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PATOLOGIA GERAL Thaisa Maiczuk Adaptações Celulares São alterações reversíveis no tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica ou funções das células, em resposta a modificações em seu meio ambiente, em resposta a estresses e estímulos. Adaptação fisiológica = em resposta a estímulos normais de hormônios ou mediadores químico endógenos. Adaptação patológica = resposta ao estresse que permite que as células mudem sua estrutura e função para escapar de lesões. Mecanismos de adaptação celular ATROFIA = diminuição do tamanho da célula e do órgão, como resultado da diminuição do suprimento de nutrientes ou por desuso. Associada à diminuição da síntese celular e aumento da quebra proteolítica das organelas celulares. Atrofia fisiológica: ex.: perda do estímulo hormonal na menopausa. Atrofia patológica: ex.: atrofia por desuso. CAUSAS: • Diminuição da carga de trabalho; • Perda da inervação do músculo (lesões na medula); • Diminuição do suprimento sanguíneo (ex.: aterosclerose) • Nutrição inadequada; • Perda da estimulação endócrina (ex.: diminuição do tamanho do útero depois da menopausa); • Compressão (normalmente por tumores, ex.: leiomioma no útero); • Substancias toxicas (impede que o metabolismo celular ocorra normalmente). MECANISMOS: Resulta na diminuição da síntese proteica e do aumento da degradação de proteínas nas células. HIPERTROFIA = aumento do tamanho da célula e do órgão, sempre em resposta ao aumento da carga de trabalho. Induzida por fatores de crescimento produzidos em resposta ao estresse mecânico ou outros estímulos. Ocorre em tecidos incapazes de divisão celular. Hipertrofia fisiológica: ex.: hipertrofia do músculo esquelético. Hipertrofia patológica: ex.: aumento cardíaco na hipertensão. CAUSAS: • Aumento da demanda funcional; • Fatores de crescimento; • Estímulo hormonal. MECANISMOS: É o resultado do aumento na produção de proteínas celulares. Pode estar associada com uma troca de proteínas contrateis do tipo adulto para uma forma fetal ou neonatal. HIPERPLASIA = aumento do número de células em resposta a hormônios e outros fatores de crescimento. Ocorre em tecido cujas células são capazes de se dividir ou que contenham abundantes células-tronco. Hiperplasia fisiológica: hiperplasia hormonal - ex.: epitélio glandular mamário durante a gravidez; Hiperplasia compensatória - ex.: cresce tecido após a remoção ou perda de parte de um órgão; PATOLOGIA GERAL Thaisa Maiczuk Hiperplasia patológica: ex.: hiperplasia do endométrio fora do período normal do ciclo. MECANISMOS: É o resultado da proliferação de células maduras induzidas por fatores de crescimento e, em alguns casos o aumento ocorre pelo surgimento de novas células a partir de células-tronco teciduais. METAPLASIA = alteração do fenótipo em células diferenciadas, sempre em resposta a irritação crônica que torna as células mais capazes de suportar o estresse. Geralmente induzida por via de diferenciação alterada das células-tronco nos tecidos. Pode resultar em redução das funções ou tendência aumentada para transformação maligna. Exemplos: - No pulmão de fumantes há metaplasia escamosa de epitélio, que aumenta a resistência do epitélio, mas prejudica funções importantes do pulmão, como a secreção de muco e movimento ciliar, que dependiam do epitélio cilíndrico ciliado normal do pulmão. - Se a célula é epitelial só é substituída para outra célula epitelial. - Metaplasia intestinal em gastrite crônica. Lesão Celular Se a capacidade de adaptação é excedida ou se o estresse é continuo e nocivo desenvolve-se a lesão celular. Lesão reversível: O tecido tem a capacidade de tornar a morfologia e fisiologia normal, se o estimulo agressor for retirado. Ocorre nos estágios iniciais ou nas formas leves das lesões. Lesão ainda não progrediu para um dano severo na membrana. Lesão irreversível: Mesmo se o estímulo for retirado, o tecido não se recupera e vai caminhar para a morte celular. Acontece quando a lesão é excessiva ou persistente, ultrapassando o ponto de não retorno. Dois fenômenos que caracterizam a transformação de uma lesão reversível em uma lesão irreversível: lesão mitocondrial e distúrbios sérios na função da membrana. CAUSAS DA LESÃO CELULAR: 1) Hipóxia: • Por isquemia (perda do suprimento sanguíneo por impedimento do fluxo sanguíneo) ou por deficiência na oxigenação do sangue e perda da capacidade de transporte pelo sangue. • Privação de oxigênio leva ao dano pela diminuição da respiração aeróbia. 2) Agentes químicos e drogas: • Oxigênio, cianeto, arsênio, mercúrio, poluição, inseticidas; • Álcool e drogas; • Alteram a permeabilidade da membrana, o equilíbrio osmótico ou a integridade de enzimas. 