017). 
 
 
 
Fig. 2: Estágios do ciclo evolutivo de trematódeo digenético (Fascíola hepática). Fonte: G. M, URQUHART (1996). 
 
SUBCLASSE: DIGENEA 
ORDEM: ECHINOSTOMATIFORMES 
FAMÍLIA: Fasciolidae 
GÊNERO: Fasciola 
ESPÉCIE: Fasciola hepatica Linnaeus, 1758 
HOSPEDEIROS – Definitivos: ovinos, bovinos, bubalinos, caprinos, suínos e outros animais, 
inclusive silvestres (Cervos, veados). (GEORGIS, 2014). 
 Intermediários: moluscos aquáticos – Lymnaea columella, Lymnaea cubensis e 
Lymnaea viatrix. 
LOCAL DE INFECÇÃO: Ductos biliares e parênquima hepático. 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 3): A Fasciola hepatica está distribuída geograficamente, nas zonas 
alagadiças e/ou sujeitas a inundações locais, a exemplo das regiões de São Paulo, Santa Catarina, 
Paraná e Minas Gerais no Brasil (CUNHA et al., 2007). Os ovos (Figura 4) saem pelas fezes, 
através do canal biliar, penetrando no intestino e misturando-se com estas e alcançando o meio 
exterior. Seu desenvolvimento embrionário é externo, sob estimulação de luz e temperatura 
adequada (22 a 28 °C). O tempo de incubação é de 9 a 25 dias. O embrião ao sair do ovo, agora 
7 
7 
chamado de miracídio, permanece no meio aquático graças ao seu suporte ciliar e habilidades 
natatórias à espera do hospedeiro intermediário, um molusco do gênero Lymnaea. O miracídio 
penetra através das partes moles do molusco e migra até seu interior, lá, este transforma-se em 
esporocisto e rédias posteriormente, podendo existir até duas gerações de rédias. Com 1 mês as 
rédias darão lugar às cercárias (forma ovalada com presença de cauda) que sai espontaneamente 
do molusco para o exterior e permanece sob a vegetação subaquática ou outro suporte. Em 
pouco tempo essas cercárias se encistam e transformam-se em metacercárias (forma 
infectante). O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir as metacercárias presentes nas 
vegetações. No intestino deste, ocorre o desencistamento e as larvas agora perfuram a parede 
intestinal e seguem até a cavidade peritoneal e posteriormente o fígado, seguindo para os ductos 
biliares e atingindo maturidade sexual (MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO SANITÁRIA: As formas jovens destroem o parênquima hepático durante 
sua migração e as formas adultas (Figura 5) espoliam os ductos biliares, podendo haver 
calcificação destes. A infecção provoca fibrose hepática e hiperplasia biliar, além de perdas na 
produção e mortes. (MONTEIRO, 2017). 
DIAGNÓSTICO: É feito através da constatação e identificação de ovos em exames 
coproparasitológicos (MCmaster, Sedimentação fecal). Também podem ser usados técnicas 
imunológicas e ELISA. (MONTEIRO, 2017). 
CONTROLE: A redução da pastagem contaminada pode ser feita com o uso de anti-helmínticos, 
manejo adequado, e competidores biológicos como componentes de um controle integrado.(MONTEIRO, 2017). 
 
 
Fig. 3: Ciclo biológico de Fascíola hepática. Fonte: GEORGIS (2009). 
8 
8 
 
Fig. 4: Ovo de Fascíola hepática 
 
Fig. 5: Adulto de Fascíola hepática 
 
ORDEM PLAGIORCHIFORMES 
FAMILIA: DICROCOELIIDAE 
GÊNERO: Eurytrema Looss, 1907 
ESPÉCIE: Eurytrema coelomaticum Giard & Billet, 1892 (Figura 6) 
 Eurytrema pancreaticum Jason, 1889 
HOSPEDEIROS – Definitivos: Bovinos, caprinos e ovinos 
 Intermediários: 1° - molusco terrestre (Bradybaena similares Férussac, 1822). 
 2° - insetos ortópteros– gafanhoto (Conocephalus sp) 
LOCAL DE INFECÇÃO: Ductos pancreáticos. 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 7): Os hospedeiros intermediários se infectam passivamente 
ingerindo os ovos dos trematódeos, os quais eclodem dentro do molusco. Quatro semanas 
depois, esporocistos se encontram nas glândulas digestivas. Não há geração de rédias. Um 
esporocisto de primeira geração dá origem a esporocistos de segunda geração, os quais por sua 
vez originam cercárias, sendo eliminadas pelo molusco na vegetação. No meio externo essas 
cercárias produzem muco e se aglutinam, formando bolas mucilaginosas, aderidas a vegetação. 
O segundo hospedeiro intermediário, o gafanhoto (Conocephalus sp.) ingere essas bolsas 
mucilaginosas, e neles se desenvolvem as metacercárias infectantes. Os hospedeiros definitivos, 
incluindo o homem, se infectam ao ingerir pasto contendo os gafanhotos infectados ou ao ingerir 
9 
9 
diretamente o gafanhoto como ocorre em alguns países da Ásia. Os parasitos adultos são 
encontrados nos canais pancreáticos dos hospedeiros definitivos mais ou menos 7 semanas após 
a infecção. (MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO SANITÁRIA: Eventualmente pode haver danos pancreáticos e 
ocasionalmente provocam fibrose grave e atrofia pancreática. (MONTEIRO, 2017). 
DIAGNÓSTICO: Detecção de ovos através de exames coproparasitológicos (Sedimentação, 
flutuação). (MONTEIRO, 2017). 
CONTROLE: Uso de anti-helmínticos, entre eles o praziquantel apresenta melhor resultado 
(KONO et al, 1980; SAKAMOTO et al, 1980). 
 
 
Fig. 6: Adulto corado e montado de Eurytrema coelomaticum 
 
Fig. 7: Ciclo biológico de Eurytrema spp. SCHWERTZ, C. I, et al (2015). 
 
 
10 
10 
ORDEM: PLAGIORCHIFORMES 
FAMILIA: Dicrocoeliidae 
GÊNERO: Platynosomum 
ESPÉCIE: Platynosomum fastosum Kossack, 1910 
HOSPEDEIROS: Definitivos – felídeos silvestres e domésticos 
 Intermediário – molusco (Subulina octona Bruguière, 1789) e isópodes 
(tatuzinho-de-jardim) 
 Paratênicos – lagartixas (Anolis cristatellus Dumèril e Bibron, 1837) 
LOCAL DE INFECÇÃO: Trato biliar. (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 8): O hospedeiro definitivo (gato), elimina juntamente com as fezes, 
ovos operculados contendo um miracídio. O molusco, primeiro hospedeiro intermediário ingere 
os ovos contendo o miracídio ao se alimentar das fezes contaminadas. No seu interior, o 
miracídio eclode e migra através do tecido conjuntivo até se alojar na cavidade respiratória e se 
transformando em esporocisto de primeira geração. Após um período (cerca de 30 dias), ocorre 
a liberação de esporocistos de segunda geração, contendo células alongadas, as cercárias. Estas, 
quando maduras e sob condições ideais de luz e umidade, gradativamente emergem do molusco 
para o meio externo e lá ficam viáveis por no máximo 24 horas, sendo ingeridas nesse intervalo 
pelo segundo hospedeiro intermediário, tatuzinhos-de-jardim. Nesse isopoda, as cercárias se 
convertem em metacercárias, formas císticas e infectantes que serão carreadas por via alimentar 
para o hospedeiro paratênico, nesse caso as lagartixas, que servirão como transportadores 
desses cistos para o gato, que se infecta ao ingerir o hospedeiro paratênico contendo as 
metacercárias. (CAMPOS et al, 2018). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Constantemente causa obstrução biliar e eventualmente 
hepatomegalia. (JERICÓ et al, 2015). 
DIAGNÓSTICO: In vivo, por meio de exames coproparasitológicos, sendo a mais sensível 
sedimentação em formalina-éter (TAYLOR; PERRI, 1977; NORSWORTHY, 2011), evidenciando 
ovos operculados do trematódeo e post mortem, através da recuperação do parasito adulto nos 
canais biliares. (GEORGIS, 2014). 
CONTROLE: Evitar o livre acesso às ruas, principalmente em áreas onde há prevalência dessa 
doença ou do parasito, bem como evitar a ingestão de lagartixas pelos gatos domésticos. O 
tratamento pode ser feito utilizando o praziquantel, sendo este o de escolha para a 
platinosomíase (NORSWORTHY, 2011; ZANUTTO et al., 2012). 
11 
11 
 
Figura 8: Ciclo de vida de Platynosomum fastosum. Fonte: Braga (2016). 
 
