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GEOGRAFIA O TERRITÓRIO NACIONAL; ESPAÇO BRASILEIRO; O MODELO ECONÔMICO BRASILEIRO Livro Eletrônico PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima REVISOR(A): Mayra Barbosa Souza DIAGRAMADOR: Weverton Carvalho CAPA: Washington Nunes Chaves Gran Cursos Online SBS Quadra 02, Bloco J, Lote 10, Edifício Carlton Tower, Sala 201, 2º Andar, Asa Sul, Brasília-DF CEP: 70.070-120 Capitais e regiões metropolitanas: 4007 2501 Demais localidades: 0800 607 2500 Seg a sex (exceto feriados) / das 8h às 20h www.grancursosonline.com.br/ouvidoria TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe ração de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor. © 05/2019 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br/ouvidoria http://www.grancursosonline.com.br LUIS FELIPE ZIRIBA Formado em Geografia pela Universidade de Brasília, leciona desde 2001 em cursos e pla- taformas variadas pelo Distrito Federal, tendo começado em pré-vestibulares, seguindo para preparatórios para o concurso de admissão à carreira diplomática, escolas de ingresso na carreira militar (espcex) além de lecionar para os mais concorridos concurso do Brasil, tais quais Câmara dos Deputados, Senado Federal, BC ,PF, PCDF ,entre outros, promovendo nes- tes últimos, principalmente, aulas na frente de Atualidades e de Realidade do DF O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br 4 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba O Espaço Brasileiro .....................................................................................5 Parte I. O Espaço Brasileiro: Aspectos Naturais (Relevo, Clima Vegetação, Hidrografia e Solos) ....................................................................................6 1. Macrodivisão Natural do Espaço Brasileiro ..................................................6 1.1. Introdução ..........................................................................................6 1.2. Biomas, Domínios, Ecossistemas e Solos .................................................7 1.3. Os Biomas Brasileiros .........................................................................11 2. Clima ..................................................................................................45 2.1. Os Climas do Brasil ............................................................................46 3. Relevo .................................................................................................49 3.1. Os Macro Blocos Geológicos Brasileiros (Estruturas) ................................50 3.2. As Grandes Unidades de Relevo (As Formas de Relevo) ...........................52 Parte II. O Território Nacional: A Construção do Estado e da Nação, a Obra de Fronteiras, Fusos Horários e a Federação Brasileira ................................53 1. Introdução ...........................................................................................53 2. Fusos Horários .....................................................................................55 3. Conceitos: Território, Estado, População, Povo e Nação ..............................59 Parte III. O Modelo Econômico Brasileiro: Industrialização, Energia e Complexos Agroindustriais e as Disparidades Territoriais ................................. 59 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 5 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba O ESPAÇO BRASILEIRO Apresentação Nesta primeira aula, veremos aspectos territoriais naturais do Brasil e suas for- mações econômicas regionais. Por fim, apresentarei um texto complementar, feito por mim, bem elucidativo sobre nossa matriz energética. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 6 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba PARTE I. O ESPAÇO BRASILEIRO: ASPECTOS NATURAIS (RELEVO, CLIMA VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA E SOLOS) 1. Macrodivisão Natural do Espaço Brasileiro 1.1. Introdução Caro(a) aluno(a), iniciarei esta primeira aula abordando os temas mais espe- cíficos de geografia física, pois os demais tópicos estão relacionados a temas de geografia humana do Brasil: urbanização, campo, população, entre outros. Visto isso, e sem perder tempo, vale uma introdução importante: fazer a se- paração entre biomas, domínios e ecossistemas. Perceba bem que o Cespe, faz algum tempo, em certas provas, menciona conhe- cimentos acerca de domínios e de biomas (e seus respectivos ecossistemas). Em nosso edital, cita domínios, mas nem ao menos explica quais são, ou seja, se estes são domínios geomorfológicos, morfoclimáticos. Tudo bem, isso acontece às vezes, e é quase certo que esse termo domínios entrou de forma protocolar, mais uma vez (posso apostar que sim, tal qual em outros concursos), pois o planejamento nacio- nal trabalha, hoje, com a macrodivisão do território nacional em biomas. Os domínios, se forem os de Aziz ab’Saber, chamados domínios morfoclimáticos, ficaram literalmente para trás, sendo uma divisão dos anos 1960, e são, no to- tal, seis, mais as chamadas faixas de transição. A classificação, inclusive, em domínios morfoclimáticos é, além de ultrapassada, mais complexa, sem dúvidas, à medida que leva em conta fatores bióticos e naturais, tais quais clima, vegetação e relevo, enquanto a divisão em biomas leva como base as tipologias vegetais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 7 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Domínio Amazônico Domínio do Cerrado Domínio dos Mares de Morros Domínio da Caatinga Domínio da Araucária Domínio da Pradaria Faixas de Transição Mapa do Brasil Domínios Morfoclimáticos Aziz Ab’Saber Domínios morfoclimáticos 1.2. Biomas, Domínios, Ecossistemas e Solos São, portanto, seis domínios morfoclimáticos, como vemosacima no mapa, acrescidos de suas respectivas faixas de transição. Vale um destaque de extrema importância: no mapa brasileiro de biomas do IBGE (nosso mapa oficial apresenta- do a seguir), não ocorrem as zonas de transição, sendo que, no mapa de biomas, as áreas de encontro entre essas macrounidades são denominadas ecótonos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 8 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Obs.:� no mapa de biomas brasileiros, os encontros entre biomas diferentes são denominados ecótonos. Um ecótono muito importante que representa recente fronteira de expansão do agronegócio mecanizado e suas escalas de produção de valor e desmatamento associado é o da Amazônia – Cer- rado, em estados como Mato Grosso e Tocantins, por exemplo. Utilizarei, inicialmente, o mapa a seguir e suas legendas correspondentes. Observe bem que está em duas configurações. Uma mais detalhada com estados e coordenadas e outra mais destacando apenas as diferenças dos biomas no mapa brasileiro. Biomas continentais Amazônia Mata Atlântica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa Biomas continentais Amazônia Mata Atlântica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa Biomas (IBGE) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 9 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Biomas (IBGE) Por fim, e dando seguimento a esta parte introdutória, e antes de falar especi- ficamente sobre os biomas nacionais, apresentarei o conceito de ecossistema e as diferenças principalmente em relação aos biomas. Um ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios; e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. Esses componentes interagem por meio das transferências de