Buscar

Direitos Sociais e Cláusulas Pétreas Constitucionais


Prévia do material em texto

Saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho
Aula 6: Direitos sociais como cláusulas pétreas constitucionais
Apresentação
Nesta aula, entenderemos os limites do ordenamento jurídico e os direitos sociais, destacando suas cláusulas pétreas
vinculadas à dignidade da pessoa humana.
Também falaremos sobre outro tema a respeito de boas práticas relacionadas aos seguintes tópicos: inclusão,
diversidade, igualdade de gênero, responsabilidade social e sustentabilidade. Trata-se de um tópico de extrema
importância para os responsáveis por uma empresa que puderem garantir a saúde, a segurança e a qualidade de vida dos
seus colaboradores.
Objetivos
De�nir os direitos sociais, cláusulas pétreas constitucionais e sua importância para a sociedade;
Discutir a importância de uma visão inclusiva nos negócios com responsabilidade social e sustentabilidade;
Ilustrar casos de boas práticas empresariais nos temas de inclusão, diversidade, igualdade de gênero,
responsabilidade social e sustentabilidade.
 A importância dos direitos sociais
A Constituição de 1988 determinou o ser
humano como o centro de todo o
ordenamento constitucional, seja no
estabelecimento do sistema político,
econômico ou social, incorporando o mais
amplo rol de direitos e garantias
fundamentais já previsto em constituições
nacionais, logo no início do seu texto.
Além disto, inseriu os chamados direitos e
garantias individuais no elenco dos limites
materiais explícitos ao poder de reforma, ao
lado da forma federativa de Estado, do voto
direto, secreto, universal e periódico e da
separação dos Poderes.
Desta maneira, o Estado brasileiro existe para
proteger e tutelar o ser humano, assegurando
as suas condições políticas, sociais,
econômicas e jurídicas que permitam que ele
atinja seus objetivos com a mais ampla
proteção.
Os direitos à dignidade e igualdade humanas estão reconhecidos internacionalmente em documentos, como a Declaração
Universal dos Direitos do Homem (1948) e no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966).
A importância dos direitos fundamentais �ca evidente ao se observar
a inclusão dos direitos e garantias individuais como cláusula pétrea,
isto é, integrante do núcleo perpétuo da Constituição.
Uma questão polêmica reside na interpretação do que está colocado na Constituição quanto aos direitos e garantias
individuais, se estes deveriam ter uma interpretação restrita ou, ao contrário, se deveriam ser compreendidos como todos os
direitos fundamentais do ser humano que determinariam como núcleo perpétuo da Constituição.
O Supremo Tribunal Federal (STF) não enfrentou diretamente a matéria, para determinar o exato conteúdo da expressão
direitos individuais prevista no art. 60, § 4º, IV da Constituição, devendo sua interpretação ser entendida de uma forma ampla,
contemplando todos os direitos fundamentais do ser humano (sociais, políticos, coletivos e os de nacionalidade) e não apenas
uma de suas espécies.
Se você desejar um entendimento mais aprofundado sobre o assunto, está indicado abaixo um artigo sobre esta questão
técnica.
JANINI, Tiago Cappi. Os direitos fundamentais como cláusula pétrea. In: Direitos fundamentais e democracia III. 1.
ed. Florianópolis: CONPEDI, 2014.
Neste entendimento, direitos como de greve, liberdade de associação sindical e proibições de discriminação entre os
trabalhadores (direitos especiais de igualdade) têm também uma mesma fundamentação de serem considerados como
integrantes do núcleo perpétuo da Constituição.
A Constituição também reconheceu em seu artigo 5º, caput, o princípio constitucional da igualdade:
"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes."
- BRASIL, 1988
Isto se tornou um marco legal e em outros artigos desta mesma Constituição se destacam de uma maneira semelhante:
a. Igualdade racial no artigo 4º, inciso VIII.
b. Igualdade entre os sexos no artigo 5º, inciso I.
c. Igualdade de credo religioso no artigo 5º, inciso VIII.
d. Igualdade jurisdicional no artigo 5º, inciso XXXVIII.
e. Igualdade trabalhista no artigo 7º, inciso XXXVII.
f. Igualdade política no artigo 14º.
g. Igualdade tributária no artigo 150º, inciso III.