 
ORDEM: PARAMPHISTOMIFORMES 
FAMÍLIA: Paramphistomatidae 
GÊNERO: Paramphistomum 
ESPÉCIE: Paramphistomum cervi Zeder, 1790 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos 
 INTERMEDIÁRIOS: Molusco aquático (Biomphalaria tenagophyla Orbigny, 
1835) 
LOCAL DE INFECÇÃO: Rúmen. (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 9): O hospedeiro definitivo libera por meio de suas excretas fecais, 
ovos operculados no meio externo. O miracídio eclode, geralmente em locais onde há presença 
de água, onde permanecem até encontrar seu hospedeiro intermediário, um caramujo aquático, 
cujo mecanismo de contaminação é a penetração cutânea. Neste hospedeiro intermediário, 
formam-se esporocistos, que darão origem a duas gerações de rédias e cercárias, no período de 
1 mês. Quando maduras, as cercárias deixam ativamente o caramujo, estimuladas pela luz e 
emergem sob a vegetação aquática, onde ali sofrem o processo de encistamento e transformam-
se em metacercárias, na espera de seus hospedeiros definitivos. Estes se infectam ao 
consumirem estas pastagens aquáticas contendo as metacercárias, as quais, inicialmente se 
desenvolvem no intestino e após duas semanas, migram para o rúmen, no qual adquirem 
maturidade sexual. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Os parasitos (figura 10) irritam a mucosa intestinal, 
durante sua migração, provocando diarreia fétida e escuras, e o animal fica debilitado, 
apresentando anemia, abatimento e edema intermaxilar. (FORTES, 2004; MONTEIRO, 2017). 
12 
12 
DIAGNÓSTICO: Por meio da visualização de ovos operculados destes parasitos, através de 
técnicas coproparasitológicas (Sedimentação). (MONTEIRO, 2017). 
CONTROLE: Eliminação de pastagens contaminadas; uso de anti-helmínticos e eliminação de 
moluscos. Hexaclorofeno e Oxyclozanida são eficientes contra formas juvenis e adultas 
(GEORGIS, 2009; GEORGIS, 2014). 
 
Figura 9: Ciclo biológico de Paramphistomum cervi. Fonte: DORANTES, F. H. R, 2009. 
 
Figura 10: Morfologia interna e externa de P. cervi 
 
ORDEM: STRIGEIFORMES 
FAMÍLIA: Schistosomatidae 
GÊNERO: Schistosoma 
ESPÉCIE: Schistosoma mansoni Sambon, 1907 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS – Humanos, bovinos e ovinos 
 INTERMEDIÁRIOS - Moluscos aquáticos dos gêneros Biomphalaria e Lymnaea 
LOCAL DE PARASITISMO: Veias mesentéricas e hepáticas e o sistema porta 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 11): Os adultos (Figura 12) alcançam a maturidade no sistema porta-
hepático, no qual acasalam. A ovipostura é realizada é realizada nas vênulas do reto e do 
sigmoide. Os ovos são postos em sequência, próximo a luz intestinal. No lúmen intestinal, esses 
já embrionados, são eliminados conjuntamente com as fezes do hospedeiro. Somente na água e 
com influência de estímulos fotoquímicos, térmicos e osmóticos, o miracídio eclode. O 
hospedeiro intermediário é um molusco do gênero Biomphalaria. No molusco, o miracídio 
13 
13 
transforma-se em esporocisto de primeira geração, mudando para esporocisto de segunda 
geração pouco tempo depois, o qual migra para o hepatopâncreas e ovotesticulo do molusco, 
formando as cercárias, também chamadas de furocercária (forma infectante), em um processo 
que dura aproximadamente 4 semanas no total. As cercáriasemergem do molusco nos horários 
mais quentes e de maior luminosidade, em um ritmo circadiano. A infecção nos humanos ocorre 
pela penetração cutânea ou de mucosas, quando estes estão tomando banho ou em atividades 
na água contaminada. Logo após a penetração, as cercárias se modificam em esquistossômulos 
(fase juvenil). Estes penetram nos vasos cutâneos, entram na linfa ou no sangue, daí seguem para 
o coração, e depois pulmões. Pela circulação geral, passam para o sistema porta intra-hepático. 
(GEORGIS, 2014; MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Em humanos, os sintomas são diarréias sanguinolentas e 
com muco, anorexia, sede e anemia. Também já foi relatada a chamada dermatite cercariana ou 
“dermatite do nadador”, provocada pela penetração das cercárias de S. mansoni na pele. Os ovos 
também causam transtornos quando estão no lúmen intestinal, como hemorragias, edemas e 
formação de úlceras. O parasito adulto também causa esplenomegalia, varizes e ascite. 
(MONTEIRO, 2017). 
DIAGNÓSTICO: É feito por meio de exames de fezes para constatar presença de ovos, entretanto 
a possibilidade de encontrá-los é baixa, devendo-se realizar mais de um exame. Outro método é 
a biópsia ou raspagem retal, além de testes de intradermorreação, ELISA, entre outros. 
(MONTEIRO, 2017). 
CONTROLE: O saneamento básico, o combate aos caramujos transmissores e o tratamento da 
população infectada são as medidas profiláticas fundamentais. Em relação aos bovinos, é 
importante identificar os meses de população máxima de caramujos pela temperatura, a fim de 
evitar que os bovinos fiquem expostos a extensões de água contaminadas com cercárias nessas 
ocasiões. (URQUHART et al, 1998; MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 11: Ciclo biológico de Schistosoma mansoni. Fonte: BlogEnem.com 
14 
14 
 
Figura 12: Macho (1) e Femea (2) de S. mansoni. Fonte: MONTEIRO, 2017. 
 
CLASSE CESTODA 
A classe Cestoda, compreende duas subclasses: Cestodaria e a Eucestoda. A subclasse Cestodaria 
não apresenta tanta expressão em medicina humana ou veterinária, sendo composta por 
helmintos de anelídeos e peixes primitivos. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
Os helmintos da subclasse Eucestoda são conhecidos genericamente como tênias ou cestódeos e 
se caracterizam por serem segmentados e achatados dorsoventralmente, com poucas ou 
centenas de proglotes. Dentre essa classe, as duas ordens mais importantes em medicina 
veterinária e medicina humana são a Cyclophyllidea e a Pseudophyllidea. (TAYLOR et al, 2016; 
MONTEIRO, 2017). 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CESTODAS 
A forma adulta habita comumente o intestino delgado de aves e mamíferos. A forma larval, os 
metacestódeos, localizam-se em diversos tecidos e órgãos: músculos liso e estriado; tecido 
subcutâneo; fígado, pulmão e baço; sistema nervoso de mamíferos, aves e peixes e cavidade geral 
de artrópodes. (GEORGIS, 2014; MONTEIRO, 2017). 
Apresentam corpo segmentado, em forma de fita, com três regiões morfologicamente distintas: 
Escólex responsável pela fixação do parasito a mucosa intestinal; Colo, parte mais fina após o 
escólex, formada por células embrionárias responsáveis pelo desenvolvimento das proglotes e 
o Estróbilo formado por uma cadeia de segmentos denominados proglotes, que variam de forma 
e tamanho segundo o gênero e a espécie. (TAYLOR et al, 2016). 
São seres hermafroditas e heteroxenos, podendo ou não se reproduzir assexuadamente. 
Com relação a suas formas larvais, na ordem Cyclophyllidea, apresentam-se sob a forma de cistos 
únicos ou múltiplos com apenas um ou inúmeros escólices soltos ou aderidos. (MONTEIRO, 
2017). 
 Hidátide – Vesícula formada por duas membranas delgadas e intimamente aderidas. Da 
membrana interna brotam escólices fixos ou que se invaginam, formando protoescólices. Podem 
15 
15 
ser encontrados em mamíferos silvestres, domésticos e humanos. Ex: cisto hidático. 
(MONTEIRO, 2017). 
 
 Cenuro – Vesícula semelhante à hidátide com vários protoescólices aderidos em áreas 
definidas na membrana germinativa. Podem ser encontrados em vertebrados. Ex: Taenia 
multiceps. (MONTEIRO, 2017). 
 
Cenuro 
 Cisticerco – Vesícula pequena, semitranslúcida, que tem, no interior, um único 
protoescólices, podendo ou não apresentar acúleos e rostelo. Também acomete vertebrados. Ex: 
Cysticercus celullosae. (MONTEIRO, 2017). 
 
 Estrobilocerco – Vesícula semitranslúcida que corresponde a uma larva com escólex 
longo e pseudossegmentado ligando duas vesículas. Também acomete vertebrados. Ex: 
Cysticercus fasciolaris. (MONTEIRO, 2017). 
 
Estrobilocerco 
 Cisticercoide – Vesícula rudimentar rígida e pequena com escólex invaginado. Acomete 
invertebrados. Ex: Moniezia spp. (MONTEIRO, 2017). 
16 
16 
 
Na ordem Pseudophyllidea, as larvas geralmente são vermiformes. MONTEIRO, 2017. 
 Coracídio – larva ciliada, de vida livre e móvel. (MONTEIRO, 2017). 
 
Coracídio 
 Procercoide – Larva sólida e alongada com apêndice caudal com presença de acúleos. 
Parasitam artrópodes aquáticos dos gêneros Cyclops e Diaptomus. (MONTEIRO, 2017). 
 
Procercoide 
 Plerocercoide – Vermiforme, maciça, com escólex invaginando e sem acúleos, encontrada 
na musculatura de peixes. Ex: Diphyllobothrium latum. (MONTEIRO, 2017). 
 
