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No instagram: @estetodamaria Curta, salve e deixe seu comentário para me apoiar 😊 Digestão Os lipídeos são moléculas solúveis em solventes orgânicos e insolúveis em água. Os principais lipídeos da dieta são: Triacilgliceróis (TAG), triglicerídeos ou gorduras neutras. Colesteral (Col), ésteres de colesterol (Col-E). Fosfolipídeos (FL). 1) Emulsificação mecânica: A emulsificação mecânica das gorduras da dieta inicia-se na cavidade oral e no estômago. Os movimentos de mastigação e propulsão permitem que o alimento se misture às secreções digestivas salivares, gástricas, pancreáticas e biliares. Formação de gotas em suspensão. Quebra das gostas de gorduras em gotas menores, amplificando a área de interface para a ação das enzimas e otimizando o processo hidrolítico. Enzimas lipolíticas são hidrossolúveis e conseguem agir na interface lipídeo/água. 2) Digestão gástrica: No estômago, os TG sofrem ações das lipases pré- duodenais: Triacilgliceróis → ácido graxo + diacilgliceróis Lipase lingual: produzida pelas glândulas Von Ebner, na boca. Lipase gástrica: produzida pela mucosa gástrica (células principais). Ambas atuam em pH ácido, mas não assumem tanta importância na digestão de lipídeos, participando da digestão de 10 a 15% dos triglicerídeos. Os produtos da hidrólise lipídica, provenientes da digestão das gorduras pelas lipases pré- duodenais, são o principal estímulo para a liberação da CCK (pelas células I), que estimula a secreção das enzimas pancreáticas lançadas no duodeno. A CCK também tem efeito colagogo, contraindo a musculatura lisa da vesícula biliar e relaxando o esfíncter de Oddi, o que propicia a secreção da bile para o duodeno. Os produtos da hidrólise lipídica estimulam também a secreção de GIP (peptídio inibidor gástrico), que retarda a velocidade de esvaziamento gástrico por contração pilórica. Estas ações motoras são, também, efetuadas pela secretina e pela CCK, o que permite ao delgado processar adequadamente o quimo. 3) Digestão intestinal O restante dos lipídeos é digerido no intestino delgado. A bile promove uma emulsificação química das gorduras com a formação das micelas e a secreção pancreática contém enzimas que atuam sobre triglicerídeos, colesterol e fosfolipídeos. Secreção pancreática: o Lipase pancreática: glicerol-éster- hidrolase que atua sobre No instagram: @estetodamaria Curta, salve e deixe seu comentário para me apoiar 😊 triglicerídeos. Dependente de colipase. A colipase muda a conformação da lipase e expõe o sítio de ligação com o triglicerídeo. Além disso, a colipase atua como âncora na gotícula de gordura. o Pró-colipase: é ativada em colipase pela tripsina, se junta com a lipase pancreática para digerir triglicerídeos. o Colesterol-éster-hidrolase: atua sobre colesterol. o Pró-fosfolipase A2: ativada em fosfolipase A2 pela tripsina e atua sobre fosfolipídeos. ▪ Existem fosfolipases de origem bacteriana no cólon que hidrolisam TAG e fosfolipídeos. Absorção Os componentes da bile (sais biliares, lipase pancreática, colesterol e lecitina) ficam adsorvidos na superfície das gotículas de gorduras emulsificadas e formam várias camadas líquido-cristalinas ao redor delas. No centro dessas gotículas, ficam triacilgliceróis, ésteres de colesterol e diacilgliceróis, os quais vão sendo hidrolisados e substituídos por outras partículas lipídicas. Dessa forma, as vesículas vão diminuindo de tamanho e de camada até se formarem as micelas mistas pela ação dos sais biliares. A absorção de lipídeos no intestino delgado ocorre por difusão simples, mas alguns estudos recentes já afirmam a participação de transportadores de membrana tanto para difusão facilitada quanto para transporte ativo. O lúmen do intestino delgado é dividido em duas fases: Fase luminal agitada/ alcalina: gotículas lipídicas estão em equilíbrio com as vesículas multilamelares, vesículas unilamelares e com as micelas mistas Zona de desequilíbrio/ ácida: presença de um gel mucoso próximo à borda em escova se apresenta como barreira para a difusão dos agregados lipídicos e principalmente para as vesículas multilamelares. Os ácidos graxos livres de cadeia curta e média conseguem atravessar facilmente essa zona e penetram nos enterócitos. No instagram: @estetodamaria Curta, salve e deixe seu comentário para me apoiar 😊 o Quanto maior a cadeia carbônica, menor permeabilidade do ácido graxo pela zona de desequilíbrio. o Os ácidos graxos livres de cadeia longa dissociados das micelas são protonados e penetram na membrana luminal por difusão ou colidem com a membrana e são incorporados por ela. A difusão através de micelas mistas é acreditada ser o principal e o mais eficiente mecanismo pelo qual os lipídeos conseguem atravessar a zona de desequilíbrio. As micelas liberam os monômeros aos poucos e estes penetram nos enterócitos. Nos enterócitos, os produtos da hidrólise lipídica sofrem reesterificação e formam os quilomícrons, que são exocitados através da membrana basolateral, penetrando nos capilares linfáticos das vilosidades: I. Ácidos graxos livres se ligam às FABP/PLAG (importante para evitar citotoxicidade) II. FABP/PLAG transportam os AGL para o retículo endoplasmático liso do enterócito. III. Reesterificação dos AGL no REL. a. Via de acilação do monoacilgliceral (substrato: 2-MAG) b. Via do ácido fosfatídico (substrato: glicerol-3- fosfato) IV. TAG ressintetizados se associam a apoproteínas. V. Quilomícrons brotam na membrana basolateral por exocitose. Os TAG com cadeias médias e curtas de ácidos graxos não dependem das micelas mistas dos sais biliares para serem absorvidos. Eles são transferidos, através dos enterócitos, diretamente para o sangue porta. Por este motivo, esses TAG são utilizados na dieta de pacientes com problemas de má absorção de lipídios. As lipases do endotélio dos capilares sanguíneos hidrolisam os TAG a AGL e MAG, que são capturados pelos adipócitos e por fibras musculares. Os quilomícrons remanescentes, ricos em colesterol, retornam ao fígado. Os sais biliares, No instagram: @estetodamaria Curta, salve e deixe seu comentário para me apoiar 😊 após a digestão e absorção dos lipídios, voltam ao fígado pela circulação porta, sendo absorvidos ao longo de todo o intestino, mas preferencialmente no íleo, em acoplamento com o Na+. Correlações clínicas Esteatorreia: excreção de mais de 7g de gordura por apr. 150g de fezes/dia. Alterações da digestão lipídica: podem ocorrer por insuficiência pancreática (diminuição ou ausência de lipase pancreática), fibrose cística ou quando a lipase pancreática é inativada no duodeno por hipersecreção de HCl gástrico, como ocorre, por exemplo, na síndrome de Zollinger-Ellison (gastrinoma). Alterações da secreção biliar: comprometimento da absorção dos ácidos graxos de cadeia longa, colesterol e vitaminas lipossolúveis. Alterações da área absortiva do delgado: enteropatias.
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