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Saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho Aula 6: Direitos sociais como cláusulas pétreas constitucionais Apresentação Nesta aula, entenderemos os limites do ordenamento jurídico e os direitos sociais, destacando suas cláusulas pétreas vinculadas à dignidade da pessoa humana. Também falaremos sobre outro tema a respeito de boas práticas relacionadas aos seguintes tópicos: inclusão, diversidade, igualdade de gênero, responsabilidade social e sustentabilidade. Trata-se de um tópico de extrema importância para os responsáveis por uma empresa que puderem garantir a saúde, a segurança e a qualidade de vida dos seus colaboradores. Objetivos De�nir os direitos sociais, cláusulas pétreas constitucionais e sua importância para a sociedade; Discutir a importância de uma visão inclusiva nos negócios com responsabilidade social e sustentabilidade; Ilustrar casos de boas práticas empresariais nos temas de inclusão, diversidade, igualdade de gênero, responsabilidade social e sustentabilidade. A importância dos direitos sociais A Constituição de 1988 determinou o ser humano como o centro de todo o ordenamento constitucional, seja no estabelecimento do sistema político, econômico ou social, incorporando o mais amplo rol de direitos e garantias fundamentais já previsto em constituições nacionais, logo no início do seu texto. Além disto, inseriu os chamados direitos e garantias individuais no elenco dos limites materiais explícitos ao poder de reforma, ao lado da forma federativa de Estado, do voto direto, secreto, universal e periódico e da separação dos Poderes. Desta maneira, o Estado brasileiro existe para proteger e tutelar o ser humano, assegurando as suas condições políticas, sociais, econômicas e jurídicas que permitam que ele atinja seus objetivos com a mais ampla proteção. Os direitos à dignidade e igualdade humanas estão reconhecidos internacionalmente em documentos, como a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) e no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966). A importância dos direitos fundamentais �ca evidente ao se observar a inclusão dos direitos e garantias individuais como cláusula pétrea, isto é, integrante do núcleo perpétuo da Constituição. Uma questão polêmica reside na interpretação do que está colocado na Constituição quanto aos direitos e garantias individuais, se estes deveriam ter uma interpretação restrita ou, ao contrário, se deveriam ser compreendidos como todos os direitos fundamentais do ser humano que determinariam como núcleo perpétuo da Constituição. O Supremo Tribunal Federal (STF) não enfrentou diretamente a matéria, para determinar o exato conteúdo da expressão direitos individuais prevista no art. 60, § 4º, IV da Constituição, devendo sua interpretação ser entendida de uma forma ampla, contemplando todos os direitos fundamentais do ser humano (sociais, políticos, coletivos e os de nacionalidade) e não apenas uma de suas espécies. Se você desejar um entendimento mais aprofundado sobre o assunto, está indicado abaixo um artigo sobre esta questão técnica. JANINI, Tiago Cappi. Os direitos fundamentais como cláusula pétrea. In: Direitos fundamentais e democracia III. 1. ed. Florianópolis: CONPEDI, 2014. Neste entendimento, direitos como de greve, liberdade de associação sindical e proibições de discriminação entre os trabalhadores (direitos especiais de igualdade) têm também uma mesma fundamentação de serem considerados como integrantes do núcleo perpétuo da Constituição. A Constituição também reconheceu em seu artigo 5º, caput, o princípio constitucional da igualdade: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes." - BRASIL, 1988 Isto se tornou um marco legal e em outros artigos desta mesma Constituição se destacam de uma maneira semelhante: a. Igualdade racial no artigo 4º, inciso VIII. b. Igualdade entre os sexos no artigo 5º, inciso I. c. Igualdade de credo religioso no artigo 5º, inciso VIII. d. Igualdade jurisdicional no artigo 5º, inciso XXXVIII. e. Igualdade trabalhista no artigo 7º, inciso XXXVII. f. Igualdade política no artigo 14º. g. Igualdade tributária no artigo 150º, inciso