Plerocercoide 
MORFOLOGIA INTERNA E EXTERNA 
Parênquima – O tegumento do cestódeo adulto é altamente absortivo, e o mesmo obtém seu 
alimento através deste. Sob o tegumento estão as células musculares e o parênquima, sendo este 
último um sincício de células que ocupa o espaço entre as células. (URQUHART et al, 1998; 
TAYLOR et al, 2016). 
Sistema muscular – Músculos subcuticulares, radiais e circulares formando as ventosas. Nas 
proglotes presença de zona cortical formado por fibras longitudinais e zona medular formada 
por fibras circulares, no qual situam os órgãos. (MONTEIRO, 2017). 
Aparelho respiratório e digestivo – Os cestódeos não possuem esses aparelhos, sendo essas 
funções desempenhadas pelo tegumento e a nutrição feita por osmose. (MONTEIRO, 2017). 
17 
17 
Aparelho excretor e osmorregulador – Formado por numerosos solenócitos ou células em flama, 
cílios vibráteis inseridos no parênquima que se comunicam por canalículos, desembocando em 
dois pares de canais coletores laterais, um ventral de maior calibre e outro dorsal, percorrendo 
todo o estróbilo e realizando o equilíbrio hídrico. (MONTEIRO, 2017). 
Sistema nervoso – Formado por um par de gânglios em forma de anel, localizados no escólex, de 
onde partem vários cordões nervosos longitudinais paralelos aos canais excretores por todo o 
estróbilo, saindo destes filetes menores e inervando todos os órgãos. (TAYLOR et al, 2016; 
MONTEIRO, 2017). 
Aparelho genital masculino – Os testículos são esparsos no parênquima e o número depende de 
cada espécie. Apresentam canais eferentes, que ligam os testículos ao canal deferente, no qual 
possui uma dilatação que forma a vesícula seminal. O órgão copulador chama-se cirro, sendo 
este protrátil. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
Aparelho genital feminino – Ovário único ou duplo, bi ou multilobulado, próximo ao oviduto que 
vai formar o ootipo, dilatação em que ocorre a fecundação. O oótipo é envolvido pela glândula 
de Mehlis, que segrega produtos lubrificantes, e pelas glândulas vitelogênicas, que formam o 
vitelo e a membrana dos ovos. O útero apresenta diversidade de formas, sendo ramificado, 
tubular ou reticular e persistente ou temporário. Nas proglotes maduras, o útero persistente 
permanece cheio de ovos; já o útero temporário regride, formando bolsas com ovos dentro, que 
se individualizam e formam cápsulas ovígeras. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
Os proglotes mais perto do colo são imaturos ou jovens, sem órgãos sexuais desenvolvidos; os 
proglotes maduros encontram-se no terço médio. Os proglotes grávidos estão no terço final do 
estróbilo e contém apenas o útero e fragmentos dele, formando saculações comcentenas a 
milhares de ovos. A reprodução ocorre entre dois proglotes diferentes de um mesmo cestódeo 
ou entre proglotes de cestódeos diferentes. (MONTEIRO, 2017). 
Oviposição – Na ordem Cyclophyllidea os proglotes se desprendem do estróbilo por movimentos 
de contração e distensão e são eliminadas com as fezes. Nas tênias da ordem Pseudophyllidea, a 
oviposição é realizada pelo tocóstomo, orifício situado medianamente na face ventral dos 
proglotes. (MONTEIRO, 2017). 
Tipos de ovos – Nos Cyclophillideos, os ovos ou oncosferas não apresentam opérculo. Na família 
taeniidae, os ovos contêm um embrião com três pares de acúleos, denominado embrião 
hexacanto. Na família Anoplocephalidae, os ovos apresentam o embrião em formato piriforme. 
Nos Pseudophyllidea, o ovo não é embrionado e tem um opérculo na extremidade. (MONTEIRO, 
2017). 
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Figura 13: Morfologia interna e externa dos Cestoda. Fonte: PEREIRA, E, 2012. 
ORDEM CYCLOPHYLLIDEA 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
● Cestoda com quatro ventosas, com ou sem acúleos; 
● Não apresenta tocóstomo e realiza desprendimento das proglotes; 
● As oncosferas não operculados contém embrião hexacanto ou embrião com 
aparelho piriforme. 
FAMÍLIA: Taeniidae 
GÊNERO: Taenia 
ESPÉCIE: Taenia solium (Pronúncia: Tênia) Linnaeus, 1758 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Seres humanos 
 INTERMEDIÁRIOS: Suínos 
LOCAL DE INFECÇÃO: A forma adulta vive no intestino delgado do ser humano, enquanto a forma 
larvar, tanto em humanos quanto em suínos, localiza-se no tecido interfascicular dos músculos 
liso e estriado e em alguns órgãos como fígado, cérebro e olhos, além do coração. (MONTEIRO, 
2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 14): As proglotes são liberadas juntamente com as fezes, que, quando 
no solo, sofrem dessecação, liberando os ovos, que se espalham por ação da chuva, do vento e de 
insetos, contaminando o ambiente. Os ovos são viáveis por até 12 meses e ao serem ingeridos 
pelo ser humano ou suíno, por ação do suco gástrico, a membrana que os reveste é digerida e o 
embrião hexacanto é liberado. Este então, atravessa a parede intestinal e chega à via sanguínea 
ou linfática, seguindo para o fígado, coração e pulmões, se fixando nos tecidos interfasciculares 
da musculatura. Em 3 meses o Cysticercus celullosae está desenvolvido e pode permanecer viável 
por anos ou se calcificar, dependendo da imunidade do hospedeiro. O ciclo se completa quando 
o cisticerco do suíno é ingerido pelo homem e sofre ação do suco gástrico, que ativa o embrião 
hexacanto, o qual desenvagina e se fixa entre as vilosidades do intestino delgado e inicia o 
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desenvolvimento das proglotes, sendo este processo rápido, no qual com 60 a 70 dias depois, o 
mesmo já mede em torno de 2m, com eliminação de proglotes. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 
2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO – SANITÁRIA: No ser humano, ocorre a teníase quando este é infectado 
pela tênia adulta, a cisticercose quando o hospedeiro for portador do cisticerco e a 
neurocisticercose quando o cisticerco estiver localizado no cérebro. Em suínos ocorre a 
cisticercose e a neurocisticercose. A teníase geralmente é assintomática, sendo a 
neurocisticercose a forma mais grave da doença. Os prejuízos nos animais são decorrentes da 
condenação parcial ou total das carcaças parasitadas durante a inspeção sanitária. (MONTEIRO, 
2017). 
 
Figura 14: Ciclo biológico de Taenia solium. Fonte: Coladaweb.com 
 
FAMÍLIA: Taenidae 
GÊNERO: Taenia 
ESPÉCIE: Taenia saginata Goeze, 1782 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Seres humanos 
 INTERMEDIÁRIOS: Bovinos 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta se localiza no intestino delgado de humanos, e a forma 
larval, nos músculos dos bovinos, como coração e diafragma. (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 15): O hospedeiro definitivo infectado, libera nas fezes os ovos ou 
como segmentos intactos de proglótides, contendo cerca de 250.000 ovos. Após a ingestão por 
um bovino suscetível, a oncosfera se desloca pelo sangue até o músculo estriado, desenvolvendo 
o cisticerco. O ciclo se completa, quando as pessoas ingerem a carne mal cozida ou crua contendo 
os cisticercos. (MONTEIRO, 2017). 
IMPORTANCIA CLÍNICO-SANITARIA: Geralmente é assintomática, mas pode causar distúrbios 
digestivos, emagrecimento e prurido anal. Em bovinos, a cisticercose não causa sinais clínicos. 
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Seus prejuízos são decorrentes da condenação de carcaças por meio da inspeção sanitária. 
(MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 15: Ciclo biológico de Taenia saginata. Fonte: www.cdc.gov 
 
FAMÍLIA: Taenidae 
GÊNERO: Taenia 
ESPÉCIE: Taenia hydatigena Pallas, 1766 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Cães 
 INTERMEDIÁRIOS: Ovinos, bovinos, suínos e caprinos 
LOCAL DE PARASITISMO: Forma adulta no intestino delgado dos cães e a forma larval nas 
serosas de órgãos (fígado e baço) e da cavidade peritoneal. (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 16): Cães e canídeos selvagens são infectados após a ingestão do 
metacestódeo. As oncosferas, infectantes para ovinos, caprinos, bovinos e suínos, são carreadas 
via corrente sanguínea até o fígado, se fixando no peritônio posteriormente. Depois de 4 semanas 
se desenvolve o metacestódeo (Cystecercus tenuicollis). (MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: É apatogênica para cães. Ocorre condenação de carcaça 
durante inspeção sanitária. Não afeta o homem. (MONTEIRO, 2017). 
21 
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Figura 16: Ciclo biológico de T. hydatigena. Fonte:Vetstream.com 
 
FAMÍLIA: Taeniidae 
GÊNERO: Echinococcus 
ESPÉCIE: Echinococcus granulosus Batsch, 1786 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Canídeos domésticos e silvestres 
 INTERMEDIARIOS: Mamíferos domésticos, silvestres e humanos 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta (Figura 18) é encontrada no intestino delgado de 
canídeos domésticos e silvestres. Já a forma larval está presente principalmente no fígado, mas 
também nos pulmões, rins, baço, cérebro, coração e medula óssea. (TAYLOR et al, 2016; 
MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 17): Após a ingestão pelo hospedeiro intermediário, as oncosferas 
penetram na parede intestinal e se deslocam, pelo sangue, até o fígado ou linfonodos 
pulmonares, onde irá se desenvolver a forma larvar. O hospedeiro definitivo se infecta ao 
consumir essas vísceras contendo a forma larvar. O principal ciclo epidemiológico dessa doença 
é o cão-ovino. (FORTES, 2004; MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: É uma enfermidade mundialmente disseminada e uma das 
mais importantes zoonoses parasitárias para o ser humano. Os prejuízos correspondem à 
condenação de vísceras em matadouros e à morte de animais de alto valor zootécnico e 
comercial. (MONTEIRO, 2017). 
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Figura 17: Ciclo biológico de E. granulosus. Fonte: www.cdc.gov 
 
Figura 18: Adulto de E. granulosus. Fonte: MONTEIRO, 2017. 
 
