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1 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II Metabolismo do glicogênio INTRODUÇÃO- CONISDERAÇÕES SOBRE O METABOLISMO DO GLICOGÊNIO ♥ Glicólise (quebra do glicogênio- precisa de energia, usa a reserva metabólica) e glicogênese (formação do glicogênio- aporte de energia sobrando por isso armazena energia). ♥ Glicose → 75% da glicose sanguínea é continuamente utilizada para o cérebro. → Eritrócito, coração e músculo esquelético respondem pelo consumo restante, em condições aeróbias. → O músculo em exercício também consome glicose, e em condições anaeróbias. → Glicogênio no músculo é fonte de glicose para a glicólise ♥ O glicogênio é principal forma de armazenamento de glicose no organismo humano, sendo encontrado no fígado (faz o controle da glicemia- glicose no sangue) e músculo esquelético (no músculo é armazenado unicamente para energia da fibra muscular, não saindo para a circulação). É um polímero ramificado de D-glicose (cadeias polissacarídicas com cerca de 13 resíduos de glicose). O glicogênio é uma glicoproteína que possui aminoácido em sua estrutura: a tirosina. → Molécula ramificada → Constituída por unidades de glicose em ligação glicosídica 1-4, com ramificação onde a ligação é 1-6. ♥ Glicogênio do fígadoGlicogênio do fígadoGlicogênio do fígadoGlicogênio do fígado: trata-se do maior estoque do corpo, com 10% do total, com o objetivo de manter a normoglicemia. → A função do glicogênio hepático é a manutenção da glicemia entre as refeições, ou seja, é uma reserva de glicose que pode ser exportada para outros órgãos, via sangue quando necessária. ♥ Glicogênio do músculoGlicogênio do músculoGlicogênio do músculoGlicogênio do músculo: considerando-se todo o glicogênio do corpo, é o maior estoque por massa, com objetivo de contração muscular. → Não pode ser exportado. → Usado como própria fibra como fonte emergencial de energia quando a necessidade desta é muito intensa. ♥ Existe cerca de 500 gramas de glicogênio no corpo humano, sendo 400 g no músculo e 100g no fígado. ♥ Acredita-se que as doenças de depósito por glicogênio ocorrem por um descontrole na limitação da estocagem de glicogênio. ♥ Função do glicogênio: armazenar glicose em situações de abundância para recuperar novamente quando necessário. ♥ Por que polimerizar a glicose? Se essa quantidade de glicose fosse dissolvida no citoplasma de um hepatócito, sua concentração seria cerca de 0,4m. Quando armazenado como um longo polímero GLICOSE NO SANGUE DIETA GLICONEOGÊNES E GLICOGÊNIIO HEPÁTICO 2 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II (glicogênio) ,porém, a mesma massa de glicose tem uma concentração de apenas 0,01 uM. SÍNTESE DE GLICOGÊNIO - GLICOGENOGÊNESE ♥ Os depósitos de glicogênio hepático são repostos durante o período pós-prandial (pós alimentação), e são exauridos durante o jejum. ♥ A síntese do glicogênio ocorre no fígado, e é regulado pelos níveis sanguíneos de glicose, e pelo gasto energético desta glicose. ♥ O glicogênio é formado a partir da glicose, e requer uma fonte de energia, e neste caso, usa-se o UTP (uridina trifosfato). ♥ O processo ocorre no citosol. GLICOSE NO SANGUE glicogenogênese (estocagem) DIETA GLICOGEOGÊNESE (7H DE JEJUM) GLICOGENÓLISE (início do jejum) 3 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II ♥ Essa é a sequência da glicogênese. Temos a molécula de glicose, tem gasto de energia (logo é preciso de ATP), sobre a ação da hexoquinase/ glicoquinase (enzimas que atuam aqui). Ocorre uma fosforilação e a glicose se transforma em glicose-6-fosfato. O fosfato entra no carbono 6 e vamos ter a ação da fosfoglicomutase que vai realizar uma troca do fosfato para o carbono 1, virando glicose-1-fosfato. Teremos a ação da uridina trifosfato que vai liberar fosfato gerando uridina difosfato glicose. Essa UDP glicose que vai entrar ativada que vai ser a glicose para ser armazenada, mas para isso precisa antes sofrer uma fosforilação. A UDP glicose começa a ser iincoporada pela enzima reguladora da síntese de glicogênio, que é a glicogênio sintetase. Para essa molécula de glicogênio incorporar moléculas de glicose ela precisa antes ativar essa molécula pela hexoquinase ou glicoquinase, transformando a glicose em UDP glicose que estará pronta para sofrer ação da glicogênio sintetase incorporando novas moléculas de glicose. ♥ Glicose se transforma em glicose 6p pela ação da hexoquinase (músculo) ou gllicoquinase (fígado). ♥ A síntese do UDP glicose é o evento inicial na glicogenogênese. ♥ Esta síntese ocorre a partir da conversão da glicose 6 fosfato em glicose- 1 – p. ♥ E sob a ação da UDP glicose pirofosforilase ocorrerá a formação da UDP glicose. ♥ Porém, para haver a iniciação da síntese do glicogênio sem um arcabouço inicial, utiliza-se um primer, ou iniciador, que é uma proteína, a glicogenina (proteína). 