III. Desta maneira, o princípio da igualdade é um importante instrumento para evitar as situações de discriminação no emprego e na pro�ssão, e possui um signi�cado de conceder às pessoas um tratamento isonômico e favorável sem que existam quaisquer outras razões diferentes do mérito ou dos requisitos do emprego. Segundo Araújo e Maia (2016), tratando a todos de uma única maneira, e se todos �cassem em um mesmo nível de direito e obrigações, a lei poderia prevenir o cidadão contra o arbítrio e a discriminação infundada. A igualdade foi um valor extremamente prestigiado pelos membros constituintes elaboradores da Constituição, e não apenas em indicar formalmente que todos devem ser tratados uniformemente diante da lei, mas em seu aspecto material, ao impor que o ordenamento jurídico deve identi�car aqueles que se encontram em uma situação desigual e lhes oferecer um tratamento diferenciado, de forma proporcional à desigualdade constatada. A efetivação da igualdade pressupõe o reconhecimento da diferença, atribuindo àquelas pessoas ou situações que sejam desiguais entre si tratamentos jurídicos adequados à desigualdade existente, de forma a minimizar ou eliminar eventuais desvantagens, propiciando a todos as mesmas oportunidades. A Constituição determina que todos tenham iguais oportunidades de participação plena e efetiva na sociedade, e que possam desenvolver plenamente suas potencialidades, suas personalidades, efetivando a igualdade e a dignidade da pessoa humana. Neste sentido, podemos a�rmar que a Constituição aponta para o direito e o dever da inclusão dos grupos vulneráveis na sociedade. Fonte: (ARAUJO; MAIA, 2016) A Constituição assume uma construção de um projeto de sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social. Este projeto tem um caráter emancipatório, porque parte de uma suposição de respeito à dignidade humana. A pessoa é o centro da vida social em um ambiente democrático, que se relaciona de uma maneira autônoma, livre de qualquer uma coerção em meio ao reconhecimento de que existe igualdade e existem diferenças no seu meio social. A emancipação passa pelo desenvolvimento econômico, por uma integração regional e mundial e pela inclusão social, objetivos explícitos do Estado brasileiro. Além disto, por progresso ecologicamente sustentável, economicamente viável, socialmente justo e inclusivo. A exigência de que as relações sociais sejam justas exprime a necessidade de contemplar os interesses majoritários, já a de inclusão traduz a exigência de espaço para os interesses dos grupos socialmente vulneráveis (consideradas as diferenças de gênero, de idade e de capacidade física, os grupos étnicos com identidade de�nida, religiosa ou cultural e os diversos segmentos da sociedade). No Brasil, o discurso sobre inclusão está inserido no debate jurídico sobre políticas públicas de convivência, e pode ser exempli�cado como no caso das pessoas com de�ciência, cuja integração à vida comunitária possui uma exigência constitucional (artigo 203, inciso IV e artigo 227, Parágrafo § 1º, inciso II). Além disto, a inserção das pessoas com de�ciência tem uma regulação nas Leis Federais No 7.853, de 1989 e No 10.089, de 2000. A partir da leitura destes dispositivos constitucionais, existe o entendimento de que há o reconhecimento explícito do direito das minorias, não se justi�cando qualquer ato de preconceito social e/ou discriminação, contrários à dignidade da pessoa humana e ao exercício da democracia social e aos direitos de cidadania. A importância de uma visão inclusiva nos negócios em um ambiente de responsabilidade social e sustentabilidade As empresas atualmente estãoconsiderando o impacto de suas decisões sobre a sociedade e têm procurado maneiras de melhorá-la por meio de uma atuação orientada para a responsabilidade social e sustentabilidade dos seus negócios. O modelo da sustentabilidade é uma nova forma de fazer negócios, que tem como pressuposto um novo papel da empresa na sociedade. Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o modelo de negócios a perspectiva de longo prazo, a inclusão sistemática da visão e das demandas das partes interessadas, bem como uma transição para um modelo em que os princípios, a ética e a transparência precedem a implementação de processos, produtos e serviços. De acordo com Horst e Cunha (2010), A sustentabilidade tem se apresentado no cenário mundial como um conjunto de propostas voltadas à igualdade, à justiça e à manutenção do planeta para as futuras gerações. O desenvolvimento sustentável é baseado nos aspectos sociais, ambientais e econômicos, que conduzam as interações sociais para relacionamentos sadios e equilibrados. As transformações sociais e a participação das mulheres diante destas modi�cações, com sua crescente inserção no mercado de trabalho, têm gerado novas re�exões acerca dos direitos e oportunidades que estão sendo conquistados no mundo dos negócios. A incorporação do conceito de sustentabilidade pelas empresas tem impulsionado o desenvolvimento de instrumentos e técnicas que auxiliam as organizações na promoção de práticas socialmente responsáveis, voltadas para a valorização da diversidade, cidadania e bem-estar de trabalhadoras e trabalhadores, incentivando também práticas de equidade. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Uma empresa pode impactar a sociedade de forma positiva ou negativa. Imagine que um empreendimento de sucesso pode aumentar a oferta de empregos e atrair mais investimentos em uma região onde está instalado. Isto representaria um período de crescimento econômico. Por outro lado, as operações desta mesma empresa podem prejudicar a qualidade de vida da comunidade e enfraquecer o comércio local, o que representaria uma era pouco próspera. Nestes cenários, nota-se que os impactos sociais causados por uma empresa não se restringem à questão econômica, porque toda a engrenagem social é afetada. O que uma empresa pode realizar é trabalhar para garantir que ocorram muito mais transformações positivas do que negativas e para que eventuais efeitos prejudiciais a todas as partes sejam evitados e/ou minimizados. Os negócios empresariais geram impactos sociais que, se bem administrados, podem propiciar maior valor para as organizações. Na atualidade, tem enorme importância uma empresa pensar ‘fora da caixa’, inovar, mas como fazer isso se todos que fazem parte da sua organização têm a mesma origem social, raça, orientação sexual e identidade de gênero? As organizações que não abrem espaço para isso não conseguem criar uma cultura de mudança e, consequentemente, enfrentam mais di�culdade para evoluir e inovar. Velhos paradigmas não trazem mais os resultados esperados, é preciso incluir as pessoas, todas elas, para encontrar novas ideias e, principalmente, saber entender as necessidades dos clientes, todos eles. Algumas empresas puderam perceber que, fora de grandes centros ou de bairros mais nobres, existe um mercado numericamente maior, composto pela diversidade, representada pelas pessoas que costumavam �car à margem de campanhas e decisões corporativas. Quando se entende a importância de se ter uma empresa inclusiva, percebe-se que isso não se limita apenas à cultura interna, mas ao mundo dos negócios. As visões e opiniões diferentes permitem entender um pouco melhor sobre o mercado e as suas necessidades. As contribuições obtidas com os mais diferentes públicos podem criar estratégias para que a empresa ganhe espaço no mercado e consiga se diferenciar perante a concorrência. As ações do cotidiano, quando pensadas para trabalhar a diversidade, garantem uma empresa inclusiva e trabalhar alguns pontos com atenção e incluí-los no planejamento garante que se tenha sucesso em todas as ações. