Prévia do material em texto
Pós Graduação – UFAC Gestão de Sistemas Sistema Penitenciário e Direito Humanos. Matéria: Psicologia aplicada à segurança penitenciária Aluno: Marcos Henrique Huck Resenha Livro Moisés e o Monoteísmo, esboço de psicanalise e outros trabalhos. Introdução A psicanálise é um método de investigação da mente humana e dos seus processos, que eleva a mente para além das suas relações biológicas e fisiológicas. Para tanto, ela toma como objeto os processos mentais (emoções, sentimentos, impulsos e pensamentos) que determinam os indivíduos. A história da psicanálise está relacionada com a figura de seu precursor, Sigmund Freud (1856-1939). Ao longo de seus estudos, Freud elaborou toda uma teoria psicanalítica que formou as bases para uma nova ciência, dotada de métodos próprios para a investigação dos processos da mente humana. Freud revolucionou o modo de compreensão do ser humano. Se opôs à tradição da modernidade, onde havia o apelo da razão como uma faculdade plenamente livre e consciente de suas escolhas e atos. Desenvolvimento Neste trabalho desenvolveremos uma previa de alguns das principais teorias de Freud, dentre elas destacamos em duas partes, parte I com a mente e seu funcionamento que listaremos a seguir, parte II o trabalho prático e a parte III com o Rendimento Teórico sequencialmente. Parte I 1. Aparelho Psíquico Na primeira tópica de Freud, o aparelho psíquico é composto por três sistemas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo aquilo de que estamos cientes num dado momento. Do ponto de vista tópico, o sistema percepção-consciência está situado na periferia do aparelho psíquico, recebendo, ao mesmo tempo, as informações do mundo exterior e as provenientes do interior. O pré- consciente foi concebido como articulado com o consciente e funciona como uma espécie de barreira que seleciona aquilo que pode ou não passar para o consciente. https://ead.ufac.br/ava/course/view.php?id=697 2. Teoria dos Instintos, nessa teoria freudiana dos instintos era “conservação”. Freud parecia, nesse momento, entender o instinto como uma espécie de conatus orgânico, a saber, um es- forço, inerente ao ser vivo, para continuar existindo, quer individualmente, quer como espécie. 3. Teoria da função sexual, o desenvolvimento da Função Sexual, se dá a partir da caracterização da vida sexual infantil, Freud (1905/1996) propõe uma organização sexual por meio de quatro fases de desenvolvimento – oral, sádico- anal, fálica e genital – que vão culminar na vida sexual adulta, em que as pulsões, antes parciais, ficarão sob o domínio da zona genital. A sexualidade até poderia ser aceita como ingrediente da doença, mas como fonte de prazer e com autonomia, aí já era demais. Assim sendo, a gênese do sexual feminino, atribuída à transgressão da sexualidade, marca uma posição, ou mais claramente, uma oposição à ruptura da sexualidade com a função reprodutora. Freud, apesar disto, introduz uma nova maneira de pensar a sexualidade, deslocando o eixo divino e cultural para o inconsciente e para a moralidade. A moral sexual estava definida pela noção divina de bem e de mal e as práticas sexuais pecaminosas (sexo sem procriação) e as transgressivas (prostituição, aborto, travestismo e amizades românticas) tinham como resultado a punição. 4. Qualidades psíquicas, vimos que, para Freud, a consciência é a função de um sistema específico do aparelho psíquico, responsável pela percepção do mundo exterior, de sentimentos e de processos do pré- consciente. Parte da energia de ocupação móvel de que esse último sistema disporia seria usada como “atenção”, enquanto outra seria usada para inibir e direcionar os demais processos. Ao dar origem a qualidades, o sistema consciente, de alguma forma que não nos é explicada, atrairia a atenção pré-consciente, e esta “sobre-ocuparia” aqueles processos dos quais proviesse a excitação da consciência; disso decorreria a tomada de consciência de um processo representacional. 5. Interpretação de sonho como Ilustração, nossos sonhos podem estar falando de desejos: Para Freud, todo sonho tem um significado que se liga a uma realização de um desejo reprimido pela sua consciência. Normalmente esses desejos são primitivos e, portanto, essa repressão surge por serem desejos vetados pela moral vigente da cultura na qual o sujeito está inserido, ou então até mesmo por estar relacionado a questões e aspirações pessoais dele. Na Interpretação dos Sonhos, logo no início do capítulo V, Freud fala das dificuldades em expor toda a complexa problemática da "psicologia dos processos oníricos"; fala das dificuldades em apresentar o que é simultâneo através da sucessão, em apresentar o sincrônico através do diacrônico. Escreve: Os elementos que são de fato simultâneos nesse todo complexo só podem ser representados sucessivamente em minha descrição deles, ao mesmo tempo que ao expor cada argumento, tenho de evitar precipitar as razões em que ele se fundamenta: dominar essas dificuldades está além http://www.revistacapitolina.com.br/surrealismo-como-salvador-dali-transformou-freud-em-arte/ de minhas forças. Em tudo isso, estou pagando o tributo por não ter podido, em minha descrição da psicologia do sonho, seguir o desenvolvimento histórico de minhas concepções. Parte II 1. A Técnica da Psicanálise criada por Freud construiu a psicanálise como um sistema aberto e em variação e não hesitou em transformar a técnica psicanalítica quando a clínica assim o exigiu. Deste modo, na fase conhecida como pré-psicanalítica, desenvolveu, com Breuer, o método catártico, muitas vezes associado à hipnose. O psicanalista usa várias técnicas como incentivo para o cliente desenvolver insights sobre seu comportamento e os significados dos sintomas, incluindo borrões de tinta, parapraxias, associação livre, interpretação (incluindo análise de sonhos), análise de resistência e análise de transferência. 