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1 MARINA MEDINA FERREIRA ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E INTEGRAÇÃO COM O PRONTO SOCORRO INTRODUÇÀO • Início década de 80, Corpo de Bombeiros Rio de Janeiro, seguido de São Paulo • Os APHs no Brasil se diferenciavam dependendo da influência exercida pela figura do paramédico proveniente dos Serviços de Resgate de Bombeiros Americanos e dos serviços influenciados pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) francês, no qual a presença do médico é obrigatória. • SISTEMA DE ATENDIMENTO MEDICO AS URGENCIAS – MODELO FRANCES. • MODELO AMERICANO = • Os médicos e bombeiros foram treinados nos dois modelos de atendimento e iniciaram os serviços de APH no Brasil com protocolos próprios baseados nos serviços de origem. ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR • APH = O atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à saúde (de natureza traumática ou não traumática ou, ainda, psiquiátrica), que possa levar a sofrimento, seqüelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierárquico e integrado ao Sistema de Saúde (SUS)”. MS. Portaria nº 814/GM de 1º de junho de 2001 • Aquela situação de urgência e/ou emergência, que procura atender a vítima nos primeiros minutos após ter ocorrido o agravo à saúde e que possa levar a deficiência física ou mesmo à morte, por intermédio de um atendimento adequado, objetivando estabilizar os sinais vitais ou realizar outros atendimentos médicos necessários. A fim de transportá-la assistida e com segurança a um hospital devidamente estruturado. Resolução nº 028/97 CFM • Em 2002 a portaria n 2.048/GM revogou a portaria anterior e criou regras claras p APH no brasil, adotando o modelo FRANCÊS. SAMU = SERVICO DE ATENDIMENTO MOVEL DE URGENCIA (SAMU/192) É UM PROGRAMA QUE PRESTA SOCORRO A POPULACAO EM CASOS DE EMERGENCIA. Funciona 24h por dia. EQUIPE = Equipes de profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas que atendem às urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população. REGULAÇAO MEDICA DAS URGENCIAS E EMERGENCIAS = Função da Central Reguladora: organizar a relação entre os serviços, qualificando o fluxo dos pacientes no sistema, gerando uma porta de comunicação aberta ao público, por meio da qual os pedidos de socorro são recebidos, avaliados e hierarquizados. TEL 192 REGULADOR MEDICOS Técnicos ; auxiliares de regulação medica TARM PROF NÃO ORIUNDOS DA AREA DA SAÚDE = - telefonista ou auxiliar de regulacao -condutores de veículos de urgência -radio operador -segurancas -bombeiros 2 MARINA MEDINA FERREIRA AÇÕES DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS : • Organizar o atendimento de urgência nos pronto- atendimentos, unidades básicas de saúde e nas equipes do Programa Saúde da Família; • Estruturar o atendimento pré-hospitalar móvel (Samu/192); • Reorganizar as grandes urgências e os pronto- socorros em hospitais; • Criar a retaguarda hospitalar para os atendidos nas urgências; e • Estruturar o atendimento pós-hospitalar. REGULAMENTO TECNICO : • Atendimento pré-hospitalar fixo – UBS, USF, UPA, ambulatórios especializados, serviços de diagnóstico e terapia, unidades não-hospitalares de atendimento às urgência e emergência e pelos serviços de atendimento pré-hospitalar móvel. • Unidades não-hospitalares de atendimento às urgências e emergências – médicos e enfermeiros 24 horas, técnicos/auxiliares de enfermagem. • Atendimento Pré-Hospitalar móvel (primário ou secundário) – médicos e enfermeiros responsáveis, médicos e enfermeiros assistenciais, técnicos e auxiliares de enfermagem. • Perfil dos profissionais: médico, enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, telefonista, rádio operador, condutor de veículos de urgência, profissionais responsáveis pela segurança, bombeiros militares. FUNÇOES DO MEDICO REGULADOR = 1. Julgar e decidir sobre a gravidade de um caso que lhe está sendo comunicado via rádio ou telefone. 2. Enviar os recursos necessários ao atendimento. 3. Monitorar e orientar o atendimento feito por outro profissional de saúde habilitado (médico intervencionista, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem). 4. Definir e acionar o serviço de destino do paciente, informando-o sobre suas condições e previsão de chegada. 5. Julgar a necessidade ou não do envio de meios móveis de atenção. 6. Realizar a gravação das comunicações, o preenchimento das fichas médicas de regulação, das fichas de atendimento médico e de enfermagem, e o seguimento de protocolos institucionais consensuais e normatizados que definam os passos e as bases para a decisão do regulador. 7. Estabelecer em protocolo de regulação, os limites do telefonista auxiliar de regulação médica. 8. Definir e pactuar a implantação de protocolos de intervenção médica pré-hospitalar. 9. Monitorar o conjunto das missões de atendimento e as demandas pendentes 10. Registrar os dados das regulações e missões, uma vez que os protocolos correspondentes deverão estar claramente constituídos e a autorização deverá estar assinada na ficha de regulação médica e no boletim/ficha de atendimento pré-hospitalar. 11. .Saber com exatidão as capacidades/habilidades da sua equipe. 12. Submeter-se à capacitação específica e habilitação formal para a função de regulador. 13. Participar de programa de educação continuada. 14. Manter a ética e o sigilo profissional. 15. Manter-se nos limites do sigilo e da ética médica ao atuar como porta-voz em situações de interesse público. FUNÇÕES GESTORAS DO MÉDICO REGULADOR • Decidir - recurso mobilizado frente a cada caso. • Decidir destino hospitalar ou ambulatorial dos pacientes atendidos no pré-hospitar. • Decidir - destinos hospitalares, não aceitando a inexistência de leitos vagos como argumento para não direcionar os pacientes para a melhor hierarquia disponível em termos de serviços de urgências. • Exercer a autoridade de regulação pública das urgências sobre a atenção pré-hospitalar móvel privada, sempre que esta necessitar conduzir pacientes ao setor público. • Contar com acesso às demais centrais do complexo regulador, de forma que possa ter as informações necessárias e o poder de dirigir os pacientes para os locais mais adequados às suas necessidades. AS ETAPAS DO ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR : o Acionamento: chamado telefone – atendimento feito pelo técnico de regulação médica (TARM) o Regulação: o médico regulador recebe a ligação do técnico de regulação médica e inicia o atendimento. o Despacho: o médico regulador despacha os recursos necessários. 3 MARINA MEDINA FERREIRA o Atendimento local: ações necessárias para estabilização da vítima. o Regulação do hospital de referência: o médico regulador determina onde a vítima deverá ser encaminhada. o Transporte: tempo gasto durante o transporte entre o local e o hospital. o Entrega (delivery): refere-se à passagem do caso pela equipe do APH para a equipe da emergência. o Recuperação de materiais e limpeza da viatura: a equipe de APH precisa se colocar à disposição o mais rápido possível e pode depender da liberaçãoda maca e de outros materiais. CLASSIFICACAO DA AMBULANCIA E TRIPULACAO NECESSARIA : AMBULÂNCIAS Tipo A – decúbito horizontal, sem risco de vida, remoções simples de caráter eletivo – motorista. Tipo B – Suporte Básico – inter-hospitalar com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino – motorista, técnicos ou auxiliar de enfermagem. Tipo C – Resgate – pré-hospitalar de vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamento de isolamento de salvamento – 3 profissionais militares, policiais rodoviário, bombeiros, sendo um motorista. Tipo D – Suporte Avançado – atendimento e transporte de alto risco, pré-hospitalar ou inter-hospitalar – motorista, enfermeiro, médico. Tipo E – Aeronave – inter-hospitalar ou resgate (asa rotativa) – considerado suporte avançado. Tipo F – Embarcação – veículo aquático. Outros veículos – suporte básico: condutor, técnico ou auxiliar de enfermagem – suporte avançado: condutor, médico