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APS DESDOBRAMENTO DA TEORIA PSICANALÍTICA (ANÁLISE DO FILME O QUARTO DE JACK)

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA 
Campus Anchieta 
Instituto de Ciências Humanas 
Curso de Psicologia 
 
 
 
 
CAMILA PACHECO DE SOUSA - RA: - D67CBI-0 
DAVID ALEXANDRE PINAFFO - RA: N35948-0 
EMILLY FERREIRA SALIM - RA: N37745-3 
GRAZIELE LOPES BRITO - RA: D72BBA-5 
JOYCE SIQUEIRA DE CARVALHO – RA: T95534-3 
MICHELLE ZAIRE - RA: N23223-4 
VILSON AMBROZIO DE OLIVEIRA - RA: T7977G-8 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA PRODUÇÃO “O QUARTO DE JACK”, NA PERSPECTIVA DA 
TEORIA PSICANALÍTICA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA 
Campus Anchieta 
Instituto de Ciências Humanas 
Curso de Psicologia 
 
 
 
 
CAMILA PACHECO DE SOUSA - RA: - D67CBI-0 
DAVID ALEXANDRE PINAFFO - RA: N35948-0 
EMILLY FERREIRA SALIM - RA: N37745-3 
GRAZIELE LOPES BRITO - RA: D72BBA-5 
JOYCE SIQUEIRA DE CARVALHO – RA: T95534-3 
MICHELLE ZAIRE - RA: N23223-4 
VILSON AMBROZIO DE OLIVEIRA - RA: T7977G-8 
 
 
 
ANÁLISE DA PRODUÇÃO “O QUARTO DE JACK” NA PERSPECTIVA DA 
TEORIA PSICANALÍTICA. 
 
 
Trabalho de análise de obra cinematográfica, a 
partir dos conteúdos programáticos da 
disciplina Desdobramentos da Teoria 
Psicanalítica do curso de Psicologia da UNIP. 
Prof. Espec. Flávio Rossi. 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4 
2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................................... 5 
2.1 Conceitos encontrados na teoria de Melanie Klein .............................................................. 5 
2.2 Conceitos encontrados na teoria de Winnicott ..................................................................... 7 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 10 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 11 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A abordagem psicanalítica criada por Sigmund Freud tem como fenômeno estudado a 
análise do discurso, imaginário e ações do paciente para compreensão dos conteúdos latentes. 
Ele acreditava que na memória do paciente havia conteúdos sexuais na infância que 
submetiam a pessoa ao estado psicótico. Também criou o Id, Ego e Superego. 
Ao longo da história houve inúmeros teóricos que a partir de seus estudos trouxeram 
inovações significativa para análise psicanalítica. Entre eles Klein e Winnicott, que foram 
psicanalistas importantes no que tange ao desenvolvimento e aplicações de técnicas e teorias 
psicanalíticas na análise infantil. Donald W. Winnicott (1896-1971) teorizou sobre a 
importância da relação de mãe e filho em que a criança nasce com grande potencial e sua mãe 
deve lhe apresentar um ambiente familiar que garanta a satisfação das necessidades do bebê. 
Sendo assim os transtornos mentais seriam causas da relação em que o filho teve com sua 
mãe. Melanie Klein (1882-1960) focou no estudo da criança para entender suas angústias, 
medos e fantasias tendo como abordagem a brincadeira para acessar o inconsciente da 
criança. 
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise do filme “O quarto de 
Jack” sob uma perspectiva psicanalítica, utilizando as teorias de Melanie Klein e Donald W. 
Winnicott, temas de estudo da disciplina Desdobramentos da Psicanálise contidas na grade 
curricular dos 5º e 6º semestres do curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP, 
ministrada pelo professor especialista Flavio Rossi. 
A análise será realizada de forma a identificar pontos do filme que remetem a trechos 
das teorias dos autores, traçando um paralelo entre as vivências do personagem Jack e sua 
narrativa utilizando as teorias de Klein e Winnicott. 
Os conceitos serão apresentados, não levando em consideração a idade do personagem 
Jack, mas sim as relações que ele apresenta com o mundo, sua construção e seu 
desenvolvimento. Cabe lembrar que no filme, Jack é um menino de 5 anos e alguns conceitos 
apresentados por ambos teóricos remetem a idades diferentes, sendo que este fato não impede 
a análise, trazendo apenas um paralelo entre a história e os conceitos abordados pelos autores. 
5 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
 
