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© UNIP 2020 all rights reserved Universidade Paulista Energia Térmica Aula 01 – Introdução aos Ciclos de Potência – 09.02.21 Curso Engenharia Mecânica © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 01/11) 1 – Trabalho líquido realizado Como visto no estudo da Termodinâmica, as máquinas térmicas cíclicas utilizam quatro processos distintos. É possível operar estas máquinas em regime permanente produzindo trabalho a partir de processos que envolvem movimento de fronteira como o movimento de um pistão num cilindro, conforme indicado na figura 1, ou a partir de rotação de um eixo, indicado esquematicamente na figura 2. No primeiro caso, o fluido de trabalho usualmente permanece na fase gasosa em todos os estados percorridos pelo ciclo. Já no segundo caso, o fluido de trabalho pode apresentar mudanças de fase durante a execução do ciclo ou permanecer numa única fase. Figura 1 Figura 2 © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 02/11) O trabalho de movimento de fronteira, por unidade de massa, num processo reversível para um sistema que engloba uma substância simples compressível é dado pela equação 1: 𝑤 = න𝑃 𝑑𝑣 Eq. 1 Num processo reversível, com uma substância incompressível em regime permanente, com uma seção de entrada e uma de saída e desprezando as variações de energia cinética e potencial, o trabalho por unidade de massa envolvido no processo é dado pela equação 2: 𝑤 = −න𝑣 𝑑𝑃 Eq. 2 Eq. 1 Eq. 2 Figura 3 Os resultados destas integrais são indicados esquematicamente no diagrama da figura 3. © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 03/11) Na máquina térmica indicada na figura 2, o trabalho líquido por unidade de massa, realizado pelo ciclo é: Figura 4 𝑤𝑙𝑖𝑞 = 1− 2 𝑣 𝑑𝑃 + 0 − 3 4 𝑣 𝑑𝑃 + 0 = − 1 2 𝑣 𝑑𝑃 + 4 3 𝑣 𝑑𝑃 Considerando-se que os valores de pressão P2 = P3 e P1 = P4 e que os volumes específicos no processos de expansão são maiores que os respectivos valores no processo de compressão, conforme é mostrado na figura 4, conclui-se que o trabalho realizado pelo ciclo é positivo e que é dado pela diferença dos volumes específicos das fases. Assim, o fluido de trabalho deve apresentar a maior variação de volume específico possível entre as fases com o objetivo de maximização de trabalho líquido. Eq. 3 Na máquina térmica indicada na figura 1, o trabalho líquido por unidade de massa, realizado pelo ciclo é: 𝑤𝑙𝑖𝑞 = 1 2 𝑃 𝑑𝑣 + 2 3 𝑃 𝑑𝑣 + 3 4 𝑃 𝑑𝑣 + 4 1 𝑃 𝑑𝑣 Eq. 4 © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 04/11) Neste curso, serão considerados os casos em regime permanente que produzem trabalho na forma de rotação de um eixo e que utilizam fluido de trabalho que apresenta mudanças de fase durante a execução do ciclo, de modo que a diferença nos termos do trabalho nos processos de expansão e compressão seja máxima. © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 05/11) 2 – O Ciclo Rankine O ciclo Rankine é o ciclo ideal constituído por quatro processos que ocorrem em regime permanente, conforme é mostrado na figura 5, e que opera na região de saturação. Isto é feito para maximizar a diferença entre os volumes específicos relativos aos processos de expansão e compressão. O ciclo Rankine é o modelo ideal para as centrais térmicas à vapor utilizadas na produção de potência. Figura 5 © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 06/11) Os quatro processos que compõem o ciclo são: - Processo de bombeamento adiabático reversível, na bomba. - Transferência de calor a pressão constante, na caldeira. - Expansão adiabática reversível, na turbina (ou noutra máquina motora tal como a máquina a vapor). - Transferência de calor a pressão constante, no condensador. O ciclo Rankine também pode apresentar superaquecimento de vapor, como o ciclo 1-2-3’-4’-1. Desprezando-se as variações de energia cinética e potencial, as transferências de calor e o trabalho líquido podem ser representados pelas diversas áreas do diagrama T-s. O calor transferido ao fluido de trabalho é representado pela área a-2-2’-3-b-a e o calor transferido do fluido de trabalho pela área a-1-4-b-a. Utilizando-se a primeira lei da termodinâmica podemos concluir que a área que representa o trabalho é igual à diferença entre essas duas áreas, isto é, a área 1-2-2’-3-4-1. O rendimento térmico é definido pela relação: 𝜂𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑜 = 𝑤𝑙𝑖𝑞 𝑞𝐻 = á𝑟𝑒𝑎 1 − 2 − 2′ − 3 − 4 − 1 á𝑟𝑒𝑎 𝑎 − 2 − 2′ − 3 − 𝑏 − 𝑎 Eq. 5 T © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 07/11) É importante considerar que no ciclo Rankine o seu rendimento térmico é favorecido quando conseguimos elevar a temperatura na qual o calor é fornecido e conseguimos reduzir a temperatura na qual o calor é rejeitado. O ciclo de Carnot apresenta um rendimento térmico mais elevado que o ciclo Rankine, mas existem dois motivos pelos quais não devemos considerar o ciclo Carnot. O primeiro refere-se ao processo de bombeamento, sendo muito difícil construir uma bomba que opera convenientemente sendo alimentada com uma mistura de líquido e vapor e que forneça líquido saturado na seção de descarga. O segundo motivo envolve o superaquecimento do vapor. No ciclo Rankine, o vapor é superaquecido a pressão constante, processo 3-3’. © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 08/11) Determine o rendimento de um ciclo Rankine que utiliza água como fluido de trabalho. A pressão no condensador do ciclo é igual a 10 kPa e a caldeira opera a 2 MPa. O vapor deixa a caldeira como vapor saturado. 3 – Exercícios Exercício 1 Na resolução dos problemas sobre os ciclos de Rankine, indicaremos por wb o trabalho da bomba por quilograma de fluido que escoa no equipamento e por ql o calor rejeitado pelo fluido de trabalho por quilograma de fluido que escoa no equipamento. Na solução deste problema, consideramos, sucessivamente uma superfície de controle que envolve a bomba, a caldeira a turbina e o condensador. Em cada caso, o modelo termodinâmico adotado é aquele associado às tabelas de vapor d’água e consideraremos que o processo ocorre em regime permanente (com variações de energia cinética e potencial desprezíveis). © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 09/11) Uma central de potência a vapor, como a mostrada na figura abaixo, opera num ciclo de Rankine. O vapor é descarregado da caldeira como vapor saturado a 3 MPa e o condensador opera a 10 kPa. Determine o trabalho específico a transferência de calor em cada componente do ciclo ideal e a eficiência do ciclo. 3 – Exercícios Exercício 2 – P 11.13 © UNIP 2020 all rights reserved Ciclos de Potência (slide 10/11) Considere um ciclo de Rankine ideal movido a energia solar, que utiliza água como fluido de trabalho. Vapor saturado sai do coletor solar a 175oC e a pressão do condensador é 10 kPa. Determine o rendimento térmico desse ciclo. 3 – Exercícios Exercício 3 – P 11.14 Solar Heater © UNIP 2020 all rights reserved Borgnakke, C. e Sonntag, R.E., “Fundamentos da Termodinâmica”, 7ª Ed., Editora Edgard Blucher, 2010. Bibliografia Ciclos de Potência (slide 11/11)
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