Desta maneira, o princípio da igualdade é um importante instrumento para evitar as situações de discriminação no emprego e
na pro�ssão, e possui um signi�cado de conceder às pessoas um tratamento isonômico e favorável sem que existam
quaisquer outras razões diferentes do mérito ou dos requisitos do emprego.
Segundo Araújo e Maia (2016), tratando a todos de uma única maneira, e se todos �cassem em um mesmo nível de direito e
obrigações, a lei poderia prevenir o cidadão contra o arbítrio e a discriminação infundada.
A igualdade foi um valor extremamente prestigiado pelos
membros constituintes elaboradores da Constituição, e não
apenas em indicar formalmente que todos devem ser
tratados uniformemente diante da lei, mas em seu aspecto
material, ao impor que o ordenamento jurídico deve
identi�car aqueles que se encontram em uma situação
desigual e lhes oferecer um tratamento diferenciado, de
forma proporcional à desigualdade constatada.
A efetivação da igualdade pressupõe o reconhecimento da diferença, atribuindo àquelas pessoas ou situações que sejam
desiguais entre si tratamentos jurídicos adequados à desigualdade existente, de forma a minimizar ou eliminar eventuais
desvantagens, propiciando a todos as mesmas oportunidades.
A Constituição determina que todos tenham iguais oportunidades de participação plena e efetiva na sociedade, e que
possam desenvolver plenamente suas potencialidades, suas personalidades, efetivando a igualdade e a dignidade da
pessoa humana. Neste sentido, podemos a�rmar que a Constituição aponta para o direito e o dever da inclusão dos grupos
vulneráveis na sociedade. 
 
Fonte: (ARAUJO; MAIA, 2016)
A Constituição assume uma construção de um projeto de sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social. Este projeto tem um caráter emancipatório, porque parte de uma suposição de respeito à dignidade
humana.
A pessoa é o centro da vida social em um ambiente democrático, que se relaciona de uma maneira autônoma, livre de
qualquer uma coerção em meio ao reconhecimento de que existe igualdade e existem diferenças no seu meio social.
A emancipação passa pelo desenvolvimento econômico, por uma integração regional e mundial e pela inclusão social,
objetivos explícitos do Estado brasileiro. Além disto, por progresso ecologicamente sustentável, economicamente viável,
socialmente justo e inclusivo.
A exigência de que as relações sociais sejam justas exprime a necessidade de contemplar os interesses majoritários, já a
de inclusão traduz a exigência de espaço para os interesses dos grupos socialmente vulneráveis (consideradas as
diferenças de gênero, de idade e de capacidade física, os grupos étnicos com identidade de�nida, religiosa ou cultural e os
diversos segmentos da sociedade).
No Brasil, o discurso sobre inclusão está inserido no debate jurídico sobre políticas públicas de convivência, e pode ser
exempli�cado como no caso das pessoas com de�ciência, cuja integração à vida comunitária possui uma exigência
constitucional (artigo 203, inciso IV e artigo 227, Parágrafo § 1º, inciso II).
Além disto, a inserção das pessoas com de�ciência tem uma regulação nas Leis Federais No 7.853, de 1989 e No 10.089, de
2000. A partir da leitura destes dispositivos constitucionais, existe o entendimento de que há o reconhecimento explícito do
direito das minorias, não se justi�cando qualquer ato de preconceito social e/ou discriminação, contrários à dignidade da
pessoa humana e ao exercício da democracia social e aos direitos de cidadania.
 A importância de uma visão inclusiva nos negócios em um
ambiente de responsabilidade social e sustentabilidade
As empresas atualmente estãoconsiderando o impacto
de suas decisões sobre a sociedade e têm procurado
maneiras de melhorá-la por meio de uma atuação
orientada para a responsabilidade social e
sustentabilidade dos seus negócios.
O modelo da sustentabilidade é uma nova forma de
fazer negócios, que tem como pressuposto um novo
papel da empresa na sociedade.
Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o modelo de negócios a perspectiva de longo prazo, a inclusão
sistemática da visão e das demandas das partes interessadas, bem como uma transição para um modelo em que os
princípios, a ética e a transparência precedem a implementação de processos, produtos e serviços.