O filme “O quarto de Jack” foi baseado no livro de mesmo nome da autora Emma 
Donoghue. Teve sua estreia no ano de 2015, com direção de Lenny Abrahamson. A adaptação 
cinematográfica apresenta Jack que foi concebido pelo estupro e sua mãe, Joy ou “Ma” como 
chamada por ele, ao qual ambos se encontram em situação de sequestro alojados em um 
pequeno quarto construído pelo sequestrador que possui pia, privada, uma cama, uma mesa, 
uma porta, um armário, uma cômoda com abajur, um fogão e uma claraboia no teto. Ao fundo 
Jack narra sobre o ambiente a sua volta e conta sobre como chegou, descendo pelo céu pela 
claraboia até o ventre de sua mãe, chutando sua barriga e caindo no tapete, onde sua mãe 
cortou seu cordão umbilical e disse: - “Bem-vindo Jack”. 
Neste filme é relatado a visão que Jack com apenas 5 anos possui sobre o quarto e sua 
vida, onde projeta suas fantasias, brincadeiras e os acontecimentos a sua volta. Sua mãe o 
alimenta com histórias que fazem com que floreie sua imaginação. Toda noite a mãe o coloca 
para dormi no armário para receber a visita daquele que chamam de velho Nick. 
Após o velho Nick agredir a mãe, é traçado um plano de fuga para saírem daquele 
lugar. Dada a orientação ao menino que deveria se fingir de morto, para poder escapar na rua 
e achar alguém que poderia ajudá-los, finalmente conseguiram sua liberdade, onde o garoto 
pode conhecer o mundo na perspectiva de fora daquele ambiente. 
Jack passou a conhecer um novo mundo repleto de estímulos e outras pessoas para 
comunicação. Enquanto o tempo passa e sua mãe precisa se tratar, o menino desenvolve 
habilidades sociais e cognitivas, superando o quarto que era considerado seu lar. 
Neste filme é possível acompanhar o pensamento de Jack que acredita que as pessoas 
da televisão são reais e vivem lá, sendo habitantes de inúmeros planetas, que se trata da 
mudança de canal. 
 
2.1 Conceitos encontrados na teoria de Melanie Klein 
O filme se inicia com Jack narrando seu nascimento, onde descreve que “eu desci pela 
claraboia junto com uma luz até o quarto, e eu comecei a te chutar por dentro, bum bum” 
remete ao que KLEIN (1935) apresenta ter apresentado anteriormente em sobre: 
 “o sadismo está no auge, fase pela qual as crianças passam durante o 
primeiro ano de vida. Já nos primeiros meses de existência, o bebê tem 
impulsos sádicos dirigidos não sô contra o seio da mãe, mas contra o interior 
6 
 
de seu corpo: desejos de esvaziá-lo, de devorar seu conteúdo e de destruí-lo 
com todos os meios que o sadismo pode imaginar.” (p.304) 
Pode-se verificar também a identificação de objetos realizada por Jack em paralelo 
com as teorias de KLEIN (1926) onde: 
“à criança estabelece relações com o mundo externo ao dirigir a libido 
originalmente ligada apenas ao seu próprio ego para objetos dos quais obtém 
prazer. Num primeiro nível, a relação da criança com esses objetos, sejam 
eles seres vivos ou inanimados, é puramente narcisista. É dessa maneira, 
porém, que as crianças criam suas relações com realidade (p. 153). 
Podemos ainda interpretar que Jack entende tais objetos como objetos totais, já 
possuindo entendimento das coisas que o rodeiam, enxergando o mundo com objetos totais e 
não tudo como um único objeto, demonstrando fortalecimento do superego. Para KLEIN 
(1935, p 306) “esse desenvolvimento ocorre uma mudança da maior importância: a passagem 
de uma relação de objeto parcial para a relação com um objeto total. [...]que serve de base 
para a situação chamada de perda do objeto amado.” Esta relação pode ser percebida através 
das distinções que Jack faz com os objetos:o bolo que é desejado, mas também não tem velas, 
é visto como dois objetos distintos. 
Após a cena em que Jack desobedece a sua mãe e sai do armário para conhecer Nick, a 
mãe o repreende e Jack briga com ela e a agride, sentindo-se culpado. A culpa para KLEIN 
(1937, p.352) deriva do amor e ódio pelo objeto, pois “quando surgem conflitos entre amor e 
ódio [...]e o medo de perder o objeto amado entra em ação, [...]sentimento de culpa e de 
sofrimento surgem como um novo elemento na emoção do amor”. 
O brincar é apresentado de forma bastante presente no filme. Jack apresenta sua 
realidade através de suas brincadeiras em vários momentos do filme: quando Jack brinca com 
o rato e mostra que o rato fazia parte de seu mundo, sendo um ser vivo, um amigo; quando 
Jack retrata seu mundo através do brincar, com a cobra de casca de ovos, a colher derretida, o 
labirinto cheio de curvas, a privada para o cocô desaparecer, o abajur é o melhor para brilhar... 
na mesma cena, Jack brinca com o copo, faz sombras na parede. Estas são formas que Jack 
encontra para expressar suas ideias. 
O desenho também é apresentado como expressão na conversa com o terapeuta que 
vem tratar de sua mãe. KLEIN (1924) traz em sua técnica de análise de crianças, que o 
“pequeno paciente [...] dá um tanto de insight com relação aos seus complexos —seja através 
do seu brincar ou de seus desenhos ou fantasias, seja simplesmente pelo seu comportamento 
em geral — as interpretações podem e devem ser iniciadas.” (p. 41), resultando em 
7 
 
