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Natação grupos especiais

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SERGIPE
EDUCAÇÃO FÍSICA - BACHARELADO
DANILLA CRISTINA LEMOS SOUZA SANTANA
JOCIENE BARBOZA DOS SANTOS
JOELMA NASCIMENTO LIMA
PRÁTICA DA NATAÇÃO
ARACAJU
2021
DANILLA CRISTINA LEMOS SOUZA SANTANA
JOCIENE BARBOZA DOS SANTOS
JOELMA NASCIMENTO LIMA
PRÁTICA DA NATAÇÃO
Trabalho de Prática da Natação, apresentado no curso de Educação Física Bacharelado do Centro Universitário Estácio de Sergipe sob orientação do Prof. Michael Santana.
ARACAJU
2021
INTRODUÇÃO
De um modo geral, pode-se dizer que todo indivíduo que apresenta algum problema de saúde ou condição de caráter irreversível ou não, que interfira diretamente na prática esportiva ou que apresente cuidados específicos para participar de um programa de exercício físico, se encaixa em alguma população de grupos especiais. Assim, são classificados como Grupos Especiais os indivíduos que possuem condições e necessidades específicas limitantes ou não (hipertensos, obesos, diabéticos, cardiopatas etc.), ou que estejam em fases da vida que demandam cuidados e atenção especial (bebês e crianças, adolescentes, gestantes, pós-parto, idosos). A prática de exercícios físicos deve ser bastante estimulada nesses grupos, pois pode ter ação terapêutica, prevenir certas doenças, melhorar o condicionamento físico, promover benefícios psicológicos, auxiliar no desenvolvimento motor, cognitivo e nas relações afetivas e sociais.
A natação é um dos exercícios físicos mais praticados em todo o mundo, nas mais variadas formas: recreacional, regular (nomeadamente frequência de aulas), terapêutica e competitiva. Em função da relação íntima dos bebês com o meio aquático, a natação pode ser introduzida em fase precoce, nos primeiros meses de vida (ENCARNAÇÃO et al., 2019). 
Gallahue e Ozmun (2005) relatam que a natação configura o primeiro e mais eficiente mecanismo para introduzir a atividade física na vida do indivíduo, como também constitui relevante ferramenta para fomentar na criança, um modo de aprendizado. Sendo, dessa forma, uma atividade que proporciona um melhor desenvolvimento psicomotor, fortalecimento do corpo e ainda serve de meio inclusivo no contexto da maturação. Mataruna e Salles (2006) consideraram que a prática de atividades aquáticas aumenta as capacidades motoras do bebê e permite a vivência de novas experiências que o ajudarão a crescer. Nesse sentido, esse trabalho foi realizado com o objetivo de elaborar uma breve discussão sobre a importância da natação voltada para bebês.
Natação para bebês
A natação para bebês é uma das modalidades recentes da natação. Teve início na Austrália, em 1939, onde foi publicado o primeiro artigo sobre os benefícios da natação para bebês. No Brasil, alguns estudos começaram a surgir na década de 60, porém cheio de mitos e preconceitos, e somente nos anos de 80 surgiram as primeiras publicações científicas (BONACELLI, 2004). 
Na natação para bebês, não ocorre o ensino das técnicas de nado formais. Nela, o bebê irá apropriar-se das condutas, dos conhecimentos e das vivências essenciais para que saiba estar e comportar-se corretamente no meio aquático (BARBOSA, 1999). Segundo Bresges (1980), o bebê aprende a fazer uso de suas vantagens inatas - flutuabilidade, reserva de oxigênio, inconsciência do perigo etc. - para, eventualmente, ficar livre do perigo na água. Assim, no meio aquático, o bebê tende a relaxar, aprende novos movimentos, fortalece sua musculatura e aprende a controlar a sua respiração, aspectos que contribuem de forma decisiva para seu desenvolvimento motor. Além disso, há uma contribuição significativa para seu desenvolvimento e conhecimento, atuando sobre sua conduta, fazendo-o mais independente e ativo ao explorar o meio, o que favorece a socialização (MATARUNA e SALLES, 2006).
O ingresso do bebê nessa modalidade ainda é bastante discutido entre os estudiosos e não há o consenso na literatura sobre qual a idade ideal para seu início (PEREIRA et al., 2009). A Sociedade Brasileira de Pediatria preconiza que o bebê seja inserido na natação a partir dos 6 meses de idade, onde já adquiriu uma estabilização cervical (SBP, 2015). É importante salientar que, antes de começar a frequentar as atividades aquáticas, o bebê possua peso adequado para a idade, tendo em vista que a probabilidade de se exibir estados de hipotermia seja menor. Além disso, mesmo estando com o programa de vacinas em dia, dado que o sistema imunológico do recém-nascido é bastante deficitário, é necessário dar algum tempo para que esse mesmo sistema se desenvolva, antes de passar a frequentar um meio propenso à contração de diversos tipos de problemas de saúde, como são os de foro vírológico, bactérológico ou micótico (BARBOSA, 1999).
