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JURIDISIÇÃO E COMPETÊNCIA - CPP

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Jurisdição e Competência no Processo Penal 
A competência no processo penal, trata do fato de um juiz poder dizer o direito e 
aplicar a lei ao caso concreto, essa competência foi-lhe conferida pela Constituição 
Federal, a através dela, o juiz pode tomar conhecimento de questões criminais e 
aplicar corretamente a lei, dento dos limites da questão. 
 
• COMPETÊNCIA ABSOLUTA: é aquela que é imutável; quando um juiz 
absolutamente incompetente profere uma decisão, estará a questão maculado 
pela nulidade absoluta. 
EX: Competência em razão da matéria (Justiça Federal, Justiça Estadual) 
 
 
 
 
• COMPETÊNCIA REALTIVA: é aquela que pode ser flexibilizada, sendo mais comum 
essa flexibilização quando se trata de competência territorial, por distribuição ou 
prevenção, conforme o CPP. 
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I - o lugar da infração: 
II - o domicílio ou residência do réu; 
III - a natureza da infração; 
IV - a distribuição; 
V - a conexão ou continência; 
VI - a prevenção; 
VII - a prerrogativa de função. 
 
Excepcionalmente, por não haver a possibilidade de Revisão Criminal contrária ao réu, 
uma vez que um juiz incompetente absolva alguém, essa decisão não pode ser revista, 
tendo em vista que isso prejudicaria o réu. 
 Caso uma delas seja violada, essa 
violação não gerará nulidade, 
automaticamente, o prejuízo sofrido 
pela parte deve ser declarado, 
conforme entendimento do Superior 
Tribunal Federal: 
SÚMULA 706, STF: é relativa a 
nulidade decorrente da 
inobservância da competência 
penal por 
prevenção. 
1. Competência em razão da matéria 
Conforme a constituição Federal, para fixar a competência em razão da matéria: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e 
julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou 
empresa pública federal forem interessadas na 
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e 
as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou 
residente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da 
União com Estado estrangeiro ou organismo 
internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais 
praticadas em detrimento de bens, serviços ou 
interesse da União ou de suas entidades autárquicas 
ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da 
Justiça Eleitoral; 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção 
internacional, quando, iniciada a execução no País, o 
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no 
estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se 
refere o § 5º deste artigo; 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos 
casos determinados por lei, contra o sistema 
financeiro e a ordem econômico-financeira; 
VII - os habeas corpus , em matéria criminal de sua 
competência ou quando o constrangimento provier 
de autoridade cujos atos não estejam diretamente 
sujeitos a outra jurisdição; 
O art. 109 da Constituição 
estabelece quais os crimes que 
são de competência federal. 
Desse modo, todos aqueles 
que aqui não estão, 
apresentam sua característica 
de competência residual, 
cabendo o julgamento à 
justiça estadual. 
VIII - os mandados de segurança e os habeas 
data contra ato de autoridade federal, excetuados 
os casos de competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou 
aeronaves, ressalvada a competência da Justiça 
Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular 
de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após 
o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a 
homologação, as causas referentes à nacionalidade, 
inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
 
Atenção!!! 
• (IV) : em relação aos CRIMES POLÍTICOS, deve haver a violação da Lei de Segurança 
Nacional (Lei n° 7.170/83): 
Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou 
expõem a perigo de lesão: 
I - a integridade territorial e a soberania nacional; 
Il - o regime representativo e democrático, a 
Federação e o Estado de Direito; 
Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da União 
 
Quanto aos bens, serviços ou interesses da união, havendo violação a algum deles, a 
competência será de juiz federal, devendo-se aferir, posteriormente, onde foi o local 
que aconteceu a infração. 
Todas as contravenções penais serão julgadas, sem exceção, pela justiça estadual, 
ainda que o bem lesado, o serviço ou o interesse em questão sejam da União. 
 