energia dos organis- mos vivos entre si e entre estes e os demais elementos de seu ambiente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 10 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Como são definidos pela rede de interações entre organismos, e entre os or- ganismos e seu ambiente, ecossistemas podem ter qualquer tamanho. Como é difícil determinar os limites de um ecossistema, e no Brasil há bem delimitado o limite dos biomas no mapa que vimos acima – não se esqueça dele –, con- venciona-se adotar distinções para a compreensão e possibilidade de investigação científica. Assim podemos estabelecer inicialmente, por exemplo, uma separação entre os meios aquáticos e terrestres. Então, ecossistemas aquáticos serão os lagos, naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios, mares e oceanos. Os ecossistemas terrestres serão as florestas, as dunas, os desertos, as tundras, as montanhas, as pradarias e pastagens e assim vai. Veja que ecossistema é diferente de bioma, embora esteja inserido den- tro deste. Bioma, na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o “conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimá- ticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversida- de biológica própria”. Em outras palavras, pode ser definido como uma grande área de vida formada por um complexo de ecossistemas com características homogêneas. É importante, por fim, destacar que, muitas vezes, o termo bioma é utilizado como sinônimo de ecossistema, mas, diferentemente do ecossistema, na classifi- cação de bioma interessa mais o meio físico (a fisionomia da área, princi- palmente da vegetação) do que as interações que nele ocorrem. O perfil do local e a dimensão também importam na classificação: um ecossistema qualquer só será considerado um bioma se suas dimensões forem de grande escala. As- sim, por exemplo, existe o bioma Mata Atlântica e dentro dele vários ecos- sistemas, como o das matas ombrófilas, das restingas e dos manguezais, dos campos de altitude entre outros. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br http://ibge.gov.br/ http://ibge.gov.br/ 11 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba 1.3. Os Biomas Brasileiros Bom, visto em qual contexto se encaixam os termos biomas, domínios e ecossis- temas, explicarei especificamente sobre aquele que domina hoje o planejamento am- biental, estrutural e legal no Brasil: o bioma e sua distribuição pelo território nacional. Como são divisões que levam em conta prioritariamente a tipologia vegetal das macroáreas, vale destacar que os biomas podem ser de três extratos diferentes: • Florestais: árvores de grande porte. Ex.: Mata Atlântica e Amazônia; • Arbustivos: árvores de médio porte. Ex.: Cerrado e Caatinga; • Herbáceos: gramíneas. Ex.: Pampas. Obs.:� o Pantanal é um sistema complexo, no qual se encontram extratos vegetais de vários tipos. 1.3.1. O Bioma Amazônico Floresta latifoliada ombrófila equatorial. Latifoliada = folhas largas. Características Para começar a falar sobre a Amazônia, vale a pena, caro(a) aluno(a), separar o conceito de Amazônia Legal e de bioma amazônico. O conceito de Amazônia Legal se refere a um planejamento comum a um terri- tório que abrange também partes de outros biomas. O ecótono (encontro) da Amazônia com o Cerrado no Mato Grosso e Tocantins, por exemplo. O planejamento da Amazônia Legal possui, na Superintendência de Desenvol- vimento da Amazônia (Sudam), sua autarquia de fomento a atividades agrícolas, pecuárias, industriais e extrativas. Veja a área de abrangência da Amazônia Legal, abarcando, inclusive, parte de estados da região Centro-Oeste (MT) e Nordeste (MA). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 12 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Amazônia Legal e bioma amazônico Há somente a área de abrangência do bioma amazônico e perceba como é me- nor do que a de cima, que se refere à Amazônia Legal. No caso, a Amazônia Legal ocorre dentro do planejamento, abrangendo áreas maiores, em Mato Grosso (ecó- tono Cerrado) e Tocantins (também).Bioma amazônico: área de ocorrência no Brasil O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 13 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba A enorme biodiversidade do bioma amazônico se encontra ligada ao clima quente e úmido (graças, ao qual, fatores bióticos são mais acelerados), à sua superlativa dimensão em associação aos patamares de relevo. O clima é o equatorial, em imensa parte da Amazônia brasileira, havendo a ocorrência de clima tropical apenas em porções ao sul da floresta. Sobre a superlativa dimensão, o bioma amazônico é disparado o maior bioma no Brasil, mas se estende para outros oito países: Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, Guina, Suriname e Guiana Inglesa. Em 1978, os países da América do Sul formalizaram um tratado de cooperação mutua para a Amazônia em vários sen- tidos (fronteiras, segurança, soberania, preservação de recursos), chamado de Tra- tado de Cooperação Amazônica (TCA). A seguir, apresento um artigo interessante sobre o TCA e seus entraves mais recentes. Recomendo a leitura integral, é curto: https://www.mundorama.net/?p=11110 Por fim, os patamares diferenciados de relevo da Amazônia brasileira promovem extratos de biodiversidade diferenciados à medida que ocorrem flora e fauna adapta- das a condições diferentes de solo e disponibilidade hídrica, entre outros fatores. So- bre esse tema, é preciso analisar um pouco mais, então vamos aos três patamares: Mata de igapó e matas de várzea: nas margens do rio Amazonas, e em seus rios tributários, na planície amazônica, onde as terras são mais baixas, formam-se os chamados igarapés e também, em patamares mais altos, os terrenos de várzea. A diferença de um para outro é muito simples. Enquanto nos igarapés as matas são permanentemente inundadas; nas várzeas, são periodicamente (parte do ano) inundadas. Nessas áreas, as árvores atingem até 20 metros de altura, mas a maio- ria possui entre quatro e cinco metros, principalmente, nas matas de várzeas (que são periodicamente inundadas, ao contrário dos igarapés que são permanentemen- te inundados). As espécies vegetais encontradas são totalmente adaptadas a ter- renos alagadiços nestes ambientes. Suas plantas, de menor porte, são hidrófilas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 14 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba (adaptadas a regiões alagadas), possuindo como espécies comuns a vitória-régia, as orquídeas, as bromélias e outras e árvores como palmeiras. Vale destacar nova- mente que os campos, ou matas inundáveis, podem ser perenes, como nos igara- pés, ou intermitentes, como nas matas de várzeas; Mata inundada Obs.:� nas matas inundadas, em ambientes de presença marinha (nas partes lito- râneas), em foz de rios que deságuam no mar, ocorre a formação dos man- gues, que são constituídos por vegetação adaptada à inundação ao longo do ano, porém, com água salinizada. Solos halófitos (adaptados a grande quantidade de sal) e plantas pneumatófitas (com raízes suspensas) são dois termos relacionados aos mangues. A seguir, estão as áreas de mangues no Brasil de forma aproximada e com destaque, também, para sua tipologia comum com raízes mais elevadas e terrenos inundados. Veja, contudo, que os mangues não são exclusividade da Amazônia, ocorrendo em praticamen- te todo o litoral brasileiro. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br https://pt.wikipedia.org/wiki/Vitória-régia https://pt.wikipedia.org/wiki/Orquídea 15 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Ocorrência dos mangues Mangues • Matas de terra firme: são os domínios predominantes em área, com cerca de 85% de todo o bioma, e situados nas partes planálticas (ou seja, fora da planície amazônica). São nos terrenos de matas firmes (terras mais altas) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 16 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba que o aproveitamento agropastoril se processa em toda a Amazônia Legal, principalmente em estados como Pará e Rondônia. Nas terras firmes, a flo- resta é densa, com madeiras nobres como mogno, cerejeira e altíssima bio- diversidade faunística. Alguns Dados sobre a Superlativa Biodiversidade e Importância da Amazônia Estima-se que praticamente 20% das espécies conhecidas no planeta estejam na Amazônia. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em 2005, a fauna amazônica era constituída de 4.221 espécies de animais, 1,3 mil espécies de peixe, 30% insetos do planeta, 2.500 espécies de árvores e mais de 30 mil espécies de flora Na Amazônia, há também a maior bacia hidrográfica do mundo, com 25 mil qui- lômetros de rios navegáveis e 6.675km somente no rio Amazonas. Rede hidrográfica amazônica O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 17 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Por fim, os solos amazônicos são pobres naturalmente. Em função da intensa ação de transformação por parte da imensa bacia hidrográfica, não se aprofunda- ram os perfis e horizontes do solo. São solos, portanto, via de regra, rasos e are- nosos, onde o que dá sustância e enorme biodiversidade à floresta é exatamente o humus, ou seja, a camada orgânica de micro-organismos, bichos mortos e folhas. Texto Complementar Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque Com quase 3,9 milhões de hectares, uma área superior à de alguns estados brasileiros como Alagoas e Sergipe, o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque foi criado em agosto de 2002, sendo desde então uma das maiores áreas protegidas tropicais do mundo. Cobre uma porção significativa de uma região de extrema importância ecológi- ca, o Escudo das Guianas, caracterizado por elevadíssimos valores de riqueza biológica e taxa de endemismo. Está situado na região Noroeste do estado do Amapá, uma das áreas de menor densidade demográfica da Amazônia. Tais fatos, associados ao alto grau de proteção de seus ecossistemas, legitimam essa Unidade de Conservação como um dos mais relevantes instrumentos de preservação ambiental da Amazônia brasileira. Os benefícios geradospelo Parque Nacional são inegáveis: preservação da qualidade da água dos rios do Amapá, a medida que as nascentes dos mais importantes rios do estado estão parcial ou integramente localizadas na Unidade de Conservação: Oiapo- que, Jari, Araguari e Amapari, contribuição, devido à sua extensão, para a estabilidade climática da região, proteção contra processo de erosão e perda do solo, manutenção de populações viáveis de fauna e flora, preservação do patrimônio cultural material e imaterial. A esses aspectos somam-se ainda outros benefícios de caráter socioeconômico. Por se tratar de um Parque Nacional, que tem como seus objetivos promover a visitação pú- blica, abre-se possibilidade para a abertura de um polo ecoturístico. As consequências diretas são a movimentação de recursos financeiros por meio da prestação de serviços aos visitantes, como gastronomia, hotelaria, guias turísticos, transporte etc. com ge- ração de empregos diretos e indiretos e renda para a população local, como mostram inúmeros exemplos de outros parques nacionais no Brasil e no mundo. Segundo dados do Imazon (veja box a seguir sobre a instituição), em dezembro de 2015, as Áreas Protegidas na Amazônia Legal somavam 2.197.485 quilômetros quadra- dos (km2), ou 43,9% da região, ou ainda, 25,8% do território brasileiro. Desse total, as Unidades de Conservação (federais e estaduais) correspondiam a 22,2% do territó- rio amazônico enquanto as terras indígenas homologadas, declaradas e identificadas abrangiam 21,7% da mesma região. 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Seu propó- sito é consolidar, até 2035, o modelo de desenvolvimento tropical da Ama- zônia, por meio da produção de conhecimento, implementação de iniciativas locais e influência em políticas públicas, de forma a impactar o desenvolvi- mento econômico, a igualdade social e a preservação do meio ambiente. � Outra instituição importante de pesquisa amazônica é o Imazon, um ins- tituto de pesquisa cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos, apoio à formulação de políticas públicas, disseminação ampla de informações e formação profissional. O instituto foi fundado em 1990, e sua sede fica em Belém, Pará. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 19 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba � Por fim, há de se considerar o inédito trabalho do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), que nasce com vistas a assegurar a soberania sobre o patrimônio genético da floresta e levá-lo como benesses a população bra- sileira e ao empresariado local. É uma iniciativa fundamental com vistas a projetar nossa pesquisa sobre o patrimônio genético amazônico à frente das escalas da biopirataria estrangeira que por décadas vem levando esse precioso conhecimento. Construído com recursos da Superintendência da Zona Franca de Manaus, órgão do governo federal vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em parceria com o Ministé- rio do Meio Ambiente, o Centro de Biotecnologia da Amazônia está localiza- do no Distrito Industrial de Manaus. São 12 mil m2 de área construída onde estão integrados um complexo com 26 laboratórios, central de produção de extratos, instalações para incubação de empresas, alojamentos para pes- quisadores e instalações de apoio administrativo e à pesquisa. Dados sobre o Desmatamento O desmatamento, como conhecemos hoje na Amazônia, ou seja, gerado pelas frentes agropastoris e uso de madeira (em sua imensa maioria ilegal), teve início na entrada da década de 1970, com os grandes projetos de colonização da região e de integração territorial, leia-se estados do Pará e Rondônia. Estima-se que, de lá (anos 1970) até hoje, em torno de 20% do bioma já tenha sido desmatado. Vale destacar que, segundo o Código Florestal (de 1965 e revisado em 2012), todas as propriedades rurais dento do bioma Amazônico devem conservar 80% de floresta nativa. É a chamada reserva legal. O índice está em queda, se comparado à década de 1990, e também meados da década passada. Em 2004, atingiu 27,7 mil Km2. As séries históricas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) podem ser vistas a seguir, desde 1988, ano em que começou a coleta de dados pelo PRODES (satélite). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 20 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Para dados mais apurados e leitura mais abrangente sobre a série histórica de desmatamento do INPE, recomendo este link retirado do site do próprio INPE: http://www.obt.inpe.br/OBT/noticias/inpe-registra-6-947-km2-de-desmatamento- -na-amazonia-em-2017/Graf1_amzlegaltaxa.jpg Acerca da questão do desmatamento, vale destacar que as maiores partes des- matadas se encontram no chamado “arco do desmatamento”, que é exatamente nas partes mais altas, de terras firmes, de estados como Mato Grosso, Rondônia e Pará, em função das frentes agropastoris. Aliás, no link sugerido acima (vale a leitura), podemos ver dados sobre o desmatamento em 2017, e como ainda é muito concentrado em mais de ¾ nesses três estados. Por causa do desma- tamento com queimadas, o Brasil ainda vigora como sétimo maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, sendo que mais de 70% de nossas emissões estão associadas apenas ao solapamento da cobertura vegetal para abertura das frentes agropastoris. Essas frentes não são exatamente no bioma amazônico, mas, sim, na Amazônia Legal, que abrange áreas de contato do Cerrado com a Floresta Amazônica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 21 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Obs.:� a geógrafa Bertha Becker, falecida em 2013, destacava em suas obras, tal qual no livro Amazônia: geopolítica na virada do III milênio, ser necessá- rio dar valor à floresta de pé, por meio de processos sustentáveis, como o extrativismo e o ecoturismo, em vez de criar escalas produtivas que valori- zem apenas a floresta deitada. Sobre o arco do desmatamento: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquertítulo, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 22 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba 1.3.2. O Bioma Mata Atlântica Floresta latifoliada ombrófila tropical de encosta. Características No mapa de domínios morfoclimáticos, a Mata Atlântica é denominada como mares de morros, em função de sua geografia acidentada. O bioma Mata Atlântica se debruça sobre uma imensa faixa litorânea do territó- rio brasileiro, que vai de Santa Catarina ao Rio Grande do Norte/Ceará, passando por faixas climáticas diferenciadas. Debruçada sobre planaltos e serras, em escudos cristalinos, a Mata Atlântica se privilegia por receber os ventos úmidos do Atlântico. É exuberante e biodiver- sa, chegando, em inúmeras partes, a conter uma quantidade relativa de espécies maior do que a da própria Amazônia. Estima-se em mais de 20.000 espécies de flora e 1.400 tipos de mamíferos, anfíbios, aves e peixes o contingente de sua biodiversidade. Chama a atenção, também, o nível de endemismo, ou seja, de espécies que existem apenas na Mata Atlântica e em mais nenhum outro lu- gar. Para vertebrados, segundo a ONG Conservação Internacional, são mais de 500 espécies endêmicas. Na CF/1988, a Mata Atlântica e a Serra do Mar (formação serrana e de Mata Atlântica, que se estende desde Santa Catarina até o Espirito Santo) foram alça- das pelo art. 225 como patrimônios nacionais, segundo o qual os usos de suas áreas far-se-á sob condições legislativas específicas que assegurem a preservação do meio ambiente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 23 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Mesmo sendo definido como um bioma de encosta, ocorrem também interio- rizações importantes da Mata Atlântica (veja com atenção nos mapas a seguir). Nessas partes interiores, há, por exemplo, as matas de Araucária, no Paraná; e as florestas estacionais deciduais nas Cataratas do Iguaçu e também no estado de Minas Gerais. No Nordeste, embora bastante desmatada, a Mata Atlântica é litorâ- nea por excelência e se debruça no Planalto da Borborema, sendo que, em estados como Pernambuco e Paraíba, faz parte no planejamento local de cada um desses estados como Zona da Mata. Domínio Mata Atlântica Remanescentes Área de ocorrência da Mata Atlântica O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 24 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Os Ciclos Históricos de Devastação e de Ocupação Maior desmatamento absoluto e relativo dentre os biomas nacionais. A Mata Atlântica, em termos relativos, é o bioma mais desmatado den- tre todos os biomas nacionais. Estima-se que apenas uma minúscula parcela, algo entre 7% a 10%, ainda esteja de pé. A outra imensa parte, mais de 90% de sua cobertura vegetal original, foi solapada em função de séculos de intensas ati- vidades extrativas, agropastoris, de consolidação urbana e industrial impressas em seus domínios. Vale lembrar que o descobrimento do Brasil e todas as iniciativas posteriores com vistas à formação de escalas produtivas, e também de formação de uma sociedade urbana, situaram-se de forma mais intensificada exatamente onde a Mata Atlântica era a paisagem e o corpo natural. Uma análise rápida em torno de nossa história socioeconômica evidencia tal assertiva. Vejamos em tópicos o desenvolvimento históricos das atividades em solos de Mata Atlântica: • início com uma intensa exploração do pau-brasil, em nossos primórdios; • ciclo da cana-de-açúcar e formação da sociedade dos engenhos no Nordeste; • formação de outras culturas baseadas em plantations, tal qual nos engenhos (em enormes latifúndios e intenso desmatamento), como cacau, algodão, café, além de toda uma produção de gêneros alimentícios para suprir escalas internas de subsistência e excedentes; • as primeiras iniciativas de instalação de rebanhos no Brasil em associação aos engenhos; • parte considerável do ciclo da mineração no século XVIII; • as escalas de urbanização/metropolização desde seus primórdios; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 25 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba • a industrialização em quase todas suas estruturas ainda vigentes, em com- pleta associação aos grandes centros urbanos, situados também na fachada litorânea; • maior parte das atividades econômicas pujantes, até os dias atuais, e a con- centração demográfica do Brasil, formando exatamente aquilo que o geógrafo Milton Santos definiu como a região concentrada. Todos esses processos, em associação a séculos de inépcia tanto da atividade estatal quanto da sociedade organizada com vistas a fomentar escalas de uso sus- tentáveis dos espaços, solaparam enorme parte da fauna e da flora da Mata Atlântica de forma radical. Os rios também, bem menores e caudalosos em se comparado aos da rede hidrográfica amazônica, em grande parte, apodreceram. Vejamos os casos do Tietê, em São Paulo; Paraíba do Sul (MG-RJ), rio das Velhas e Doce, em Minas Gerais, e vários outros cursos hídricos. No interior da Mata Atlântica, ocorre de forma gritante escalas de desmatamen- to e de interferências antrópicas abusivas nas paisagens. A Mata de Araucárias, considerada um dos domínios morfoclimáticos de Aziz Ab’Saber, já foi abaixo em parcela parecida com a da Mata Atlântica de encosta, dando lugar a cidades, pas- tagens, rebanhos, culturas agrícolas e usos de madeira para aquecimento, constru- ções, feitura de móveis, produção de celulose, entre outros. Contudo, é importante destacar que um compêndio de iniciativas com vistas a frear as agressões a este biodiverso bioma ganharam corpo desde a década de 1980. Uma série de medidas legais e também de ONGs colocaram a Mata Atlântica em sua agenda com vistas à proteção dos remanescentes desse fabuloso bioma. A Unesco, o braço da ONU para a proteção dos patrimônios culturais, históricos e ambientais, criou a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), cuja área foi reco- nhecida pela Unesco, em seis fases sucessivas entre 1991 e 2008, sendo a primeira O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 26 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba unidade da Rede Mundial de Reservas da Biosferadeclarada no Brasil. É a maior re- serva da biosfera em área florestada do planeta, com cerca de 78.000.000 hectares, sendo 62.000.000 em áreas terrestres e 16.000.000 em áreas marinhas, nos 17 esta- dos brasileiros onde ocorre a Mata Atlântica, o que permite sua atuação na escala de todo o bioma. Para conhecer mais sobre esse importante tema, vale a pena a consulta a este link da Unesco: http://www.rbma.org.br/rbma/rbma_1_textosintese.asp Finalmente, destaque também para a SOS Mata Atlântica, ONG fundada em 1986, que realiza, desde então, uma série de ações com vistas a promover estu- dos, ações e parcerias voltadas a defesa da Mata Atlântica e seus remanescentes e reconstituição do que foi desmatado e de espécies de fauna e flora extintas. 