De acordo com Horst e Cunha (2010), A sustentabilidade tem se apresentado no cenário mundial como um conjunto de
propostas voltadas à igualdade, à justiça e à manutenção do planeta para as futuras gerações.
O desenvolvimento sustentável é baseado nos aspectos sociais, ambientais e econômicos, que conduzam as interações
sociais para relacionamentos sadios e equilibrados. As transformações sociais e a participação das mulheres diante destas
modi�cações, com sua crescente inserção no mercado de trabalho, têm gerado novas re�exões acerca dos direitos e
oportunidades que estão sendo conquistados no mundo dos negócios.
A incorporação do conceito de sustentabilidade pelas empresas tem impulsionado o desenvolvimento de instrumentos e
técnicas que auxiliam as organizações na promoção de práticas socialmente responsáveis, voltadas para a valorização da
diversidade, cidadania e bem-estar de trabalhadoras e trabalhadores, incentivando também práticas de equidade.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Uma empresa pode impactar a sociedade de forma
positiva ou negativa. Imagine que um empreendimento
de sucesso pode aumentar a oferta de empregos e
atrair mais investimentos em uma região onde está
instalado. Isto representaria um período de crescimento
econômico.
Por outro lado, as operações desta mesma empresa
podem prejudicar a qualidade de vida da comunidade e
enfraquecer o comércio local, o que representaria uma
era pouco próspera. Nestes cenários, nota-se que os
impactos sociais causados por uma empresa não se
restringem à questão econômica, porque toda a
engrenagem social é afetada.
O que uma empresa pode realizar é trabalhar para garantir que ocorram muito mais transformações positivas do que negativas
e para que eventuais efeitos prejudiciais a todas as partes sejam evitados e/ou minimizados. Os negócios empresariais geram
impactos sociais que, se bem administrados, podem propiciar maior valor para as organizações.
Na atualidade, tem enorme importância uma empresa
pensar ‘fora da caixa’, inovar, mas como fazer isso se todos
que fazem parte da sua organização têm a mesma origem
social, raça, orientação sexual e identidade de gênero?
As organizações que não abrem espaço para isso não
conseguem criar uma cultura de mudança e,
consequentemente, enfrentam mais di�culdade para evoluir
e inovar.
Velhos paradigmas não trazem mais os resultados esperados, é preciso incluir as pessoas, todas elas, para encontrar novas
ideias e, principalmente, saber entender as necessidades dos clientes, todos eles.
Algumas empresas puderam perceber que, fora de grandes
centros ou de bairros mais nobres, existe um mercado
numericamente maior, composto pela diversidade,
representada pelas pessoas que costumavam �car à
margem de campanhas e decisões corporativas.
Quando se entende a importância de se ter uma empresa inclusiva, percebe-se que isso não se limita apenas à cultura
interna, mas ao mundo dos negócios.
As visões e opiniões diferentes permitem entender um pouco melhor sobre o mercado e as suas necessidades.
As contribuições obtidas com os mais diferentes públicos podem criar estratégias para que a empresa ganhe espaço no
mercado e consiga se diferenciar perante a concorrência.
As ações do cotidiano, quando pensadas para trabalhar a diversidade, garantem uma empresa inclusiva e trabalhar alguns
pontos com atenção e incluí-los no planejamento garante que se tenha sucesso em todas as ações.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Casos de boas práticas em inclusão, diversidade, igualdade de
gênero, sustentabilidade e responsabilidade
O objetivo da apresentação de boas práticas é o de disponibilizar casos exemplares, que sejam referências nacionais, que
inspirem ações de outros gestores, empresas e outras instituições para a construção de uma sociedade mais justa e
sustentável.
Desta maneira, serão apresentados os casos de boas práticas relacionadas aos temas:
Inclusão;
Diversidade;
Igualdade de gênero.
Boa prática em inclusão social
O caso a ser apresentado diz respeito à inclusão de pessoas
com de�ciência.