FAMÍLIA: Davaineidae 
GÊNERO: Davainea (lê-se Davânia) 
ESPÉCIE: Davainea proglottina Davaine, 1860 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Galináceos (galinhas) 
 INTERMEDIÁRIOS: Moluscos gastrópodes 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta vive no duodeno dos galináceos e a forma larval, nos 
moluscos gastrópodes. (BERCHIERI, 2009; MONTEIRO, 2017). 
http://www.cdc.gov/
23 
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CICLO BIOLÓGICO (Figura 19): As cápsulas ovígeras que contém apenas um ovo, são eliminadas 
pelas fezes e, ao serem ingeridas pelo molusco transformam-se em larvas cisticercóides em 3 
semanas. Ao ingerirem os moluscos, as aves liberam as larvas, que se fixam na mucosa do 
duodeno e, cerca de 7 dias depois, completam o ciclo, transformando-se em cestódeos adultos. 
(ANDREATTI, 2007; BERCHIERI, 2009). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: De modo geral, as teníases em aves são raras. 
Eventualmente podem ser encontradas em galinhas criadas em “fundo de quintal”, causando 
enterite e baixo desempenho no crescimento e produção de ovos. Não envolvimento do ser 
humano no ciclo. (ANDREATTI, 2007; MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 19: Ciclo biológicode D. proglotina. Fonte: Adaptado da Profa. Dra. Josivania Soares Pereira. 
 
FAMÍLIA: Davaineidae 
GÊNERO: Raillietina (Lê-se Railêtina) 
ESPÉCIE: Raillietina tetragona Fuhrmann, 1920 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Galináceos 
 INTERMEDIARIOS: Coleópteros coprófagos e terrícolas, formigas e moscas. 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta vive no duodeno das aves e a forma cisticercoide, em 
besouros, formigas e moscas. (ANDREATTI, 2007; BERCHIERI, 2009). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 20): Os hospedeiros intermediários se infectam pela ingestão de 
cápsulas ovígeras contidas nas fezes das aves parasitadas. Nas aves, a infecção se dá pela 
ingestão das larvas cisticercoides contidas nos hospedeiros, as quais alcançarão o estágio adulto 
cerca de 2 meses depois. (ANDREATTI, 2007; BERCHIERI, 2009). 
24 
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IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Os parasitos provocam nódulos caseoso ou calcificados na 
mucosa e na submucosa intestinal que lembram a tuberculose aviária. Não há transmissão para 
o homem. (MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 20: Ciclo biológico de R. tetragona. Fonte: Adaptado de ANGELES, A. 2015. 
 
FAMILIA: Dilepididae 
GÊNERO: Dipylidium 
ESPÉCIE: Dipylidium caninum Leuckart, 1886 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Cães e, eventualmente crianças 
 INTERMEDIÁRIOS: Pulgas e piolhos mastigadores 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta se localiza no intestino delgado de cães e humanos e o 
cisticercoide, na cavidade celomática dos insetos. (FORTES, 2004; MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 21): As proglótides saem com as fezes ou ativamente pelo ânus e 
liberam as cápsulas ovígeras. As pulgas adultas, por serem hematófagas, não tem capacidade de 
ingerir ovos, mas, no seu estágio larval, assim como os piolhos, podem ingerir os ovos, que, na 
cavidade celomática, transformam-se em larvas cisticercoides. O hospedeiro definitivo ingere os 
hospedeiros intermediários, que são digeridos e liberam a forma larval cisticercoide, a qual, em 
torno de 20 a 30 dias, torna-se um cestódeo adulto. (GEORGIS, 2014; MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Produz a doença chamada dipilidiose. Ocorre mais em 
animais jovens e crianças, e geralmente é assintomática. Podem ocorrer cólicas, diarreia mucosa 
e ataques epiléticos. (MONTEIRO, 2017). 
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Figura 21: Ciclo biológico de D. caninum. Fonte: www.cdc.gov. 
 
FAMÍLIA: Anoplocephalidae 
GÊNERO: Anoplocephala (Lê-se Anoplocéfala) 
ESPÉCIE: Anoplocephala perfoliata Goeze, 1782 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Equídeos 
 INTERMEDIÁRIOS: Ácaros oribatídeos de vida livre 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta se localiza na válvula ileocecal, raramente no cólon de 
equinos e a forma larval, na hemocele dos ácaros. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO: As proglótides maduras são eliminadas em cadeia ou isoladas e dissolvem-
se durante o trato intestinal, liberando os ovos com aparelho piriforme no meio exterior 
juntamente com as fezes. Estes são ingeridos por ácaros oribatídeos, localizando-se na hemocele, 
onde se transformam em larvas cisticercoides em 2 a 4 meses. Os equinos se infectam ao 
ingerirem os hospedeiros intermediários com as larvas infectantes. Sob ação do suco gástrico, 
essas larvas perdem sua membrana de proteção, liberando o embrião, que se fixa na mucosa 
intestinal, no nível da válvula ileocecal, e chega à forma adulta em cerca de 1 a 2 meses. 
(MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Causa cólicas de difícil diagnóstico devido a estenose da 
válvula ileocecal e hipertrofia, e formação de membranas diftéricas. Não há transmissão para 
humanos. (THOMASSIAN, 2006; MONTEIRO, 2017). 
http://www.cdc.gov/
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FAMÍLIA: Anoplocephalidae 
GÊNERO: Anoplocephala 
ESPÉCIE: Anoplocephala magna Abilgaard, 1907 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Equídeos 
 INTERMEDIÁRIOS: Ácaros oribatídeos de vida livre 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta se localiza no jejuno e, raramente no estômago de 
equinos, e a forma larval, na hemocele dos ácaros. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO: Os segmentos maduros são excretados nas fezes e se desintegram, liberando 
os ovos. Estes são ingeridos por ácaros presentes na forragem, nos quais se desenvolvem os 
cisticercoides. Os equídeos se infectam ao consumirem forragem contendo esses ácaros 
contaminados. (URQUHART et al, 1998; TAYLOR et al, 2016). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Causa enterite mucosa ou catarral crônica. Não afeta 
humanos. (MONTEIRO, 2017). 
 
FAMÍLIA: Anoplocephalidae 
GÊNERO: Paranoplocephala 
ESPÉCIE: Paranoplocephala mamillana Mehlis, 1831 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Equídeos 
 INTERMEDIÁRIOS: Ácaros oribatídeos 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta se localiza no intestino delgado, eventualmente na 
região pilórica do estômago e a forma larval, na hemocele do ácaro. (TAYLOR et al, 2016; 
MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 22): Proglótides maduras ou ovos são excretados nas fezes, e nas 
pastagens, onde as oncosferas são ingeridas por ácaros de forragem. Os embriões migram na 
cavidade corporal do ácaro, onde se desenvolvem em cisticercoides. A infecção do hospedeiro 
definitivo ocorre após a ingestão de ácaros infectados, durante o pastejo. (TAYLOR et al, 2016; 
MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Eventualmente há emagrecimento e diarreia mucosa, mas 
no geral não ocorre manifestação clínica aparente. Sem envolvimento do ser humano. (FORTES, 
2004; MONTEIRO, 2017). 
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Figura 22: Ciclo biológico de Anoplocephala spp. e Paranoplocephala spp. Fonte:web 
 
FAMÍLIA: Anoplocephalidae 
GÊNERO: Moniezia 
ESPÉCIE: Moniezia expansa Rudolphi, 1810 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Ovinos e caprinos 
 INTERMEDIÁRIOS: Ácaros oribatídeos 
LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta localiza-se no intestino delgado de ovinos e caprinos e 
o cisticercoide, na hemocele dos ácaros. (AMARANTE, 2014; MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 23): Os ovos (Figura 24) ingeridos por ácaros oribatídeos ou insetos, 
liberam o embrião, que passa para a hemocele, liberando a larva cisticercóide. O hospedeiro 
intermediário, depois de deglutido pelo hospedeiro definitivo, libera o embrião, que se fixa na 
mucosa intestinal e inicia o desenvolvimento das proglótides. (AMARANTE, 2014; TAYLOR et al, 
2016). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Prevalência maior em cordeiros, provocando diarreia. Sem 
prejuízos para humanos. (MONTEIRO, 2017). 
 
