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Trabalho Prof Ives (Pós Gestão Pública)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS – UNEAL 
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA 
 
 
 
ANA PAULA FERREIRA DOS SANTOS 
ANNA VIRGÍNIA CARDOSO DA SILVA 
JOSÉ LEONARDO GALVÃO DOS SANTOS 
PEDRO BARBOSA DE OLIVEIRA JUNIOR 
VIVIANE NUNES SILVA 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO DE CASO A PARTIR DAS AULAS MINISTRADAS NA 
DISCIPLINA TÓPICOS DE DIREITO PÚBLICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ/AL 
2021 
ANA PAULA FERREIRA DOS SANTOS 
ANNA VIRGÍNIA CARDOSO DA SILVA 
JOSÉ LEONARDO GALVÃO DOS SANTOS 
PEDRO BARBOSA DE OLIVEIRA JUNIOR 
VIVIANE NUNES SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO DE CASO A PARTIR DAS AULAS MINISTRADAS NA 
DISCIPLINA TÓPICOS DE DIREITO PÚBLICO 
 
Atividade proposta pelo Professor Ives 
Samir Bittencourt Santana Pinto, Disciplina 
Tópicos de Direito Público do Programa de 
Pós-Graduação em Gestão Pública, pela 
Universidade Estadual de Alagoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ/AL 
2021 
RESOLUÇÃO DE CASO 
1) O Chefe do Poder Executivo municipal ao assumir a Prefeitura Municipal do Alto de 
São Francisco em Alagoas determinou a realização de auditoria em todas as secretarias. 
Após o recebimento do relatório foi verificado que na Secretaria de Educação havia 
vários servidores que estavam recebendo equivocadamente por progressão indevida 
valores superiores ao que teriam direito há mais de 10 (dez) anos por gestões passadas. 
Assim, determinou a imediata cessação do recebimento dos valores, sob o argumento de 
que todos os atos são nulos e, por via lógica de consequência, não poderia gerar efeitos. 
Dessa forma, a discussão administrativa foi levada ao crivo do Poder Judiciário pelo 
servidor lesado, argumentando que não poderia haver a redução do salário e que foi 
operada a decadência do direito municipal, o juiz ao analisar o pedido disse que por 
faltar norma regulamentadora Municipal de revisão de ato administrativo deixou de 
analisar o pedido. Inconformada a Procuradoria do Município interpôs o recurso para 
reforma da decisão no Tribunal de Justiça de Alagoas. Indaga-se: 
a) poderia o Sr. Prefeito anular esses atos? 
Não. Conforme entendimento consolidado pelos tribunais superiores, o ato 
administrativo que concede vantagem pessoal ao servidor, mesmo nulo, submete-se ao 
prazo decadencial de 05 (cinco) anos, em razão dos princípios da segurança jurídica e da 
confiança, salvo se comprovada má-fé. 
b) teria operado a decadência do direito municipal? 
Sim. Conforme Súmula 633 do STJ, o prazo decadencial previsto no art. 54 da Lei nº 
9.784/1999 aplica-se aos estados e municípios. Portanto, teria o Município o Alto de 
São Francisco o prazo decadencial de 05 (cinco) anos, contado da percepção do 
primeiro pagamento pelo servidor, o poder-dever de anular o ato administrativo que 
concedeu a vantagem indevida. 
c) o juiz poderia deixar de julgar, sob o argumento de que não havia norma 
regulamentadora Municipal? 
Sim. Entende-se que em decorrência do tempo de decadência para anulação do ato e 
diante da ausência de norma regulamentadora municipal, o juiz pode alegar não ter 
subsídios para avaliação do caso. 
d) poderia haver a redução do salário da servidora? 
Não. Primeiramente se faz necessário a compreensão de onde partiu o equívoco que 
levou ao pagamento da progressão indevida, se foi algum engano operacional ou de 
interpretação por parte da gestão pública. Não havendo provas da má-fé do servidor 
público, entendesse que não há motivo para redução do salário do servidor, tendo em 
vista que o recebimento ocorreu de boa-fé. Nesse sentido, o que será determinante para 
redução do salário do servidor ou até mesmo o dever de restituir o valor recebido é a 
boa-fé do servidor. 
 
e) o Prefeito agiu corretamente? 
 
Não. O prefeito não poderia ordenar a cessação do recebimento dos valores, pois pelo 
decurso do tempo, houve decadência para anulação do ato. Dessa forma os efeitos do 
ato devem permanecer favoráveis a terceiros. 
 
f) o ato é nulo ou anulável? 
 
Anulável. Pelo decurso do prazo, a administração não pode mais anular o ato. De 
acordo com o artigo 54 da Lei 9.784/99, o direito da administração de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários (caso da 
questão) decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé. O ato é anulável, pois é passível de convalidação para que não 
cause prejuízo a terceiros. 
 
g) pode ser convalidado? 
 
Sim. A convalidação visa “corrigir” ato com o objetivo de manter os efeitos produzidos 
e permitir que ela permaneça no mundo jurídico. 
 
2) Determinado servidor público exercente de cargo de confiança da Prefeitura 
Municipal de Belo Jardim ofendeu a honra de outro servidor público concursado de 
engenheiro, chamando de ladrão, de corrupto, acusando o mesmo de ter de ter levado, 
ter “roubado” material de construção da obra que era para a reforma da creche 
municipal. Levou cerca de 1000 tijolos, 5 sacos de cimento, além de outros materiais, 
totalizando, em média a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Pois bem. O 
Secretario encaminhou expediente ao Gabinete do Sr. Prefeito para apuração e 
determinou a imediata suspensão do servidor por 60 (sessenta) dias e a devolução do 
material, independentemente da abertura de processo para apuração. O Chefe do Poder 
Executivo Municipal determinou a apuração de sindicância, dando um prazo de 60 
(sessenta) dias para conclusão. Pergunta-se: 
a) o procedimento administrativo adotado está correto? 
Correto, pois, já que não está comprovada a materialidade delitiva, o procedimento 
correto seria a sindicância administrativa. 
b) poderia o Sr. Secretário aplicar penalidade sem a abertura do processo? 
Não, baseado no princípio jurídico universal do devido processo legal, pois ninguém 
pode ser punido sem antes ter o direito de ampla defesa e contraditório. 
c) está correto o Sr. Prefeito ao determinar a instalação da Comissão de 
Sindicância e o prazo dado? 
Sim, está correto pois a sindicância administrativa é necessária quando a “a autoridade 
que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua 
apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, 
assegurada ao acusado ampla defesa" (Base legal art. 143 da Lei 8112/90). Sobre o 
prazo legal vale dizer que o prazo para não excederá 60 (sessenta) dias, podendo, porém 
ser admitido a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem, 
devendo ser fundamentado a prorrogação.

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