Uma empresa, para ser considerada inclusiva, deverá estar
em constante movimento, para garantir uma cultura
organizacional que permita acolher os pro�ssionais com
de�ciência e buscar uma conscientização dos
colaboradores, para garantir uma harmonia no trabalho em
equipe e a equidade entre os seus membros.
javascript:void(0);
Alguns outros requisitos são necessários para o reconhecimento de uma empresa inclusiva e devem ser devidamente
observados:
a) Colaboradores com de�ciência podem ocupar todas as posições de trabalho na empresa
Todas as oportunidades devem ser abertas a qualquer pessoa, permitindo que quaisquer cargos (operacionais, alta gestão etc.)
possam ser preenchidos de acordo com a quali�cação dos candidatos, ou seja, se o pro�ssional com de�ciência for a pessoa
mais capacitada para o cargo, ele deve ocupá-lo.
b) Público interno comprometido com a inclusão
Todos os colaboradores devem estar conscientizados da necessidade de um esforço contínuo a respeito do entendimento da
importância da inclusão para a empresa e para sociedade.
c) Comunicação e�ciente da cultura de inclusão
Uma comunicação e�ciente deve ser realizada de diferentes maneiras e chegar a todos colaboradores, sobre todos os tipos de
de�ciência, para que auxilie no desenvolvimento da cultura inclusiva. Isto deve acontecer não apenas internamente, mas para
todos os públicos com os quais a empresa se relacione, como fornecedores, parceiros e clientes.
d) Estudo de acessibilidade
Um dos pontos mais difíceis para uma empresa é a infraestrutura, que na maioria dos casos não é adequada. Logo, deve ser
realizado um estudo de acessibilidade que indicará se existem pontos de melhoria, sua escala de valor e programação para
desenvolvimento das ações.
e) Estabelecimento de metas de inclusão
A melhor maneira de mensurar o trabalho que está sendo realizado, sua efetividade e pensar em ações que agreguem
melhorias de inclusão na empresa está no planejamento de metas sobre os pontos que ainda precisam ser aperfeiçoados.
f) Capacitação dos colaboradores
A capacitação ou formação dos colaboradores deve ser contínua, permitindo uma preparação para que obtenham ascensão
pro�ssional e para que, no futuro, possam ocupar cargos estratégicos. Neste processo, pro�ssionais devem estar incluídos,
para que todos tenham oportunidades iguais.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A empresa Monsanto é uma companhia dedicada à agricultura, sendo referência em inovação tecnológica.
No ano de 2018, ela recebeu o prêmio Melhores Empresas
para Trabalhadores com De�ciência, pelo reconhecimento
como uma corporação que apoia a inclusão pro�ssional de
pessoas com de�ciência, focando sempre na capacitação
dos seus colaboradores com ou sem de�ciência, possuindo
boas práticas junto aos funcionários com algum tipo de
de�ciência no ano de 2018.
Essa premiação é feita pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com De�ciência (SEDPcD), de São Paulo, em parceria
com o Centro de Tecnologia e Inclusão (CTI).
A SEDPcD reconheceu que a instituição realizou atividades práticas para transformar a cultura interna da companhia,
modi�cando seu ambiente de trabalho, com implantação de ações no suporte aos colaboradores com de�ciência, promovendocontinuamente o desenvolvimento pro�ssional destes funcionários.
Além disto, a política de inclusão e diversidade da Monsanto inclui grupos de a�nidade que têm cinco pilares como base:
Pessoas com de�ciência;
LGBTs;
Mulheres, raças e gerações.
Tais grupos têm como missão elaborar, incentivar e executar práticas inclusivas que possibilitem a superação de fronteiras no
ambiente de trabalho, bem como a oferta de igualdade de oportunidades.
Isto demonstra que não se trata de uma estratégia de propaganda apenas, mas constitui o modo de a empresa fazer o negócio,
uma vez que os colaboradores podem expor os seus pontos de vista, discutir e manter o respeito às diferenças,
proporcionando que a Monsanto se torne cada vez melhor.
Boa prática em diversidade
A diversidade nas empresas não signi�ca apenas a inclusão
de pessoas com diferentes estilos de vida, mas compreende
a alteração de uma cultura organizacional. Isto porque de
nada adianta uma empresa realizar discurso de promoção
de respeito e à integração, se no cotidiano seus gestores
são preconceituosos, realizam e/ou permitem piadas de
mau gosto, com objetivo de denegrir mulheres ou mesmo a
orientação sexual de algum colaborador.
