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UNIDOCTUM Taynara Rodrigues Gomes Doença de Paget e Osteopetrose 1 Sumário 1. Doença de Paget .................................................................................................... 3 1.1. Etiologia e histopatologia .................................................................................... 3 1.2. Manifestações clínicas ........................................................................................ 4 1.3. Sinais e sintomas ................................................................................................ 4 1.4. Características radiográficas ............................................................................. 4 1.5. Diagnóstico ........................................................................................................ 5 1.6. Tratamento ........................................................................................................ 5 1.7. Relato de caso .................................................................................................. 6 2. Osteopetrose .......................................................................................................... 8 2.1. Causas ............................................................................................................... 8 2.2. Sinais e sintomas ............................................................................................... 8 2.3. Diagnósticos ....................................................................................................... 8 2.4. Odontologia e osteopetrose ............................................................................... 9 2.5. Tratamento ......................................................................................................... 9 2.6. Relato de caso .................................................................................................... 9 3. Referências bibliográficas .................................................................................... 12 3 1. Doença de Paget A doença de Paget é um distúrbio crônico do esqueleto adulto em que a renovação óssea é acelerada em áreas localizadas. A matriz normal é substituída por osso mole e aumentado. 1.1. Etiologia e histopatologia As causas de Paget ainda são desconhecidas.Segundo o artigo “Recurrent mutation of the gene encoding sequestosome 1 (SQSTM1/p62) in Paget disease of bone”, cerca de 10% dos pacientes com a doença de Paget apresentam mutações no gene SQSTM1 (sequestossomo-1), resultando no aumento da atividade do fator nuclear kappa-B, que aumenta a atividade dos osteoclastos. Embora a causa viral não tenha sido comprovada, levanta-se a hipótese de que em pacientes geneticamente predispostos um vírus ainda não identificado desencadeie a atividade osteoclástica anormal. No osso pagético encontram-se osteoclastos anormais, de tamanho maior, multinucleados (com até 100 núcleos). Produzem um aumento da reabsorção óssea, em grande número e em forma muito ativa. Figura 1 – Histopatologia Fonte:https://aosla.com.br/ftp/edudatabase/open- files/aos_da_n1m8t3_OchoaSegura_prt.pdf Acessado em: 25/03/21 às 14:40 4 1.2. Manifestações clínicas Localiza-se mais frequentemente nas seguintes zonas: pelve, crânio, coluna lombossacra, fêmur, tíbia. Em alguns outros casos, a primeira manifestação pode ser do tipo neurológico, incluindo os seguintes sinais: surdez, após a compressão do nervo auditivo devido à petrificação do osso temporal; vertigem; paralisia dos nervos cranianos; compressão radicular e/ou medular 1.3. Sinais e sintomas A doença óssea de Paget costuma ser assintomática e é mais frequente em pessoa com mais de 60 anos, porém ao desenvolver alguns sintomas podem ser: Surdez causada pelo aumento dos ossos do crânio. Dor nos ossos Deformidade e dor nas articulações; Deformação nas pernas, deixando-as arqueadas; Fraturas ósseas frequentes; Aumento da curvatura da coluna, deixando a pessoa "corcunda"; Osteoporose; Segundo o artigo “Manifestações craniofaciais da Doença de Paget - relato de caso“, a maioria dos pacientes com tal doença que envolve a face ou maxilomandibular tem modificação não somente na audição como na visão, olfato e problemas dentais. Além disso espasmo hemifacial quando combinado com a surdez, é outro sinal que provavelmente está relacionado e a neuralgia trigeminal 1.4. Características radiográficas Segundo o artigo “Manifestações craniofaciais da Doença de Paget - relato de caso“ a extensividade da doença em radiografias cranianas foram analisadas. Tal envolvimento craniano foi considerado como estresse das inserções muscalares da mastigação, que segundo o artigo “tendo modificações escleróticas, afetando primeiro 5 a cortical interna do crânio e a díploe. A esclerose então envolve a superfície interna da cortical externa.”. Desse modo a tábua óssea interna apresentasse espessa com o avançar da doença e assim a tábua externa começa a se desintegrar. Figura 2 – Radiografia Fonte: https://www.msdmanuals.com Acessado em: 25/03/21 às 15:06 1.5. Diagnóstico Primeiramente o dignóstico é feito clinicamente, avaliando os sinais e sintomas do paciente. Posteriormente é necessário a análise de radiografias para determinar a extensão e o local da doença além de exames laboratoriais observando os níveis séricos de fosfatase alcalina, cálcio e fosfato. Em alguns casos, o médico pode também indicar a realização da ressonância magnética, com objetivo de identificar a possibilidade de sarcoma, tumor de células gigantes e metástases, ou tomografia para verificar a possibilidade de fratura. 