e enfermeiro. MISSAO DO SERVICO PH = assistencia medica – trauma, emergências clinicas, obstetricas, psiquiátricas, pediátricas. COMPETENCIAS DOS SOCORRISTAS : • Avaliar a cena - identificar o mecanismo do trauma; • Garantir sua segurança e das vítimas - realizar o exame primário - vias aéreas, respiração, circulação e estado neurológico; • Observar sinais diagnósticos: cor da pele, tamanho das pupilas, reação das pupilas à luz, nível de consciência, habilidade de se movimentar e reação à dor; • Verificar os sinais vitais (Pulso e Respiração) e situar o estado da vítima na escala de trauma e de coma; • Identificar situações de gravidade em que a tentativa de estabilização do paciente no local deve ser evitada diante a urgência da intervenção hospitalar - ferida perfurante de tórax; • Colher informações do paciente e da cena do acidente; • Manter as vias aéreas permeáveis com manobras manuais e equipamentos disponíveis no veículo de emergência (cânulas orofaríngeas e aspirador); • Realizar ventilação artificial – bolsa-valva-máscara; intubação orotraqueal. • Realizar a circulação artificial - massagem cardíaca; • Controlar o sangramento externo - por pressão direta, elevação do membro e ponto de pressão - utilizando curativos e bandagens; • Reconhecer os períodos do parto; • Prestar cuidados ao recém-nato; • Oferecer o primeiro atendimento às gestantes e às crianças traumatizadas; • Fazer intervenção em crises e oferecer atendimento a pacientes especiais - epiléticos, doentes mentais, alcoólatras e suicidas; • Evitar o pânico; • Não dê qualquer tipo de bebida a vítimas de qualquer tipo de acidente. URGENCIAS COLETIVAS : • Funções do socorrista – antes de chamar o atendimento especializado: • Providenciar comunicação –serviços de saúde, defesa civil, bombeiros e polícia; • Isolar o local, para proteger vítimas e socorristas; • Determinar locais diferentes para a chegada dos recursos e saída das vítimas; • Retirar as vítimas que estejam em local instável; • Determinar as prioridades de atendimento – triagem rápida das vítimas; • Providenciar o transporte de forma adequada. 4 MARINA MEDINA FERREIRA CATÁSTROFES é um fenômeno ecológico súbito de magnitude suficiente para necessitar de ajuda externa. Do ponto de vista médico – catástrofe é aquela situação em que as necessidades de cuidados médicos excedem os recursos imediatamente disponíveis, havendo necessidade de medidas extraordinárias e coordenadas para se manter a qualidade básica ou mínima de atendimento. o NATURAIS o PROVOCADAS PELO HOMEM ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS: o Eventos súbitos - mais de cinco vítimas. o O atendimento a acidentes com múltiplas vítimas é um desafio no qual os serviços de atendimentos pré- hospitalares e os hospitais se deparam com frequência. PRINCIPIOS BASICOS = triagem, tratamento , Transporte. ✓ TRIAGEM – realizar uma avaliação sucinta dos clientes, a fim de determinar o nível de gravidade ou prioridade da assistência. Quando os recursos de pessoal e de material forem insuficientes frente a um acidente. Ex. acidente com ônibus, com várias vítimas. OBJETIVO - Avaliar rapidamente todas as vítimas; Determinar a prioridade dos cuidados; Dar acesso aos cuidados para as vítimas nas quais o estado de saúde requer intervenção imediata e rápida; Reduzir os riscos de deterioração do estado clínico; Diminuir a ansiedade; Diminuir as frustrações e inquietudes da equipe; Reduzir o tempo de atendimento; Reduzir os riscos de agressão contra a equipe ou outras pessoas no local de atendimento; Melhorar o funcionamento do serviço de emergência/urgência. CLASSIFICACAO PARA TRIAGEM – Prioridade máxima – COR VERMELHA • Clientes recuperáveis; lesões muito graves; risco de vida nos primeiros 5-15 minutos. • Parada cardíaca/respiratória; • Artéria seccionada; • Cianose; • Convulsões; • Dispnéia grave; • Ferimento torácico fechado; • Ferimentos torácicos e abdominais abertos; • Ferimento aberto no olho; • Hipotensão grave – choque; • Hipertensão grave; • Hipotermia < 32º; • Inconsciência; • Intoxicação medicamentosa severa; • Inalação de substâncias tóxicas; • Perda de um membro; • Politraumatismo; • Queimaduras extensas; • Queimadura química no olho; • Tempo de triagem: 30 a 60 segundos Prioridade moderada – COR AMARELA • Pode aguardar; lesões graves; sem risco de vida nas próximas 24 horas. • Alteração da consciência, • Anomalias do rítmo cardíaco; • Agressão sexual; • Dificuldade respiratória; • Dor nas costas com ou sem suspeita de lesão da coluna cervical; • Dor abdominal ou dorsal aguda; • Dor testicular súbita; • Dor torácica no cardiopata; • Dor torácica - indivíduo > de 35 anos; • Comportamento violento; Confusão súbita; • Dores dorsais associadas a sintomas neurológicos; 5 MARINA MEDINA FERREIRA • Traumatismo no olho; Corpo estranho no olho; • Hematúria grave; • Traumatismo abdominal; • Sangramento vaginal abundante associado à gravidez; • Hemoptise, hematêmese, melena; • Síncope; * parestesia e paresia • Tempo de triagem: 2 minutos Prioridade mínima – COR VERDE • Pode aguardar; lesões leves. • Ansiedade; • Abscesso; • Dispnéia leve; • Dor dorsal após traumatismo; • Fraturas simples; • Hemorragias leves; • Luxações; • Perda do peso; fraqueza crônica; • Cefaléia crônica; • Tempo de triagem: até 2 minutos Prioridade NULA – COR PRETA (morte clinica) = São as vítimas que apresentam lesões obviamente mortais ou para identificação de cadáveres. EQUIPAMENTOS PARA ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR : • Vias aéreas, ventilação e oxigenação: cânulas orofaríngeas, cânulas nasofaríngeas, aspiradores de secreções. • Material para intubação endotraqueal: laringoscópio, cânulas de intubação endotraqueal, máscara laríngea, combitube, kit de cricotireoidostomia, máscara de oxigenação,ressuscitador manual – ambu. • Administração de oxigênio: cilindros de oxigênio, respirador portátil, oxímetro de pulso portátil, conjunto para drenagem de tórax; EQUIPAMENTOS PARA MONITORIZAÇAO E TERAPEUTICA CARDIOCIRCULATORIA: • Monitor cardíaco• Desfibrilador portátil • Monitor eletrônico de múltiplas maneiras • Calça antichoque • Cateteres de infusão. EQUIPAMENTOS DESTINADOS A IMOBILIZACAO DE FRATURAS E REMOÇÃO : • Talas infláveis , Talas maleáveis • Tração de fêmur • Colete de imobilização dorsal , Colar cervical • Imobilizador lateral de cabeça • Tábuas de imobilização - prancha longa • Cintos de fixação • Bandagem triangular MATERIAL PARA PEQUENA CIRURGIA= Pacote contendo: campos duplos, campos simples, cadarços de algodão ou clamps para laqueadura umbilical. EQUIPAMENTOS DIAGNOSTICOS= Esfigmomanômetro e estetoscópio. EQUIPAMENTOS DE COMUNICACAO = rádios portáteis e telefone. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA = Refletores, Lanternas, Cordões de isolamento, Extintor de incêndio,Capacetes, Óculos de proteção, Luvas descartáveis,Máscaras cirúrgicas. 6 MARINA MEDINA FERREIRA AVALIAÇÃO E ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO TRAUMA = É um evento nocivo que advém da liberação de formas específicas de energia ou de barreiras físicas ao fluxo normal de energia. Qualquer lesão ou perturbação produzida no organismo por um agente exterior acionado por uma força. TRAUMA É UMA DOENÇA. Hospedeiro – homem Vetor de transmissão – carro, arma de fogo, bicicleta... Três fatores devem estar presentes e interagir simultaneamente para que uma doença ocorra: 1. energia; 2. “hospedeiro” no qual o agente possa residir (ser humano); 3. ambiente apropriado no qual o agente e o hospedeiro possam interagir. EPIDEMIOLOGIA DO TRAUMA: • Trauma – desafio internacional para os sistemas de saúde pública. • 2020 - segunda causa externa de morte no mundo (OMS). • Brasil – importante causa de mortalidade e de morbidade. • Brasil – primeiro lugar como causa de morte – 5 aos 40 anos. TRATAMENTO POLITRAUMATIZADO GRAVE : Rápida identificação das lesões e instituição de medidas terapêuticas para controlar as condições que ameaçam a vida. PRIORIDADES = 1. avaliação da cena. 2. reconhecer a existência de incidentes de múltiplas vítimas e desastres. Prioridade no desastre - salvar o maior número de pacientes. 