1.3.3. O Bioma Cerrado Características O Cerrado é o maior bioma integralmente brasileiro. Ocupando originalmente em torno de 25% de todo o território nacional, perde em área, em tese, para a Amazônia, contudo, enquanto a hileia amazônica divide sua exuberância com outros países da América do Sul, tal como vimos acima nesta aula, o Cerrado se encontra apenas em território brasileiro, tornando-se, assim, o maior bioma exclusivamente brasileiro A origem do Cerrado advém da separação da placa tectônica sul-americana da africana, formando uma continuidade especializada da savana africana. Aqui, diferentemente de lá, formou-se um tipo de bioma no qual a maior umidade nos solos e quantidade de chuvas promoveu ao longo das eras geológicas um tipo de savana exclusivo, com variedades endêmicas de peixes, mamíferos, aves e flora relacionadas a um ambiente mais úmido do que o da savana africana e outras savanas no mundo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br http://www.rbma.org.br/rbma/rbma_1_textosintese.asp 27 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Ocorrência do Cerrado em sua porção contínua e manchas no AP e RR Estado (apenas na mancha contínua) – porcentagem original: • Distrito Federal: 100; • Goiás: 97; • Mato Grosso: 40; • Mato Grosso do Sul: 61; • Tocantins: 92; • Maranhão: 65; • Bahia: 27; • Piauí: 37; • Minas Gerais: 57; • São Paulo: 33; • Paraná: 2. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 28 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Obs.:� note que a única UF onde o cerrado é o único bioma presente é o DF. As chamadas manchas são nos estados de Roraima e Amapá, já em domí- nios amazônicos. A importância hidrográfica do Cerrado, bioma que é considerado o berço das águas do Brasil, reside no fato de que se encontra em posição altimétrica bastan- te elevada e centralizada no contexto brasileiro, sendo, assim, um divisor de águas natural. No Cerrado brasileiro, nascem rios importantes do Brasil: o Pa- raná, São Francisco, Tocantins/Araguaia, Xingu. No mapa de bacias hidrográficas, perceba a localização do Cerrado e como está situado (mesmo que em parte) em várias bacias hidrográficas brasileiras importantes. Hidrografia e Cerrado O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 29 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba No Cerrado, as formações arbóreas, via de regra, são de porte médio (em tor- no de 5 a 8 metros), sendo, portanto, um bioma de porte arbustivo. Contudo, não podemos deixar de destacar que também ocorrem áreas com presença de ve- getação rasteira (herbácea), como nos campos, e também de vegetação florestal (árvores altas), em matas ciliares. As árvores possuem aspecto tortuoso e casca grossa (como proteção a queima- das) e são do tipo xeromórficas, ou seja, que se adaptam a extensos períodos de seca, se utilizando, entre outros recursos, da perda de folhas. As Cinco Principais Diferenças Fisionômicas Segundo Jurandyr Ross, em sua obra Geografia do Brasil (1995), são cinco as fisionomias do Cerrado, diferenciadas em função, entre outros aspectos, pela quan- tidade de umidade no solo Campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado, cerradão Ocorrem também as veredas, que são áreas com relativa inundação e palmeiras (buritis) na paisagem, e também as matas ciliares, vegetação em margens de rios, onde a exuberância lembra a da Mata Atlântica, por exemplo, com árvores altas, cipós, bromélias, orquídeas e outras espécies não tão comuns no Cerrado em suas fisionomias típicas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 30 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Jardim de Maytreia, Chapada dos Veadeiros: uma vereda típica Até a década de 1980, não havia ainda uma consciência formada por parte de acadêmicos, e também da comunidade científica em geral, acerca do tamanho da biodiversidade do Cerrado. Após esse período, contudo, uma série de recensea- mentos passaram a divulgar o quão grande é a biodiversidade no Cerrado. Mas grande parte dessa biodiversidade superlativa, por mais estranho que pareça, não se encontra visível, estando enterrada, pois cada árvore típica no Cerrado pos- sui, em média, até seis vezes o seu tamanho em raízes profundas. É a chamada mata invertida, com seus organismos e micro-organismos formando uma imbri- cada rede de biodiversidade singular, a qual acaba atuando como uma espécie de esponja para a alimentação dos aquíferos. O solo predominante no cerrado é o latossolo, um solo com horizontes (ca- madas) bem definidos, exatamente por ser um solo maduro, mas pobre em nu- trientes. Por ser um solo muito antigo, os agentes de intemperismo (água, vento, sol) atuaram fortemente, levando grande parte de seus nutrientes. Assim, para se O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 31 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba formar o celeiro do Brasil de produção de grãos no Planalto Central (estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso) como conhecemos, foram necessários muita correção e embarque tecnológico. Diferentemente dos solos nas regiões de engenho de Per- nambuco, por exemplo, onde tudo que se planta, produz, tal qual a carta de Pero Vaz de Caminha; o solo, no Cerrado, não é fértil naturalmente. Os Impactos Relacionadose a Atual Situação do Bioma O Cerrado é, atualmente, o bioma onde as escalas de desmatamento são as mais intensas e aceleradas se comparado a todos os outros biomas nacionais. Em 2012, o Ministério do Meio Ambiente acendeu um alerta: o Cerrado já havia ultra- passado o nível dos 50% de vegetação original desmatada, com grau de antropi- zação na casa dos 75%. É um ciclo bem recente, porém, muito acelerado, que tem seu início nas décadas de 1950/1960, em função da expansão da fronteira agrícola a partir do Mato Grosso do Sul e Goiás. Outra forma de dano ao Cerrado que vem crescendo e chama atenção é o uso de árvores para a atividade carvoeira. Do Pantanal até Minas Gerais, toneladas de biomassa do Cerrado vem sendo retiradas de seus campos e matas para servir como matriz de calor. Por fim, vetor contundente de desmatamento se deve nitidamente à acelerada urbanização, via de regra, imposta de forma horizontalizada que fora percebida tanto nas metrópoles, Brasília e Goiânia, quanto em várias cidades médias em es- tados como Goiás, Minas Gerais, Bahia, entre outros. A região Centro-Oeste, para se ter uma ideia, mesmo alçada à condição de celeiro de grãos do Brasil, ostenta a segunda maior taxa de urbanização do Brasil, atrás apenas da região Sudeste, com mais de 90% de contingente de população urbana. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 32 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba A baixa preservação oficial também é fator de solapamento do bioma. Estima-se que apenas 8% do Cerrado apenas esteja dentro de algum tipo de Unidade de Con- servação, uma média bem mais baixa do que a média nacional (na casa dos 12%). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 33 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba 1.3.4. Bioma Caatinga O bioma Caatinga possui uma característica climática determinante; o clima se- miárido (médias pluviométricas abaixo de 800mm. anuais), com chuvas em apenas poucos meses ao longo do ano, geralmente, entre março e agosto. No sertão de Pernambuco e Paraíba, são registrados, inclusive, os menores índices pluviométri- cos no Brasil, com valores de precipitação na casa de 300mm. anuais. A Caatinga tem seu nome oriundo da tradução de mata-branca, em tupi-gua- rani, em uma clara alusão a um domínio vegetal que passa a maior parte do ano seco, na época das chuvas, e logo nas primeiras parcas quedas de água, o que se observa no bioma é o alvorecer de uma grande biodiversidade de plantas e de fau- na, principalmente, de aracnídeos, insetos e répteis. Obs.:� geralmente, as bancas costumam promover peguinhas, afirmando ser pequena, ou baixa, a biodiversidade contida na Caatinga nordestina, o que, em uma primeira vista, pode parecer verdadeiro, porém, não é. Há uma biodiversidade de plantas considerável, além de micro-organismos e insetos e também animais rasteiros, a qual se demonstra mais ativa, contudo, no curto período de chuvas. A unidade de relevo principal que contém o sertão é a depressão sertaneja, fei- ção mais rebaixada em relação ao Planalto da Borborema (Zona da Mata e Agreste), no chamado componente barlavento. Assim, o sertão nordestino fica na componen- te sotavento, ou seja, que não recebe os ventos úmidos litorâneos. A seguir, está o recorte esquemáticos das regiões onde podemos perceber a depressão nordestina e sua relação com o sertão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 34 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Área de ocorrência da Caatinga Componentes barlavento e sotavento Obs.:� barlavento = oceano. Sotavento = interior. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 35 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Atividades Econômicas Principais no Sertão O sertão nordestino e a região da Caatinga, por suas características físicas – um clima marcado por escassez de chuvas, seu inerente distanciamento dos grandes centros urbanos da região Nordeste e as escalas seculares de apropriação das terras por latifundiários que restringiram o acesso à terra e também as benesses necessárias a que as culturas pudessem ter mínimo êxito, tais quais barragens e açudes, ou seja, as chamadas estruturas hidráulicas –, estiveram à margem dos processos de modernização do campo brasileiro empreendidos ao longo das últi- mas décadas e também de qualquer surto industrializante. Uma exceção considerável dera-se na região do médio São Francisco, em Petro- lina-PE. A produção agrícola do sertão nordestino encontra, no polo de produção fruticultora no sertão, situado na mesorregião do São Francisco de Pernambuco, uma área de produção de frutas de qualidade via irrigação, sendo destaque nacional e referência global. A fruticultura irrigada no Vale do Rio São Francisco tem sua origem na década de 1970, quando o Regime Militar busca pelo Plano de Integração Nacional (PIN) de 1970, a promoção de novas escalas produtivas para o Nordeste e pinça o semiárido nordestino como área de recebimento de investimentos junto à Amazônia. Assim, iniciam-se a alocação de estruturas, eminentemente por irrigação, com vistas a formar o polo de produção de frutas. Em 1974, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) é criada como uma autarquia federal com vistas a fomentar o desen- volvimento da região, levando estruturas de irrigação e fomentos vários ao Vale do São Francisco. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 36 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Na década de 1990, a associação entre investimentos estatais e o capital priva- do rende frutos, literalmente. Petrolina e Juazeiro se consolidam como o epicentro da produção irrigada de frutas de qualidade para os mercados globais no Brasil, com destaque para as uvas, melões e mangas. O polo fruticultor Petrolina-Juazeiro e suas adjacências exporta em torno de um milhão de toneladas de frutas por ano, representando enorme parte das exportações de frutas brasileiras. A estimativa de faturamento anual da região gira em torno dedois bilhões de reais por ano, número que só vem cres- cendo. Nessa área de alta produtividade, predominam em mais de 90% as pequenas propriedades rurais. O atual modelo de negócio por lá envolve os clusters, ou seja, união de em- presas do mesmo setor que, ao serem associadas em cooperativas, entre outras estruturas, acabam facilitando a atividade conjunta por meio do compartilhamento de expertises, tecnologias avançadas, mão de obra especializada e outros fatores. Destaque na região, também, para o aeroporto de Petrolina Senador Nilo Co- elho, inaugurado em 1981, e que hoje se consolida como um dos aeroportos no Brasil com a maior capacidade de exportação de carga. Outro polo dinâmico de produção de frutas irrigadas encontra-se no oeste potiguar, cujos vales úmidos das bacias dos rios Apodi e Piranhas-Açu transformaram-se em espaços de interesse para a valorização do capital nacional e multinacional via desenvolvimento da agricultura irrigada em bases tecnológi- cas modernas. O Polo Integrado Açu/Mossoró de Fruticultura, em espaço de clima semiárido, distribuído nos municípios do entorno de Assu e de Mossoró, ao seguir diretriz baseada no modelo empreendido em Petrolina-Juazeiro, fomentou a produ- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 37 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba ção irrigada de frutas em Açu/Mossoró. Por meio de uma sinergia entre investimen- tos estatais (em macroestruturas) e as atividades de empresas privadas, desde os anos 1990, há um eldorado produtivo no semiárido potiguar. No campo estatal, as ações da Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco (Codevasf) e da Empresa Brasileira de Desenvolvimento de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fomentaram a introdução de uma gama de arcabouços técnicos necessários ao desenvolvimento das atividades produtivas. A Superinten- dência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) se encarregou, junto ao Banco do Nordeste e o Banco do Brasil, pelo fomento financeiro e isenções fiscais. O Polígono das Secas Segundo a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), o Polígono das Secas é reconhecido pela legislação como a área sujeita a períodos críticos e prolongados de estiagens, havendo também, dentro dessa área, lugares bastante suscetíveis a desertificação. O Polígono das Secas compreende uma divisão regional efetuada em termos político-administrativos dentro da zona semiárida, apresentando diferentes zonas geográficas com distintos índices de aridez, indo desde áreas com características estritamente de seca, com paisagem típica de semideserto a áreas com balanço hídrico positivo, como a região de Gilbués, no Piauí. Sua área compreende todos estados da região Nordeste, com exceção do Ma- ranhão, levando também municípios da região Sudeste, em Minas Gerais, em sua parte Norte, denominada como Vale do Rio Jequitinhonha. Criada pela Lei n. 1.348, de 10 de fevereiro de 1951, a área do Polígono sofreu revisão dos seus limites. Depois, a Lei n. 4.239, de 27 de julho de 1963, estatuiu que o município criado com desdobramento de área de município incluído no Po- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 38 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba lígono das Secas será considerado como pertencente a este para todos os efeitos legais e