1.6. Tratamento O tratamento de suporte da doença de Paget óssea é feito por meio de analgésicos ou AINEs para dor. A terapia medicamentosa é indicada pois ela suprime as atividades osteoclásticas, retardando a progressão de complicações e trata a dor. Ademais a fisioterapia deve ser orientada diminuindo complicações impostas pelo avanço da doença. A alimentação também é um fator importante sendo indicado o consumo de alimentos ricos em cálcio e vitamina D para melhorar a saúde óssea, além de banho de sol para aumentar a produção de vitamina D, associada a exercícios físicos. http://www.msdmanuals.com/ 6 1.7. Relato de caso Este relato foi retirado do artigo “Manifestações craniofaciais da Doença de Paget - relato de caso” de Ozawa Brasil Júnior; Olavo Hoston; Paulo Germano de Carvalho . et al. Paciente J.C.S., sexo masculino, leucoderma, com 56 anos de idade compareceu ao serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Santa Isabel, João Pessoa-PB, encaminhado com história de crescimento ósseo em maxila que impossibilitava confecção de prótese total. Apresentava incapacidade de deambulação devido à lesão em joelho esquerdo, estando em tratamento junto à equipe da ortopedia. Ao exame físico de face, observou-se excesso de projeção ântero-posterior do osso frontal, além de discrepância entre maxila e mandíbula, com um aspecto facial côncavo. Em análise intrabucal, foi notado aumento volumétrico em espessura de rebordo alveolar desdentado em região vestibular, além de perda da profundidade de palato, denotando também aumento ósseo em direção palatina. Foram solicitadas radiografias de face e crânio, em que se observou aumento generalizado da radiopacidade dos ossos do complexo crânio-facial, com dificuldade de distinção entre cortical e medular óssea. Foram solicitados exames hematológicos para dosagem de fosfatase alcalina, cálcio e fósforo, em que foi obtido o valor de 123 U/l de fosfatase alcalina (valores de referência em adultos - 13 a 43 U/l), cálcio 9,2 mg/dl e fósforo 4,5 mg/dl (valores compatíveiscom padrão de normalidade). Diante da associação entre características clínicas, radiográficas e hematológicas, obteve-se o diagnóstico de doença de Paget. Atualmente, o paciente encontra-se sob tratamento de reabilitação oral, envolvendo osteoplastia e instalação de implantes dentários. Figura 3 – Lesão no joelho Fonte: http://revodonto.bvsalud.org Acessado em: 25/03/21 às 15:52 http://revodonto.bvsalud.org/ 7 Figura 4 – Perfil da face Fonte: http://revodonto.bvsalud.org Acessado em: 25/03/21 às 15:52 Figura 5 – Imagem oral Fonte: http://revodonto.bvsalud.org Acessado em: 25/03/21 às 15:52 Figura 6 – Radiografia crânio Fonte: http://revodonto.bvsalud.org Acessado em: 25/03/21 às 15:52 http://revodonto.bvsalud.org/ http://revodonto.bvsalud.org/ http://revodonto.bvsalud.org/ 8 2. Osteopetrose A osteopetrose é uma doença osteometabólica hereditária rara , em que os ossos ficam enfraquecidos e frágeis, tendo aumento na densidade óssea. É considerada uma doença silenciosa, em que a maioria dos pacientes não sentem dor. 2.1. Causas Tal doença é causada devido a um defeito no genético, que interfere nos osteoclastos, podendo resultar em dois tipos de ostepetrose. A osteopetrose infantil maligna, que devido a defeitos nos genes dos pais a criança possui essa patologia desde o nascimento. E a osteopetrose adulta na qual também ocorre devido defeitos nos genes paternos e maternos, porém só descoberto na adolescência ou vida adulta. 2.2. Sinais e sintomas O primeiro sinal é a através do exame de densitrometria óssea, que analisa a densidade óssea, já que uma das características da doença é o aumento dessa densidade. Outra características são fraturas ósseas que podem vir a acontecer. Devido a maior deposição óssea no organismo, alguns sintomas podem desencadear, como: Infecções recorrentes nos dentes e gengivas; Alteração no desenvolvimento neuronal; Atraso para o nascimento dos dentes; Aumento da pressão intracraniana, Entupimento nasal devido à malformação do mastoide e seios paranasais, Neuropatias relacionadas ao aprisionamento de nervos devido à falha do alargamento dos respectivos forames, Surdez, Proptose (protrusão do globo ocular) e hidrocefalia, Osteomielite da mandíbula, devido a um suprimento sanguíneo anormal. 2.3. Diagnóstico O diagnóstico é feito através de análises clínicas, levando em conta os sinais e sintomas, o médico reumatologista através do exame de densitometria óssea interpretará os resultados. Ademais a realização de exames de imagem é necessário para avaliação, além de tomografias computadorizas ou ressonância magnética para análise de possíveis lesões em algum órgão, bem como, exames de sangue. https://www.abc.med.br/p/305390/surdez%2Bcomo%2Be.htm https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/822884/por%2Bque%2Be%2Bimportante%2Bconhecer%2Ba%2Bexoftalmia%2Be%2Bsuas%2Bpossiveis%2Bconsequencias.htm 9 Figura 7 – Densitrometia óssea Fonte: http://ecosaudedf.com.br/especialidade/densitometria-ossea/ Acessado em: 26/03/21 às 16:16 2.4. Odontologia e osteopetrose Como a osteopetrose é uma doença que afeta o tecido ósseo, na odontologia tratamentos de prótese e implantes dentários necessitam de que o tecido óssea tenha uma boa qualidade para que não ocorra reabsorção, gerando assim um tratamento insuficiente. Desse modo, é necessário o conhecimento de exames radiográficos e tomográficos na avaliação de casos associados a patologias ósseas. Algumas características analisadas foram a redução de abertura da boca, sendo vistos também casos de hipoplasia de esmalte e maior predisposição a cáries e a osteomielite nos maxilares. 