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A Daseinsanalyse de Ludwig Binswanger Ludwig Binswanger (1881 – 1966) é da terceira geração de psiquiatras em sua família responsáveis pelo sanatório de Bellevue. Após formar-se em medicina, faz residência psiquiátrica na clínica de Burghözli, chefiada por Eugen Bleuler (que cunha a esquizofrenia), sob supervisão de Carl Jung. · Durante a residência Binswanger aprofunda seus estudos na psicanálise, o que o leva a iniciar correspondência com Freud que perdura até falecimento deste. · Mas o interesse pela psicanálise e a proximidade com seu fundador não impedem que Binswanger, desde cedo, questione o naturalismo da psicanálise. Encontra fundamentação para sua crítica primeiro na fenomenologia de Husserl e sua concepção de consciência intencional e, em seguida, na descrição da existência empreendida por Heidegger em Ser e tempo. DAÍ A SER O PRIMEIRO A DESENVOLVER UMA DASEINSANALYSE VOLTADA PARA O SOFRIMENTO EXISTENCIAL (NÃO “PSÍQUICO”) MANIFESTO NA PSICOPATOLOGIA. · Da analítica existencial, Binswanger recolhe a noção de ser-no-mundo, a fim de buscar uma compreensão dos modos de ser psicopatológico como modificação nessa estrutura. · Ou seja, na experiência psicopatológica, mundo estrutura-se diferentemente que na experiência saudável. Sonho e Existência > Binswanger discute a experiência onírica, tema tão caro à psicanálise, contrapondo à hipótese freudiana genética e simbólica a ideia de que o sonhar é um modo de existir. · Cabe ao investigador fenomenólogo compreender a experiência manifesta no sonho e, principalmente, o “espaço afinado” que nele se apresenta. Isto é, o sonho revela o mundo espacial e temporal peculiar ao sonhador. “É o tema que o Dasein se dá no sonho que é importante, não o que ele simboliza, e é, então o conteúdo desse drama, dessa ação que é o sonho, que constitui seu elemento decisivo.” O sonho não é produzido por uma subjetividade, como propunha Freud, mas um acontecimento, uma visitação; “vem a mim um sonho”. · Em vigília, a existência compartilha com os demais um mesmo mundo (koinon), ao passo que dormindo, está solitário (idios). · Essa oposição se articula à compreensão de Binswanger da experiência psicopatológica como envolvimento com o mundo próprio em detrimento da experiência compartilhada. Noções básicas da Daseinsanalyse de L. Binswanger A primeira fase daseinsanalítica da psiquiatria de Binswanger apoia-se na analítica existencial de Ser e tempo, de Heidegger. O pensamento de Binswanger distancia-se de Heidegger e retorna à fenomenologia de Husserl, mais precisamente à questão da consciência interna do tempo. A análise fenomenológica da consciência do tempo empreendida por Husserl mostra que tempo não é algo objetivo, cronológico, externo à consciência. Passado e futuro estão presentes a cada momento. Binswanger retoma essa análise husserliana para considerar modificações estruturais na consciência de tempo na psicopatologia. Por exemplo, no melancólico o futuro é vivenciado como já vivido; “a proteção está infiltrada de momentos retentivos.” (DASTUR & CABESTAN, 2015, p.92). No maníaco, retenções e protenções cedem lugar ao instante atual, de modo a vivenciar somente o presente, a momentaneidade. No esquizofrênico, a estrutura temporal esfalece-se, aniquilando a experiência vivida. Binswanger > O mundo é uma trama de sentido que tende a permanecer a mesma. Mas, na experiência psicopatológica, esse apoio se perde. Binswanger busca descrever a experiência temporal psicopatológica. É um modo de temporalizar-se que configura a experiência psicopatológica. A Daseinsanalyse de Medard Boss Medard Boss é o psiquiatra suíço que realizará mais plenamente a interlocução entre a analítica existencial (ontológica) de Heidegger e a prática clínica. · É nessa clínica que ele entra em contato com o pensamento de Binswanger, que vai ao encontro de sua própria sensação de que as ciências do homem erram ao pressupor uma cisão entre existência e mundo (sujeito e objeto). Como já visto, isso era para Binswanger “o verdadeiro câncer da ciência”. · Boss: objetivo da psicoterapia é “favorecer a liberdade existencial dos pacientes” ** Boss assume como tarefa entender o que e