FAMÍLIA: Anoplocephalidae 
GÊNERO: Moniezia 
ESPÉCIE: Moniezia benedeni Moniez, 1879 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Bovinos 
 INTERMEDIÁRIOS: Ácaros oribatídeos 
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LOCAL DE PARASITISMO: A forma adulta se encontra no intestino delgado de bovinos e, 
excepcionalmente, de ovinos e a forma larval, na hemocele de ácaros oribatídeos. (MONTEIRO, 
2017). 
CICLO BIOLÓGICO: Idêntico ao de Moniezia expansa 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Grandes infecções são raras, provocando diarreias 
mucosas. Sem envolvimento do ser humano. (MONTEIRO, 2017). 
 
 
Figura 23: Ciclo biológico de Moniezia spp. Fonte SANCHO, F. V. 2010. 
 
Figura 24: Ovo triangular de Moniezia expansa visto sob microscopia óptica. Fonte: MONTEIRO, 2017 
 
ORDEM PSEUDOPHYLLIDEA 
Principais características: 
● Escólex com dois pseudobotrídios e tocóstomo 
● Ovos operculados, não embrionados, com membrana espessa de coloração marrom. 
 
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FAMILIA: Diphyllobothriidae 
GÊNERO: Diphyllobothrium (pronúncia: Difilobótrium) Cobbold, 1858 
ESPÉCIE: Diphyllobothrium latum 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Humanos, cães, pássaros, raposas, ursos e gatos 
 INTERMEDIÁRIOS: 1º intermediários: microcrustáceos dos gêneros Cyclops, 
Diaptomonus e Daphnia 
 2º intermediários: peixes. 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado 
CICLO BIOLÓGICO: Adultos presentes no intestino delgado realizam ovipostura através do 
tocóstomo, em que os ovos saem juntamente com as fezes. Quando em contato com a água e sob 
condiçõesadequadas, os embriões contidos nos ovos, desenvolvem-se em coracídios. Estes, 
depois de serem ingeridos por crustáceos denominados copépodes (Cyclops e Diaptomus), os 
primeiros hospedeiros intermediários, transformam-se em larvas procercoides. Os peixes 
ingerem esse crustáceo, que contém a larva, a qual migra para o músculo do peixe, 
desenvolvendo-se em larvas plerocercoides. A transmissão pode ocorrer, quando um peixe 
predador de maior tamanho se alimenta de um peixe menor contaminado. A infecção em 
humanos ou nos animais ocorre quando são ingeridos peixes crus ou mal cozidos que contém a 
larva infectante, a qual no intestino atinge o estágio adulto. (VERONESI-FOCACCIA, 2015). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Em animais, não apresenta sinais clínicos apreciáveis. Em 
humanos, o D. latum produz eventos de indisposição gástrica e anemia decorrente da 
competição entre o parasito e o indivíduo pela cianocobalamina (vitamina B12). (MONTEIRO, 
2017). 
DIAGNÓSTICO: Em humanos o diagnóstico é feito pela identificação de ovos operculados ou o 
exame de proglótides eliminadas nas fezes. Em animais o melhor método para diagnosticar a 
presença do parasito é o exame de sedimentação das fezes e a presença de ovos operculados. 
(VERONESI-FOCACCIA, 2015; MONTEIRO, 2017). 
 
ORDEM: Diphyllobothriidea 
FAMÍLIA: Diphyllobothriidae 
GÊNERO: Spirometra 
ESPÉCIE: Spirometra mansonoides Mueller, 1936 
 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Cães e gatos 
 INTERMEDIÁRIOS: 1º intermediários: Crustáceos Copépodes 
 2º intermediários: Peixes, répteis e anfíbios 
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 *O homem atua como hospedeiro intermediário ou paratênico. 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado 
CICLO BIOLÓGICO: Os ovos são eliminados nas fezes e embrionados no meio ambiente. Os ovos 
eclodem na água e liberam coracídios, que são ingeridos por copépodes. Os coracídios se 
desenvolvem em larvas plerocercóides no hospedeiro intermediário dos copépodes. Os 
segundos hospedeiros intermediários, incluindo peixes, répteis e anfíbios, ingerem copépodes 
infectados e adquirem larvas plerocercóides. Essas larvas desenvolvem-se em larvas 
plerocercóides no segundo hospedeiro intermediário. O ciclo é concluído quando um predador 
(cão ou gato) come um segundo hospedeiro intermediário infectado. Os seres humanos não 
podem servir como hospedeiros definitivos para Spirometra spp., mas servem como hospedeiros 
intermediários ou paratênicos e desenvolvem esparganose. 
 
CLASSE NEMATODA 
Os nematódeos são vermes cilíndricos que apresentam boca, cavidade corporal e ânus. A maioria 
é de vida livre e alguns são parasitos de plantas e animais. As espécies que parasitam animais 
são comumente filariformes e variam em tamanho. São encontradas espécies de 1 mm e outras 
de até 8 m (Placentonema gigantíssima – parasito de baleia). A maioria dos gêneros apresenta 
dimorfismo sexual, é ovípara e seu meio de infecção é a ingestão de larvas L3. (TAYLOR et al, 
2016; MONTEIRO, 2017). 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
Os vermes apresentam corpo cilíndrico, com pseudoceloma (cavidade corporal). Corpo com 
simetria bilateral revestido por uma cutícula externa, podendo esta apresentar cristas, espinhos 
ou asas (estas últimas podem ser cefálicas, cervicais ou caudais). Apresentam sistema digestivo 
completo (lábios, vestíbulo oral, boca, faringe, esôfago, intestino e ânus ou abertura anal). 
Apresentam dimorfismo sexual, sendo os machos menores e com presença de espiculas para a 
cópula. A forma infectante nesta classe é a ingestão da larva L3 que pode estar livre ou dentro 
do ovo, com exceção de algumas espécies em que pode ocorrer a infecção pelo ovo contendo L1 
no caso de Trichuris spp., e a ingestão de ovo + L2 no caso de Parascaris equorum. Alguns gêneros 
conseguem penetrar ativamente a pele integra do hospedeiro e outros necessitam de artrópodes 
hematófagos para a sua dispersão. (MONTEIRO, 2017). 
Os ovos podem ser encontrados em fezes, urina e expectoração brônquica. Tipos de ovos mais 
comuns: 
Simples: casca lisa sem protuberâncias. Por exemplo: ovo de Ancylostoma spp. 
Operculados: com uma protuberância em uma das extremidades. Por exemplo: ovos de Oxyuris 
spp. 
Bioperculados: com duas protuberâncias, uma em cada extremidade. Por exemplo: ovos de 
Trichuris spp. 
Larvados: com uma larva no interior. Por exemplo: ovos de Strongyloides spp. 
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ORDEM: Spirurida 
FAMÍLIA: Onchocercidae 
GÊNERO: Dirofilaria 
ESPECIE: Dirofilaria immitis Leidy, 1856 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Cães, ocasionalmente gatos e raramente humanos 
 INTERMEDIARIOS: Mosquitos 
LOCAL DE PARASITISMO: Ventrículo direito e artéria pulmonar. (GEORGIS, 2014; TAYLOR et al, 
2016). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 25): Os adultos habitam o coração e a artéria pulmonar. As 
microfilárias (L1) são eliminadas pelas fêmeas na circulação sanguínea e são ingeridas pelo 
mosquito durante o repasto sanguíneo. O desenvolvimento até L3 dura aproximadamente 15 
dias; nesse período, as L3 dirigem-se para a região da cabeça do mosquito, instalam-se nas peças 
bucais e, durante o repasto sanguíneo do mosquito, infectam o cão. As L3 inoculadas no cão 
migram para o tecido subcutâneo, sofrem duas mudas e, como adultos jovens, migram pela 
circulação venosa até o coração, onde chegam a fase adulta. Os adultos podem sobreviver por 
vários anos. (URQUHART et al, 1998; GEORGIS, 2014). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Distúrbios circulatórios podem ocorrer em virtude da ação 
mecânica do verme. Em infecções maciças, pode ocorrer obstruções da artéria pulmonar e 
ventrículo direito, ocasionando falta de oxigenação nos órgãos vitais. Pode ainda atingir o 
pulmão, causando pneumonia e deficiência respiratória. Ocorre ainda intolerância ao exercício 
e tosse crônica branda. Não é zoonose. (MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 25: Ciclo biológico de D. immitis. Fonte: Adaptado de www.cdc.gov 
 
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ORDEM: Spirurida 
FAMÍLIA: Onchocercidae 
GÊNERO: Dipetalonema 
ESPÉCIE: Dipetalonema reconditum Grassi, 1890 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Cães 
 INTERMEDIÁRIOS: Pulgas e carrapatos 
LOCAL DE PARASITISMO: Adultos no tecido subcutâneo e perirrenal e na cavidade peritoneal do 
cão. As microfilárias se localizam na circulação sanguínea. (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO: A pulga, ao se alimentar de um animal parasitado com microfilárias, infecta-
se. Essas microfilárias atingem a hemocele das pulgas e passam a L1, L2 e L3. Esta última, se aloja 
nas peças bucais do artrópode. Quando a pulga realiza hematofagia, há inoculação das L3, que 
migram para o tecido subcutâneo, onde passam a L4, L5 e adultos. Após a cópula ocorre a 
liberação de microfilárias na circulação. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Sua importância fica como diagnóstico diferencial para 
Dirofilaria immitis. (MONTEIRO, 2017). 
 