2.5. Tratamento Segundo o site “Tua saúde” o tratamento indicado é o transplante de medula óssea, porém outros tratamentos indicados para diminuição dos sintomas são injeções com Interferon gamma-1b, que atrasa o desenvolvimento da doença; ingestão de Calcitriol, que estimula as células dos ossos; ingestão de Prednisona, que melhora a produção de células de defesa do organismo e sessões de fisioterapia que ajuda a prevenir fraturas nos ossos. 2.6. Relato de caso Este relato foi retirado do artigo “OSTEOPETROSE INFANTIL: RELATO DE CASO” de Sheila Brasileiro Aben ATHAR ; Rosilene da Silva ANDRADE e Juliana Thaíse Lameira. Anamnese VGMA, sexo feminino, 3 anos de idade, internada devido a um quadro de diarréia aguda. Evoluiu durante a internação com melhora do quadro diarréico, estado de mal convulsivo, distúrbio de coagulação e pneumonia hospitalar, além de diagnóstico de aneurisma de artéria braquial direita. Apresenta atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e na fala desde o nascimento. História de convulsão desde o período http://ecosaudedf.com.br/especialidade/densitometria-ossea/ 10 neonatal e internação por meningite aos 5 meses de idade, evoluindo com hidrocefalia e necessidade de derivação ventrículo-peritoneal. Necessitou de diversas transfusões de concentrado de hemácias e plaquetas desde 1 ano de idade. Antecedentes familiares: prejudicado por ser filha adotiva. Exame físico Palidez cutânea acentuada, fácies típica com macrocrania, fronte ampla e proeminente, exoftalmia bilateral leve, olhar em “sol poente”, nistagmo horizontal, hipertelorismo, base nasal achatada, boca triangular com pálato em ogiva, um dente em arcada superior, pescoço curto, proeminências retroauriculares bilaterais, duras e fixas, tórax simétrico, aparelho cardiopulmonar sem alterações, abdome globoso, baço a 14 cm de rebordo costal esquerdo e fígado a 3 cm de rebordo costal direito, hiporreflexia e hipotonia global, membro superior direito com nódulo de 3cm, fixo, endurecido, pulsátil e indolor em antebraço, presença de déficit de extensão de punho e dedos. Figura 8 – Paciente com osteopetrose Fonte: http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n1/a3087.pdfAcessado em: 26/03/21 às 16:28 Exames de imagem Raio-x de crânio e de tórax com aumento difuso da densidade óssea. Tomografia computadorizada de crânio evidenciando acentuado espessamento e densificação de calota craniana, leve dilatação do sistema ventricular supratentorial com presença de derivação ventrículo-peritoneal, fossa posterior reduzida de volume com apagamento do quarto ventrículo. Tomografia de abdome com aumento acentuado da densidade e espessamento das estruturas ósseas, múltiplas fraturas de ossos costais, bacia, rádio, ulna e fêmur bilateralmente, hepatomegalia moderada e esplenomegalia acentuada. http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n1/a3087.pdfAcessado 11 Figura 9 – Radiografia de crânio mostrando aumento da densidade óssea Fonte: http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n1/a3087.pdfAcessado em: 26/03/21 às 16:31 Figura 10 – Tomografia computadorizada de crânio com espessamento e densificação da calota craniana e apagamento do quarto ventrículo Fonte: http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n1/a3087.pdfAcessado em: 26/03/21 às 16:33 http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n1/a3087.pdfAcessado http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n1/a3087.pdfAcessado 12 3. Referências Bibliográficas https://aosla.com.br/ftp/edudatabase/open-files/aos_da_n1m8t3_OchoaSegura_prt.pdf Acessado em: 26/03/21 às 15:00 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos- conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/doen%C3%A7a-%C3%B3ssea-de- paget/doen%C3%A7a-%C3%B3ssea-de-paget Acessado em: 26/03/21 às 15:20 https://www.tuasaude.com/doenca-de-paget/ Acessado em: 26/03/21 às 15:50 http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S180852102011000400005&script=sci_artt ext Acessado em: 26/03/21 às 16:33 https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1359863/osteopetrose.htm Acessado em: 26/03/21 às 16:50http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n1/a3087.pdf Acessado em: 26/03/21 às 17:25 https://www.tuasaude.com/como-tratar-a-osteopetrose/ Acessado em: 26/03/21 às 17:40 http://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos- http://www.tuasaude.com/doenca-de-paget/ http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S180852102011000400005&script=sci_artt http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1359863/osteopetrose.htm http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n1/a3087.pdf http://www.tuasaude.com/como-tratar-a-osteopetrose/
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