Buscar

I - RESENHA CLÍNICA FENOMENOLÓGICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CLÍNICA FENOMENOLÓGICA: DO MÉTODO DE PESQUISA PARA A PRÁTICA PSICOTERAPEUTICA
Termo Clínica fenomenológica, neste texto, se defini pelo estudo da relação entre experiência e consciência, entendida como fluxo de vivências pré-reflexivas. Assim, me remete a awareness, da Gestalt, no sentido sei fazer, mas porque fiz? Porque fiz daquela forma, como me afetou? Como estou fazendo? Sem automatismo...
Segundo Gomes e Castro (2010), “O problema é que a relação se prejudica por perder de vista o sujeito, dada a interferências da agitação cotidiana, do artificialismo das tecnicalidades e dos olhares insidiosos para os objetos.” Nos perdemos da essência do ser e nos fixamos no ter, no produzir, no saber fazer sem compreender, nas ciladas que o olhar consumista, acelerado nos traz (a era da técnica).
O interesse pela análise da consciência e da experiência para cuidar de si próprio, vem do medo da possibilidade de sofrer, por medo da angústia ou doença mental. Mantendo a busca de controle sobre isso e não conhecimento real do que se sente.
A relação entre experiência e consciência é o existir, as duas existem. Tanto o que está no concreto e no mundo das ideias, não preciso saber se ocorreu, porque não é porque não existe no plano físico que para o ser não é real. 
Observa-se um olhar desconfiado ao mundo, devido ao homem ser tratado como um ser de apenas de produções materiais, sem considerar suas emoções. Desejam agilidade, produtividade, que o homem tenha aspirações de ascensão, sem procurar compreender o que isso significa ao sujeito, o que é ascender para ele? Em contra partida, se conhecer leva tempo, e a agilidade que a técnica exige não contribui para isso. Elevar-se pode ter um sentido amplo, e não apenas o da técnica, de um grande cargo, dinheiro e reconhecimento social, cada ser deve encontrar seu sentido nas coisas. 
Ao trata de Fenômeno, esse já aconteceu, tem contorno, é possível descrevê-lo, falar sobre ele. Esse descrever, compreender, analisar, elaborar, é o que o torna consciente. Eu vivi a situação ou uma emoção (isso foi a experiência) e a minha reflexão, compreensão e o significado que atribui foi a consciência. A relação da experiência e consciência é o fenômeno. Mas o fenômeno não é cristalizado, pode se mudar várias vezes. Enquanto terapeuta, acompanho o cliente, e quando tenho a experiência com ele de uma situação a qual vivo pelo discurso dele, e assim, experiencio e reflito, temos a partir de um fenômeno que faz parte da existência dele, criando outros fenômenos em nosso encontro. E ainda, podemos ressignifica lós, mesmo que cada um a seu modo. 
A fenomenologia se refere à subjetividade, ou seja, aquilo que é único do sujeito, no seu intimido, seu self. Mas, que ao mesmo tempo esse sujeito permite ao outro conhecer, pois existe uma abertura para se mostrar. Todos temos capacidade para nos conhecer, de nos mostrarmos em nova verdade, congruência, mas o quanto estamos preparados e disponíveis para tal.
A metodologia da fenomenologia é o proporcionar o conhecimento de quem é esse sujeito, a partir de como descrevo e falo sobre ele. Para isso, considera-se sempre esse sujeito em relação com o mundo, pois, é na relação com o mundo que ocorrem os fenômenos. 
Existencialismo
Fala da limitação do ser, da falta de controle, e como ficamos angustiados diante das impossibilidades, da finitude. Portanto, questiona: qual o propósito do existir? 
O método fenomenológico (Husserl, 1901/2007) aplica-se à relação entre consciência e experiência. A consciência é definida como uma estrutura apta para tomar conhecimento do que se apresenta na experiência. O conhecimento decorre desse movimento da consciência para a experiência. (GOMES E CASTRO, 2020)
A Experiência é o que se apresenta e a consciência é a leitura sobre isso, e essa leitura está impregnada das vivências, culturas e aprendizados. A reflexão é a análise disso, que dá a consciência conhecimento sobre a experiência, e assim um possível significado.
Para Heidegger, sujeito e mundo se relacionam e constituem ao mesmo tempo, o ser é na relação com o mundo. Se para Husserl a consciência se dá a partir da reflexão sobre a experiência, para Heidegger a consciência se dá na interpretação (hermenêutica) que ocorre simultaneamente entre experiência e consciência. 
Em Ser e Tempo (Heidegger), apresenta três pontos:
Facticidade: Ser lançado no mundo, porque não escolheu estar no mundo; 
Existencial idade: questionar o modo como se relaciona com o mundo. A existencial idade é o apoderamento crítico dos modos de sua relação com o mundo, tentando superar seus limites, buscando ser o que não é.
Ruína: Afastar-se de si pelas adversidades cotidianas, se distancia de quem é em devido a disso. 
Características da Clínica Fenomenológico-Existencial
O papel do terapeuta é de parceiro existencial, com a “presença genuína, em um presente que é a continuidade do passado e que visa as possibilidades do futuro.” (GOMES E CASTRO, 2010)
Pode-se usar métodos tradicionais terapêuticos com a finalidade de ajudar o indivíduo a acessar suas próprias capacidades, é um facilitador. 	Comment by ALINE NUNES LIMA: Apenas métodos psicanalíticos? 
Sobre autenticidade: tornando-se autêntico à medida que se conscientiza da própria condição, as possibilidades e impossibilidades que tem.
Pensamento Brasileiro sobre a Clínica Fenomenológico-Existencial
O sujeito sempre voltado para a compreensão de si, apropriação de si a ações conscientes, ou seja, agir a partir disso, do que faz sentido a si mesmo.
A redução fenomenológica entendida nos termos da fenomenologia reflexiva de Husserl propõe a lógica da exclusão de interferências para o acesso da evidência pela consciência. Reduzir interferências, sejam elas pré conceitos, crenças que dificultam e até impedem o ser de trazer ao conhecimento, portanto a consciência, suas verdades. 
Considerando os conteúdos abordados, compreende-se a clínica fenomenológica como uma forma de tratamento psicológico, com uma atuação voltada ao sentido do ser, propiciando a esse se conhecer, apropriar-se de si, e assim, possibilitar que trago à tona seu potencial aja com segurança no mundo. 
 O existencial apresentado, discorre minuciosamente sobre como a existência do ser é densa, e carecida de compreensão, da necessidade de sentido e direcionamento. O quanto o sofrimento é negado por esse mês ser, e o sentido que lhe é tão necessário saber é embaçado pelas diversas distrações e obrigações cotidiana, o que afasta mais de sua essência, impelindo assim mais sofrimento. 
Também considero que as experiências que vivemos acabam passando desapercebidas, mas não sem inferir algo no ser, muitas vezes gerando angústias, tristezas que não são compreendidas, pois não se tornaram conscientes. Neste ponto, entra necessidade da reflexão, que possibilita compreender, dar sentido e organizar o interior do ser. Assim, o que se sento deixa de ser ruído e passa a ser gradativamente conhecido, e com o passar do tempo novos ruídos vem, passam a ser ouvidos, interpretados, concomitantemente volta-se a atenção ao interior. Nesse movimento de autoconhecimento, aceitação e apropriação de si mesmo, o ser pode também dar novas compreensões a fenômenos antigos, onde se aprende com o passado e ao mesmo tempo se vive o presente.

Continue navegando