O signi�cado de diversidade nas empresas é integrar, em um só ambiente, pessoas que compartilham ideias e visões
diferentes. Na união, surge um enorme enriquecimento cultural, que in�uencia positivamente na melhoria dos resultados. Um
código de conduta deve ser estabelecido para re�etir os valores de uma empresa, em que determine uma cultura
organizacional na diversidade, para que seja indutor do compromisso de respeito ao ser humano.
A empresa John Deere de implementos agrícolas, em março deste ano, foi premiada pelo Guia Exame Diversidade.
O prêmio é oferecido por uma parceria da revista Exame com o Instituto Ethos, em São Paulo (SP) e visa dar destaque aos
esforços de diversidade e inclusão.
Entre outras ações, a companhia desenvolve o emprego de uma intérprete de Libras nas suas reuniões gerais, nas reuniões
periódicas especí�cas para tratar temas de interesse desse público, bem como oferece treinamentos para os funcionários em
Libras. A empresa possui diversos programas de diversidade e inclusão em curso, em que podem ser citados:
Programa Women Reach – Gerenciado por funcionárias, com a �nalidade de incentivar o desenvolvimento das
mulheres, a troca de experiências e reforçar a diversidade e a inclusão na empresa.
Um sonho especial realizado – Voltado para a chegada de uma �lha ou de um �lho. O público-alvo é constituído
por pais ou mães em licença, mães adotivas e funcionárias gestantes.
Women in Operations – Dedicado às mulheres que atuam nas operações.
Speed Mentoring – Tem como objetivo esclarecer as dúvidas relacionadas à gestão e ao desenvolvimento de
carreira com os líderes da John Deere.
Campanhas sobre o Dia do Orgulho LGBT e Semana da Consciência Negra.
A John Deere possui um Conselho de Diversidade e Inclusão, com reuniões periódicas no objetivo de propor novas ações e
realizar uma avaliação no trabalho realizado. A principal função do conselho é discutir e desenvolver estratégias para
aprofundar ações dentro de quatro tópicos: Gênero, pessoas com de�ciência, funcionários de produção e cultura.
Esta empresa tem de forma clara a importância de in�uenciar e contribuir com a sociedade de uma maneira mais ampla.
Boa prática em igualdade de gênero
A igualdade no tratamento de mulheres e homens é um direito humano fundamental inviolável, é a coisa certa a ser realizada e
tem re�exos positivos nos negócios.
As empresas podem desempenhar papel fundamental para
a promoção da mudança cultural necessária, ao identi�car e
valorizar as qualidades das mulheres no ambiente
corporativo e na comunidade em que vivem.
A igualdade de gênero descreve o conceito de que todos os
seres humanos, tanto mulheres como homens, são livres
para desenvolver as suas capacidades pessoais e realizar
suas escolhas. Igualdade de gênero não signi�ca que
mulheres e homens têm de ser idênticos, mas que os seus
direitos, responsabilidades e oportunidades não dependem
do fato de terem nascido com o sexo feminino ou
masculino.
A empresa Coca-Cola Brasil é uma das empresas referência no tema
de igualdade de gênero, com políticas claras para incentivar as
mulheres em seu crescimento pro�ssional.
A organização, a partir de 2014, aumentou o período da licença-maternidade e o valor do auxílio-creche, com palestras e
treinamentos sobre o assunto. Além do desenvolvimento interno, a companhia também investe em programas sociais que
estimulem o trabalho feminino nas comunidades, aumento da participação de mulheres em níveis sênior e promoção de duas
mulheres à vice-presidência.
A jornada da diversidade na Coca-Cola teve início na divulgação da visão estratégica global de atingir, em 2020, um cenário
igualitário, composto por 50% de homens e 50% de mulheres nos cargos de liderança da empresa em todo o mundo. Isto
representou uma medida muito importante para o avanço da pauta de gênero na organização, o que estimulou todas as
unidades a criarem soluções que pudessem alcançar tais números.
Neste contexto, a empresa no Brasil desenvolveu sua estratégia local, a partir da constituição de um Comitê de Diversidade
intitulado Lideranças para o futuro, composto por homens e mulheres, com a missão de estudar o assunto dentro da realidade
da Coca-Cola Brasil.
Boa prática em sustentabilidade e
responsabilidade social
Para uma organização possuir uma linha de produtos
sustentável e um posicionamento responsável socialmente,
é necessário haver equilíbrio entre fazer o que é certo e
manter os acionistas, que muitas vezes acreditam que esse
tipo de ação demanda muitos recursos.