Vítima: Presidente da República, 
chefe do Executivo Federal 
 
Competência da Justiça Federal! 
SÚMULA 107, STJ - Compete a justiça comum 
estadual processar e julgar crime de estelionato 
praticado mediante falsificação das guias de 
recolhimento das contribuições previdenciárias, 
quando não ocorrente lesão a autarquia federal. 
 
 
 
 
 
Atenção!!!! 
→ SÚMULA 104, STJ: compete a justiça estadual o processo e julgamento dos crimes de 
falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. 
→ SÚMULA 165, STJ: compete a justiça federal processar e julgar crime de falso 
testemunho cometido no processo trabalhista. 
→ SÚMULA 208, STJ: compete a justiça federal processar e julgar prefeito municipal por 
desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal. 
→ SÚMULA 209, STJ: compete a justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de 
verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal. 
→ SÚMULA 62, STJ: compete a justiça estadual processar e julgar o crime de falsa anotação 
na carteira de trabalho e previdência social, atribuído a empresa privada. 
O simples fato de ser a guia emitida 
pelo INSS que é um órgão federal, 
não atrai a competência para a 
esfera federal, se não houver lesão a 
autarquia federal. 
EX: o agente falsifica a guia do 
INSS e a utiliza perante uma 
empresa privada. Nesse caso, a 
competência seria da justiça 
Estadual, já que não houve lesão 
ao órgão federal. 
• (V): crimes previstos em tratados e convenções internacionais devem ser julgados 
pela justiça federal. 
 
• (V-A): Grave violação aos direito humanos, não bastando uma simples violação, 
tendo em vista que a CF fala de violação “grave”. 
 
• (VI): crimes contra a organização do trabalho. A violação é genérica e feita a vários 
trabalhadores, não sendo da competência da justiça federal, quando a violação 
afetar apenas um trabalhador. Outra questão, é a redução à condição análoga à de 
escravo, em que o STF entende que é de competência da justiça Federal. No que diz 
respeito ao sistema financeiro e a ordem econômica, para aferir a competência, 
deve-se observar o prediz a Lei n° 7.492/86, que diz que a ação penal, para os crimes 
previstos nessa lei, será promovido pelo MPF, perante a justiça Federal. Os crimes 
contra a ordem econômica, na maioria das vezes, serão de competência da justiça 
federal, porém, apresentam exceções: sonegação de tributos estaduais e 
municipais, serão de competência da justiça estadual. Tributos federais, são de 
competência da justiça federal. 
 
• (VII): Habeas corpus propostos em virtude de ato de constrangimento cometido por 
agentes federais, são de competência da justiça federal. 
 
• (IX): crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, sem exceção, são de 
competência da justiça federal, conforme a CF. 
 
• (X): crimes de ingresso ou permanência de estrangeiro irregular, por questões que 
envolvem a polícia federal, que atende à União, são de competência da justiça 
federal. 
 
• (XI): direitos indígenas são de competência a justiça federal, quando envolver a 
condição de índio, da vítima. Sendo apenas um índio, ou mais de um indígena, o 
crime é de competência da justiça federal2. Competência do Tribunal do Júri 
 
Art. 5°, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, 
com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes 
dolosos contra a vida; 
 
 
A competência em razão da matéria, do tribunal do júri, prevalece em relação às 
demais formas de competências, previstas no CPP, sendo, dessa forma, uma 
competência absoluta. Havendo algum tipo de conflito, em relação à competência, 
prevalecerá o Tribunal do júri, que deverá julgar a questão. 
Se houver mais de um crime (estupro + homicídio doloso), serão os dois julgados pelo 
júri, tendo em vista que ele atrai para si, o julgamento dos demais crimes conexos ao 
crime doloso contra a vida, em questão, conforme o CPP. 
Os crimes previstos nos art. 121, 122, 123, 124, 125 e 126 do Código Penal, de forma dolosa. 
Os crimes culposos não são julgados pelo Tribunal do Júri. 
Art. 74. A competência pela natureza da infração 
será regulada pelas leis de organização judiciária, 
salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos 
crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 
2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do 
Código Penal, consumados ou tentados. 
§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, 
houver desclassificação para infração da 
competência de outro, a este será remetido o 
processo, salvo se mais graduada for a jurisdição 
do primeiro, que, em tal caso, terá sua 
competência prorrogada. 
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração 
para outra atribuída à competência de juiz singular, 
observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a 
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do 
Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença 
(art. 492, § 2o). 
 