3. avaliação sucinta da cena e voltar à atenção para a avaliação de cada paciente AVALIAÇAO INICIAL : I-PREPARAÇÃO= - PRÉ-HOSPITALAR Entrosamento entre a equipe de atendimento (SAMU/resgate), UPA e hospital de referência. Dar ênfase à via aérea, controle da hemorragia externa e do choque, à imobilização do doente e ao transporte imediato – centro de trauma. - INTRA-HOSPITALAR - Existência de um serviço de emergência preparado para o atendimento do traumatizado. Equipamentos: laringoscópios, tubos, soluções de cristaloides aquecidas, equipamentos de monitoração. Convocação de mais médicos S/N. II-TRIAGEM: No ambiente pré-hospitalar - classificar as vítimas de acordo com o tipo de tratamento e recursos disponíveis – baseado nas prioridades – XABCDE. Para evitar transferências inadequadas, triar e classificar o paciente no local do atendimento: A) Múltiplas vítimas - tratar primeiramente aos pacientes mais graves quando: o número de vítimas e a gravidade das lesões não excederem a capacidade de atendimento do hospital. B) Vítimas em massa – atender primeiramente aos pacientes com maior chance de sobrevida quando o número de vítimas e a gravidade das lesões excederem a capacidade de atendimento hospitalar - envolver um consumo racional de tempo, equipamento e pessoal. META SALVAR. III-AVALIAÇÃO PRIMÁRIA; X – Hemorragia externas graves= Controle de hemorragias que possam levar o paciente a morte no momento ou tardiamente pelo distúrbio hemodinâmico. A – Vias aéreas com proteção da coluna cervical = Obstrução das vias aéreas * Corpos estranhos * Sangue * Secreções * Língua CONDUTAS PARA A LIBERAÇÃO E MANUTENÇÃO DAS VIAS AÉREAS • Manobras de Chin Lift (elevação do mento) e Jaw Thrust (tração da mandíbula). • Colocação da cânula orofaríngea -Guedel - em pacientes inconscientes. • Aspiração de sangue e secreções com aspirador de ponta rígida • Estar sempre atento as indicações de intubação orotraqueal e providenciar o material adequado. 7 MARINA MEDINA FERREIRA • Intubação/ECG (Escala de coma de Glasgow) </= a 8. (oro ou nasotraqueal) • Cricotireoidostomia. • Uso do colar cervical. VIA AÉREA CIRÚRGICA - INDICAÇÕES: • Impossibilidade de intubação orotraqueal por: • Edema de glote • Fratura de laringe • Hemorragia copiosa • Lesões faciais extensas B – Ventilação/respiração= • Verifique se o paciente está respirando. • Paciente eupneico – oxigênio úmido – 3 a 5 l/min. • Paciente dispneico – oxigenar com máscara à 12 l/min. • Paciente com apneia • ou PCR – ventilar com • bolsa-válvula-máscara - • (ambu). Intubação??? Podemos encontrar situações que possam vir a comprometer uma adequada ventilação: ❖ Pneumotórax hipertensivo ❖ Contusão pulmonar ❖ Tórax instável ❖ Pneumotórax aberto ❖ Hemotórax maciço C – Circulação com controle da hemorragia/perfusão = • Coloração da pele – acinzentada na face e esbranquiçada nas extremidades – sinais evidentes de hipovolemia; Pele = perfusão adequada – pele rosada; Coloracao pálida : perfusão deficiente Coloracao azulada (cianose) – oxigenação incompleta. Avaliar leito ungueal e das mucosas – lábios, gengivas ou extremidades dos dedos. • Nível de consciência – alterado – má perfusão cerebral; • Pulso – pulso central palpável (femoral ou carotídeo) – sinal de normovolemia. P. rápido e fino (taquisfigmia) = hipovolemia. Avalie a presença, qualidade e a regularidade. Taquicardia/Taquisfigmia; Bradicardia/Bradisfigmia; Ritmo irregular. • Pressão arterial – hipotensão - hipovolemia • Pressão de pulso – convergência entre as pressões sistólica e diastólica – hipovolemia; • Sudorese. TIPOS DE HEMORRAGIA - 1. Sangramento capilar: escoriações - lesam minúsculos capilares abaixo da pele; 2. Sangramento venoso: camadas mais profundas do tecido – controlada por pressão direta; 3. Sangramento arterial: sangramento de difícil controle; caracterizado por sangue vermelho vivo que jorra da ferida. Metodos de hemostasia - • Pressão direta: aplicar pressão no local do sangramento – curativo com gaze ou compressa e atadura. • Torniquetes: usados em hemorragia grave e não controladas com pressão direta. • Calca pneumática antichoque. Temperatura Pele fria – perfusão diminuída. Umidade Pele seca – boa perfusão; Pele úmida – associada a choque e à perfusão diminuída. Tempo de enchimento capilar= Pressiona-se o leito ungueal; >= 2 seg. – perfusão inadequada; D – Disfunção neurológica, estado neurológico = Nível de consciência diminuído, alertar para 4 possibilidades: 1. Oxigenação cerebral diminuída. 2. Lesão do sistema nervoso central. 3. Intoxicação por drogas ou álcool. 4. Distúrbio metabólico (diabetes, convulsão e PCP). 8 MARINA MEDINA FERREIRAE – Exposição e ambiente. ❖ Verificar os segmentos corpóreos: dorso – cuidado – COLUNA CERVICAL. ❖ Prevenir hipotermia – cobertores aquecidos fluídos intravenosos aquecidos. IV-Medidas auxiliares à avaliação primária e à reanimação; ❖ Limitada na Cena ❖ Cateterização urinária e gástrica ❖ Oximetria de pulso ❖ Monitoração eletrocardiográfica ❖ Controle da pressão arterial ❖ Exame radiográfico e estudos diagnósticos (HOSPITAL) V-Avaliação secundária e história = É a avaliação da cabeça aos pés do doente. Fazer o exame físico primário, identificar as lesões de risco e iniciar reanimação antes de começar o exame secundário. Exame físico detalhado, observando a presença de ferimentos cortantes e penetrantes, fraturas, hematomas e qualquer sinal que evidencie um TCE ou um trauma fechado de tórax e abdome HISTÓRICO AMPLA 1. Alergias 2. Medicamentos de uso habitual 3. Passado médico/Prenhez 4. Líquidos e alimentos ingeridos recentemente 5. Ambiente e eventos que levaram ao trauma Ver - Inspeção 1. Examine a pele; 2. Atentar para hemorragia externa ou sinais de hemorragia interna; 3. Observe escoriações, queimaduras, contusões, hematomas, lacerações e ferimentos, penetrantes, edema, deformidade óssea; 4. Observe se há qualquer coisa que não “pareça certa”. Ouvir - auscultar 1. Observe som incomum quando o doente inspira ou expira; 2. Observe som anormal na ausculta do tórax; 3. Verifique se o murmúrio vesicular é igual e normal em ambos os pulmões; 4. Observe qualquer som incomum (sopros) nos vasos, o que pode indicar lesão vascular. Sentir – palpação 1. Mova cuidadosamente cada osso na região = crepitação óssea, dor ou movimento incomum. 2. Palpe com firmeza todas as partes da região. Sinais Vitais. ⇨ Cabeça ⇨ Pescoço ⇨ Tórax ⇨ Abdome ⇨ Pelve ⇨ Dorso ⇨ Extremidades ⇨ Exame neurológico VI-Reavaliação e monitoração contínuas após a reanimação = O paciente deve ser reavaliado continuamente até que se estabeleça o tratamento definitivo e assegurar que fatos novos não passem despercebidos, e detectados. VII-Transferência = Decisão de transferência – médica. Responsabilidade – toda equipe CONSIDERAR A NECESSIDADE DE TRANSFERÊNCIA DO DOENTE: Durante a avaliação primária e a fase de reanimação, o médico que está atendendo o doente costuma ter informações suficientes para estabelecer a necessidade de transferência para outra instituição. PACIENTE TRAUMATIZADO GRAVE : o Limite sua presença na cena em 10 min., ou menos. o Via aérea inadequada; o Ventilação comprometida; o Hemorragia externa significativa ou suspeita de hemorragia interna; o Estado neurológico anormal – ECG < 13, convulsão, déficit sensitivo motor; o Trauma penetrante na cabeça, pescoço ou no tronco; o Amputação ou quase amputação proximal aos dedos; o Doença coronariana, DPOC, distúrbio de coagulação, idade > 55 anos, hipotermia, queimaduras e gravidez 9 MARINA MEDINA FERREIRA QUEIMADURAS Relacionada às agressões por calor, agente elétrico, radioativo ou químico, provocando lesões da pele com coagulação direta dos tecidos e perda da barreira cutânea. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE : A pele é uma túnica complexa, que reveste a superfície corporal. Um centímetro cúbico de pele possui: ✓ 5 milhões de células; ✓ 4 metros de nervos; ✓ 1 metro de vasos sanguíneos; ✓ 100 glândulas sudoríparas; ✓ 25 glândulas sebáceas; ✓ 5 folículos pilosos PRINCIPAIS FUNÇÕES – 1. Protecao contra o meio externo 2. Regulação de liquidos 3. Termorregulação 4. Sensibilidade e adaptação metabólica MECANISMO DE TRAUMA : Alterações térmicas (calor ou frio); Químicas (ácidos, álcalis ou corrosivos); Elétricas (passagem da corrente elétrica e faísca); Radiação nuclear. QUEIMADURA TERMICA Calor – principal fator provocador de lesões. Permanência por tempo prolongado em ambientes quentes – queimadura de vias aéreas, inalação de fumaça e produtos tóxicos, com asfixia ou intoxicação, e a presença de explosão pode levar à formação de pneumotórax. Adultos - correlação com lesões profissionais e acidentes automobilísticos. Crianças – lesões com líquidos quentes, água quente – domicílio, sólidos quentes, ferro de passar roupa e tampas de forno, em casos de violência nas escaldaduras, imersão em água quente. Idosos - associação com patologias clínicas e ortopédicas – dificuldade na mobilidade que podem levar ao contato com o fogo. QUEIMADURA QUIMICA • Ácidos e as Bases fortes (ácido sulfúrico, clorídrico, soda cáustica, álcool, gasolina, etc.) • A lesão tecidual depende: • concentração do agente químico; • quantidade de substância; • modo e duração do contato com a pele; • extensão corporal exposta ao agente; • mecanismo de ação do produto. Ácidos – necrose por coagulação e formação de placas de escara. Álcalis – necrose de liquefação, deixando a área exposta e mais acessível a infecções – fica aderidos à pele e não sai apenas com a lavagem local. Não deve neutralizá-las, pois não se sabe ao certo o produto e nem o volume para a neutralização. Queimaduras oculares – lavagem por 20min. – SF 0,9% ou água limpa. 10 MARINA MEDINA FERREIRA RADIACAO NUCLEAR Habitualmente não é visível, pode ser liberada por partículas e ondas, se propaga pelo ar e pode afetar pessoas muito distantes do local, e pode favorecer a formação de diversos tipos de cânceres. Isolar a área – animais, água, alimentos, plantas e objetos contaminados podem ser contaminantes. Contactar - CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear e CETESB) - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Tratamento especializado – restrito, difícil, prolongado e altamente custoso. Acidente Radioativo Césio 137 – Goiania 13 Setembro 1987 - Conclusão, 29/09/87 alerta do acidente radioativo. Foram 11 mortes, 600 contamiddos, 100 mil expostos à radiação. QUEIMADURA ELÉTRICAS Passagem da corrente: pelo corpo da vítima, identificando a lesão de entrada e de saída da corrente – lesões ocultas de órgãos. Lesões graves e óbito. Lesões musculares, desordens elétrica do miocárdio, lesões ósseas e de órgãos vitais, muitas vezes, ocultas. QUEIMADURA BIOLÓGICAS • Animais – Lagarta-de-fogo, Água-viva, Medusa, Sapo bufo. • Vegetais – o Látex de certas plantas, Urtiga. PROFUNDIDADE DA QUEIMADURA: PHTLS traz denominações diferentes da queimadura a depender da região. 3 regiões: 1. zona de coagulação = é o centro da lesão e onde ocorre morte tecidual (necrose) 2. zona de estase = Ao redor da lesão central, é encontrado um tecido lesionado, mas não de forma irreversível 3. zona de hiperemia. Se for aplicado gelo na queimadura, essa zona intermediária ficará sem receber sangue pela vasoconstrição, resultando em aumento da lesão de coagulação. PRIMEIRO GRAU = Epiderme; Características: Avermelhadas, dolorosas; presença de perfusão; discreto ou nenhum edema e seca. Raramente têm significado clínico, com exceção das grandes áreas de queimadura solar, em que o paciente tem muita dor e risco de desidratação; Fazer hidratação oral. Geralmente não deixam cicatriz SEGUNDO GRAU: Epidermee partes variadas da derme subjacente; Superficiais ou Profundas; Características: Formam vesículas ou Flictenas (bolhas), são dolorosas, hiperemiada, edema, folículos Pilosos permanecem intactos; Podem ter bolhas ou áreas sem epiderme com base brilhante ou úmida; Cicatrização de 2 a 3 semanas; As lesões profundas exigem correção cirúrgica. Superficial: Também chamadas de Queimadura de Espessura Parcial. Atingem toda a epiderme e parte da derme, conservando razoável quantidade de anexos cutâneos (folículos pilosos e glândulas sudoríparas). Caracterizam pela formação dos flictemas, eritema, umidade e dor acentuada. Os flictemas quando rompidos deixam a mostra uma superfície rósea. Normalmente evoluem para restauração total da pele em 14 a 21 dias, com mínima formação cicatricial. Exemplo: líquido superaquecio. 11 MARINA MEDINA FERREIRA Profunda: Acometem quase que totalmente a derme; Apresentam flictemas que quando rompem deixam à mostra uma superfície esbranquiçada com pouco brilho e é menos dolorosa. Embora possam evoluir para restauração após três semanas, o epitélio neoformado é muito friável, apresentando ulcerações recorrentes e forte tendência à cicatrização hipertrófica e formação de contraturas. Exemplo: líquidos superaquecidos, chama direta TERCEIRO GRAU Espessas, secas, esbranquiçadas e com aspecto de couro; Casos graves, aparência carbonizada, com trombose visível dos vasos sanguíneos, tecido enegrecido (carbonizado), aperolado, esbranquiçado, seco e endurecido, destruição de fibras nervosas. Dor – por ser circundadas por queimaduras de segundo grau; Podem ser incapacitantes e ter risco de vida. É necessário fazer a excisão cirúrgica imediata e a reabilitação intensiva em um centro especializado (UTQ). QUARTO GRAU Atingem todas as camadas da pele e queimam o tecido adiposo, músculos, ossos ou órgãos internos subjacentes. REPERCUSSAO HEMODINAMICA: Nas áreas queimadas, há um aumento da permeabilidade vascular, ocasionada por lesão endotelial direta ou por liberação de substâncias vasoativas, com extravasamento de plasma para o espaço intersticial. Esta perda plasmática ocorre, com grande intensidade, nas primeiras oito horas após a queimadura, ocasionando a formação de edema, proporcional à intensidade de lesão, atingindo o máximo nas primeiras 24-36 horas O edema em tecido não lesado é decorrente da ação de substâncias vasoativas, comum em queimaduras com área superior a 20-30%. VOLEMIA – TEMPERATURA DEB CARDIACO VISCOSIDADE SANGUINEA. TRATAMENTO INICIAL DA QUEIMADURA; QUEIMADURA x POLITRAUMA ATEDIMENTO INICIAL - Atendimento ao politraumatizado. Exame primário – ABCDE e reanimação. Atentar às características específicas de cada mecanismo de trauma e origem. Avaliar a SCQ AVALIACAO PRIMARIA A – VIAS AÉREAS E ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL - As queimaduras que envolvem as vias aéreas são graves e podem levar à obstrução das vias aéreas superiores (EDEMA). - O calor do fogo provoca edema de vias aéreas acima das cordas vocais – ocluir. - Queimaduras por calor seco – atingem as vias aéreas superiores. - Queimaduras por vapor aquecido – podem atingir vias aéreas inferiores. - Sintomas: dispneia, rouquidão, taquipneia e tosse. 