ORDEM: STRONGYLIDA 
FAMÍLIA: Ancylostomidae 
GÊNERO: Ancylostoma 
ESPÉCIE: Ancylostoma caninum Ercolani, 1859 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Cães, raposas e, ocasionalmente humanos 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado. (URQUHART et al, 1998). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 26): O ciclo é direto. Os ovos são liberados para o meio ambiente com 
as fezes. As larvas podem eclodir, passar a L2 e desenvolver a forma L3 em 5 dias, em condições 
ambientais favoráveis. A infecção ocorre pela penetração cutânea ou ingestão de L3. Na infecção 
percutânea, as larvas migram pela via sanguínea para os pulmões, onde se desenvolvem em L4 
nos brônquios e na traqueia, são deglutidas e chegam ao intestino delgado, onde se desenvolvem 
até a forma adulta. Se a infecção ocorrer pela ingestão da L3, as larvas podem penetrar a mucosa 
bucal e migrar para os pulmões ou ir diretamente para o intestino e tornarem-se patentes. Em 
cadela suscetíveis, parte das L3 que migram até os pulmões alcança os músculos esqueléticos,onde ficam latentes. Quando a cadela fica prenhe, há reativação das L3, eliminadas no leite, 
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infectando a ninhada. Não há evidência de transmissão transplacentária. (FORTES, 2004; 
GEORGIS, 2014). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Frequente em cães com até 1 ano de vida, apresentando 
anemia grave e diarréia na maioria dos casos. Em infecções crônicas, podem ocorrer anorexia, 
emagrecimento e pelagem escassa. (MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 26: Ciclo biológico de A. caninum. Fonte: www.gratispng.com 
 
ORDEM: OXYURIDA 
FAMÍLIA: OXYURIDAE 
GÊNERO: Oxyuris 
ESPÉCIE: Oxyuris equi Schrank, 1788 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Equinos, asininos 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino grosso, principalmente ceco e cólon maior. (URQUHART et 
al, 1998). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 28): Ciclo direto. Após a fertilização, a fêmea grávida migra para o 
anus, se livra de sua extremidade anterior e põe seus ovos em agregados, vistos 
macroscopicamente como faixas gelatinosas branco-amareladas na pele das regiões perineal ou 
perianal. O desenvolvimento é rápido e dentro de 4 a 5 dias o ovo contém L3 infectante. Os ovos 
se desprendem e contaminam o ambiente. A infecção ocorre por meio da ingestão de ovos 
embrionados contendo a L3 na forragem, gramínea, etc. As larvas são liberadas no intestino 
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delgado, se deslocam para o intestino grosso e migram para as criptas da mucosa do ceco e do 
cólon, onde se transformam em L4 dentro de 10 dias. Em seguida surgem as larvas L5, que se 
alimentam na mucosa, antes de atingirem o estágio adulto. (GEORGIS, 2014). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: As formas jovens são mais patogênicas, pois se fixam na 
mucosa, levando à inflamação intestinal, seguida de diarreia. A migração da fêmea e a ovipostura 
na região perianal são irritantes e provocam prurido intenso. Cavalos acometidos por essa 
parasitose costumam ter os pelos da cauda ralos e arrepiados. Não é zoonose. (MONTEIRO, 
2017). 
 
Figura 27: Ciclo biológico de O. equi. Fonte: cavalus.com.br 
 
ORDEM: SPIRURIDA 
FAMÍLIA: HABRONEMATIDAE 
GÊNERO: Habronema 
ESPÉCIE: Habronema muscae Carter, 1861 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Equinos 
 INTERMEDIÁRIOS: Moscas 
LOCAL DE PARASITISMO: Estômago (Forma verdadeira) / Subcutâneo, Olho e Pulmão (Formas 
erráticas) (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 28): Ovos ou L1 são excretados nas fezes; as larvas L1 são ingeridas 
por estágios larvários de moscas, frequentemente presentes nas fezes. O desenvolvimento em 
L3 ocorre simultaneamente ao crescimento de maturidade da mosca, hospedeiro intermediário. 
Quando a mosca se alimenta ao redor da boca, dos lábios, da conjuntiva ocular e das narinas do 
equino as larvas passam destas partes para a pele e são deglutidas. De modo alternativo, as 
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moscas infectadas podem ser deglutidas inteiras no alimento ou na água. O desenvolvimento em 
adultos ocorre no estômago, onde as larvas escavam a região glandular da mucosa e ocasionam 
a formação de nódulos. Os vermes se desenvolvem em adultos maduros nos nódulos em, 
aproximadamente 8 semanas. Quando as larvas são depositadas em uma ferida cutânea ou ao 
redor dos olhos, elas podem invadir os tecidos; não completam seu desenvolvimento, mas 
podem provocar lesões cutâneas granulomatosas. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: A forma adulta, presente no estômago não é muito 
patogênica, provocando no animal irritação ou, no máximo gastrite catarral crônica. A 
importância principal deste endoparasito é a habronemose cutânea, conhecida como ferida de 
verão, sendo a ocorrência do ciclo errático, frequente em regiões tropicais, produzida pelas L3 
depositadas em feridas por moscas infectadas. Tem aspecto tumoral. Embora raras, podem 
ocorrer também habronemose pulmonar e ocular. (RADOSTITS et al, 2006; MONTEIRO, 2017). 
DIAGNÓSTICO: Dificilmente os ovos são encontrados nas fezes com as técnicas de rotina. Podem-
se encontrar larvas em lavado gástrico com sonda. (MONTEIRO, 2017). 
CONTROLE: É importante o uso de esterqueiras para diminuição da população de moscas. As 
feridas dos animais devem ser sempre tratadas, para evitar que larvas do nematóide se instalem 
na lesão. 
 
Figura 28: Ciclo biológico de Habronema spp. Fonte: Duque de Araujo, 2015 
 
 
 
 
 
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ORDEM: ASCARIDIDA 
FAMÍLIA: ASCARIDIDAE 
GÊNERO: Ascaridia 
ESPÉCIE: Ascaridia galli Schrank, 1788 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Galinha, peru, pato, faisão e outras aves 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado (ANDREATTI, 2007). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 29): O ciclo inicia com a presença de adultos no intestino delgado, no 
qual as fêmeas realizarão ovipostura e estes serão depositados no tubo digestivo, sendo 
eliminados juntamente com as fezes. No ambiente e sob condições de clima e umidade 
adequados esses ovos embrionados desenvolvem larvas L1, que passam para L2 e 
posteriormente L3, ainda no interior do ovo, sendo esta a forma infectante para o hospedeiro 
definitivo. Deste ponto podem ocorrer duas vias de infecção: A primeira via é a ingestão direta 
desses ovos embrionados com a L3 pelo HD; a segunda via é a ingestão desses ovos contendo a 
larva L3 por um hospedeiro paratênico, sendo geralmente anelídeos e posteriormente esses 
anelídeos contendo a larva L3 são ingeridos pelo HD. Depois da ingestão, esses ovos eclodem no 
tubo digestório da ave e essas larvas penetram na parede intestinal, onde sofrem mudas até 
adultos, depois estas retornam para o lúmen do intestino delgado, completando o ciclo. 
(ANDREATTI, 2007; BERCHIERI, 2009). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: É um dos helmintos mais comuns de aves. Um grande 
número desses parasitos pode obstruir o intestino e causar a morte da ave. É mais patogênico 
em animais jovens. (ANDREATTI, 2007; MONTEIRO, 2017). 
DIAGNÓSTICO: É feito por meio da observação da presença de ovos no exame de fezes por 
técnicas de flutuação (Willis-Molay). Na necropsia, visualizam-se vermes esbranquiçados, de até 
12 cm, no intestino delgado. (MONTEIRO, 2017). 
CONTROLE: Devem-se fazer a higiene das instalações e o tratamento das aves parasitadas com 
anti-helmínticos na água ou na ração. Bebedouros e comedouros devem ficar protegidos de fezes 
das aves e as camas das aves devem ser incineradas. (MONTEIRO, 2017). 
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Figura 29: Ciclo biológico de A. galli. Fonte: Adaptado de RAMÍREZ et al, 2005. 
 