Na natação para bebês, o papel dos pais é de extrema importância para o bem-estar do educando e aproveitamento do tempo em meio aquático, de modo que decorra uma transmissão de segurança por parte dos mesmos aos bebês. O contato entre bebê, pais e professor contribui para o desenvolvimento sócio afetivo (RAIOL e RAIOL, 2010) e por isso são fundamentais no processo ensino-aprendizagem do bebê. 
Por apresentar os mais diversos benefícios para os bebês, os pais procuram a prática da natação com expectativas em relação ao desenvolvimento do seu bebê e às suas repercussões nos planos fisiológicos e psicológicos. Segundo dos Santos et al. (2020), a natação para bebês tem importância fundamental no desenvolvimento motor, psicomotor e sócio afetivo dos mesmos. Os primeiros contatos são de suma importância, crianças quando iniciadas precocemente na natação, podem inclusive ter um melhor rendimento escolar e alfabetização. Se o bebê for bem acompanhado pelo profissional de Educação física desde a iniciação da natação, estes serão capazes de executar movimentos natatórios por meio dos estímulos que buscam facilitar o desenvolvimento de órgãos sensoriais das crianças.
Estrutura e higiene de piscinas e vestiários 
Um fator de suma importância quando se trabalha com natação para bebês é a estrutura e condições de higiene do ambiente que promoverá a atividade para fornecer segurança e conforto aos praticantes. A qualidade da água da piscina e a higienização de áreas comuns, como vestiários e outros locais de convívio, deve garantir que os bebês não tenham problemas de saúde decorrentes de locais mal higienizados (LIMA, 2003). O tratamento da água deve ser feito, preferencialmente, com eletrólise de sal, para que assim se tenha um baixo teor de cloro, a fim de minimizar problemas alérgicos que possam ocorrer com os bebês. Portanto, a água deve ser cristalina, apresentar Ph de 7.4 a 7.6, nível de cloro de 2 ppm e temperatura média de 32 ºC (DAIBERT, 2008). Ainda em relação à piscina, deve conter barras de apoio em toda a sua extensão e ser de profundidade equivalente à prática da atividade. O ambiente deve ter boa ventilação, para adequada eliminação de cheiros e ar viciado. O número de objetos e brinquedos com cores e formatos diferentes deve ser o suficiente para todos, e a aula não deve coincidir com o horário de sono ou horário de refeição do bebê.
Uma das instalações que merece atenção especial são os vestiários, pois, terminada a aula, ao pais se dirigirem com os bebês para lá, ainda molhados, e passam, inevitavelmente, por outro ambiente com temperatura diferente da temperatura da água da piscina. Os vestiários, se aquecidos, proporcionarão não só um maior conforto aos bebês, mas evitarão qualquer mudança brusca de temperatura, garantido sua integridade física (DAIBERT, 2008). Além disso, devem ser amplos, confortáveis e constantemente higienizados para os banhos dos bebês.
CONCLUSÃO
Pode-se dizer que a prática da natação aumenta as possibilidades motrizes do bebê e permite a experimentação de novas situações que o ajudarão a crescer. Por isso a natação deve ser paralela ao crescimento e estar presente de forma continuada na vida dos bebês.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, T. Para uma clarificação dos objectivos dos programas de natação para bebés. Lecturas: EducaciónFísica y Deportes, v.4, n.15, 1999.  
BONACELLI, M. C. L. M. Natação para bebês e desenvolvimento cognitivo. Disponível em:
http://www.fef.unicamp.br/eventos/ccd2/trabalhos/11007608811.pdf.Acesso em: abril de 2021.
BRESGES, L. Natação para o meu neném. Tradução de Maria Lenk. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1980. 
DAIBERT, J.B.C. Os benefícios da natação para bebês. 2008, 18 f. Trabalho de conclusão (licenciatura – Educação Física) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 2008.
ENCARNAÇÃO, A. et al. Caracterização dos pais e percepção dos mesmos sobre aulas de natação para bebés. Rev UIIPS, v.7, n.2, p. 157-167, 2019.
GALLAHUE, D.L; OZMUN, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. São Paulo: Phorte, 2005.
LIMA, E. L. A pratica da natação para bebês. 1ª Ed.Jundiaí – SP: Ed. Fontoura, 2003.
MARATUNA, L. e SALLES, P. (2006). Natação para bebés: Retrato da realidade em Nova Iguaçu-RJ. Lecturas: Educación Física y Deportes, v.11, n.96, 2006.
PEREIRA, K; SACCANI, R; VALENTINI, C.N. Desenvolvimento motor de bebês que praticam natação, Anais... (2009): X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009. 
RAIOL, P.A.F.S. e RAIOL, R.A. A importância da prática da natação para bebês. Lecturas: Educación Física y Deportes, v.15, n.150, 2010. 
SANTOS et al. Os benefícios da natação para faixa etária lactente. E- revista, v.18, p. 1981-3511, 2020.
SBP (Sociedade Brasileira De Pediatria). Os Benefícios da natação para a saúde, 2015. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/ os- beneficios-da-natacao-para-asaude/Acesso em: abril de 2021.

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