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Resenha documentário Juízo

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RESENHA CRÍTICA DO FILME JUÍZO
O documentário Juízo, estreado em 2007 e dirigido pela cineasta Maria Augusta Ramos, tendo como base os casos ocorridos no Rio de Janeiro, mostra o processo que jovens menores de 18 anos vão a julgamento em decorrência de ato infracional cometido, bem como sua permanência como interno do Instituto Padre Severino.
Em respeito ao Estatuto da criança, do adolescente e do idoso, não foi possível conter a aparição menores infratores reais, e por isso, utilizaram atores com condições semelhantes aos que de fato vivenciariam os episódios. Todavia os representantes do sistema judiciário são mesmos que fizeram parte dos casos.
Além de mostrar o julgamento dos menores, é trazida a situação social que a maioria da juventude, considerada de classe média baixa, está inserida. Percebe-se a ausência de educação, de profissão ou qualquer expectativa de vida melhor. 
Há também um problema enraizado no ambiente familiar e sua falta de estrutura, quando a mãe, por exemplo, na maioria dos casos é obrigada a cuidar dos filhos, sozinha, não conseguindo garantir os direitos básicos dessas crianças, levando estas preferirem as ruas ou instituições do que estarem com seus pais.
É sabido que, o fato relatado acima, por si só não é o responsável por levar esses jovens ao mundo do crime, contudo a influência é tão grande e grave, que tende a ser considerado o único pela maioria. Contudo, insta salientar que a Justiça tem a sua parcela de culpa.
Ao observar as audiências, a forma mecânica e rápida que ocorreram, chama bastante atenção. Além do fato da juíza, Luciana Fiala de Siqueira Carvalho, monopolizar todas as cenas, de maneira enérgica, mostrando a falta de articulação entre os agentes da Defensoria Pública e Ministério Público. Nem mesmo as exposições feitas pela defensoria são consideradas, ressaltando a sua baixa receptividade. 
 Não são raras as broncas que os infratores recebem da figura representada pelo magistrado. Outrossim, existem os aconselhamentos sobre a frequência em alguns lugares, se determinada profissão era boa ou não, que tal comportamento deveria ser apresentado pelos adolescentes, se aquela idade era correta para ter filhos, de modo que eles são considerados, implicitamente, como os únicos responsáveis pela condição que os levou a cometer atos infracionais, evidenciando a falta de técnica de aplicação do direito. Isso leva a crer que para a justiça, os jovens são culpados, independente das influências externas, meio social, estrutura econômica e tantos outros fatores contribuintes que deveriam ser garantidos em respeito aos direitos fundamentais
Aproveitando o ensejo, doutrinador Ingo Wolfgang Sarlet faz observações importantes sobre a aplicabilidade dos direitos humanos, como:
A qualidade intrínseca e distintiva reconhecida por cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos direitos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos, mediante o devido respeito aos demais seres que integram a rede da vida”. (SARLET.2009)
Seguindo a linha do doutrinador supramencionado, Eduardo Rezende Melo, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, na época vice-presidente da ABMP (Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e da Juventude, afirma que: 
A Justiça da Infância e da Juventude tem por missão, constitucionalmente, a defesa e a garantia de direitos humanos individuais e sociais de crianças e adolescentes e de suas famílias e já foi capaz de demonstrar sua capacidade vanguardista no cumprimento de suas ações neste país.( FILHO,2008)
 Não restam dúvidas de que a garantia/respeito desses direitos humanos tem como consequência um maior vínculo com o indivíduo. Além disso, o filósofo Richard Roty, traz a ideia de que a proteção do outro nasce com o reconhecimento de que são portadores de valores intrínsecos, não tão somente merecedores de broncas e aconselhamentos.
Esta situação reflete na falta de seriedade para com o Estatuto da Criança e do Adolescente e do Idoso e suas determinações, vez que esses jovens são pessoas humanas que estão se desenvolvendo, sendo, portanto, importantíssima a adoção de medidas que os protejam em todos os campos. 
As cenas do filmes confirmam quão falho tem sido o governo, com a falta de políticas públicas para reintegração dos menores na sociedade, haja vista que o apoio dado era parcial e precário, permitindo que os menores voltassem ao mundo do crime, sendo oferecido somente um sistema jurisdicional arbitrário.
Diante dos fatos, ao dirigir esse filme e trazê-lo a público a cineasta quis, além de mostrar a realidade, fazer com que houvesse uma reflexão sobre os jovens com condições semelhantes que terão sempre as mesmas “oportunidades”. Também ínsita a busca por “culpados”, a influência da sociedade e o que pode ser feito para evitar a reincidência de casos.
Assim, considerando que esses jovens estão em fase de desenvolvimento, a garantia de medidas socioeducativas adequadas com a sua realidade é um grande e importantíssimo passo, permitido que sejam vistos como sujeitos de direito e não somente delinquentes.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Lex: Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em 01 de abril de 2021;
FILHO, Otavio Faria. Juízo: os adolescentes exigem da Justiça. Folha de São Paulo. 2008-. Diário. Disponível em: <https:// www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1803200809.htm >. Acesso em: 01 abril. 2021;
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana na Constituição Federal de 1988. 7 ed. rev. atual. – Porto Alegra: Livraria do Advogado Editora, 2009.
Observando os fatos e argumentos, juntamente com a pespectiva da 
autora pode-se ver que de fa to ela faz uma analise clar a e objetiva do atual 
sistema de traba lho existente
Observando os fatos e argumentos, juntamente com a pespectiva da 
autora pode-se ver que de fa to ela faz uma analise clar a e objetiva do atual 
sistema de traba lho existente

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