ORDEM: ASCARIDIDA 
FAMÍLIA: ASCARIDIDAE 
GÊNERO: Ascaris 
ESPÉCIE: Ascaris suum Dujardin, 1845 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Suínos 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui 
 PARATÊNICO: Minhocas e besouros 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 30): Os suínos se infectam ao ingerirem o ovo com a L3 ou ao 
ingerirem os hospedeiros paratênicos com a L3, que é liberada no tubo digestivo (intestino 
delgado). A L3 penetra na mucosa, por via linfática segue para os linfonodos e, pela veia porta, 
para o fígado, coração e pulmão. A muda para L4 ocorre nos alvéolos; as larvas L4 chegam a glote, 
são deglutidas e alojam-se no intestino delgado, passando a adultos. A fêmea faz a postura dos 
ovos que saem nas fezes. O ovo, quando sai nas fezes, não está larvado. (TAYLOR, et al, 2016; 
MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Na migração pelos órgãos, as larvas podem causar 
pneumonia transitória, anemia no leitão e manchas esbranquiçadas, que condenam o fígado. Os 
vermes adultos podem causar obstrução e icterícia. Há importância principalmente em suínos 
jovens, pois a parasitose causa diminuição do peso. É uma zoonose, porém é raro. (RADOSTITS 
et al, 2006, MONTEIRO, 2017). 
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Figura 30: Ciclo biológico de A. suum. Fonte: CUBILLOS, R. (2012) 
 
ORDEM: ASCARIDIDA 
FAMÍLIA: ASCARIDIDAE 
GÊNERO: Parascaris 
ESPÉCIE:Parascaris equorum Goeze, 1782 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Equinos, asininos e zebras 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 31): Ciclo direto. Os ovos produzidos pelas fêmeas adultas são 
excretados nas fezes e podem atingir o estágio infectante, contendo L2 em torno de 10 a 14 dias. 
Após a ingestão e eclosão dos ovos, as larvas penetram na parede intestinal e dentro de 48 horas 
atingem o fígado, sendo que nesse período ocorre a mudança de L2 para L3. Em 2 semanas 
chegam aos pulmões e, então, migram para os brônquios e a traqueia, são deglutidos e retornam 
ao intestino delgado, no qual completam seu processo evolutivo, mudando de L3 para L4 e L5 
(adultos). (THOMASSIAN, 2005; RADOSTITS et al, 2006). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Pode ocasionar cólica e obstrução no intestino delgado de 
potros. A migração larval pode gerar lesões no fígado e pulmões. (RADOSTITS et al, 2006; 
MONTEIRO, 2017). 
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Figura 31: Ciclo biológico de P. equorum. Fonte: Adaptado de THOMASSIAN,2005 
 
ORDEM: ASCARIDIDA 
FAMÍLIA: ASCARIDIDAE 
GENERO: Toxascaris (Lê-se Toquissácaris) 
ESPÉCIE: Toxascaris leonina Linstow, 1902 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Felinos e caninos domésticos e silvestres 
 INTERMEDIÁRIOS: Roedores 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado (JERICÓ et al, 2015; MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO: Os ovos com as L3 ou os hospedeiros intermediários infectados com as larvas 
nos tecidos são ingeridos. Há então a liberação dessas larvas no intestino delgado, onde 
penetram na mucosa e permanecem por duas semanas (não há migração das larvas pelos 
tecidos). Depois, saem para a luz intestinal e completam o seu desenvolvimento até adultos. 
Ocorre a cópula entre machoS e fêmeas e é feita a postura dos ovos, que são liberados juntamente 
com as fezes para o meio ambiente. (GEORGIS, 2014). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Não é zoonose. A infecção restringe apenas ao intestino 
delgado, causando aumento abdominal e diarreia. (JERICÓ et al, 2015). 
 
 
 
 
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ORDEM: ASCARIDIDA 
FAMÍLIA: ASCARIDIDAE 
GÊNERO: Toxocara 
ESPÉCIE: Toxocara cati Schrank, 1782 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Felinos 
 PARATÊNICOS: Aves e roedores 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 32): Semelhante ao de T. canis. Entretanto não ocorre infecção 
transplacentária. (MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Restringe-se ao intestino delgado, com aumento 
abdominal e diarreia. (JERICÓ et al, 2015; MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 32: Ciclo biológico comum aos ascarídeos de cães gatos. Fonte: www.farmacialemos.com 
 
 
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ORDEM: ASCARIDIDA 
FAMÍLIA: ASCARIDIDAE 
GÊNERO: Toxocara 
ESPECIE: Toxocara canis Werner, 1782 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Cães 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui 
 PARATÊNICOS: Roedores e aves 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino delgado (JERICÓ et al, 2015; MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 33): As fêmeas fazem a postura dos ovos, que saem nas fezes, e 
formam-se L1, L2 e L3 dentro do ovo. (MONTEIRO, 2017). O hospedeiro definitivo infecta-se de 
quatro maneiras: 
· Por ingestão de ovo larvado contendo L3 – O cão ingere esse ovo e as larvas são liberadas 
no tubo digestivo e penetram na mucosa do intestino delgado. Pela circulação porta, seguem 
para o fígado, depois para o coração e para os alvéolos pulmonares, onde fazem a muda para 
L4; chegam à glote, são deglutidas e migram novamente ao intestino, onde mudam para a 
fase adulta. Esse ciclo hepatotraqueal recebe a denominação de ciclo de Loss. (MONTEIRO, 
2017). 
· Via transplacentária – Em fêmeas gestantes, as larvas passam pelo sangue arterial e 
podem contaminar o feto. É a forma de contaminação mais importante em cães. (MONTEIRO, 
2017). 
· Via transmamária – As fêmeas passam as larvas aos filhotes por meio do leite. Não há 
migração pulmonar no filhote através dessa via. (MONTEIRO, 2017). 
· Ingestão de hospedeiros paratênicos – Contaminação do cão por meio da ingestão de 
roedores, aves e outros animais que ingeriram ovos larvados e possui as larvas infectantes 
em seus tecidos. (MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Em seres humanos a ingestão acidental do ovo com a L3 
de Toxocara canis provoca a larva migrans visceral, em virtude da migração dessas larvas pelos 
tecidos humanos desencadeando reações de corpo estranho, provocando lesões principalmente 
em fígado e olhos. Em animais causa pneumonia, enterite mucóide e até oclusão parcial ou 
completa do intestino. (NEVES, 2016; MONTEIRO, 2017). 
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Figura 33: Ciclo biológico de Toxocara canis. Fonte: www.cdc.gov 
 
ORDEM: ENOPLIDA 
FAMÍLIA: TRICHURIDAE 
GÊNERO: Trichuris (Lê-se Tricúris) 
ESPÉCIE - HOSPEDEIRO: Trichuris suis Schrank, 1788– Suínos 
 Trichuris vulpis Frölich, 1789 – Cães e raposas 
 Trichuris campanula von Linstow, 1889 – Gatos 
 Trichuris discolor von Linstow, 1906 – Bovinos e bubalinos 
 Trichuris ovis Abildgaard, 1795 – Ovinos 
 Trichuris trichiura Linnaeus, 1771 – Primatas, incluindo o ser humano 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino grosso – principalmente ceco (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 34): Os ovos bioperculados (Figura 35) saem nas fezes do hospedeiro 
e, no meio ambiente, embrionam em aproximadamente 30 dias em temperatura de 25º C. O ovo 
embrionado contendo L1, ao ser ingerido, libera a larva no intestino delgado, a qual migra até o 
intestino grosso, invadindo a mucosa epitelial. Nesse local, fazem quatro mudas, passando a L2, 
L3, L4 e L5 (adultos jovens), machos ou fêmeas. Os adultos ficam fixados no epitélio intestinal, 
onde copulam e as fêmeas realizam a postura dos ovos. (GEORGIS, 2014; MONTEIRO, 2017). 
http://www.cdc.gov/
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IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Apenas infecções muito maciças produzem sinais clínicos, 
que afetam principalmente animais jovens. Ocorre lesão da mucosa cecal, provocando enterite e 
diarreia com sangue vivo. O quadro pode se agravar quando há infecções secundárias 
decorrentes dessas lesões. (JERICÓ et al, 2015; MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 34: Ciclo básico de Trichuris spp., exemplificando o ciclo em cães. Fonte: www.farmacialemos.com 
 
Figura 35: Ovo bioperculado de Trichuris sp. Fonte: MONTEIRO, 2017 
 
 
 
 
 
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ORDEM: ENOPLIDA 
FAMÍLIA: DIOCTOPHYMATIDAE 
GÊNERO: Dioctophyme (Lê-se Dióquitofima ou Dióquitofime) 
ESPÉCIE: Dioctophyme renale Goeze, 1782 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Humanos, carnívoros (preferencialmente cães) e, 
excepcionalmente herbívoros. 
 INTERMEDIÁRIOS: Anelídeos, rãs e peixes de água doce. 
LOCAL DE PARASITISMO: Rim e cavidade abdominal são os mais comuns, porém também podem 
ser encontrados no peritônio, tecido subcutâneo, próstata, bexiga, ureter, uretra, fígado e 
estômago. (GEORGIS, 2014; MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 36): Os ovos saem na urina morulados e, no ambiente, a L1 se 
desenvolve dentro do ovo em torno de 35 dias. O anelídeo aquático ingere esse ovo contendo L1 
e a mesma é liberada, migrando para sua cavidade celomática, onde passa a L2 e L3 em torno de 
100 dias. O peixe ou a rã pode ingerir este anelídeo com a L3 e se tornar um hospedeiro 
paratênico. O hospedeiro definitivo ingere o peixe ou a rã contendo a L3, no qual este atravessa 
ativamente o tubo digestivo e migra preferencialmente para o rim direito, onde passa a L4 e 
adulto. Os animais e o homem podem adquirir o nematoide a partir da ingestão de carne de peixe 
ou rã pouco cozida e também ao comerem anelídeos infectados com L3. (FORTES, 2004; TAYLOR 
et al, 2016). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: O parasito destrói o parênquima renal levando a 
insuficiência renal e óbito.Pode se localizar na cavidade abdominal, ocasionando peritonite. 
Geralmente apenas um rim é parasitado, sendo este comumente o direito, provocando 
hipertrofia por compensação no esquerdo. (JERICÓ et al, 2015; MONTEIRO, 2017). 
DIAGNÓSTICO: É um achado acidental. A sedimentação da urina deve ser realizada para a 
pesquisa dos ovos, porém nem sempre o verme está no rim. A ultrassonografia pode visualizar 
os parasitos no rim e na cavidade abdominal. (MONTEIRO, 2017). 
CONTROLE: Não existe tratamento. Deve-se remover cirurgicamente os parasitos. A prevenção 
resume-se a evitar que humanos e animais se alimentem de minhocas, rãs e peixes crus. 
(MONTEIRO, 2017). 
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Figura 36: Ciclo biológico de D. renale. Fonte: RODRIGUES, M. (2014) 
 