12 MARINA MEDINA FERREIRA - As vítimas podem necessitar de intubação endotraqueal – difícil e perigosa – profissional experiente. SINAIS DE QUEIMADURA DAS VIAS AÉREAS ✓ Queimaduras faciais; ✓ Queimaduras das sobrancelhas e vibrissas nasais; ✓ Depósito de fuligem na orofaringe; ✓ Faringe avermelhada e edemaciada; ✓ Escarro com resíduos carbonáceos; ✓ História de confinamento em ambiente incendiário ou explosão. B – RESPIRAÇÃO - O comprometimento da ventilação pode estar associado ao trauma de tórax - vítima lançada à distância - choque elétrico e explosão. - As lesões mais comuns são: ✓ Pneumotórax aberto ou fechado; ✓ Hemotórax; ✓ Tamponamento cardíaco. ✓ Expansibilidade torácica comprometida – por queimaduras circunferenciais – fazer escarotomia bilateral no nível da linha axilar anterior . Níveis de carboxi-hemoglobina, consequências e tratamento: HbCO > 10% Cefaleia, náuseas e confusão mental ____________________________________________ 40 a 60% Convulsão e coma ___________________________________________ > 60% Óbito ____________________________________________ TRATAMENTO: O2 a 100% por máscara e em níveis mais elevados, oxigenioterapia hiperbárica. Quando IOT, VM com PEEP além da fisiológica. C - CIRCULAÇÃO - Verificar PA. - Fibrilação ventricular e PCR. - O grande queimado perde fluídos através das áreas queimadas e edema. - Choque hipovolêmico (não hemorrágico) – desenvolvimento gradual. Líquido → 3° Espaço - Choque precoce – é devido a outras lesões associadas com hemorragia (4 a 6 h após a queimadura – não atribuir à queimadura). Acesso venoso – preferencialmente em membro não queimado – iniciada rapidamente – mais de 20% de SCQ – 2 acessos venosos com cateter de grosso calibre. Cuidados especiais – idosos e crianças ou indivíduos com comorbidades – EAP. Solução cristaloide – Expansão Volêmica Ex. Considere que um homem de 70Kg sofreu uma queimadura de terceiro grau em 27% da superfície corpórea e você chega ao local logo depois da lesão. A velocidade de ressuscitação volêmica seria calculada da seguinte maneira: Volume total em 24h: “2 - 4ml x Kg x % SCQ” = 4 x 70 x 27 = 7.560ml SF ou RL = 7.560 ÷ 2 = 3.780ml Volume adm. Desde a lesão até 8h. 3.760/8h = 472,5ml/h 3.760/16h = 236,25ml/h Solução Hipertônica ‘Salgadão’: Está indicado nas Queimaduras Pulmonares, nos casos de demora do socorro médico, pacientes já chocados, Lesão grave de face, Queimadura circular de extremidades e Grandes queimados; Solução hipertônica de cloreto de sódio a 7,5%, tendo como vantagem a menor necessidade de líquidos na ressucitação e, por conseguinte menor edema. NaCl 20%------ 35 ml SF 0,9%--------- 65 ml Administrar 4 ml/kg em dose única, em 30 minutos, seguida da infusão de RL isotônico. CHOQUE DO QUEIMADO O débito urinário deve ser monitorado, sendo o parâmetro mais confiável da perfusão tecidual, devendo ser introduzido sonda vesical em sistema fechado e medir a diurese de horário, desprezando a primeira urina colhida, pois pode estar na bexiga antes da queimadura. Nos Adultos deve-se manter diurese de 30 a 50 ml/h, e em Crianças, 1 ml/Kg/h. FORMULA DE PARKLAND 100ml SOL. Ipertonica NaCl 7,5% 13 MARINA MEDINA FERREIRA D – Estado Neurológico - As alterações neurológicas podem ser devidas à hipóxia, à intoxicação por monóxido de carbono, ou lesões associadas à TCE. - Com a passagem da corrente elétrica na região da cabeça e cervical poderá ocorrer convulsões, fraturas de vértebras pela contração muscular. - Imobilização da cervical S/N. E – EXPOSIÇÃO / AMBIENTE - Retirar as roupas para fazer o exame físico; - Cuidadoscom hipotermia (Manta Térmica), roupas aderidas → Retirar no ambiente hospitalar; - Retirar adornos; - Cuidado com Hipotermia. TRATAMENTO INICIAL DA QUEIMADURA - Parar o processo de queimadura; - Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas; - Remover a vítima do ambiente hostil; - Remover as roupas que não estejam aderidas ao corpo da vítima; - Promover o resfriamento da lesão e de fragmentos de roupas ou de substâncias como asfalto que estejam aderidos ao corpo do queimado; - Retirar das extremidades aneis, pulseiras, relógios ou joias antes que o membro edemacie. - Acometimento da face – proteger os olhos da vítima com gaze limpa umedecida em soro ou água limpa; - Proteger as áreas queimadas com pano limpo e úmido para aliviar a dor; - Se a área afetada envolver mãos ou pés, separar os dedos com pequenos rolos de gaze umedecida com soro fisiológico antes de cobri-los; - Cobrir a vítima com lençol descartável e por cima deste colocar o cobertor térmico. - Iniciar o mais rápido possível a Hidratação do Paciente (Parkland ou Brooke modificada). ReposiçãoVolêmica (Solução Isotônica) Existem várias fórmulas para calcular a quantidade de solução cristalóide que deve ser infundido no paciente grande queimado durante a fase de ressuscitação, a maioria baseada no peso do paciente e na superfície corporal queimada, com o objetivo de tentar fornecer uma quantidade de líquido ideal para a adequada perfusão tissular, sendo as mais usadas: Fórmula de Brooke Modificada: vol. de RL = 2-3 ml x % de SCQ x peso (kg). SCQ – restrita a 50% Fórmula de Parkland: vol. de RL = 3-4 ml x SCQ x peso (kg). ANALGESIA A dor é intensa. Queimaduras de segundo grau – dor intensa. Queimadura de terceiro grau – ausência de dor. Adultos: Deve ser realizada sempre por via EV e de preferência usar a Meperidina (2 mg/kg), porém deve ser administrada em pequenos “bolus”, sob supervisão dos parâmetros vitais; na ausência desta, poderá ser usado fentanil ou cetamina (1 a 2mg/kg); Nunca administrar medicações IM ou SC (choque - vasoconstrição periférica – reverte choque, absorção rápida – parada respiratória); Crianças – Dipirona. EXAME SECUNDARIO - - Avaliação completa da cabeça ao pés; - Identificar outras lesões ou condições clínicas; - Curativos; - Evitar contaminação e fluxo de ar sobre as feridas; - Curativos secos esterilizados; - Bolhas – romper no hospital CLASSIFICAÇAO POR GRAVIDADE Sete fatores são usados para se determinar a gravidade da queimadura: - Profundidade; - Extensão (SCQ); - Envolvimento de áreas críticas (mãos, pés, face e genitália); - Idade da vítima (crianças e idosos possuem maior risco); - Presença de lesão pulmonar por inalação; - Presença de lesões associadas (outros traumatismos); - Doenças preexistentes (diabetes mellitus, insuficiência renal, etc). 14 MARINA MEDINA FERREIRA QUEIMADURAS LEVES: – Sem internação, tratamento ambulatórial! 1º grau: Qualquer Extensão 2º grau: < 10% SCQ no Adulto < 05% SCQ na Criança 3º grau - < 05% SCQ no Adulto < 02% SCQ na Criança QUEIMADURAS MODERADAS: – Internação dependente de outros fatores! 2º grau: entre 10% e 20% SCQ no Adulto entre 05% e 10% SCQ na Criança 3º grau: entre 05% e 10% SCQ no Adulto entre 03% e 05% SCQ na Criança QUEIMADURAS GRAVES: – Internação UTQ sempre! 2º grau: > 20% SCQ no adulto 10% SCQ na criança 3º grau: > 10% SCQ no adulto 05% SCQ na criança INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO Prioridade a grandes queimados, com área superior a 20% de superfície queimada A internação esta indicada nos seguintes tipos de queimaduras: ➢Lesão de 3º grau atingindo mais de 10% de superfície corporal queimada no adulto e 5% na criança. ➢Lesão de 2º grau atingindo área superior a 20% no adulto e 10% na criança. ➢Queimaduras importantes de face, mãos e pés. ➢Queimadura de região perineal ou genitália. ÁREAS CRÍTICAS: - Vias aéreas - Mãos - Face - Pés - Genitais 15 MARINA MEDINA FERREIRA TRAUMA DE TORAX Resulta de traumas fechados e penetrantes 15%-20%- toracotomia Outros 85%- oxigênio suplementar, suporte ventilatório, analgesia e drenagem de tórax. - 1 em cada quatro mortes consequente de trauma. - ORGAOS NOBRES = coração, pulmoes, estruturas vitais, traqueia, brônquios e grandes vasos. Lesões torácicas - prejudicam ventilação ou oxigenação - Hipóxia tecidual (diminuição de O2 ) - Hipercarbia (aumento de CO2) - Acidose (acúmulo de ácidos e diminuição do pH). MECANISMO DE TRAUMA : ▪ Colisões de veículos ▪ Quedas ▪ Lesões por prática de esportes ▪ Lesões por esmagamento ▪ Ferimentos por arma branca ou por projétil de arma de fogo TRAUMA PENETRANTE Objetos de tamanhos variáveis penetram o tórax Laceração de órgãos internos Pneumotórax Hemotórax Sangramento no parênquima pulmonar TRAUMA CONTUSO Transmissão de energia através da parede aos órgãos internos Lesão de tecido e vasos sanguíneos pulmonares Contusão pulmonar Pneumotórax Hemotórax Ruptura de grandes vasos- aorta Contusão cardíaca. INSPEÇAO Palidez e sudorese Apreensão Cianose Frequência respiratória- respiração agônica, uso de musculatura acessória e batimentos da asa do nariz Posição da traqueia Distensão da veia jugular Contusões, abrasões e lacerações. Respiração e expansão torácica Movimento paradoxal da caixa torácica Ferimentos- borbulhamento AUSCULTA : - Verificar a presença ou ausência de murmúrio vesicular. - Diminuição ou ausência de murmúrio vesicular em um hemitórax- ar ou sangue no espaço pleural. - Estertores- contusão pulmonar - Bulhas abafadas- hemopericárdio - Sopro cardíaco- lesão valvar PALPAÇAO: - Pescoço e Tórax - Pesquisar: pontos dolorosos, crepitação óssea, enfisema de subcutâneo