4 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II ♥ Este arcabouço está presente na cadeia lateral de uma tirosina onde a primeira UDP glicose irá se encaixar. ♥ Isto ocorre a partir da enzima sintase iniciadora de glicogênio. ♥ Conclusão: o glicogênio é uma glicoprotéina, porque ele tem o primer de glicogenina com o aminoácido que é a tirosina. ♥ Após a síntese do primeiro, a glicose da UDP glicose é transferida, fazendo-se uma ligação alfa 1,4 na extremidade não redutora. ♥ Logo, forma-se uma molécula linear, mas depois é preciso adicionar as ramificações alfa 1,6. ♥ A formação das ramificações é condicionada à ação da enzima glicosil alfa 4:6 transferase (enzima ramificadora), a qual adiciona de 5 a 8 resíduos à molécula linear. ♥ Após o glicogênio sintase alonga as cadeias ESTRUTURA DO GLICOGÊNIO ♥ Glicogenina: proteína que inicialmente é glicolisada em um resíduo de tirosina pela UDPG, unindo 7 resíduos de glicose com ligações 1-4, formando um primer de glicogênio. ♥ O primer de glicogênio (glicogenina + 7 moléculas de glicose) é o substrato para ação da glicogênio- sintase iniciar a síntese do glicogênio com ligações alfa 1-4 adicionando resíduos de glicose na extremidade externa não redutora com o alongamento dos ramos de glicogênio. ♥ Quando a cadeia de glicogênio atinge em torno de 11 resíduos de glicose, ativa-se enzima ramificadora, que transfere em torno de 6 resíduos de glicose para uma cadeia próxima , formando um pointo de ramificação através da ligação alfa 1-6. 5 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II ♥ Carga de carboidratos ou carb loading: termo usado por atletas de alta performance que consiste em alimentação rica em HC levando à síntese rápida de glicogênio aumentando a reserva muscular. DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO - GLICOGENÓLISE ♥ Temos o glicogênio linear 1-4 que vai sofrer ação do glicogênio fosforilase, transformando-se em glicose 1-fosfato, depois glicose 6 fosfato e por fim libera glicose no organismo. ♥ A enzima reguladora é a glicogênio fosforilase. ♥ A via de degradação do glicogênio não é o contrário da glicogenogênese. ♥ O produto final da degradação é a glicose 1 p e a glicose pura das extremidades ramificadas. ♥ Este processo pode ocorrer tanto no músculo quanto no fígado, com objetivos distintos. ♥ Primeiro a atividade de transferase desloca um bloco de três resíduos de glicose do ramo para a extremidade próxima, formando uma ligação alfa 1,4. O resíduo de glicose remanescente no ponto de ramificação, em alfa 1-6 é então liberado como a glicose livre pla atividade 1-6 glicosidase. A enzima desramificadora prepara a molécula de glicogênio para a fosforilase continuar a atuar. 6 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II ♥ Através de uma fosforólise (queda pelofosfato), a glicogênio fosforilase quebra um resíduo do glicogênio, fornecendo glicose 1 p. ♥ Esta glicose 1-p é convertida depois pela enzima fosfoglicomutase em glicose 6-p. ♥ A glicogênio fosforilase não quebra as ligações alfa 1,6 do glicogênio, sendo que esta atividade cessa a quatro resíduos do ponto de ramificação. 7 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II ♥ Para a remoção da glicose e destes 4 ponto, a enzima desramificadora, a qual possui 2 subunidades- glicotransferase e glicosidase. A primeira transfere os 3 resíduos da ramificação para a cadeia linear, e a segunda libera as ramificações como glicose pura. ♥ Enigma: esta glicose pura do músculo pode sair para o sangue? ♥ OBS: dç pompe. REGULAÇÃO HORMONAL DA GLICOGENÓLISE/ GLICOGENOGÊNESE ♥ A regulação dos etoques de glicogênio no músculo e no fígado atende às necessidades do momento. Maria Eduarda Sardinha Est DA GLICOGENÓLISE/ etoques de glicogênio no músculo e no fígado atende às necessidades do ♥ No fígado, os estoques de glicogênio aumentam no estado pós-absortivo, enquanto que a degradação ocorre no jejum. ♥ No músculo ocorre o mesmo. 8 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II No fígado, os estoques de glicogênio aumentam absortivo, enquanto que a degradação ocorre no jejum. No músculo ocorre o mesmo. 