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Casos de boas práticas em inclusão, diversidade, igualdade de gênero, sustentabilidade e responsabilidade O objetivo da apresentação de boas práticas é o de disponibilizar casos exemplares, que sejam referências nacionais, que inspirem ações de outros gestores, empresas e outras instituições para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Desta maneira, serão apresentados os casos de boas práticas relacionadas aos temas: Inclusão; Diversidade; Igualdade de gênero. Boa prática em inclusão social O caso a ser apresentado diz respeito à inclusão de pessoas com de�ciência. Uma empresa, para ser considerada inclusiva, deverá estar em constante movimento, para garantir uma cultura organizacional que permita acolher os pro�ssionais com de�ciência e buscar uma conscientização dos colaboradores, para garantir uma harmonia no trabalho em equipe e a equidade entre os seus membros. javascript:void(0); Alguns outros requisitos são necessários para o reconhecimento de uma empresa inclusiva e devem ser devidamente observados: a) Colaboradores com de�ciência podem ocupar todas as posições de trabalho na empresa Todas as oportunidades devem ser abertas a qualquer pessoa, permitindo que quaisquer cargos (operacionais, alta gestão etc.) possam ser preenchidos de acordo com a quali�cação dos candidatos, ou seja, se o pro�ssional com de�ciência for a pessoa mais capacitada para o cargo, ele deve ocupá-lo. b) Público interno comprometido com a inclusão Todos os colaboradores devem estar conscientizados da necessidade de um esforço contínuo a respeito do entendimento da importância da inclusão para a empresa e para sociedade. c) Comunicação e�ciente da cultura de inclusão Uma comunicação e�ciente deve ser realizada de diferentes maneiras e chegar a todos colaboradores, sobre todos os tipos de de�ciência, para que auxilie no desenvolvimento da cultura inclusiva. Isto deve acontecer não apenas internamente, mas para todos os públicos com os quais a empresa se relacione, como fornecedores, parceiros e clientes. d) Estudo de acessibilidade Um dos pontos mais difíceis para uma empresa é a infraestrutura, que na maioria dos casos não é adequada. Logo, deve ser realizado um estudo de acessibilidade que indicará se existem pontos de melhoria, sua escala de valor e programação para desenvolvimento das ações. e) Estabelecimento de metas de inclusão A melhor maneira de mensurar o trabalho que está sendo realizado, sua efetividade e pensar em ações que agreguem melhorias de inclusão na empresa está no planejamento de metas sobre os pontos que ainda precisam ser aperfeiçoados. f) Capacitação dos colaboradores A capacitação ou formação dos colaboradores deve ser contínua, permitindo uma preparação para que obtenham ascensão pro�ssional e para que, no futuro, possam ocupar cargos estratégicos. Neste processo, pro�ssionais devem estar incluídos, para que todos tenham oportunidades iguais. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online A empresa Monsanto é uma companhia dedicada à agricultura, sendo referência em inovação tecnológica. No ano de 2018, ela recebeu o prêmio Melhores Empresas para Trabalhadores com De�ciência, pelo reconhecimento como uma corporação que apoia a inclusão pro�ssional de pessoas com de�ciência, focando sempre na capacitação dos seus colaboradores com ou sem de�ciência, possuindo boas práticas junto aos funcionários com algum tipo de de�ciência no ano de 2018. Essa premiação é feita pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com De�ciência (SEDPcD), de São Paulo, em parceria com o Centro de Tecnologia e Inclusão (CTI). A SEDPcD reconheceu que a instituição realizou atividades práticas para transformar a cultura interna da companhia, modi�cando seu ambiente de trabalho, com implantação de ações no suporte aos colaboradores com de�ciência, promovendocontinuamente o desenvolvimento pro�ssional destes funcionários. Além disto, a política de inclusão e diversidade da Monsanto inclui grupos de a�nidade que têm cinco pilares como base: Pessoas com de�ciência; LGBTs; Mulheres, raças e gerações. Tais grupos têm como missão elaborar, incentivar e executar práticas inclusivas que possibilitem a superação de fronteiras no ambiente de trabalho, bem como a oferta de igualdade de oportunidades. Isto demonstra que não se trata de uma estratégia de propaganda apenas, mas constitui o modo de a empresa fazer o negócio, uma vez que os colaboradores podem expor os seus pontos de vista, discutir e manter o respeito às diferenças, proporcionando que a Monsanto se torne cada vez melhor. Boa prática em diversidade A diversidade nas empresas não signi�ca apenas a inclusão de pessoas com diferentes estilos de vida, mas compreende a alteração de uma cultura