e segmento instável da parede torácica. - A dor pode “imobilizar” o paciente na tentativa de limitar a movimentação do tórax. OXIMETRIA DE PULSO: - Mede a saturação de O2 da hemoglobina - Deve ser monitorizada continuamente - Detecta alterações nas condições do paciente e resposta ao tratamento - Deve ser ≥ 94% CAPNOGRAFIA EM FORMA DE ONDA – mede concentração de dióxido de carbono no gas respirado. AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE LESÕES ESPECÍFICAS- FRATURAS DE COSTELAS – fraturas de 1 e 2 ALTO RISCO . Cerca de 5% tem ruptura de aorta - Presente em 10% das vítimas de trauma - Maior morbidade e mortalidade´- fraturas múltiplas, bilaterais, e idade avançada - Fratura de costelas 4-8- mais comum 16 MARINA MEDINA FERREIRA - Lesão de músculos, pulmões e vasos sanguíneos- extremidades das costelas fraturadas - Comum contusão pulmonar, pneumotórax e hemotórax - Fratura de últimas costelas- lesão de figado e baço - Fratura simples- dor à respiração ou movimentação e dificuldade de respirar - Palpação cuidadosa revela o local da fratura- crepitação - Avaliar sinais vitais e amplitude dosmovimentos respiratórios - Empregar oximetria de pulso - Aliviar a dor - Reavaliações constantes- deterioração respiratória e circulatória - Acesso venoso- condições do paciente e tempo de transporte - Analgésicos intravenosos - Evitar imobilizações rígidas da caixa torácica TORAX INSTAVEL : - Impacto no esterno ou na parede lateral do tórax. Ocorre quando duas ou mais costelas adjacentes são fraturadas em pelo menos dois lugares. O segmento ósseo fraturado- perda da estabilidade. Respiração paradoxal: segmento instável se movimenta para dentro durante a inspiração e para fora na expiração Hipóxia e hipercarbia. CONSEQUENCIAS: 1. Diminuição na capacidade vital proporcional ao tamanho do segmento instável. 2. Aumento no trabalho da respiração. 3. Dor limita capacidade de expansão da caixa torácica. 4. Contusão do pulmão subjacente. - Dor intensa associada a distress - Frequência respiratória elevada - Dificuldade de realizar respirações profundas - Crepitação óssea e dor à palpação - Movimento paradoxal pode ou não ser evidente Tratamento - Alívio da dor- narcóticos IV - Suporte ventilatório - Oximetria de pulso - Oxigenioterapia-manter sat de O2 ≥ 94% - Suporte ventilatório- máscara facial- CPAP - Intubação traqueal e ventilação com pressão positiva- tempo de transporte prolongado. CONTUSAO PULMONAR: - Trauma fechado ou penetrante - Acúmulo de sangue e líquido no espaço intersticial e alvéolos - Prejudica ventilação e trocas gasosas - O quadro depende da severidade da contusã. No início pode não haver alterações - Com o progresso da contusão ocorre aumento da FR - Podem aparecer estertores sobre a área acometida Tratamento - é dirigido ao suporte ventilatório - Avaliação contínua da FR e dos sinais de distress respiratório - Oximetria de pulso e capnografia contínuos - Suporte ventilatório com máscara facial, CPAP ou intubação traqueal e ventilação mecânica - Manter saturação de O2 ≥ 94% 17 MARINA MEDINA FERREIRA - Administração judiciosa de líquidos IV- evitar aumento do edema - Administrar o suficiente para manter PAS em 80 mmHg PNEUMOTÓRAX SIMPLES: - Presença de ar no espaço pleural - Leva ao colapso do pulmão do mesmo lado - Paciente refere dor pleurítica e dificuldade para respirar, de leve a severa - Pode apresentar insuficiência respiratória - O murmúrio vesicular diminuído do lado lesado - Administrar oxigênio suplementar - Obter acesso venoso - Tratar choque se desenvolver - Monitorização da oxímetria de pulso e capnografia - Transporte rápido para hospital - Pode desenvolver pneumotórax hipertensivo PNEUMOTÓRAX ABERTO: - Ferimento penetrante na caixa torácica - Comunica o espaço pleural com a atmosfera - Mecanismos- explosões, ferimento por arma de fogo ou arma branca, empalamentos - Quando o paciente inspira o ar entra pela lesão - Som audível quando o ar entra e sai da caixa torácica. - Orifícios grandes- fluxo de ar preferencialmente pela lesão- colapso pulmonar - Paciente apresenta insuficiência respiratória - Encontra-se ansioso, taquipneico e taquicárdico - O exame do tórax revela a lesão que borbulha durante a expiração - O ar pode entra no espaço pleural pela lesão na caixa torácica e pela eventual lesão pulmonar Tratamento - Oclusão da lesão e administração de O2 suplementar - Tradicionalmente tem-se empregado o curativo de 3 lados - Ele previne a entrada de ar na inspiração e permite a saída na expiração - Evita o desenvolvimento de pneumotórax hipertensivo - Atualmente- selo valvulado ao invés do curativo de 3 lados Recomendações do PHTL (Prehospital Trauma Life Support): - Colocar um selo valvulado sobre a lesão - Se não disponível- curativo de 3 lados com papel laminado ou plástico - Se nenhum destes está disponível cobrir com um curativo de gaze tipo “petróleum”- não permite entrada e saída de ar - Se desenvolver insuficiência respiratória-remover curativo - Persiste IR- toracostomia com agulha - Persiste IR- intubação traqueal e ventilação mecânica PNEUMOTORAX HIPERTENSIVO : - Emergência com risco de vida - O ar entra continuamente e fica preso no espaço pleural - Aumento gradual da pressão intratorácica - Leva a um desvio do mediastino para o lado contralateral - Comprometimento da função circulatória - Diminuição do DC com alterações da troca gasosa- choque - Acotovelamento da veia cava inferior - Qualquer paciente com trauma de tórax é susceptível de apresentar um PH - Maior risco- pacientes com fratura costal, pneumotórax simples e aqueles sob ventilação com pressão positiva - Quadro clínico depende do volume de gás acumulado - Dificuldade para respirar e dor torácica - Agitação, taquipneia, distress respiratório, cianose e apneia - Desvio da traquéia para o outro lado - Diminuição do murmúrio vesicular - Som timpânico a percussão- impossível na cena do acidente - Distensão jugular e crepitação no tórax - Diminuição da pressão de pulso, hipotensão e choque Tratamento : - Descompressão do tórax - Indicação: - Piora do distress respiratório - Diminuição ou ausência unilateral do murmúrio vesicular 18 MARINA MEDINA FERREIRA - Choque descompensado com PAS < 90 mmHg com diminuição da pressão de pulso. PNEUMOTORAX HIPERTENSIVO: - Se descompressão não disponível- O2 > 85% e transporte rápido para o hospital - Paciente com curativo oclusivo- retirada temporária e repetida - Paciente entubado- cuidado com intubação seletiva Toracostomia com agulho - Inserção de agulha no espaço pleural - Permite o escape de ar - Historicamente- 2º EI com linha hemiclavicular - Recentemente- 5º EI na linha axilar anterior - Cateter de punção venosa de grosso calibre (10-16)- 8,5 cm de comprimento - Cateter deve ser introduzido até haver fluxo de ar - Tirar a agulha e fixar o cateter - Transporte rápido para um hospital HEMOTORAX: - Presença de sangue no espaço pleural Adulto- espaço pleural pode conter de 2.500mL a 3.000mL de sangue. - Musculatura da caixa torácica - Ruptura de vasos intercostais. - Ruptura dos grandes vasos. - Ruptura do próprio pulmão e seus vasos. - Os sintomas estão relacionados com a perda de sangue - O doente pode estar confuso ou ansioso - Sinais: taquipnéia, diminuição do murmúrio vesicular e os sinais clínicos de choque - Hemopneumotórax - Corrigir os problemas ventilatórios e circulatórios - Oxigênio em alta concentração - Ventilações assistidas (bolsa-máscara) - Intubação endotraqueal S/N - Reposição volêmica (hipovolemia e choque) - Transporte para hospital, para correção cirúrgica imediata. TRAUMA CARDIACO: - Contusão cardíaca - Ruptura valvar - Ruptura cardíaca fechada - Trauma torácico fechado grave - Tórax atinge o painel ou a direção - Coração é comprimido entre o esterno e a coluna. - P.A.S. pode chegar a 800 mmHg. - Distúrbios no sistema de condução elétrica do coração - Ruptura valvular - Ruptura da parede miocárdica (tamponamento cardíaco) - “Flail sternum”- fratura de costelas bilateral - minuição do débito cardíaco - Arritmias - O “socorrista” deve