9 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II ♥ Primeiramente, a regulação destas vias ocorre a nível alostérico, e posteriormente sob a ação hormonal. ♥ Para sintetizar glicogênio o principal estímulo é a glicose 6 fosfato. Quando essa está elevada no sangue e no fígado, vai ser entendido que já tem energia. O alto nível de glicose 6 fosfato e ATP no sangue inibe a quebra do glicogênio. O nível de cálcio e AMPc também regula. Alto nível de AMPc diz que há pouca energia, estimulando a quebra de glicogênio. AMP e ATP são antagônicos. ♥ No músculo níveis altos de adrenalina e cálcio ativam glicogênio fosforilase e inibem o glicogênio sintase levando a estímulo da glicogenólise e inibição da glicogênese. ♥ O glucagon atuando no seu receptor ativa AMPc- inibe glicogênio sintase e estimula glicogênio fosforilase (quebra de glicogênio), aumentando a glicose no sangue. ♥ A insulina é um hormônio hipoglicemiante (retira glicose do sangue e joga para dentro da célula). Já o glucagon é hiperglicemiante. ♥ O glucagon atua junto com o AMPc, atuando em seu receptor. Ativa glicogenólise e inibe glicogênese (via ativação de AMPc) ♥ A insulina anda com o ATP, o alto nível de insulina inibe a glicogênio fosforilase e etimula a glicogênio sintase Fígado ♥ Insulina: inibe ação da glicogênio fosforilase e estimula ação da glicogênio sintase. ♥ Glucagon e AMPc: estimula a ação da glicogênio fosforilase e inibe a ação da glicogênio sintase. GLP-1 e 2 ♥ Os peptídeos similares ao glucagon (GLP-1 e GLP-2) são sintetizados nas células L intestinais. ♥ Elevam-se após as refeições sendo rapidamente inativados pela enzima DPP-4 (dipeptidil peptidase- 4). ♥ GLP-1 (7-36) é derivado principal e promove a redução dos níveis de glicose por estimular a secreção de insulina pela célula beta pandcreática, estimular a biossíntese de pro-insulina via indução da transcrição do gene da proinsulina. ♥ Promove proliferação de células beta. ♥ Induz ao aumento da utilização periférica de glicose. ♥ O GLP-2 não tem ação sobre a secreção de insulina ♥ GLP-1 restaura a sensibilidade das células beta pancreáticas aumentando a expressão do GLUT 2 e da glicocinase, melhorando a liberação de glicose nos tecidos. ♥ Inibe apoptose de células betas. ♥ Inibe a secreção gástrica e a motilidade do tubo gastrointestinal retardando a absorção de carboidratos e aumentando a saciedade. ♥ Ação direta no SNC promovendo aumento da saciedade e redução do apetite. ♥ Reduz a produção hepática de glicose (glicogenólise). 10 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II ♥ Efeito incretínico: incretina são as células do intestino que produzem GLP-1. Quando você da glicose venosa e glicose oral, a oral gera uma ação maior da insulina. Ao dar a glicose pela veia, pula-se a etapa intestinal. Quando é intestinal, temos a ação do GLP1 mostrandoa importância do GLP1 para aumentar a liberação de insulina e para modular a ação do glucagon.. ♥ Ciclo de cori: atividade muscular intensa com produção de lactato que passa para a circulação sanguínea e no fígado contribui para gliconeogênese hepática, evitando que o lactato se acumule na corrente sanguínea. 11 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II 12 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II 13 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II DOENÇAS DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO (GLICOGENOSES) ♥ Erros metabólicos determinados por deficiências enzimáticas que repercutem na síntese ou degradação do glicogênio. Formas de glicogenoses ♥ Hepática: deficiência de glicose-6-fosfatase, da glicoquinase. ♥ Miopática: deficiência da hexoquinase ♥ Generealizada: deficiência da enzima ramificadora Sinais e sintomas ♥ Acúmulo anormal de glicogÊnio ♥ Glicogênio pouco ramificado ♥ Hepatomegalia ♥ Hipoglicemia ♥ Hipoglicemia de jejum ♥ Convulsões ♥ Retardo mental ♥ Hiperlactacidemia ♥ Insuficiência hepática progressiva ♥ Morte Doença de pompe ♥ Glicogênio pode ser englobado por lisossomas, onde a enzima alfa glicosidase ácida catalisa a hidrólise do glicogênio em glicose na ligação 1-4 A deficiência dessa enzima no lisossoma leva a essa doença, que é hereditária, é de forma infantil, 14 Maria Eduarda Sardinha Estrella 58 – 2025.2 Bioquímica II juvenil e adulta e gera fraqueza muscular progressiva. Hipoglicemia neonatal ♥ Glicose no recém nato proveniente do glicogênio heopátiico e da gliconeogênese. Não usa o glicogênio do fígado. ♥ Mãe diabética: bebê tem um nível de insulina elevado por hiperglicemia materna. Leva ao aumento de captação de glicose pelo músculo e tecido adiposo. Tem reserva de glicogênio, mas as enzimas da glicogenólise estão suprimidas pela hiperinsulinemia do feto, levando a hipoglicemia. Corrigir com glicose venosa com melhora em 48 horas via gliconeogênese (macrossomia fetal). É transitória e sem grandes riscos. ♥ Mãe desnutrida: nasceu sem reserva hepática de glicogênio, sem massa muscular para gliconeogênese. Necessita de glicose venosa imediata e tardia e alimentação rica em hidrato de carbono (HC). Tem risco de dano neurológico. Não tem reserva adiposa e nem muscular.
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