3. Competência pelo lugar da infração 
A competência territorial (interna) está prevista no CPP como sendo uma 
competência relativa. 
Art. 70. A competência será, de regra, 
determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em 
que for praticado o último ato de execução. 
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a 
infração se consumar fora dele, a competência será 
determinada pelo lugar em que tiver sido 
praticado, no Brasil, o último ato de execução. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art121%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art121%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art122
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art122p
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art123
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art127
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art127
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art410.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art492..
§ 2o Quando o último ato de execução for 
praticado fora do território nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, 
embora parcialmente, tenha produzido ou devia 
produzir seu resultado. 
Foi adotada a Teoria do Resultado, para aferir a competência em razão do lugar. 
 
 
 
 
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas 
ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição 
por ter sido a infração consumada ou tentada nas 
divisas de duas ou mais jurisdições, a competência 
firmar-se-á pela prevenção. 
 
Quando houver dúvida acerca dos limites territoriais de duas ou mais jurisdições, ou 
quando a jurisdição for incerta, nesse caso, o primeiro juiz que tomar conhecimento 
da causa, torna-se prevento para julgamento. 
Quando se tratar de crimes continuados ou permanentes, a mesma regra será 
aplicada. Como os crimes continuados podem ter sido praticados em diversas 
jurisdições, o CP considera como praticado apenas um delito, incidindo sobre ele o 
critério da exasperação (aumento de pena). Nesse sentido, o primeiro dos juízes 
igualmente competentes para julgar o caso, será considerado prevento. 
 
≠ competência internacional, quando o crime é cometido entre dois países. 
Aplica-se, nesse caso, o disposto no art. 6° do CP: 
 Lugar do crime 
 Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a 
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado. 
 
4. Competência pelo domicílio ou residência do Réu 
É competência residual, caso não seja conhecido o local da infração penal. 
Se o réu tiver mais de uma residência, novamente se lança mão do critério da 
prevenção. 
 
 
5. Competência por conexão ou continência 
Esses critérios estão previstos no CPP 
• CONEXÃO: para facilitar a produção probatória. 
a) Conexão Intersubjetiva: ocorre entre os sujeitos, dessa forma, exige-se a pluralidade 
de agentes (2 ou + pessoas), mas que não estão em concurso de pessoas, conforme 
o CPP: 
Art. 76. A competência será determinada pela 
conexão: 
I - Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem 
sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias 
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em 
concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou 
por várias pessoas, umas contra as outras; 
b) Conexão Teleológica: ocorre entre condutas criminosas, praticadas pela mesma 
pessoa, para uma finalidade comum. Ex: homicídio qualificado 
II - Se, no mesmo caso, houverem sido umas 
praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou 
Nos casos de exclusiva ação penal privada, o querelante pode preferir o foro de 
domicílio ou da residência do réu, ainda que o local da infração seja conhecido. 
para conseguir impunidade ou vantagem em 
relação a qualquer delas; 
c) Conexão Instrumental ou Probatória: exclusivamente para a produção de provas. 
III - quando a prova de uma infração ou de 
qualquer de suas circunstâncias elementares influir 
na prova de outra infração. 
 