administrativos. De outra parte, a Lei n. 4.763, de 30 de agosto de 1965, incluiu o município de Vitória da Conquista. E, finalmente, o Decreto-Lei n. 63.778, de 11 de dezembro de 1968, delegou ao superintendente da Sudene a competência de declarar, observada a legislação específica, quais os municípios pertencentes ao Polígono das Secas. Esse decreto- -lei regulamentou e esclareceu que a inclusão de municípios no Polígono somente ocorreria para aqueles criados por desdobramento de municípios anteriormente in- cluídos total ou parcialmente, no mesmo Polígono, quando efetuados até a data da lei regulamentar, ou seja, de 30 de agosto de 1965, quando foi declarada como lei. Em 19 de dezembro de 1997, o Conselho Deliberativo da Sudene (extinta em 2001), com a Resolução n. 11.135, aprovou a atualização da relação dos municí- pios pertencentes ao Polígono das Secas, incluindo aqueles que foram criados por desmembramento até janeiro de 1997. Em 2005, a nova delimitação do semiárido brasileiro ampliou os critérios de inclusão dos municípios, por considerar insuficiente o índice pluviométrico apenas. Os critérios passaram a ser: • precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros; • índice de aridez de até 0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona as precipitações e a evapotranspiração potencial, no período entre 1961 e 1990; • risco de seca maior do que 60%, tomando-se por base o período entre 1970 e 1990. Estão inclusos 317 municípios, além dos 1.031 anteriores. A área do semiárido passou a ser de 969.589,4 quilômetros quadrados, sendo o maior aumento regis- trado em Minas Gerais: 51,7% do estado passaram a integrar o semiárido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 39 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Essa nova diretriz visa nortear as políticas públicas do governo federal, sobre- tudo, as aplicações do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Os municípios integrantes do novo semiárido brasileiro terão bônus de adimplência de 25% dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), enquanto no restante da região Nordeste, por exemplo, esse percentual é de 15%. Ainda quanto ao FNE, a Constituição determina que, pelo menos, 50% dos recursos desse Fundo sejam aplicados no financiamento de atividades produtivas em muni- cípios do semiárido. A Sudene Criada em 1959, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste nasce com vistas a promover um desenvolvimento para a região fora do âmbito das oligarquias tradicionais agrárias, consideradas responsáveis pelo atraso secular que se aprofundava com a modernização do centro-sul brasileiro e suas escalas de industrialização e metropolização empreendidas a partir da década de 1940. Em 2001, a Sudene esteve extinta após denúncias de corrupção, sendo criada a Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene). Em 2007, a superin- tendência é reeditada. Sua área de atuação original compreendia basicamente os estados da região Nordeste (com apenas e a parte do Maranhão) e a de Minas Gerais compreendida pelo Polígono das Secas. Após algumas alterações, a área de ação da Sudene oficialmente é delimitada pela Lei n. 9.690/1998, abrangendo mais municípios de Minas Gerais e uma pequena parte ao norte do Espírito Santo, com 27 municípios. Veja no mapa: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br https://pt.wikipedia.org/wiki/Política_pública 40 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Polígono das Secas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 41 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba 1.3.5. Bioma Pantanal Pantanal Introdução O Pantanal é um dos menores biomas brasileiros, porém, um dos mais com- plexos. Localizado na porção oriental da região Centro-Oeste, entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Pantanal recebe influência em sua fauna e flora tanto do Cerrado (domínio arbustivo) quanto da Amazônia (domínio florestal), havendo ainda extensas áreas campestres (herbáceas). No mapa de domínios morfoclimáticos, apresenta-se, porém, como um domínio de transição, exatamente por sua posição entre o Cerrado e a Amazônia (e forçan- do um pouco a barra, alguns autores ainda acrescentam os campos sulinos). A planície pantaneira funciona como uma esponja, bem verdade, à medida que drena para dentro de si as águas do Planalto Central (na sua parte Leste) e as águas do rio Paraguai (em sua parte oeste). Assim, mesmo sendo uma das regiões O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 42 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba em que menos chove no Brasil (médias de 1000mm/anuais), o Pantanal possui uma rede hídrica volumosa e muita quantidade de água, principalmente no período das cheias (novembro/abril). Contribui enormemente para a presença de um solo hidromórfico, com grande capacidade de absorção de água. Note no mapa, em: https://www.researchgate.net/figure/Bacia-de-drenagem- -do-rio-Paraguai-com-exutorio-na-estacao-fluviometrica-de_fig2_328583405, a rede de drenagem do Pantanal e a presença de porções mais elevadas a leste, tais quais o Planalto dos Guimaraes e Planalto Maracaju, Campo Grande. Obs.:� a parte denominada como Chaco se encontra totalmente em território paraguaio. Rede hidrográfica do Pantanal O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br https://www.researchgate.net/figure/Bacia-de-drenagem-do-rio-Paraguai-com-exutorio-na-estacao-fluviometrica-de_fig2_328583405 https://www.researchgate.net/figure/Bacia-de-drenagem-do-rio-Paraguai-com-exutorio-na-estacao-fluviometrica-de_fig2_328583405 43 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Paisagem pantaneira típica: mesclando elementos da Amazônia (vitória-régia) com vegetação arbustiva (e clima) do Cerrado As Questões Ambientais Pantaneiras O Pantanal, ao longo das décadas, foi sendo retalhado em enormes fazendas de criação de gado. Durante muito tempo, essas propriedades rurais quase secu- lares determinaram o lento processo de produção do espaço pantaneiro, criando a interessante figura do boiadeiro, peão local que durante o ano transita o rebanho para fugir dos alagadiços que ocorrem, principalmente, entre os meses de novem- bro e abril, conduzindo centenas (às vezes, milhares) de bois com seu berrante, e a cavalo, nas chamadas comitivas. Mas essa atividade relacionada à alocação de enormes rebanhos de boi de corte no Pantanal resultou em certos tipos de danos ao meio ambiente, tais quais a compactação de solos em partes mais firmes pelo pisoteio do gado e, principalmente, a caça indiscriminada aos animais que matam rebanhos, leia-se cobras (e muita sucuri) e onças de todos tipos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 44 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Contudo, com a chegada das décadas de 1980 e 1990, outros impactos am- bientais começam a ganhar espaço no Pantanal, principalmente, em função da expansão da fronteira agrícola em solos de cerrado e mineração. As atividades das fazendas de gado passam a ser um problema bem menor frente aos desafios que o assoreamento causa (acúmulo de sedimentos em cursos d’água) nos principais rios pantaneiros, em função da atividade agrícola monocultora empreendida no Planalto Central. Outro ponto importante acerca dos desafios ambientais do Pantanal reside no corte de vegetação em suas cercanias (bioma Cerrado) para uso como lenha, além da poluição gerada pelas atividades mineradoras ao sul do bioma (no Maciço do Urucum, MS) resultada pela extração de minério de ferro