ORDEM: STRONGYLIDA 
FAMÍLIA: CHABERTIDAE 
GÊNERO: Oesophagostomum (Lê-se Esofagóstomo) 
ESPÉCIE: Oesophagostomum sp. Molin, 1861 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, suínos, camelídeos e 
primatas. 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui. 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino grosso (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 37): O ovo eclode no solo, liberando a larva de primeiro estágio, que 
sofre muda para o segundo estágio e, em seguida, para o terceiro estágio infectante. A infecção 
ocorre pela ingestão de larvas L3 presentes na pastagem. Não há fase de migração no corpo, 
embora exista evidência que pode ocorrer penetração cutânea. A larva sofre outra muda e as 
larvas de quarto estágio se fixam, ou penetram, na parede intestinal. Em seguida essas larvas L4, 
surgem na superfície da mucosa, a qual migra para o cólon e se transforma em verme adulto. 
Pode acontecer de larvas L4 formarem nódulos e permanecerem em repouso, promovendo 
reinfecções. (TAYLOR et al, 2016; MONTEIRO, 2017). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Em bovinos, o efeito patogênico é atribuído à presença de 
nódulos na parede do intestino, os quais causam danos quando os vermes estão em quantidade 
suficiente para produzir sintomatologia clínica. Em infecções agudas há anemia, edema e 
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diarréia verde-escura, além de eventualmente emagrecimento e edema submandibular com 
hipoalbuminemia. (RADOSTITS et al, 2006; MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 37: Ciclo biológico de Oesophagostomum sp. Fonte: CALIX, L (2015). 
 
ORDEM: STRONGYLIDA 
FAMÍLIA: STRONGILIDAE 
GÉNERO: Strongylus (Lê-se Estrôngilus) 
ESPÉCIE: Strongylus vulgaris Looss, 1900 
HOSPEDEIROS: DEFINITIVOS: Equinos e asininos 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui. 
LOCAL DE PARASITISMO: Intestino grosso. (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 38): Os ovos são eliminados nas fezes e há o desenvolvimento para 
L3 em aproximadamente 2 semanas no ambiente. O hospedeiro definitivo ingere as L3 presente 
nas pastagens ou na água contaminada. No intestino delgado, as larvas perdem a bainha de 
proteção e seguem para o intestino grosso para penetrar na mucosa; após 7 dias, realizam muda 
para L4 na submucosa. As L4 penetram em pequenas artérias e vão, pelo endotélio, até seu local 
de predileção, na artéria mesentérica anterior, onde fazem a muda para L5, após vários meses, e 
retornam à parede intestinal por meio da luz das artérias. Formam-se então nódulos e lesões ao 
redor das larvas, principalmente na parede do ceco e cólon. Há ruptura desses nódulos à medida 
que as larvas aumentam de tamanho, com a liberação de adultos jovens na luz intestinal. Nesse 
local ocorre a diferenciação sexual. Após a cópula, as fêmeas colocam os ovos, que são expelidos 
com as fezes. (THOMASSIAN, 2006; TAYLOR et al, 2016). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: É a espécie mais patogênica para equinos. As lesões 
causadas pelas larvas frequentemente ocorrem na artéria mesentérica cranial e em seus ramos 
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e consistem em tromboembolias e endoarterites, que resultam em cólicas e infarto do intestino 
grosso, ao passo que as formas adultas provocam anemia e apatia. (MONTEIRO, 2017). 
 
Figura 38: Ciclo biológico de S. vulgaris. Fonte: Adaptado de MARTORELLI, T (2014) 
 
ORDEM: STRONGYLIDA 
FAMÍLIA: TRICHOSTRONGYLIDAE 
GÊNERO: Trichostrongylus (Lê-se Tricostrôngilus) 
ESPÉCIE: Trichostrongylus axei Cobbold, 1879 
HOSPEDEIRO: DEFINITIVOS: Equinos, bovinos, ovinos, caprinos, suínos, cervos e raramente 
humanos. 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui. 
LOCAL DE PARASITISMO: Estômago de equinos e suínos e abomaso de ruminantes (URQUHART 
et al, 1998; TAYLOR et al, 2016). 
CICLO BIOLÓGICO: O ciclo é direto. Os ovos são eliminados juntamente com as fezes e 
permanecem no bolo fecal. As larvas eclodem no ambiente e se desenvolvem em L3 em 
aproximadamente 7 a 10 dias, quando em condições ótimas. Estas permanecem no pasto e 
acabam sendo ingeridas juntamente com a vegetação. Depois de ingeridas, seguem para o 
estômago/abomaso. As larvas penetram na mucosa, onde realizam duas ecdises, e a L5 emerge 
e é encontrada, então, no epitélio gástrico por volta de 2 semanas. (TAYLOR et al, 2016; 
MONTEIRO, 2017). 
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IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Causa gastrite em equinos. Infecções graves causam rápido 
emagrecimento e diarreia em todos os hospedeiros. (THOMASSIAN, 2006; MONTEIRO, 2017). 
 
ORDEM: STRONGYLIDA 
FAMÍLIA: TRICHOSTRONGYLIDAE 
GÊNERO: Trichostrongylus (Lê-se Tricostrôngilus) 
ESPÉCIE: Trichostrongylus columbriformes Giles, 1892 
HOSPEDEIRO: DEFINITIVOS: Equinos, bovinos, ovinos, caprinos, suínos e humanos. 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui. 
LOCAL DE PARASITISMO: Duodeno e porção anterior do intestino delgado. (MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 39): É direto. Os ovos se desenvolvem em L3 em aproximadamente 1 
a 2 semanas, quando em condições ótimas. Depois de ingeridas, as larvas penetram na mucosa 
do intestino delgado, onde realizam duas mudas. L5 é, então, encontrada no epitélio intestinal 
por volta de 10 a 12 dias após o início da infecção. (TAYLOR et al, 2016). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Os animais apresentam hemorragia, edema, 
hipoalbuminemia e hipoproteinemia, com enterite grave, principalmente no duodeno, a qual 
pode resultar em erosão e grave atrofia das vilosidades. (RADOSTITS et al, 2006). 
 
Figura 39: Ciclo biológico de Trichostrongylus spp. Fonte: EMBRAPA 
 
 
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ORDEM: STRONGYLIDA 
FAMÍLIA: TRICHOSTRONGYLIDAE 
GÊNERO: Haemonchus (Lê-se Emôncus) 
ESPÉCIE: Haemonchus contortus Rudolphi, 1803 
 Haemonchus placei Place, 1893 
HOSPEDEIRO: DEFINITIVOS: Ovinos e caprinos (H. contortus) e bovinos (H. placei) 
 INTERMEDIÁRIOS: Não possui. 
LOCAL DE PARASITISMO: Abomaso. (AMARANTE, 2014; MONTEIRO, 2017). 
CICLO BIOLÓGICO (Figura 40): É direto. As fêmeas colocam até 15 mil ovos/dia. Os ovos passam 
para L1 no pasto e se desenvolvem em L3 em 5 dias, mas podem levar até meses em ambientes 
mais frios. Após a ingestão e o desencapsulamento no rúmen, a L3 realiza duas mudas no interior 
das glândulas gástricas. Até o desenvolvimento da última muda, penetram na mucosa, onde se 
alimentam de sangue. Depois, os adultos migram livremente na superfície da mucosa. 
(AMARANTE, 2014; GEORGIS, 2014). 
IMPORTÂNCIA CLÍNICO-SANITÁRIA: Na hemoncose hiperaguda comum em animais suscetíveis 
e expostos a infecção maciça de L3, ocorre anemia, fezes de cor escura e morte súbita em função 
da aguda perda de sangue. Há gastrite hemorrágica intensa. (MONTEIRO, 2017). 
Na hemoncose aguda, há anemia, mas há resposta eritropoiética da medula óssea. A anemia vem 
acompanhada de hipoproteinemia, edema submandibular, ascite letargia, fezes escurecidas e 
queda de lã, levando o animal ao óbito. (MONTEIRO, 2017). 
Na hemoncose crônica, muito comum de grande importância econômica, a anemia e a 
hipoproteinemia podem ser graves, dependendo da capacidade eritropoética. Ocorrem 
progressiva perda de peso e fraqueza, sendo a anemia o sinal clínico mais evidente. (MONTEIRO, 
2017). 
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Figura 40: Ciclo biológico

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