• CONTINÊNCIA: para evitar decisões contraditórias 
a) Continência por acumulação subjetiva: ocorre quando duas ou mais pessoas forem 
acusadas da mesma infração, estando elas em concurso de pessoas, conforme o CP: 
Art. 29, CP - Quem, de qualquer modo, concorre 
para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. 
b) Continência por cumulação objetiva: ocorre nos casos de concurso formal, erro na 
execução e resultado diverso do pretendido, em situações que exigem duplo 
resultado, conforme o CPP: 
Art. 77. A competência será determinada pela 
continência quando: 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela 
mesma infração; 
II - no caso de infração cometida nas condições 
previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 
do Código Penal. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art51
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art53
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art54
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art54
6. Concurso de jurisdições no Processo Penal 
Art. 78. Na determinação da competência por 
conexão ou continência, serão observadas as 
seguintes regras: 
I - No concurso entre a competência do júri e a de 
outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a 
competência do júri; 
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for 
cominada a pena mais grave 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido 
o maior número de infrações, se as respectivas 
penas forem de igual gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos 
outros casos; 
III - no concurso de jurisdições de diversas 
categorias, predominará a de maior graduação 
IV - No concurso entre a jurisdiçãocomum e a 
especial, prevalecerá esta. 
 
Atenção!!! 
• Uma vez que haja concurso entre jurisdição comum e militar, prevalece a justiça 
militar, uma vez que ela não julga civis, o mesmo ocorre nos caos de justiça comum e 
juízes menores, uma vez que os juízes menores tem competência para julgar casos 
de atos infracionais, conforme entendimento do CPP 
Art. 79. A conexão e a continência importarão 
unidade de processo e julgamento, salvo: 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a 
militar; 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do 
juízo de menores. 
 
• Para entender a conexão e a continência, é preciso analisar o art. 81 do CPP, parte por 
parte. 
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por 
conexão ou continência, ainda que no processo da 
sua competência própria venha o juiz ou tribunal a 
proferir sentença absolutória ou que desclassifique 
a infração para outra que não se inclua na sua 
competência, continuará competente em relação 
aos demais processos. 
 
 
 
• No caso do § único do mesmo artigo, em casos de desclassificação, impronúncia 
ou absolvição, se o juiz sumariante entender que a competência não é do Tribunal 
do Júri, o CPP ordena que o processo seja remetido ao juízo competente. 
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri 
a competência por conexão ou continência, o juiz, 
se vier a desclassificar a infração ou impronunciar 
ou absolver o acusado, de maneira que exclua a 
competência do júri, remeterá o processo ao juízo 
competente. 
 
Essa disposição diz que, o juiz ou tribunal que decidir sobre absolvição ou desclassificação de um 
dos crimes conexos ou em virtude de continência, deve continuar competente para as demais 
infrações, sob pena de violação do princípio da identidade física do juiz, tendo em vista que este 
presidiu toda a instrução probatória e estaria em condições de julgar melhor o feito, uma vez que 
teve contato direto com as provas produzidas. 
 
 
 
 
 
• No caso de impronúncias e absolvição, relativas a infrações reunidas por conexão e 
continência, o juiz sumariante deverá remeter os autos para o juízo competente, 
onde este deverá julgar a infração remanescente. 
 
• Quanto às infrações penais julgadas pelo próprio Tribunal do júri (jurados), em que 
haja a desclassificação do suposto crime doloso contra a vida, as demais infrações 
serão de competência do juiz-presidente. De outra banda, se o Tribunal do júri 
absolver o acusado por uma das infrações penais, a permanência para julgar o crime 
conexo permanece, uma vez que os jurados entenderam que são competentes para 
o crime doloso contra a vida e proferiram a decisão, são competentes para julgar a 
outra infração. 
 
 RITO COMUM JUIZ SUMARIANTE JURADOS 
CRIME ÚNICO Autos remetidos ao 
juízo competente 
Autos remetidos ao 
juízo competente 
Autos remetidos ao 
juiz-presidente 
CRIMES CONEXOS Juiz continua 
competente 
Autos remetidos ao 
juízo competente 
Crime conexo é 
julgado pelo juiz-
presidente. 
 