e manganês, principal- mente, por mais de 160 empresas mineradoras. Por fim, importa destacar que o Pantanal é o bioma brasileiro (junto com os campos sulinos) menos protegido oficialmente por Unidades de Conservação, não atingindo a ínfima taxa de 5% a quantidade de áreas protegidas. Também conhecido como Campos do Sul ou Campos Sulinos, ocupa uma área de 176,5 mil Km² (cerca de 2% do território nacional) e é constituído, principal- mente, por vegetação campestre (gramíneas, herbáceas e algumas árvores). No Brasil, o Pampa está presente no estado do Rio Grande do Sul, ocupando 63% do território gaúcho e também em territórios da Argentina e Uruguai. Os campos da região Sul do Brasil são denominados como pampa, termo de origem indígena para região plana, entretanto, essa denominação corresponde so- mente a um dos tipos de campo, encontrado mais ao sul do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina. O solo, em geral, de baixa fertilidade natural, é bastante suscetível à erosão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 45 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade, apresentando nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo, de 60cm a 1m, ralo e pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predominando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêneros mais comuns são: Stipa, Pipto- chaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apresen- tam espécies endêmicas da região. A regiãoSul tem, na pecuária, uma tradição que se iniciou com a colonização do Brasil. 2. Clima O Brasil, por sua imensidão territorial, possui uma variedade de climas. Em um ano, em nosso território, experimentamos extremos de chuvas e aridez, além de on- das de calor acima de 40 graus em várias localidades, seja no interior, ou no litoral e até neve nas serras, principalmente, de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. É claro que, por estarmos situado em imensa maioria do território na faixa tropical do globo, somos, via de regra, um país de climas quentes e úmidos, com exceções. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 46 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba 2.1. Os Climas do Brasil Os microclimas do Brasil se baseiam na atuação das massas de ar nascidas em áreas extensas de características homogêneas. Variam de intensidade de acordo as estações do ano e podem ser apenas quentes ou frias, ou secas ou úmidas. 2.1.1. Equatorial Característica: quente e úmido sem estação seca. Gerado pela zona de convergência intertropical, que são os ventos úmidos conhecidos como alísios. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 47 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Por ser um clima hermeticamente quente, ocorre uma baixa amplitude térmica anual. Observar também a influência mais do que direta da massa equatorial continen- tal (quente e úmida) formada na Amazônia brasileira. 2.1.2. Tropical Típico Características: • quente, via de regra, alternando entre estação úmida e seca. O período de chuvas se relaciona, principalmente, com a atuação expandida da Massa Equatorial Continental (mEc); • baixa a média amplitude térmica anual; • o período de seca está relacionado com a formação de uma zona de alta pressão. Obs.:� tropical de altitude – temperaturas amenizadas pela altitude com ocor- rência nas serras da região Sudeste. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 48 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba 2.1.3. Tropical Litorâneo Características: quente em alternação de estação chuvosa inversa a do clima tropical típico. No tropical litorâneo, as chuvas são abundantes entre abril e agosto, resultado do encontro de massas de características diferentes, a massa polar atlân- tica (mPa) e massa tropical atlântica (mTa), formando instabilidade no inverno. 2.1.4. Semiárido Características: • quente e predominantemente seco, com estação chuvosa reduzida; • nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e na parte sul do Rio Grande do Norte, uma componente orográfica (de relevo), o Planalto da Bor- borema segura os ventos úmidos. É a chamado componente barlavento. O semiárido se caracteriza por isoietas médias entre 800mm e 300mm, como em Cabaceiras, na Paraíba, a menor taxa no Brasil. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 49 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba 2.1.5. Subtropical Características: • estações bem definidas e chuvas bem distribuídas no ano e praticamente sem estação seca; • possui média a alta amplitude térmica anual. Em Porto Alegre, por exemplo, pode fazer facilmente 38 até 40 graus no verão e, no inverno, zero grau, além de que, num mesmo dia, grandes variações de temperatura também são normais. É no clima subtropical no Brasil que são registradas as menores temperaturas no País e a maior parte da ocorrência de neve. A transição entre verões quentes e invernos frios se deve à atuação da mPa (fria e úmida) no inverno e mTa (quente e úmida) no verão. Obs.:� alguns materiais mais antigos de geografia do Brasil classificavam as áreas em clima subtropical como de clima temperado, mas está errado. Mesmo fazendo parte do regime temperado climático do globo, tais localidades ainda são definidas como de abrangência do clima subtropical. 3. Relevo O que forma o relevo? A formação de um relevo se deve a dois fatores: fatores endógenos, ou seja, ação de dentro da terra, como atividades tectônicas que vem e removem o solo por força interna ou vulcanismo; e agentes exógenos, de intemperismo, tais quais o vento, a chuva, água, gelo etc. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 50 de 70www.grancursosonline.com.br GEOGRAFIA DO BRASIL O Território Nacional; Espaço Brasileiro; O Modelo Econômico Brasileiro Prof. Luis Felipe Ziriba Características importantes do relevo brasileiro: • o território brasileiro se encontra em meio à placa tectônica sul-americana, em zona de estabilidade tectônica, portanto, nosso relevo não sofre ações constantes tectônicas; • nosso relevo possui feições desgastadas de altimetrias baixas, visto que + de 90% do território possui altitudes inferiores a 800 metros. Vulcanismo: no Brasil, não existe nenhum vulcanismo ativo mesmo em tem- pos geologicamente recentes. O território nacional não foi afetado por nenhuma atividade vulcânica durante os últimos 80 milhões de anos. O vulcanismo mais recente foi o responsável pela formação de diversas ilhas do Atlântico brasileiro, como Fernando de Noronha, Trindade e Abrolhos. Tectonismo: no Brasil, ocorrem em torno de 20 abalos sísmicos por ano com mais de 3,0 graus na Escala Richter. O mais forte foi no interior Mato Grosso (6,2 em 1955) + Acre (mais alto número relativo), com reflexos de epicentros em áreas andinas + casos no interior da região Nordeste (relação com falhas geológicas) e Norte, MG (em Caraíbas, única morte no Brasil em 2007). 3.1. Os Macro Blocos Geológicos Brasileiros (Estruturas) Os escudos cristalinos: conhecidos também como escudos cratônicos, são, na verdade, os maciços rochosos. Área: compreendem 36% do território. São muito antigos, mas abrangem os dobramentos modernos também, como a Serra do Mar, no litoral sudeste. Potencial econômico: formação de jazidas de minerais metálicos. Os principais escudos cristalinos brasileiros: das Guianas e escudo brasilei- ro, sendo que este último compreende os escudos atlântico + central e nordestino). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução,
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