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Farmacologia - Aula 09 - Antipsicoticos

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1 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
1 
Farmacologia – Antipsicóticos 
1. Introdução 
▪ Psicose corresponde ao estado mental no qual o paciente 
perde o contato com a realidade, sendo os sintomas mais 
comuns desse quadro as alucinações, as ilusões, os 
delírios e os transtornos do pensamento formal. 
▪ Nesse sentido, os antipsicóticos, também conhecidos 
como neurolépticos, ante esquizofrênicos ou 
tranquilizantes maiores, constituem os fármacos 
utilizados para o tratamento da esquizofrenia, da 
psicose e de outros transtornos psicóticos. 
2. Esquizofrenia 
▪ A esquizofrenia configura a principal síndrome 
psicótica tratada por essa classe de fármacos. Tal 
transtorno, por sua vez, se caracteriza pela perda do 
contato com a realidade, pela deterioração do nível de 
funcionamento da vida diária, os quais podem se 
manifestar como transtornos de sentimentos, de 
pensamentos e de condutas sociais. 
▪ Em relação aos sintomas, a esquizofrenia apresenta dois 
tipos, os positivos e os negativos. No primeiro caso, 
cite-se agitação, insônia, alucinações (visuais, 
olfativas e auditivas), delírios (perseguição e 
conspiração), transtornos do pensamento (bloqueio, 
fragmentação, associação frouxa), desorganização do 
discurso (conclusões ilógicas), desorganização 
comportamental (comportamento social inadequado, 
isolamento, antipatia, agressividade), ambivalência. 
▪ Por outro lado, em relação aos sintomas negativos, cite-
se afastamento do contato social, redução das emoções, 
voz monótona, mimica facial empobrecida, falta de 
iniciativa e pobreza de linguagem. 
▪ Agora, vejamos os tipos de esquizofrenia reconhecidos. 
▪ Esquizofrenia Catatônica – rigidez, posturas bizarras, 
excitação, maneirismo. 
▪ Esquizofrenia Hebefrênica – incoerência, desagregação 
dos pensamentos, afeto incongruente, discurso 
desorganizado, afeto embotado. 
▪ Esquizofrenia Paranoide – delírios de perseguição, 
alucinações auditivas, violência, ansiedade, alterações 
nas relações pessoais. 
▪ Esquizofrenia Residual – Afastamento social, 
inadequação afetiva, comportamento excêntrico. 
▪ Esquizofrenia Indiferenciada – Quando preenche mais de 
um critério. 
3. Teoria Neuroanatômica da Esquizofrenia 
 
 
 
2 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
2 
▪ Essa teoria sustenta que um aumento do tamanho 
ventricular, juntamente com diminuição do córtex pré-
frontal e do hipocampo, estaria diretamente associado 
à etiologia da esquizofrenia. 
▪ Tal postulado se baseia no fato de que cérebros de 
pacientes esquizofrênicos apresentam de 30 a 50% menos 
expressão de mielina no córtex pré-frontal e no 
hipocampo, quando comparados com cérebros de indivíduos 
sadios. 
 
4. Teoria Dopaminérgica 
▪ Tal teoria sustenta que o aumento da atividade 
dopaminérgica se encontra diretamente associado ao 
agravamento dos quadros de esquizofrenia. Por exemplo, 
após administração de anfetaminas ou de levodopa, 
observa-se um agravamento do quadro de paciente com 
esquizofrenia. 
▪ Além disso, também foi observado que paciente 
esquizofrênicos não tratados apresentam uma maior 
densidade de receptores dopaminérgicos em comparação a 
pacientes esquizofrênicos em tratamento. 
▪ Ou seja, essa teoria postula que o aumento da 
disponibilidade de dopamina tende a desencadear a 
esquizofrenia. 
▪ Nesse sentido, é interessante já observar que o 
mecanismo de ação de alguns fármacos ante 
esquizofrênicos será justamente agir bloqueando os 
receptores de dopamina, notadamente os receptores D2. 
▪ Vejamos, portanto, as vias dopaminérgicas encontradas 
no sistema nervoso. 
 
 
 
3 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
3 
▪ Via Nigroestriatal – Liga a área tegumentar ventral até 
o núcleo estriado. Essa é uma via inibitória. Atua 
inibindo o movimento muscular intencional do indivíduo. 
▪ Via Mesolímbica – Liga a área tegumentar ventral até o 
sistema límbico e até a amigdala. Essa é uma via 
estimulatória. Responsável por estimular a motivação, 
as emoções e a recompensa. 
▪ Via Mesocortical – Liga a área tegumentar ventral até 
o córtex pré-frontal. Essa é uma via estimulatória. 
Responsável pelas emoções, pela cognição e pela 
afetividade. 
▪ Via Tuberoinfundibular – Liga o hipotálamo até a 
hipófise. Essa é uma via inibitória. Atua inibindo a 
liberação da prolactina. 
 