3) Agentes infecciosos: • Bactérias, fungos, parasitas e vírus (os vírus geralmente desencadeiam a apoptose); PATOLOGIA GERAL Thaisa Maiczuk 4) Agentes físicos: • Trauma, temperaturas extremas, pressão, radiação... 5) Agentes imunológicos: • Autoimunidade (endógeno) e alergia (exógeno). 6) Defeitos genéticos: • Erros inatos do metabolismo. 7) Desequilíbrios nutricionais: • Desnutrição e obesidade, deficiência de proteína e vitaminas, anorexia, doenças metabólicas. 8) Envelhecimento: • Senescência celular leva a alterações nas habilidades replicativas e de reparo das células e tecidos. MECANISMOS DA LESÃO CELULAR: • Depleção de ATP Causas: o Redução do suprimento de 02 e nutrientes, dano mitocondrial e toxinas como o cianeto. o Ocorre um aumento compensatório da respiração anaeróbica, produzindo mais ácido láctico e reduzindo o pH na célula, o que vai gerar desnaturação proteica (necrose coagulativa). o Redução da bomba de sódio e cálcio resultando no seu acúmulo intracelular e no desequilíbrio osmótico e entrada de água na célula. o Dissociação dos ribossomos, comprometendo a síntese proteica. • Disfunção da Membrana Causas: o Diminuição da síntese (falta ATP) ou aumento da degradação (aumento do Ca+) de fosfolipídios, ERO, alterações do citoesqueleto (Ca+). o Membrana lisossomal: extravasamento de enzimas e ativação de hidrolises ácidas no pH ácido da célula lesada; Digestão enzimática dos componentes celulares. o Membrana mitocondrial: decréscimo da produção de ATP. o Membrana plasmática: perde equilíbrio osmótico, influxo de íons e fluidos e perda de conteúdos celulares. Perda da permeabilidade seletiva da membrana. • Influxo de Cálcio Causas: o Defeitos na bomba de Na+ ou deficiência de ATP. o O aumento do cálcio no citoplasma ativa enzimas como proteases, fosfolipases, endonucleases e trifosfatases de adenosina. o Induz a apoptose através da ativação direta das caspases. o Lesa a mitocôndria, levando à apoptose. • Danos ao DNA Causas: o Genética, radiação e estresse oxidativo. o Quando o dano é grave demais para ser corrigido pelos mecanismos das células a célula morre por apoptose. Uma reação parecida é iniciada por dobramentos proteicos. • Danos à Mitocôndria Causas: o Hipóxia, toxinas e radiação. o Os íons H+ saem nos locais onde a membrana PATOLOGIA GERAL Thaisa Maiczuk mitocondrial foi lesada, diminuindo a concentração na matriz mitocondrial e diminuindo a síntese de ATP. o Mitocôndrias apresentam proteínas que quando liberadas no citoplasma ativam a apoptose. • Estresse Oxidativo Causas: o Radiação, envelhecimento, lesão química ou células inflamatórias. o Radicais livres atacam os ácidos nucleicos, a membrana fosfolipídica e as proteínas no interior da célula. o As espécies reativas do oxigênio (ERO) são produzidasnos lisossomos de neutrófilos e macrófagos como arma para a destruição de microrganismos – surto oxidativo CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA LESÃO REVERSÍVEL: Em algumas circunstâncias as células podem acumular quantidades anormais de várias substâncias que podem ser inofensivas ou associadas à lesão. Ela pode estar no citoplasma, dentro de organelas (lisossomo) ou no núcleo. Pode ser sintetizada pela célula afetada ou pode ser exógena. Tumefação celular, degeneração hidrópica, hidropsia ou edema intracelular → É o acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula. → Quando afeta muitas células no órgão causa palidez, turgor e aumento do peso do órgão. → Micro – as células ficam mais claras e o núcleo não é comprimido. Causas: • Incapacidade da célula de manter o equilíbrio iônico e de fluidos. • Ocorre devido à hipóxia, gerando diminuição do ATP celular e falência da bomba de Na/K prejudicando a homeostasia iônica e liquida. Obs.: degeneração hidrópica e gordurosa são os primeiros sinais de morte celular na microscopia óptica. Na microscopia eletrônica é ruptura da membrana. Esteatose hepática ou degeneração gordurosa → É a condição na qual ocorre acúmulo de triglicerídeos dentro dos hepatócitos. → O fígado é o principal órgão envolvido no metabolismo das gorduras, mas a esteatose também pode ocorrer no coração, músculo esquelético e nos rins. Causas: • Consumo aumentado de ácido graxos, corpos cetônicos e outros lipídios que se transformam em TAG dentro das células. • Defeito na apoproteína que carrega os TAGs para fora do fígado. • Toxinas, desnutrição proteica, diabetes melito e obesidade. Fígado: (principal órgão afetado) fica amarelado, macio, arredondado, aspecto homogêneo; Macete: Amarelado Amaciado Arredondado Aumentado (4As) * Micro – hepatócitos com vacúolos vazios (brancos, porque o xilol tira a gordura) e núcleos empurrados pra periferia. Núcleo encontra-se achatado pelos vacúolos.
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