observação do psicólogo não somente no comportamento verbal da criança, mas em como ela 
projeta seu mundo interior através do brincar. Ainda segundo KLEIN (1932) “a criança 
expressa suas fantasias, seus desejos e suas experiências reais de um modo simbólico, através 
de brincadeiras e jogos” (p. 27). 
Outro ponto marcante que ocorre no decorrer do filme é que Jack possui inicialmente 
identificação somente com a mãe. Devido a sua história de vida, onde ele não interagia com 
outras pessoas, Jack apresenta dificuldades em interagir com o mundo exterior. Ao ser 
questionado pelas mais diversas pessoas – o médico no hospital, os avós, o marido da avó – 
Jack não se dirige a eles, sempre direcionando sua resposta para a mãe, apresentando uma 
ansiedade em relação ao mundo e podendo leva-lo a um estado de melancolia verificado pela 
sua introversão perante as demais pessoas, o que para KLEIN (1935) é apresentado: 
“já no período de amamentação, quando começa a ver a mãe como uma 
pessoa completa e passa da introjeção de objetos parciais para a introjeção 
do objeto total, a criança experimenta alguns dos sentimentos de culpas e 
remorsos, (...)algumas das ansiedades em torno da morte iminente dos 
objetos amados externos e internalizados. (..) esses sofrimentos, conflitos e 
sentimentos de remorso e culpa que resultam da relação do ego com seu 
objeto internalizado já se encontram em ação no bebê. (..) Se o bebê não 
consegue estabelecer seu objeto amado dentro de si mesmo nesse período — 
se a introjeção do objeto “bom” fracassa —então a situação de “perda do 
objeto amado” já surge com mesmo sentido encontrado no adulto 
melancólico” (p. 327). 
 
2.2 Conceitos encontrados na teoria de Winnicott 
Para WINNICOTT (1958) o ser humano tem dependência do outro para sua 
sobrevivência, principalmente vindas da mãe. A teoria da mãe suficientemente boa do 
psicanalista remete a toda relação de Jack e sua mãe. Nesta teoria a mãe tem papel 
fundamental no desenvolvimento de uma criança, onde ela será aquela que lhe apresenta o 
ambiente e desta maneira o tornando facilitador. Ela não tem o papel de ser perfeita, mas sim 
de servir as necessidades e exigências da criança. 
“A mãe suficientemente boa soube apresentar-se ao seu bebê como um 
suporte para seus esporádicos contatos com a realidade, como um ego 
auxiliar a mãe satisfaz as necessidades iniciais do bebê e promove, quando 
da saída desta matriz, a experiência fugaz de onipotência [...]” 
(WINNICOTT, 1958 p. 68). 
8 
 
O papel da mãe suficientemente boa corresponde aos critérios de Joy que agrega o ego 
auxiliar de Jack até o momento em que ele se torne um sujeito. Ela explica sobre os diversos 
assuntos que fazem parte da curiosidade do menino, introduz rotinas para o cuidado físico e 
saudável estabelecendo assim obrigações e corrigindo atitudes. De acordo com WINNICOTT 
(1958) este momento da história seria caracterizado como o “verdadeiro self”, onde sua mãe o 
mune de força para lidar com as situações. 
O desenvolvimento ambiental de Jack acontece pela tentativa da mãe de integrá-lo a 
realidade que ela conhecia como a melhor para que não entendesse o que estava acontecendo, 
utilizando a criatividade ao usar cascas de ovos para fazer uma cobra rolos de papel higiênico 
para o labirinto que também armazenava itens além das inúmeras histórias. 
Jack passa a funcionar de acordo com sua realidade a partir do momento em que sua 
mãe se isola, sendo assim, ele se frustra, e a agressão o choca. No momento em que sua mãe 
falha, o garoto se adapta a sua realidade, momento este quando começa a citar itens do quarto 
com o qual ele se identifica e após questionar a realidade a sua volta com a mãe. Este 
momento também acontece quando sua mãe se ausenta para tratamento e deixa Jack com seus 
avós que passa a ter que interagir, sendo este feito somente realizado com Joy. Lidar com a 
separação da mãe foi algo que teve que passar para desenvolver sua autonomia. 
Segundo WINNICOTT (1975) os objetos transicionais são aqueles objetos que em 
nossa infância temos preferência, que levávamos para todos os lugares. O objeto transicional é 
caracterizado como o mediador entre mãe, realidade exterior e interior e o encontro do “eu” e 
do “não-eu” (p. 17). Os objetos transicionais de Jack são todos os objetos do quarto e o 
carrinho, objetos estes com que ele se comunica, o carrinho que ele leva consigo até na hora 
de dormir. 
“É sabido que os bebês, assim que nascem, tendem a usar o punho, os dedos 
e os polegares em estimulação da zona erógena oral, para satisfação dos 
instintos dessa zona, e também em tranquila união. É igualmente sabido que, 
após alguns meses, bebês de ambos os sexos passam a gostar de brincar com 
bonecas e que a maioria das mães permite a seus bebês algum objeto 
especial, esperando que eles se tornem, por assim dizer, apegados a tais 
objetos”. (WINNICOTT, 1975, p. 10) 
É no brincar que Jack experimenta sua liberdade de criação (p. 88) e desta forma, 
quando sua mãe o alimenta, o introduz a universos, o exercita ela propicia o que para 
WINNICOTT (1975) era: 
9 
 