organizacional. Isto porque de nada adianta uma empresa realizar discurso de promoção de respeito e à integração, se no cotidiano seus gestores são preconceituosos, realizam e/ou permitem piadas de mau gosto, com objetivo de denegrir mulheres ou mesmo a orientação sexual de algum colaborador. O signi�cado de diversidade nas empresas é integrar, em um só ambiente, pessoas que compartilham ideias e visões diferentes. Na união, surge um enorme enriquecimento cultural, que in�uencia positivamente na melhoria dos resultados. Um código de conduta deve ser estabelecido para re�etir os valores de uma empresa, em que determine uma cultura organizacional na diversidade, para que seja indutor do compromisso de respeito ao ser humano. A empresa John Deere de implementos agrícolas, em março deste ano, foi premiada pelo Guia Exame Diversidade. O prêmio é oferecido por uma parceria da revista Exame com o Instituto Ethos, em São Paulo (SP) e visa dar destaque aos esforços de diversidade e inclusão. Entre outras ações, a companhia desenvolve o emprego de uma intérprete de Libras nas suas reuniões gerais, nas reuniões periódicas especí�cas para tratar temas de interesse desse público, bem como oferece treinamentos para os funcionários em Libras. A empresa possui diversos programas de diversidade e inclusão em curso, em que podem ser citados: Programa Women Reach – Gerenciado por funcionárias, com a �nalidade de incentivar o desenvolvimento das mulheres, a troca de experiências e reforçar a diversidade e a inclusão na empresa. Um sonho especial realizado – Voltado para a chegada de uma �lha ou de um �lho. O público-alvo é constituído por pais ou mães em licença, mães adotivas e funcionárias gestantes. Women in Operations – Dedicado às mulheres que atuam nas operações. Speed Mentoring – Tem como objetivo esclarecer as dúvidas relacionadas à gestão e ao desenvolvimento de carreira com os líderes da John Deere. Campanhas sobre o Dia do Orgulho LGBT e Semana da Consciência Negra. A John Deere possui um Conselho de Diversidade e Inclusão, com reuniões periódicas no objetivo de propor novas ações e realizar uma avaliação no trabalho realizado. A principal função do conselho é discutir e desenvolver estratégias para aprofundar ações dentro de quatro tópicos: Gênero, pessoas com de�ciência, funcionários de produção e cultura. Esta empresa tem de forma clara a importância de in�uenciar e contribuir com a sociedade de uma maneira mais ampla. Boa prática em igualdade de gênero A igualdade no tratamento de mulheres e homens é um direito humano fundamental inviolável, é a coisa certa a ser realizada e tem re�exos positivos nos negócios. As empresas podem desempenhar papel fundamental para a promoção da mudança cultural necessária, ao identi�car e valorizar as qualidades das mulheres no ambiente corporativo e na comunidade em que vivem. A igualdade de gênero descreve o conceito de que todos os seres humanos, tanto mulheres como homens, são livres para desenvolver as suas capacidades pessoais e realizar suas escolhas. Igualdade de gênero não signi�ca que mulheres e homens têm de ser idênticos, mas que os seus direitos, responsabilidades e oportunidades não dependem do fato de terem nascido com o sexo feminino ou masculino. A empresa Coca-Cola Brasil é uma das empresas referência no tema de igualdade de gênero, com políticas claras para incentivar as mulheres em seu crescimento pro�ssional. A organização, a partir de 2014, aumentou o período da licença-maternidade e o valor do auxílio-creche, com palestras e treinamentos sobre o assunto. Além do desenvolvimento interno, a companhia também investe em programas sociais que estimulem o trabalho feminino nas comunidades, aumento da participação de mulheres em níveis sênior e promoção de duas mulheres à vice-presidência. A jornada da diversidade na Coca-Cola teve início na divulgação da visão estratégica global de atingir, em 2020, um cenário igualitário, composto por 50% de homens e 50% de mulheres nos cargos de liderança da empresa em todo o mundo. Isto representou uma medida muito importante para o avanço da pauta de gênero na organização, o que estimulou todas as unidades a criarem soluções que