como acontece a relação psicoterapêutica sem recorrer a hipótese. ** Ou seja, assume da fenomenologia a suspensão (epoché) como passo necessário para que os fenômenos se mostrem tal como são. Daseinsanalyse – terapia mais humana e mais correspondentes ao dasein da medicina – ao modo de ser humano – libertação daquilo que aprisiona. Indicação dos existenciais pertinentes ao Dasein A descrição fenomenológica da existência como ser-no-mundo possível é o fundamento da psicologia fenomenológico-existencial (Daseinsanalyse). · O psicólogo que fundamenta o seu trabalho nesta abordagem está interessado em compreender junto ao(s) outro(s) como é seu mundo e como se lança nesse que é o seu mundo, resgatando sua condição ontológica de ser-possível. Assim, Boss recorre a processos psicoterapêuticos próprios e de supervisionandos para pesquisar o que acontece na relação entre terapeuta e paciente costumeiramente chamado de “cura”. Esse termo tem forte viés médico e significa, nesse contexto, remissão de sintomas. NA DASEINSANALYSE, “CURA” SIGNIFICA O RESGATE DA LIBERDADE PARA DISPOR DE SI, PODENDO ACEITAR E RECUSAR SOLICITAÇÕES DOS ENTES QUE VÊM AO ENCONTRO. Ou seja, os modos de ser-doente são momentos de restrição na vida da existência, nos quais se encontra impedida de assumir possibilidades existenciais. · Exemplos disso são os chamados sintomas histéricos tão discutidos pela psicanálise. · Enquanto a teoria de Freud os explica como resultantes do acúmulo de energia sexual e consequente descarga, a fenomenologia existencial não pode recorrer a uma explicação que hipotetize o funcionamento psíquico como um aparelho hidráulico. · Assim, pergunta quais são os modos de ser, as possibilidades existenciais que se realizam e como se realizam nesses chamados sintomas histéricos. · Uma mulher que, andando na rua, vê um homem a quem se sente atraída e suas pernas se paralisam é alguém que sente, ao mesmo tempo, atração e repulsa, isto é, motivação para aproximar-se e distanciar-se. · A paralisaria é o modo como realiza esses movimentos opostos simultaneamente. Incapaz de assumir seu desejo, pois em seu mundo o que é do âmbito do sensual e do sexual é vivido como pecaminoso, não deixa essas possibilidades existenciais serem. Vale lembrar que os sintomas não são interpretados como entidades diferentes que se instalam no paciente. SINTOMAS: São modos de ser, isto é, modos de realizar possibilidades existenciais, com a especificidade de que tais possibilidades não são abertamente assumidas como próprias. Boss cuida para que a experiência do paciente possa se manifestar sem o recurso a teorias hipotéticas, cumprindo, assim, o imperativo fenomenológico de voltar às coisas mesmas. Daseinsanalyse assume que terapeuta e paciente são existências e que o paciente, que procura o psicólogo, encontra-se restrito na liberdade para assumir certas possibilidades existenciais. Tais restrições manifestam-se como modos de ser que incomodam o paciente, pois ele não se reconhece neles. Ademais, considera-os “sintomas”, “problemas”, “desajustamentos” e espera que o psicólogo possa os eliminar, restaurando os modos de ser anteriores ao surgimento dos mesmos. A ação do psicólogo deve ser pensada como ação clínica. Ação clínica aproxima-se do sentido etimológico de técnica (tekhné), que significa o deixar vir à luz algo que permanecia oculto. · A ação clínica não conta antecipadamente com resultados, pois o futuro não pode ser controlado pela existência. A ação clínica como tekhné propicia o surgimento de algo que pode ou não vir a acontecer, cria um terreno fértil em que pode ou não vir à luz novo modo de ser da existência. · Ao invés de dominar o que aflige, o convite da terapia daseinsanalíticaé aproximar-se, deixar-se sentir em casa, com o que aflige, a fim de escutar seu sentido e, quiçá, experimentar novos modos de ser mais livres. Isso ocorre por meio da compreensão. · Aproximando-se do mundo do paciente, este e o psicoterapeuta buscam compreender o sentido do que se passa consigo. Essa compreensão já é a ação clínica, pois é a experiência de aproximar-se de si e deixar o sentido, que permanece oculto, aparecer. Ação e compreensão na clínica fenomenológico-existencial A postura