2. Exemplo de trabalho psicanalítico, ao admitirmos que os quadros borderline e as denominadas patologias da contemporaneidade freqüentemente associadas a esses quadros não são propriamente novos, resta saber como apareciam no passado. Um retorno a Freud sugere que as "neuroses atuais" correspondem às primeiras observações psicanalíticas dessas manifestações; ainda que a hipótese etiológica formulada por Freud sobre as "neuroses atuais", baseada no acúmulo de tensão sexual, precise ser revista. Atualmente seria difícil sustentar a idéia de que uma patologia psíquica encontra suas origens exclusivamente na falta de satisfações sexuais, em sua acepção genital. Contudo, se tomarmos "sexual" como sendo o propriamente pulsional, tal qual Freud parecia privilegiar, é bastante coerente afirmar que essas patologias resultam da transformação direta – não mediada pelo psiquismo – da pulsão não satisfeita. Neste retorno a Freud é também possível encontrar algumas pistas para a construção de uma nova hipótese etiológica, baseada nas neuroses narcísicas. Parte III 1. O aparelho psíquico e o mundo externo O aparelho psíquico, ou somente psique, é o nome dado ao método estrutural proposto por Freud. Primeiramente foi dividido em inconsciente, pré-consciente e consciente, o que posteriormente foi modificado e dividido em três elementos que unidos trabalham nas ações e reações, o Id, Ego e Superego. O Id, instinto primitivo, bastante destacado em crianças é a forma irracional da mente que faz as pessoas agirem de forma impulsiva e irracional, ou seja, é a forma de ação e reação onde a pessoa se expressa sem ao menos pensar. Como dito anteriormente, o Id é bastante visto em crianças porque essas agem irracionalmente, por exemplo, quando uma criança deseja um brinquedo não pensa duas vezes antes de cair no chão e espernear até que o responsável faça sua vontade. O Ego, denominado equilibradordas forças irracionais e racionais, age sempre pressionado pelo Id e pelo Superego cabendo a ele a dosagem entre as vontades liberadas pelo Id e entre as limitações liberadas pelo Superego. É a parte consciente do aparelho psíquico que faz com que um indivíduo consiga regular suas ações e reações. O Superego, denominado repressor do Id, atua influenciado por regras, crenças, leis morais, ética e outros métodos que nos são ensinadas no decorrer da vida e limitam as ações e reações, fazendo com que pensemos nas consequências. A partir de suas influências, busca através do Ego reprimir o Id para que nenhuma ação e reação sejam realizadas irracionalmente. Tal divisão acima citada foi uma remodelação feita entre 1920 e 1923 para distinguir o inconsciente do consciente. 2. O mundo interno é uma descoberta essencial da psicanálise de Freud: a dimensão da realidade psíquica correlativa à existência consciente e consensual da realidade externa e, ao mesmo tempo, seu negativo e sua origem. o mundo interno é um espaço povoado por objetos e carregado de pulsões, instintos, funções e relações. Com os objetos internos, totais ou parciais, o sujeito vive relações pessoais marcadas pelas identificações. É um lugar onde predomina a onipotência do pensamento mágico infantil primitivo, o que lhe confere ora os mais deslumbrantes aspectos de magia, ora o mais intenso colorido de terror. É um lugar onde nada é caracterizado com nitidez e estabilidade, podendo objetos, impulsos e funções passar de um extremo a outro, do prazer mais intenso ao horror mais insuportável. Considerações finais A meta fundamental do aparelho psíquico é manter e recuperar, quando perdido, um nível aceitável de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e minimiza o desprazer. A energia psíquica que é usada para acionar o sistema nasce no id, que é de natureza primitiva, instintiva. A fim de melhor compreender qual o papel do tema do conflito psíquico na teoria de Freud, investigamos a presença e o significado dos pares de opostos em sua obra. A utilização frequente de antagonismos, como consciente/inconsciente, prazer/desprazer etc, é designada pensamento antitético, e uma lista de exemplos é elaborada para comprovar que essa é uma característica marcante do pensamento de Freud. As consequências desse ponto de vista são discutidas, chegando-se à conclusão de que os pares de opostos são uma parte importante da concepção de sujeito no campo psicanalítico e tem relevância para o entendimento do que é saúde e doença psíquica. Referência: Sigmund Freud, Moises e o monoteísmo, Esboço de psicanálise e outros trabalhos.