alertar o pessoal do hospital sobre qualquer sinal clínico. - Administração de O2 - Monitoramento da F.C. - Monitorização cardíaca - Arritmia- anti-arrítmicos Transporte rápido para hospita TAMPONAMENTOPERICARDICO - Pericárdio- membrana resistente, fibrosa, flexível e inelástica. - Hemopericárdio: pode levar ao tamponamento cardíaco. - Causas: arma branca - arma de fogo - Sintomas relacionados com lesão de tórax e choque associado - No adulto- espaço pericárdico pode conter de 200 a 300 ml de sangue (volume menor pode diminuir o débito cardíaco) - Aumento de sangue no saco pericárdico – aumento da FC- manter o D.C. - Atividade elétrica sem pulso - TRÍADE DE BECK: - Aumento de pressão venosa - Choque - Abafamento de bulhas cardíacas - PULSO PARADOXAL - Transporte rápido para o hospital - Não perder tempo no local do trauma - Choque: infusão intravenosa de solução com eletrólitos (durante o transporte) - Pericardiocentese por agulha (sala de emergência) - Correção cirúrgica 19 MARINA MEDINA FERREIRA - PCR consequente ao trauma do tórax anterior - Fibrilação ventricular - Tratamento- manobras de RCP - Soco precordial - Desfibrilação elétrica RUPTURA TRAUMATICA DA AORTA: - Forças de cisalhamento-porção distal do arco aórtico - Ruptura após emergência da artéria subclávia esquerda - Ruptura de toda parede- exsanguinação - Ruptura parcial- adventícia preservada-maior sobrevida - Diagnóstico difícil. - Hospital TC, artografia ou eco transesofágico. - Informações do local do trauma (importante). - 1/3- sem sinais de trauma de tórax. - Choque inexplicado (suspeita de ruptura. - Pulso MMSS e femoral. - O2 suplementar - Suporte ventilatório com máscara facial - Transporte imediato - Comunicar hospital RUPTURA DE TRAQUEIA/BRONQUIOS - Dispneia intensa e tosse com sangue vermelho vivo. - Hemorragia intensa- ferimentos penetrantes. - Pode haver hemotórax ou pneumotórax. - Enfisema de subcutâneo (acima das clavículas para pescoço e face). - Pneumotórax hipertensivo que pode ser refratário (não responsivo) à descompressão - A ventilação assistida pode ser muito difícil. - Fornecer O2 suplementar - Transporte rápido para hospital 20 MARINA MEDINA FERREIRA TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO - LCT leve- GCE- 13-15 - mod- GCE- 9-12 - grave- GCE- < 9 - 80% - lesões leves. Causas: - Colisões automobilísticas - Quedas - Violências - Leões não-intencionais em locais de trabalho - Lesões relacionadas aos esportes - Acidentes automobilísticos- causa principal entre 5 e 75 anos - Quedas- causa principal até 4 anos e idosos. Tratamento desafiador - Pacientes muitas vezes combativos - Manuseio de via aérea difícil- musculatura da mandíbula travada e vômitos - Presença de choque e outras lesões - Intoxicação por álcool e outras drogas - Podem ocorrer LCT com evidências mínimas ou ausentes de trauma. Tratamento pré-hospitalar: - Assegurar oferta de O2 - Identificar pacientes com risco elevado de herniação e pressão intracraniana (PIC) elevada - Estabelecer condições para recuperação. - Fluxo sanguíneo cerebral constante: - Pressão de perfusão cerebral adequada - Mecanismo de autorregulação cerebral Pressão de perfusão cerebral = pressão arterial média - pressão intracraniana - PAM = 85-95 mmHg - PIC (adultos) = 15 mmHg - PPC = 70-80 mmHg. - Fluxo sanguíneo cerebral = pressão de perfusão cerebral / resistência vascular cerebral Queda do FSC- diminuição da RVC PPC abaixo 50 mmHg- mecanismos regulatórios não conseguem compensar FSC reduzido- aumento da extração de O2 Queda do FSC- declínio da função neurológica e isquemia cerebral. - Sangramento intracraniano- compressão dos tecidos adjacentes e aumento da PIC (efeito de massa) - Aumento da PAM para manter PPC - Aumento da PAM ou medidas para diminuir PIC insuficientes- diminuição do FSC, isquemia e função neurológica prejudicada - Pacientes com lesão neurológica- PAS > 90 mmHg - Compressão dos seios venosos- fraturas de crânio com afundamento, hematomas intracranianos, trombose seios venosos→ diminuição da drenagem venosa e aumento da PIC - Compressão da veia jugular- flexão da cabeça e colar cervical apertado- diminuição da drenagem venosa. - Cérebro é um órgão altamente metabólico - Altos requerimentos de O2 - Hipóxia- vasodilatação para aumentar FSC - Ocorre quando PaO2 < 50 mmHg - FSC pode aumentar em 400% - Hipocapnia- vasoconstrição cerebral - Hipercapnia- vasodilatação - Hiperventilação- hipocapnia→ vasoconstrição cerebral→ ↓PIC- ↓ FSC- isquemia cerebral - PaCO2 < 35 mmHg- aumenta risco de isquemia cerebral - PaCO2 normal- entre 35 e 45 mmHg - PaCO2 > 45 mmHg- hipercapnia- vasodilatação cerebral e ↑ PIC FISIOPATOLOGIA - Hipocapnia- vasoconstrição cerebral - Hipercapnia- vasodilatação - Hiperventilação- hipocapnia→ vasoconstrição cerebral→ ↓PIC- ↓ FSC- isquemia cerebral - PaCO2 < 35 mmHg- aumenta risco de isquemia cerebral - PaCO2 normal- entre 35 e 45 mmHg - PaCO2 > 45 mmHg- hipercapnia- vasodilatação cerebral e ↑ PIC. LESÃO CEREBRAL PRIMÁRIA - Trauma direto do encéfalo associado a lesões vasculares. - Ocorre no momento da agressão. - Inclui lacerações, contusões, hemorragias, lesão de nervos e vasos sanguíneos. LESÃO CEREBRAL SECUNDÁRIA - Leões neurológicas que não haviam acontecido na lesão primária - Processo patológico que ocorrem horas a semanas após o insulto - Foco primário- identificar e evitar os mecanismos de lesão - Hipóxia. - Hipotensão e FSC inadequado. - Mecanismos celulares- insuficiência de energia, inflamação e cascatas suicídas. 21 MARINA MEDINA FERREIRA CAUSAS INTRACRANIANAS - Efeito de massa e herniação- herniação uncal, do cíngulo e da amígdala cerebelar. - Isquemia- aumento da PIC. - Edema cerebral- lesão de membrana e inflamação. - Hematomas intracranianos. - Hipertensão intracraniana. EFEITO DE MASSA E HERNIAÇÕES - - Interação entre cérebro, líquido cérebro-espinhal e sangue contidos na calota craniana - -Doutrina de Monroe-Kellie- soma do volume do tecido cerebral, sangue e LCE deve ser constante - O aumento de um dos componentes leva a diminuição de um ou dos dois outros componentes - Lesão com efeito de massa- diminuição do volume do LCE e aumento do retorno venoso. EFEITO DE MASSA E HERNIAÇÕES - Acima do limiar – aumento da PIC - Herniaçoes – deslocamento do cérebro atraves de estruturas fixas. - Compressão cerebral e isquemia - Síndromes de herniaçao. - Hérnias: Uncal (transtentorial), Central, - subfalcinaCerebelar- transtentorial , Tonsilar. SINDROMES DE HERNIAÇÃO - Compressão de 3 nervo- dilatação pupilar ipsilateral - Compressão do trato motor- hemiparesia contralateral e sinal de Babinski - Compressão do tronco cerebral- posturas de decorticação e descerebração. - Compressão do sistema ativador reticular ascendente - Modos respiratórios anormais ou apneia - Respiração de Cheyne-Stokes - Hiperventilação neurogênica central - Respiração atáxica - Aumento da PIC- ativação do sistema nervoso autônomo (SNA) - Aumento da PAM para manter a PPC - Estimulação de barorreceptores- ativação vagal- bradicardia- Fenômeno de Cushing- bradicardia, HAS e respiração irregular CAUSAS INTRACRANIANAS DE LESÃO SECUNDÁRIA - Isquemia e herniações - Edema cerebral - Hematomas intracranianos - Obstrução venosa - Hipertensão intracraniana CAUSAS EXTRACRANIANAS - Hipotensão - Hipóxia - Anemia - Hipoglicemia/hiperglicemia - Hipocapnia/hipercapnia - Convulsões. HIPOTENSÃO - Tempo com PAS < 90 mmHg- preditor de mau prognóstico - Causa principal- hemorragias - Ressuscitação com fluidos e tratamento definitivo - Lesão cerebral traumática- declínio do FSC - Alterações no mecanismo de autorregulação do FSC - Vasodilatação em áreas muito lesadas- desvio do sangue de áreas potencialmente salváveis - Hiperventilação agressiva - Manter PAS > 90 mmHg. HIPÓXIA E HIPERÓXIA - Lesão cerebral irreversível- 4-6 minutos de anóxia - Sat de O2 < 90 mmHg- impacto na LCT - Grande parte dos pacientes apresentam hipóxia- oximetria de pulso - Ventilação e fluxo sanguíneo adequados são críticos - Hiperóxia- lesão cerebral, pulmões, coração e olhos? - Manter PaO2 entre 100-200 mmHg ANEMIA - Transporte de O2- crítico na LCT - 50% de queda na hemoglobina- impacto profundo no transporte de O2 para o cérebro HIPOCAPNIA E HIPERCAPNIA - Ambas podem piorar a LCT - Hipocapnia leva a vasoconstrição cerebral- diminui o FSC e oferta de O2 - Hipercapnia pode resultar de hipoventilação- intoxicação por drogas e álcool - Leva a vasodilatação cerebral e aumento da PIC HIPOGLICEMIA E HIPERGLICEMIA - - Após LCT- aumento precoce no consumo de glicose - Posteriormente- diminuição prolongada do consumo de glicose - Depressão do consumo de glicose é maior em pacientes com LCT mais grave - Ambas hiperglicemia e hipoglicemia são associadas a pior prognóstico - Dosar glicemia em todos pacientes com alteração do nível de consciência. 