▪ Repare, no padrão de distribuição dos receptores. Ne 
região Mesocortical, tem-se predominância dos tipos D1 
e D5, que são excitatórios, enquanto na região 
Mesolímbica, tem-se predominância dos tipos D2, D3 e 
D4, que são inibitórios. 
▪ É importante salientar tais regiões, pois são elas as 
maiores responsáveis pelos sintomas da esquizofrenia, 
tanto positivos (Mesolímbica), quanto negativos 
(Mesocortical). 
▪ Veja, na via Mesolímbica, tem-se maior concentração de 
receptores D2, que são inibitórios. Tais receptores, 
por sua vez, encontram-se em neurônios gabaérgicos da 
amigdala e do hipocampo. Portanto, um aumento de 
 
 
 
4 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
4 
dopamina na região, age nos receptores D2, inibindo a 
síntese de GABA, um neurotransmissor inibitório. Ou 
seja, uma inibição da inibição, causa uma excitação. 
▪ O GABA age sobre o tálamo, inibindo a ação dessa região 
cerebral, a qual atua como uma espécie de “filtro” 
sensorial. Desse modo, o excesso de atividade talâmica 
promove alucinações e delírios. 
 
5. Teoria Serotoninérgica 
▪ Essa teoria foi pensada a partir da observação dos 
efeitos do LSD, uma droga alucinógena, capaz de promover 
alucinações semelhantes àquelas evidencias na 
esquizofrenia. 
▪ Nesse caso, o mecanismo de ação do LSD é a ativação 
parcial de receptores 5-HT2A. 
▪ Os antipsicóticos atípicos, por exemplo, atuam 
bloqueando os receptores 5-HT2A mais do que os 
receptores D2. 
6. Teoria Glutamatérgica 
▪ Oriunda da observação de que a Fenciclidina, um agonista 
de receptores NMDA, induz quadros de psicose 
semelhantes àqueles observados na esquizofrenia. 
▪ Além disso, em estudos pos mortem, observou-se que a 
redução da concentração de glutamato no córtex pré-
frontal e no hipocampo de pacientes esquizofrênicos. 
▪ Ademais, também foi constatado que agonistas dos 
receptores NMDA atuam aumentando os níveis de dopamina 
no córtex pré-frontal e nas estruturas sub-corticais. 
 
 
 
5 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
5 
7. Antipsicóticos Típicos – 1ª geração 
▪ Os mais usados no cotidiano clinico são Clorpromazina, 
Levomepromazina e Haloperidol. 
▪ Apresentam a capacidade de bloquear as 4 vias 
dopaminérgicas. 
▪ Bloqueio da Via Mesolímbica – Causa melhoras dos 
sintomas positivos. 
▪ Bloqueio da Via Mesocortical – Agrava sintomas 
negativos. 
▪ Bloqueio da Via Nigroestriatal – Acarreta síndrome 
extrapiramidal. 
▪ Bloqueio da Via Tuberoinfundibular – Inibe liberação de 
prolactina. 
▪ Em linhas gerais, os antipsicóticos típicos são 
benéficos no tratamento dos sintomas positivos, como 
pensamentos desordenados, alucinações e delírios, 
notadamente pelo bloqueio dos receptores dopaminérgicos 
D2 da via Mesolímbica. 
▪ Todavia, o bloqueio desses mesmos receptores D2 na via 
nigroestriatal é responsável por causar síndrome 
extrapiramidal. 
▪ Além disso, esses fármacos podem acarretar acatisia 
(síndrome das penas inquietas), distonia (espasmos nos 
músculos da língua, da face e do pescoço), além de 
Parkinson farmacológico. 
▪ Com o uso prolongado, esses fármacos podem causar 
discinesia tardia (mastigação constante, protrusão da 
língua e caretas). 
▪ De modo geral, faz-se importante salientar que os 
antipsicóticos típicos são antagonistas dos receptores 
D2, M1, H1 e α1. 
▪ Vejamos as principais reações adversas desse tipo de 
fármaco. 
▪ Anticolinérgico (muscarínico) – Levomepromazina, 
Clorpromazina e tioridazina. Acarretam perda da 
acomodação visual, boca seca, constipação e dificuldade 
para urinar. 
▪ Bloqueio α1 adrenérgico – Levomepromazina, 
Clorpromazinae Tioridazina. Causam hipotensão 
ortostática, disfunção erétil e retardo da ejaculação. 
▪ Bloqueio H1 Histaminérgico – Sedação e ganho de peso. 
 
 
 
6 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
6 
 
8. Antipsicóticos Atípicos – 2ª Geração 
▪ Os mais usados no cotidiano clinico são Clozapina, 
Resperidona, Olanzapina e Quetiapina. 
▪ Atuam bloqueando receptores serotoninérgicos 5HT2A, 
5HT2C, 5HT3, receptores dopaminérgicos D1, D2, D4, além 
de receptores M1, H1 e α1. 
▪ Entre todos os receptores citados acima, a maior 
afinidade é por aqueles do tipo 5HT2A. 
▪ Como principais efeitos farmacológicos dessa classe de 
antipsicóticos, tem-se: 
▪ Maior eficácia no alivio dos sintomas negativos da 
esquizofrenia. 
▪ Pequena propensão à produção de efeitos 
extrapiramidais. 
▪ Melhoram os efeitos cognitivos do paciente. 
▪ São eficazes em pacientes que apresentam resistência 
aos antipsicóticos de 1ª geração. 
 
 
 
 
7 Helano Brilhante – Med79 - UFCG 
7 
▪ O Aripiprazol tem sido considerado como um 
antipsicótico de 3ª geração, pois, ao invés de acarretar 
um antagonismo de D2, ele causa agonismo parcial, ou 
seja, uma ativação menor do que aquela produzida pela 
dopamina. Veja, embora os mecanismos da esquizofrenia 
não sejam completamente conhecidos, acredita-se que uma 
melhora geral do paciente deva ser precedida por um 
balanço entre agonismo e antagonismo das vias 
dopaminérgicas.

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