do terapeuta exige, portanto, a escuta atenta e um demorar-se nas situações relatadas, visando explicitar os sentidos vividos pelo paciente nas descrições de suas experiências. · Não há um modelo psicológico, nem ideal de saúde ou doença ‘psicológica’, pois cada existência é sua própria medida. · A clínica fenomenológico-existencial considera que as experiências de sofrimentos são articuladas com a restrição do poder-ser do homem. · O processo daseinsanalítico é a libertação da existência para seu poder-ser fundamentado no encontro terapêutico. · Colocar-se na relação com o outro a fim de torna-lo transparente e livre para si mesmo. --- A PSICOTERAPIA FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL NÃO ESTÁ COMPROMETIDA EM TRATAR, ADEQUAR OU FAZER COM QUE O PACIENTE SE ADAPTE AO MUNDO, mas, sim, oferecer espaço para que o cuidado pela própria existência possa ser assumido pelo paciente. Poesis > Significa pro-dução, isto é, realização de algo que antes não existia, condução de algo possível ao aberto do mundo. Verdade > des-velamento, des-ocultação. Refere-se ao como algo se mostra para mim. Sentido > Sendo fundamentalmente possibilidade, o ser-no-mundo só existe enquanto encontra a significância das coisas, dos outros e de si mesmo, à luz dos projetos nos quais está lançado. · A psicoterapia daseinsanalítica visa resgatar a possibilidade de escutar o que o existir solicita (sentido) para poder ser. Psicoterapia infantil fenomenológica existencial Para compreender o atendimento psicoterapêutico fenomenológico-existencial com crianças é necessário que deixemos de lado as “teorias tradicionais acerca do desenvolvimento, da personalidade, da aprendizagem da criança”. >> É necessário realizar uma epoché de pressupostos já presentes no nosso entendimento científico e/ou do senso comum. · Para a fenomenologia-existencial o ser-aí da criança já se constitui como um Dasein. · O nascimento biológico do ser humano delimita a inauguração da existência e, portanto, da condição de estar lançado no mundo. · Assim, o ser-aí da criança é entendido enquanto um ente com caráter indeterminado, lançado no mundo tendo de ser. Temos que considerar que a responsabilidade e liberdade são dimensões constitutivas do ser-aí para a psicologia fenomenológico-existencial, porém, na vida das crianças, tais dimensões estão sob tutela temporária dos adultos responsáveis por elas. Na psicoterapia... A psicoterapia, neste contexto, deve oferecer espaço para que a criança possa preencher com seus significados e experimentar na sessão sua responsabilidade para ser. Desse modo, a criança pode experimentar as dimensões ontológicas e cuidar de si. DASEIN: existência humana. ** O homem é sempre devedor à sua existência, pois é destinado a realizar sua existência no meio das possibilidades, limitado pelo não poder tudo e pela morte. -> Só o homem existe, os outros entes são. EXISTÊNCIA: significa abertura, é nessa abertura que se dá o 'mundo', mundo que é entrelaçado de significados. · Existir é sempre poder ser atingido pelo esperado ou pelo inesperado, pelo desejado ou pelo indesejado. -- A existência não se submete a leis de causalidade, nem se presta a ser compreendida por meios teóricos. Existência é, para a Daseinsanalyse, a condição fundamental da qual nenhum ser humano escapa. Somos destinados a cuidar de nosso existir durante todo fluir transitório da vida finita. Existir seria pleno desabrigo caso não nos fosse dada a possibilidade de encontrarmos um sentido costurando tudo isso. Somente na presença do sentido e na dedicação cuidadosa ao tecer que ele convoca, instaura-se a possibilidade da confiança. Redução Transcendental: suspender a maneira natural e cotidiana de ver o mundo, e este passa a ser visto como fenômeno puro para a consciência pura. · Implica por entre parênteses todos os julgamentos referentes à existência do mundo, ou seja, suspensão de todo julgamento a propósito do mundo. FENÔMENO · Aquilo que imediata e regularmente não se mostra, que está oculto. Mas é algo que pertence por essência ao que regularmente se mostra. · O ser dos entes é aquilo que permanece oculto. · É o ser dos entes que deve se tornar fenômeno. Hermenêutica: comunicação, interpretação. · O fenômeno pode se mostrar e se ocultar. · Compreender alguma coisa pode vir carregado de emoções pertencentes a uma 'afinação' existencial que pode provocar no paciente um encontrar-se desabrigado. · O Dasein tende a fugir do estar desabrigado, refugiando-se no cotidiano. O LIVRO · O trabalho da Daseinsanalyse na clínica se compromete não com as ideias filosóficas em si, mas com o cuidado com a vida efetiva, com a existência única daquele alguém que nos procura. · Busca pelo sentido: este fio de sentido que nos orienta na trama da vida pode estar oculto ou ser perdido de uma hora para outra, e a procura pela terapia pode acontecer nestas situações. · A terapia é uma oportunidade para a procura cuidadosa e espera atenta pelo sentido que sustenta, orienta, e liberta para o cuidado com a própria existência. Caracteres fundamentais do Dasein:::: SER-COM: Dasein é ser-com mesmo quando escolhe estar só ou é obrigado a isso. Ex: aquele que eu amo, aquele que eu odeio, aquele que protege, aquele que eu abandono, etc. CORPOREIDADE / SER-NO-MUNDO / SER-COM: O corporal é para o Dasein uma determinação ontológica. Dasein é seu corpo. É corporalmente que Dasein é no mundo. Dasein é corporalmente-no-mundo-com-os-outros: é sendo o corpo que somos, com tudo que nos caracteriza, que interagimos uns com os outros, que somos uns com os outros. COMPREENSÃO E AFINAÇÃO: É o que faz com que tudo aquilo que vivenciamos e compreendemos venha acompanhado com algum tipo de sentimento. Na Clínica... · O terapeuta não escolhe o que será tratado na sessão. SER MORTAL · Enquanto existo, algo me falta. · Modos de morrer presentes na vida: poder morrer, ter que morrer, querer morrer, quando morrer, por que morrer, não querer morrer. · Morte é a ultima realização do nosso existir. · Luto – reverencia ao que deixou sua existência (deixou de ser relação/ compartilhar). · Rituais de morte – dar sentido SER-PARA-A-MORTE “o mundo surge diante do homem aniquilando todas as coisas particulares que o rodeiam e, portanto, apontando para o nada” A MORTE É A IMPOSSIBILIDADE DE TODAS AS POSSIBILIDADES QUE ATRAVESSA A EXISTÊNCIA. Ao assumir que só eu posso morrer minha morte, que minha existência é finita, que minhas experiências são minhas, descubro minha responsabilidade pelo meu existir. ANGÚSTIA > Dasein angustia-se diante da própria condição no mundo e entregue à responsabilidade por ser. · O ser no mundo angustiado sente-se estranho. · Estar estranho é não-estar-em-casa. · Encontrar-se na angústia arranca da familiaridade cotidiana de ser-no-mundo. · O movimento da existência que se encontra angustiada é familiarizar-se novamente. A angústia não é um problema a ser tratado, ela é existenciária e revela a estranheza da existência e a inospitabilidade do mundo. SER PREOCUPAÇÃO > Dasein é preocupação, pois seu ser está a cada momento em jogo. Ser, na existência, é poder-ser. Preocupação (Sorge): ansiedade e preocupação que nasce das apreensões em relação ao futuro. Boss: a angústia relaciona-se com medos da destruição, do não-poder-ser-mais. É sempre um ataque lesivo à possibilidade do estar-aí (Dasein). Binswanger e o Sonho · Rejeição de um simbolismo nos sonhos como compreende Freud. · O sonho nos chega, não é produzido por nós. · Deve-se ater ao conteúdo manifesto dos sonhos.· É o tema que o Dasein se dá no sonho que é importante, não o que ele simboliza, é então, o conteúdo desse sonho que constitui seu elemento decisivo. ---- Traço fundamental de todo sonhar é seu parentesco com a angústia. A Daseinsanalyse de Medard Boss: terapia amparada numa fundamentação mais humana e mais correspondente ao Dasein da medicina. * A terapia significava todo tratamento que visasse a cura e a libertação daquilo que aprisionava. · Crítica à medicina tradicional. · Compreensão do sofrimento do sujeito além dos mecanismos fisiológicos. · Crítica a medicina científica-natural por compreender o sentido do adoecer humano. · Propõe a Daseinsanalyse como medicina mais correspondente à existência humana. O PROCESSO DASEINSANALÍTICO É A LIBERTAÇÃO DA EXISTÊNCIA PARA SER PODER-SER FUNDAMENTADO NO ENCONTRO ENTRE DUAS PESSOAS: PACIENTE E DASEINSANALISTA. · Colocar-se na relação com o outro