EX: juiz sumariante entende que o caso concreto se trata de latrocínio, que é um crime contra o patrimônio. 
Logo, por não ser um crime doloso contra a vida, não seria o Tribunal do júri competente para julgá-lo. 
Assim sendo, deveria o juiz remeter o processo para o juízo singular, conforme o art. 419, CPP: 
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a 
acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 
1o do art. 74 deste Código e não for competente para o 
julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art74%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art74%C2%A71
7. Competência por Prevenção 
A prevenção é aquela em que um juiz emite um ato decisório anteriormente a outro, 
igualmente competente, tornando-se conhecedor da situação primeiramente, de 
forma que deve continuar a ser competente para todos os demais atos processuais. 
Dessa forma, evita-se que outro juiz, igualmente competente, deva conhecer todo o 
processo novamente, portanto, demandando mais tempo do judiciário, sendo mais 
eficiente e célere que o juiz que tomou a primeira decisão, continue a acompanhar as 
fases posteriores do processo, ocorrendo assim o fenômeno da prevenção, 
conforme o CPP. 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por 
prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais 
juízes igualmente competentes ou com jurisdição 
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros 
na prática de algum ato do processo ou de medida 
a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento 
da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, 
e 78, II, c). 
 
8. Competência por Prerrogativa de função 
A competência por prerrogativa de função foi tratada na Constituição Federal. 
No caso de PREFEITOS, que venha a cometer crimes, é importante salientar: 
→ Crimes comuns: julgamento pelo Tribunal de Justiça do estado. 
→ Crime federal (apropriação de verbas pertencentes à União): julgamento pelo 
Tribunal Regional Federal (ou da região a que o Estado onde o prefeito exerce sua 
função), conforme entendimento do STF: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art72
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art78.
Súmula 702, STF: A competência do Tribunal de 
Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes 
de competência da Justiça comum estadual; nos 
demais casos, a competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau. 
Nos casos de CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA, a CF estabeleceu que a 
competência para julgamento é do tribunal do júri. Resta saber onde o agente seria 
julgado, tendo em vista que ele pode apresentar algum cargo público que possua a 
prerrogativa de ser julgado pelo Tribunal de Justiça. EX: um vereador que pratica um 
homicídio. 
 
 
 
SÚMULA 721, STF: A competência constitucional do 
tribunal do júri prevalece sobre o foro por 
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente 
pela constituição estadual. 
 
Em caso de CONCURSO DE AGENTES, em que apenas um deles tem a prerrogativa de 
função, enquanto o outro é um cidadão comum, entende-se que os coautores 
também serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal, não havendo separação de 
processos. 
SÚMULA 704, STF: não viola as garantias do juiz 
natural, da ampla defesa e do devido processo 
legal a atração por continência ou conexão do 
processo do co-réu ao foro por prerrogativa de 
função de um dos denunciados. 
 
 
Conforme entendimento do STF, o julgamento seria perante o Tribunal do Júri, tendo 
em vista que, em relação à competência, ele prepondera sobre os demais. 
JURISDIÇÃO 
COMPETENTE 
EXECUTIVO JUDICIÁRIO LEGISLATIVO OUTROS 
STF . Presidente 
. Vice presidente 
. Ministros 
. AGU 
Ministros do: 
. STJ 
. STF 
. Dep. Federais 
. Senadores 
. PGR 
. Comand. Marinha, 
Aeronáutica e Exército 
. Membros do TCU 
. Chefes Diplomatas 
STJ . Governadores 
 
Desembargadores: 
. TRF 
. TJ 
. TER 
.TRT 
 . Membros do TCE, DF e 
Municípios 
. Membros do MP que 
atuam perante os 
tribunais 
TJ, TRF e TER 
(APENAS 
CRIMES 
ELEITORAIS) 
. Prefeitos . Juízes de direito 
. Juízes federais 
. Juízes do trabalho 
. Juízes militares da 
união 
. Dep. Estaduais 
. Vereadores (se 
houver previsão na 
Constituição do 
Estado) 
. Membros do MP da 
União (MPF, MPT, MPM, 
MP/DF) 
. Membros do MP 
estadual

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