“Em outros termos, é a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: 
.o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos 
relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na 
psicoterapia; finalmente, a psicanálise foi desenvolvida como forma 
altamente especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo 
mesmo e com os outros”. (p. 70) 
Toda a relação que Jack possui com o quarto pode ser relacionado na teoria da brincadeira 
onde o psicanalista dita uma frase que se caracteriza com este relacionamento em que diz o 
bebê ou a criança neste caso e o objeto estão unidos. O menino encontra nos objetos sua 
própria maneira de tratá-los e de brincar com eles e Joy atribui o comportamento de tornar 
aquela realidade concreta (p. 78). 
 
 
10 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Percebe-se através da escrita deste trabalho a vasta aplicação dos conceitos 
apresentados nas teorias de Melanie Klein e Donald Winnicott acerca da análise de crianças. 
O acompanhamento do desenvolvimento infantil sobre a ótica da psicanálise foi inicialmente 
aplicado por Klein que se contrapunha a Anna Freud e ao próprio Freud em alguns pontos, 
mesmo sendo uma análise derivada da psicanálise puramente freudiana. O reconhecimentode 
interações no desenvolvimento infantil e suas marcas dentro do psiquismo do indivíduo 
tornando mais ou menos suscetível a apresentação de psicopatologias ou comportamentos 
sociais indesejáveis, pode auxiliar no tratamento destes transtornos não somente na fase 
infantil, mas também adulta, trazendo uma melhor qualidade de vida ao indivíduo. 
No filme apresentado, são relatados vários momentos onde o desenvolvimento do 
personagem Jack pode ser plenamente afetado pelas suas vivências, pela relação com os 
objetos e pela relação com sua mãe. É observada a importância do relacionamento equilibrado 
entre mãe e filho, onde a falta de cisão do objeto entre bom e mal pode trazer alterações no 
desenvolvimento do indivíduo. 
 
 
 
11 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
A Técnica de Análise de Crianças Pequenas. In: KLEIN, M. A psicanálise de crianças.Trad: 
Liana Pinto Chaves; revisão técnica, José A. Pedro Ferreira - Rio de Janeiro: Imago, 1997 
(Obras Completas de Melanie Klein; v. 2 - Texto originalmente publicado em 1924). 
 
______. Amor, Culpa e Reparação. In: KLEIN, M. Amor, Culpa e Reparação e outros 
trabalhos: 1921-1945. Trad. André Cardoso. Rio de Janeiro: Imago, 1996 (Obras Completas 
de Melanie Klein; v. 1 - Texto originalmente publicado em 1937). 
 
______. Fundamentos Psicológicos da Análise de Crianças. In: KLEIN, M. A psicanálise de 
crianças.Trad: Liana Pinto Chaves; revisão técnica, José A. Pedro Ferreira - Rio de Janeiro: 
Imago, 1997 (Obras Completas de Melanie Klein; v. 2 - Texto originalmente publicado em 
1932). 
______. Princípios Psicológicos da Análise de Crianças Pequenas. In: KLEIN, M. Amor, 
Culpa e Reparação e outros trabalhos: 1921-1945. Trad. André Cardoso. Rio de Janeiro: 
Imago, 1996 (Obras Completas de Melanie Klein; v. 1 - Texto originalmente publicado em 
1926). 
 
______. Uma contribuição à psicogênese dos estados maníaco-depressivos. In: KLEIN, M. 
Amor, Culpa e Reparação e outros trabalhos: 1921-1945. Trad. André Cardoso. Rio de 
Janeiro: Imago, 1996. (Obras Completas de Melanie Klein; v. 1 - Texto originalmente 
publicado em 1935). 
 
WINNICOTT, D.W. Da Pediatria à Psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 1958. (2000) 
 
WINNICOTT, D.W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975. (1971)

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