À medida que o tempo avança, o posicionamento sustentável pode trazer ganhos para a empresa, que não deve focar
unicamente nos seus interesses, mas no impacto de suas ações para os fornecedores, clientes, acionistas, comunidade, meio
ambiente e consumidores �nais.
A maior fabricante de alumínio do mundo, a americana Alcoa, destaca-se quando o assunto é sustentabilidade no mundo dos
negócios.
Esta organização concilia seu desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, na exploração em um
período de mais de um ano de uma mina de bauxita no município de Juriti, no coração da Floresta Amazônica, com técnicas
que minimizam os seus impactos ambientais.
O objetivo da empresa é transformar o município de Juriti em referência de atuação socioambiental no setor da mineração,
através da criação de um conselho especial, que discute o desenvolvimento da cidade com a comunidade local e o poder
público. Além disto, realizou um fundo de �nanciamento para as ações sociais na região. Estas frentes de diálogo
proporcionam à Alcoa a redução do seu impacto no meio ambiente e a garantia de benefícios sociais duradouros nas regiões
de sua atuação.
 Atividade
1. Analise o texto desta aula e explique o que é uma cláusula pétrea constitucional. Cite pelo menos uma cláusula pétrea de um
dos direitos sociais.
2. Leia as a�rmativas a seguir: 
 
I. Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o modelo de negócios da empresa uma perspectiva de curto prazo. 
II. Os negócios empresariais geram impactos sociais que, se bem administrados, podem propiciar maior valor para as
organizações. 
 
Marque a alternativa correta:
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.
3. Analise o texto desta aula e explique qual é o objetivo da apresentação de boas práticas empresariais.
Notas
Referências
ARAUJO, Luiz Alberto David; MAIA, Maurício. A cidade, o dever constitucional de inclusão social e a acessibilidade. In: Revista
de Direito da Cidade, v. 8, n. 1, Rio de Janeiro: UERJ, 2016. Disponível em: https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/rdc/article/download/19901/15649. Acesso em: 9 set. 2019.
CRUZ, Álvaro Ricardo Souza. O direito à diferença. As açõesa�rmativas como mecanismo de inclusão social de mulheres,
negros, homossexuais e pessoas portadoras de de�ciência. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
HORST, Ana Carolina; CUNHA, Renata Thereza Fagundes. Sustentabilidade empresarial e equidade de gênero: Uma interface a
partir da construção de uma tecnologia social. In: Revista Tecnologia e Sociedade. 2. ed. Paraná: UTFPR, 2010. Disponível em:
https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/download/2558/1663. Acesso em: 9 set. 2019.
JANINI, Tiago Cappi. Os direitos fundamentais como cláusula pétrea. In: Direitos fundamentais e democracia III. 1. ed.
Florianópolis: CONPEDI, 2014.
KOSOVSKI, Ester. Minorias e discriminação. In: SÉGUIN, Elida (coord.). Direito das minorias. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
MAIA, Luciano Mariz; ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. A proteção das minorias no direito brasileiro. Seminário Internacional– As
Minorias e o Direito. Brasília, 2001. In: Série Cadernos do CEJ, 24. Disponível em:
//www.dhnet.org.br/direitos/militantes/lucianomaia/lmmaia_prot_minorias_direito_br.pdf>. Acesso em: 9 set. 2019.
MELLO, Celso A. Bandeira. Conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
PIOVESAN. Flávia. Ações a�rmativas e direitos humanos. In: Revista USP, São Paulo, n. 69, p. 36- 43, mar. - mai. 2006.
TALENTO Incluir. O que falta para sua empresa ser inclusiva? In: Talento Incluir. Disponível em:
https://talentoincluir.com.br/emprego/o-que-te-falta-para-ser-uma-empresa-inclusiva/. Acesso em: 9 set. 2019.
javascript:void(0);
javascript:void(0);
javascript:void(0);
Próxima aula
Os conceitos de Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT);
Os objetivos e princípios da política nacional de segurança e saúde no trabalho;
O processo de uma perícia trabalhista.
Explore mais
Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto.
Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.

Mais conteúdos dessa disciplina