pudessem alcançar tais números. Neste contexto, a empresa no Brasil desenvolveu sua estratégia local, a partir da constituição de um Comitê de Diversidade intitulado Lideranças para o futuro, composto por homens e mulheres, com a missão de estudar o assunto dentro da realidade da Coca-Cola Brasil. Boa prática em sustentabilidade e responsabilidade social Para uma organização possuir uma linha de produtos sustentável e um posicionamento responsável socialmente, é necessário haver equilíbrio entre fazer o que é certo e manter os acionistas, que muitas vezes acreditam que esse tipo de ação demanda muitos recursos. À medida que o tempo avança, o posicionamento sustentável pode trazer ganhos para a empresa, que não deve focar unicamente nos seus interesses, mas no impacto de suas ações para os fornecedores, clientes, acionistas, comunidade, meio ambiente e consumidores �nais. A maior fabricante de alumínio do mundo, a americana Alcoa, destaca-se quando o assunto é sustentabilidade no mundo dos negócios. Esta organização concilia seu desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, na exploração em um período de mais de um ano de uma mina de bauxita no município de Juriti, no coração da Floresta Amazônica, com técnicas que minimizam os seus impactos ambientais. O objetivo da empresa é transformar o município de Juriti em referência de atuação socioambiental no setor da mineração, através da criação de um conselho especial, que discute o desenvolvimento da cidade com a comunidade local e o poder público. Além disto, realizou um fundo de �nanciamento para as ações sociais na região. Estas frentes de diálogo proporcionam à Alcoa a redução do seu impacto no meio ambiente e a garantia de benefícios sociais duradouros nas regiões de sua atuação. Atividade 1. Analise o texto desta aula e explique o que é uma cláusula pétrea constitucional. Cite pelo menos uma cláusula pétrea de um dos direitos sociais. 2. Leia as a�rmativas a seguir: I. Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o modelo de negócios da empresa uma perspectiva de curto prazo. II. Os negócios empresariais geram impactos sociais que, se bem administrados, podem propiciar maior valor para as organizações. Marque a alternativa correta: a) As duas afirmativas são verdadeiras. b) A afirmativa I é verdadeira e a II é falsa. c) A afirmativa II é verdadeira e a I é falsa. d) As duas afirmativas são falsas. 3. Analise o texto desta aula e explique qual é o objetivo da apresentação de boas práticas empresariais. Notas Referências ARAUJO, Luiz Alberto David; MAIA, Maurício. A cidade, o dever constitucional de inclusão social e a acessibilidade. In: Revista de Direito da Cidade, v. 8, n. 1, Rio de Janeiro: UERJ, 2016. Disponível em: https://www.e- publicacoes.uerj.br/index.php/rdc/article/download/19901/15649. Acesso em: 9 set. 2019. CRUZ, Álvaro Ricardo Souza. O direito à diferença. As açõesa�rmativas como mecanismo de inclusão social de mulheres, negros, homossexuais e pessoas portadoras de de�ciência. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005. HORST, Ana Carolina; CUNHA, Renata Thereza Fagundes. Sustentabilidade empresarial e equidade de gênero: Uma interface a partir da construção de uma tecnologia social. In: Revista Tecnologia e Sociedade. 2. ed. Paraná: UTFPR, 2010. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/download/2558/1663. Acesso em: 9 set. 2019. JANINI, Tiago Cappi. Os direitos fundamentais como cláusula pétrea. In: Direitos fundamentais e democracia III. 1. ed. Florianópolis: CONPEDI, 2014. KOSOVSKI, Ester. Minorias e discriminação. In: SÉGUIN, Elida (coord.). Direito das minorias. Rio de Janeiro: Forense, 2001. MAIA, Luciano Mariz; ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. A proteção das minorias no direito brasileiro. Seminário Internacional– As Minorias e o Direito. Brasília, 2001. In: Série Cadernos do CEJ, 24. Disponível em: //www.dhnet.org.br/direitos/militantes/lucianomaia/lmmaia_prot_minorias_direito_br.pdf>. Acesso em: 9 set. 2019. MELLO, Celso A. Bandeira. Conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2015. PIOVESAN. Flávia. 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