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DIREITO PENAL - CRIMES CONTRA HONRA - CALÚNIA, INJÚRIA E DIFAMAÇÃO

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CRIMES EM ESPÉCIE
CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia, Injúria e Difamação 
· 
INTRODUÇÃO
Conjunto ou complexo de uma pessoa que lhe conferem consideração social (honra objetiva – honra da pessoa diante da sociedade) ou estima própria (honra subjetiva).
Honra –> direito da personalidade do homem.
Caráter relativo ou circunstanciado – depende da época, lugar e contexto para configurar a ofensa. Ex.: expressões regionais, “basculho no BBB”, dizer que alguém é nazista antes da guerra é diferente de chamar depois disso. 
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
Ex.: um noivo, visando romper seu noivado autoriza que um amigo seu o difame para sua noiva. Se o amigo proceder a difamação vai existir o crime? Não, pois a ofensa foi consentida.
Consentimento após a ofensa da honra = perdão da vítima
DELITOS DE TENDÊNCIA
Para que haja o crime contra a honra, não basta que exista a mera emissão de suposta ofensa. É preciso que haja a finalidade especial de ofender.
Ex.: amigos que se chamam de palavrões de brincadeira, não há crime, não há dolo de ofender. Animus narrandi, cosulendi, ...
Trata-se, a tendência, de um dolo específico, elemento subjetivo especial, que apesar de não estar expresso no tipo (como vem expresso, ao contrário, nos crimes de intenção), é exigível para configurar o tipo penal. 
- Os delitos de intenção, tem escrito o dolo no tipo penal. Isso que o difere dos delitos da tendência.
 CALÚNIA
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I- se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível
-Caluniar alguém, imputando-lhe FALSAMENTE fato definido como crime.
Tem que ter consciência que é falso, tem que narrar um fato criminoso, não basta chamar de ladrão, traficante. Tenho que contar uma “historinha” que sei que é falsa.
· Ex.: Jogo do bicho que é uma contravenção penal e não um crime, é aplicável como calúnia? Não é calúnia, é difamação! Calúnia não admite que seja contravenção, precisa ser crime.
§1º - propalar (falar) ou divulgar, não foi a pessoa que criou a história, mas tendo a consciência que é falso a divulga.
§2º - é punível a calúnia contra os mortos, porque tem sua memória protegida
OBS1.: LEI DE SEGURANÇA NACIONAL (Lei 7.170/83) – art. 26 Caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, conhecendo o caráter ilícito da imputação, a propala ou divulga.
Aqui, na Lei de segurança Nacional tem que ter uma intenção política na conduta de calúnia ou difamação. É ATUAL, pode cair em provas! 
OBS2.: DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA: Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) 
Não pode confundir com crime de calúnia. Aqui, na denunciação caluniosa, não só imputa o fato, mas da causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, ... 
A denunciação caluniosa absorve o crime de calúnia, pois é crime mais grave.
OBS3.: Tem também previsão desse crime no CÓDIGO ELEITORAL, no exercício de campanha eleitoral. 
EXCEÇÃO DE VERDADE (§3º) – incidente que instaura no processo para provar que o que você disse não era falso, portanto, não trata-se de falsidade. NA CALÚNIA CABE EXCEÇÃO DA VERDADE. 
DIFAMAÇÃO
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
- Aqui também é imputado a alguém um fato ofensivo à sua reputação, mas não é um crime com na calúnia. 
- Qualquer fato ofensivo, mas precisa que seja narrado um fato podendo ser até verdadeiro.
- Analisar o consentimento do ofendido, precisa analisar caso a caso, imputar o fato com dolo específico de ofender a honra.
- E que propala a difamação? Sim. E se for pessoa jurídica? Sim, tem honra objetiva (súmula 227, STJ)
* Cabe exceção da verdade? Sim, mas só se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções (§ único). 
INJÚRIA
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
- Aqui não precisa narrar um fato, é simplesmente ofender (ex.: chamar alguém de estelionatário, sem narrar um fato).
§1º casos em que o juiz pode deixar de aplicar a pena: I – quando a injúria foi provocada; II – Retorsão imediata, quando as partes ficaram xingando uma a outra.
§2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§3º Injúria preconceituosa - quando é para atacar o indivíduo em si, é contra a pessoa em si e faz uma referência de raça ou cor. Não pode confundir com racismo (Lei 7.716/89), racismo visa atacar o gênero inteiro, é mais amplo, não é contra uma pessoa específica.
OBS: Homofobia ADO 26 – STF junho de 2019 – aplica-se a lei de racismo, é importante e atual. 
CAUSAS DE AUMENTO DA PENA
 Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
 I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
 II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
 III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
 IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
EXCLUSÃO DA ILICITUDE
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
INJÚRIA OU DIFAMAÇÃO, não se inclui a calúnia
IMUNIDADE PARLAMENTAR
Extrai-se do art. 53, CF a imunidade parlamentar nesses crimes. Ver também o Inquérito 4781 (inf. 1.006) STF sobre o tema.
RETRATAÇÃO
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
 Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
Não depende de aceitação, é unitaleral. 
AÇÃO PENAL
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafoúnico. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.

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