a fim de torná-lo transparente e livre para si mesmo. Capaz de responder ao apelo dos entes que surgem. · A daseinsanalyse é um processo de libertação que depende do analista se colocar à disposição do paciente. No processo daseinsanalítico, os sonhos tem espaço privilegiado... · Não são realizações de desejos ou manifestações de arquétipos, mas são reveladores das possibilidades existenciais que uma existência está incapaz de se apropriar em sua vida desperta. NINA E SEUS SONHOS... · Nela, o sonho é voz que antecipa certa forma de possibilidade real, mas indeterminada: ora de morte, ora de perigo. · Nesse sentido a angústia relaciona-se não somente com o ser-para-morte, mas também com o aberto e indeterminado da existência. · Dormindo ou acordada Nina se sente frágil, indeterminada, por isso se angustia. Assim, busca controlar e se aborrece ao errar e verificar essa fragilidade. PENSAMENTOS RUINS: significava sua angústia cuja forma era a experiência relatada nos sonhos, com a morte de pessoas queridas. · Medo de que a morte viesse a se tornar uma realidade concreta. · Por sentir saudade daqueles que haviam morrido, temia que as pessoas que ela amava morresem também. · Nina despertara para as questões finitas e temporais da existência, sua e dos outros. · Uma vez desperta, angústia se materializa enquanto constante lembrança dessa condição da existência humana. A clínica, nesse sentido, transcorre na direção de sustentar sua condição de indeterminada. · Abrindo possibilidade de Nina transformar seu modo de estar junto ao escuro e as mortes que tem notícia. · No aberto de sua existência, Nina descobre modos de suportar sua condição, de se haver com ela. Situações clínicas I análise fenomenológica de discursos clínicos (solidão, cristalização da identidade feminina e a clínica psicológica existencial) · A queixa da solidão diz respeito às expressões singulares que se sustentam no modo que a identidade feminina se cristalizou em nosso horizonte histórico. Solidão > articula-se ao silêncio, é nesse espaço de liberdade que o homem tem a possibilidade de encontrar a sua necessidade. · A solidão é tomada como algo que deve ser evitado. · Busca-se ocupações constantemente. Na mulher, as demandas impostas pela sociedade para a constituição de uma família geram frustração e sentimento de fracasso. · A solidão diz respeito ao ter que corresponder a um mundo que em sua retórica ressalta que só é feliz aquele que constitui uma família. · A-gente é a abertura compartilhada de mundo determinando previamente os significados de quem vem para o encontro cotidiano. · A-gente fornece respostas para o encontro de forma pronta, aliviando Dasein de seu fardo ter-que-ser-quem-é. Papel psiquiatra/psicólogo – mediador entre esses dois mundos e a cura significa entrar no mundo do cliente e saber se quer acordar do seu sonho ou tomar parte na vida universal (paralisado no seu teatro interior) Binswanger NOSTRIDADE >>> ser aberto ao outro, possibilidade verdadeira de troca, sem uma busca do tu. IPSEIDADE >> ser próprio como identidade responsável, ser ele mesmo. · As Doenças mentais são vistas como uma constituição do ser – modalidades particulares da existência. · “A existência se situa na abertura do que ainda não é” - na possibilidade de ser. · O tédio - tonalidade afetiva que nasce do fato de tornarmo-nos desinteressantes para nós mesmos - A rotina, a repetição, traz a ausência de sentido e ao sentir que nada tem sentido, o tédio alerta para o insuportável do cotidiano, do familiar, do ser obrigado a viver. A existência não se submete às leis da causalidade, tampouco se presta a ser compreendida por meios teóricos. Existência é, para a Daseinsanalyse, a condição fundamental da qual nenhum ser humano escapa. A existência não se submete às leis da causalidade, tampouco se presta a ser compreendida por meios teóricos. Existência é, para a Daseinsanalyse, a condição fundamental da qual nenhum ser humano escapa. A existência não se submete às leis da causalidade, tampouco se presta a ser compreendida por meios teóricos. Existência é, para a Daseinsanalyse, a condição fundamental da qual nenhum ser humano escapa.
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