22 MARINA MEDINA FERREIRA CONVULSÕES - Pacientes com LCT- risco aumentado de convulsões - Pode ser induzida por hipóxia, hipoglicemia e alterações eletrolíticas - Cérebro isquêmico ou com lesão cerebral- estado de mal epiléptico - Convulsões- agravam hipóxia - Depleção de O2 e glicose OBSTRUCAO VENOSA - Obstrução extracraniana- aumento da PIC - Posição da cabeça- flexão ou flexão e rotação comprimem a veia jugular - Colar cervical muito apertado- ↑ PIC de 4-14,5 mmHg - Manter cabeça na posição neutra e evitar colar apertado CONDIÇOES ESPECIFICAS DE TRAUMA DE CRANIO Lesoes de escalpe - Escalpe é composto de múltiplas camadas de tecido - É ricamente vascularizado - Hemorragias podem levar a exsanguinação - Comum em colisão contra o para-brisas e pessoas com cabelo longo preso em máquinas. Fraturas de Cranio - Resultam de traumas fechados e penetrantes - Fratura linear de pouca significância por si próprio - Aumentam o risco de hematoma intracraniano - Fratura com afundamento- intervenção neurocirúrgica - Fratura aberta- risco de meningite. - Fratura de base do crânio - Drenagem de LCR pelo nariz ou ouvidos- 12% a 30% - Equimose periorbital (sinal de guaxinin), - Equimose retroauricular (sinal de Battle). CONCUSSAO CEREBRAL - Alterações neurológicas transitórias: - perda da consciência- não necessária - Amnésia retrógrada e anterógrada. - Olhar fixo, confusão, desorientação, fala arrastada e incoerente, falta de coordenação, alterações emocionais - Cefaléia severa, tonturas, náuseas, vômitos - Devem ser transportados ao hospital - CT de crânio- sem alterações - Encefalopatia traumática crônica HEMATOMA INTRACRANIANO - Divididos em 3 tipos: epidural, subdural e intracerebral. - Diagnóstico no ambiente pré-hospitalar é quase impossível. - Feito no hospital através da TC de crânio - Podem produzir rápido aumento da PIC. HEMATOMA EPIDURAL - 2% das LCTs que requerem hospitalização. - Mortalidade- 20%. - Fratura do osso temporal- lesão da artéria meníngea média. - Formato de lente - História clássica- período curto de perda da consciência, intervalo lúcido e rebaixamento do nível de consciência. - Pupila dilatada com reflexo lento do mesmo lado do impacto. - Hemiparesia ou hemiplegia do lado oposto. - Mortalidade geral- 20% - Tratamento cirúrgico rápido- prognóstico excelente- mortalidade de 2%. HEMATOMA SUBDURAL - - 30% dos traumas de crânio graves. - Sangramento venoso. - Sangue no espaço subdural- entre a dura-máter e aracnóide. - Rompimento das veias-ponte- trauma craniano violento. - Pode apresentar de 2 modos: - Trauma significante- ruptura das veias-ponte e sangramento rápido para o espaço subdural - Lesão expansiva com efeito de massa - Lesão concomitante do parênquima cerebral subjacente - Depressão aguda do estado mental - Transporte rápido para o hospital- cirurgia - Pacientes idosos ou debilitados - Apresentam atrofia cerebral - Acumulo de sangue sem efeito de massa- assintomático - Ocorrem por quedas ou outros traumas menores - Muitos não apresentam história de trauma. - Alguns pacientes com sangramentos repetidos - Efeito de massa gradual - Apresentação menos dramática - Cefaleia, alterações visuais, alterações de personalidade e da fala, hemiparesia e hemiplegia - Pacientes em uso de anticoagulantes- apresentação mais rápida. 23 MARINA MEDINA FERREIRA HEMORRAGIA SUBARACNOIDE - Sangramento abaixo da membrana aracnoide - A camada de sangue é usualmente delgada- não possui efeito de massa - Paciente queixa de cefaleia, náuseas, vômitos e tonturas - Sinais meníngeos- rigidez de nuca - Geralmente não requer cirurgia de descompressão - Maior risco de contusão cerebral CONTUSÃO CEREBRAL: - Comum em pacientes com traumas graves e moderados - Pode ser acompanhada por hematomas intracerebrais - Traumas fechados- lesões múltiplas - Lesão por contra-golpe- longe do local do impacto - Podem levar a depressão do nível de consciência TRAUMA DE CRANIO PENETRANTE: - Lesão neurológica desvastadora - Lesão tecidual direta - Lesão por arma de fogo- energia associada com o projétil (cavitação) - Projetil que cruza a linha média- prognóstico ruim - Alto incidência de infecção TRATAMENTO: - Intervenções que obedecem uma sequência. - Priorizar o tratamento de lesões que comprometem a vida. - Imobilizar rapidamente e transportar para hospital mais próximo com recursos para atender casos com LCT. HEMORRAGIA COM EXANGUINAÇÃO: - Controle de hemorragias é essencial - Compressão direta ou bandagem de hemorragias externas - Lesões complexas de escalpe podem levar a perdas grandes de sangue - Podem ser controladas com chumaços de gazes - Compressão da vasculatura dos bordos da lesão. - Não fazer compressão direta sobre afundamento de crânio - Hemorragia de artéria carótida ou veia jugular- compressão direta - Imobilização em prancha rígida VIAS AÉREAS: - Ruídos ventilatórios indicam obstrução parcial. - Vômito, sangramento e edema decorrente de trauma facial comprometem a via aérea. - Hematomas no assoalho da boca ou palato mole- obstrução de via aérea - Promover abertura manual- manobra de tração da mandíbula - Promover aspiração de secreções e sangue - Intubação traqueal ou dispositivos supra-glóticos podem ser necessários - Pacientes com fraturas de face e laríngea ou traumas de pescoço assumem posição que mantem aberta a viaaérea - Ventilação transtraqueal, cricotiroidostomia por agulha ou cirúrgica quando não se consegue intubar - Pacientes com pontuação na escala de Glasgow ≤ 8- intubação traqueal - Cuidado- intubação prolongada pode ser prejudicial - Levar em consideração tempo de transporte e experiência em intubação - Manter Sat de O2 > 90% - O uso de bloqueadores neuromusculares pode facilitar a intubação. RESPIRAÇÃO: - Todos pacientes com LCT devem receber O2 suplementar - Utilizar oximetria de pulso - Manter sat de O2 maior que 90-94% - Ventilação com pressão positiva pode ser necessária - Tratar complicações como pneumotórax hipertensivo ou aspiração - Evitar hipocapnia e hipercapnia - Medida do CO2 no ar expirado (ETCO2) pode ser empregada - Hiperventilação pode ser empregada em determinadas circunstancias - Observar frequência respiratória, profundidade e eficiência da respiração. - Observar padrões anormais. - Considerar lesões torácicas. CIRCULAÇAO : - Perda de sangue e hipotensão- causas importantes de lesão cerebral secondária - Combinação de hipóxia e hipotensão associada com alta mortalidade - Transporte para o hospital é prioritário - Choque hipovolêmico ou neurogênico- ressuscitação com cristaloides 24 MARINA MEDINA FERREIRA - Manter PAS > 90 mmHG - Adultos com LCT com sinais vitais normais- infundir não mais que 125 ml/hora de fluidos AVALIACAO NEUROLOGICA: - Avaliação do nível de consciência- Escala de Glasgow - Convulsões- benzodiazepínico - Imobilização da coluna cervical - O uso de colar cervical não é mandatória se a cabeça e pescoço estiverem imobilizados - Pupilas- simetria e resposta ao estímulo luminoso. - Diferença > 1 mm anormal. - LCT moderada a grave- serviço hospitalar com recursos de tomografia computatorizada e neurocirurgia. - FC, PA, SaO2 e Escala de Glasgow reavaliados e anotados a cada 5 ou 10 min. - Transporte em posição supina. - Comunicar o hospital de destino. -
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