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•CRIMES CONTRA A HONRA (artigos 138 ao 145 do CPB). •Introdução. •Quais são os crimes contra a honra? Calúnia, difamação e injúria. •ESPÉCIES DE HONRA: •OBJETIVA: é a visão que a sociedade tem sobre você, é sua reputação. Neste caso, os únicos crimes contra a honra possíveis de serem praticados são calúnia e difamação. •SUBJETIVA: é a visão que você tem sobre si mesmo, é sua autoestima. Neste caso, o único crime contra a honra possível de ser praticado é o de injúria. •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? • (TRT 16R - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Juiz do Trabalho Substituto) Os crimes de Calúnia (Art. 138 do CP), Difamação (Art. 139 do CP) e Injúria (Art. 140 do CP) atingem a honra objetiva da vítima. •GABARITO: ERRADO •DISTINÇÕES BÁSICAS ENTRE CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA. •Tanto na calúnia quanto na difamação temos a imputação de um fato determinado a alguém. O fato imputado, na calúnia, é previsto em lei como crime; o fato imputado, na difamação, não é previsto em lei como crime, mas é ofensivo à reputação ou previsto em lei como contravenção. •O que se entende por imputar um fato a alguém? Basicamente é você “dizer que FULANO fez ALGUMA COISA”. •Ex: Você conta a alguém que FULANO furtou uma moto; conta a alguém que FULANO traiu a esposa. •Na injúria, por outro lado, não há imputação de fato a alguém, mas sim uma adjetivação negativa. Basicamente é você “chamar FULANO de algo”, XINGAR ele. •Ex: Você diz que FULANO é CANALHA (canalha é um adjetivo negativo e você chamou fulano dele). •Cuidado: quando você diz que FULANO é um traficante (ou um homicida, ou um ladrão, ou um furtador, ou um torturador, ou um estelionatário, etc…) não se está imputando um fato a FULANO (não se está dizendo que fulano FEZ ALGO), mas sim se está ADJETIVANDO NEGATIVAMENTE Fulano (chamando fulano DE ALGO NEGATIVO). •Neste exemplo acima, portanto, o crime praticado seria INJÚRIA. •Cuidado, também: se você imputa um fato a fulano (diz que fulano fez algo) e este fato não é previsto em lei como crime, mas sim como contravenção, como já dito antes, em tese, o crime que você pratica é o de DIFAMAÇÃO. •É possível que, em um mesmo contexto, o agente cometa calúnia, difamação e injúria? •SIM! •Ex: você diz que fulano roubou o seu carro, traiu a esposa e é um canalha. •Neste sentido, o STJ: •(…) ainda que diversas ofensas tenham sido assacadas por meio de uma única carta, a simples imputação à acusada dos crimes de calúnia, injúria e difamação não caracteriza ofensa ao princípio que proíbe o bis in idem, já que os crimes previstos nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal tutelam bens jurídicos distintos, não se podendo asseverar de antemão que o primeiro absorveria os demais (…) (RHC 41.527/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe 11/03/2015) •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? •(CESPE - TJ-DFT - Juiz de Direito Substituto) Abel, em conversa com vários colegas de trabalho, entre eles Emílio, seu desafeto, referiu-se a este dizendo “você é ladrão e hipócrita”. Nessa situação, a frase proferida por Abel configura os delitos de calúnia e difamação em concurso formal, com causa de aumento de pena prevista na parte especial do CP. • GABARITO: ERRADO •(CESPE - DPE-TO - Defensor Público) Em 20/10/2012, Tibério, completamente embriagado, ao ser impedido por sua esposa, Amélia, de entrar no dormitório do casal, desferiu um soco no rosto de sua esposa, que perdeu dois dentes. Ato contínuo, Lívia, filha do casal, tentando interceder em favor da mãe, agrediu Tibério, que, em resposta, atirou um copo de vidro no rosto da filha. Após o fim da confusão, Tibério, em estado de fúria e com medo da repercussão penal do caso, chamou Amélia de ladra e afirmou que a mataria se ela o denunciasse na delegacia de polícia. Ainda sim, Amélia registrou ocorrência policial contra Tibério e se submeteu a exame de corpo de delito, cujo laudo indicou não ter havido redução da função mastigatória pela perda dos dentes, os quais poderiam ser substituídos por próteses. Segundo o laudo do exame de corpo de delito a que Lívia se submeteu, o seu rosto ficaria marcado com uma mínima cicatriz no lábio. Ao chamar a esposa de ladra, Tibério praticou o crime de calúnia. • GABARITO: ERRADO • (CESPE - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho) A calúnia consiste em imputar falsamente a alguém fato definido como crime ou contravenção penal. • GABARITO: ERRADO • (FGV - TRT - 12ª Região (SC) - Analista Judiciário – Área Judiciária) Insatisfeito com o comportamento de seu empregador Juca, Carlos escreve uma carta para a família daquele, afirmando que Juca seria um estelionatário e torturador. Lacra a carta e a entrega no correio, adotando todas as medidas para que chegasse aos destinatários. No dia seguinte, porém, Carlos se arrepende de seu comportamento e passa a adotar conduta para evitar que a carta fosse lida por qualquer pessoa e o crime consumado. Carlos vai até a casa de Juca, tenta retirar a carta da caixa do correio, mas vê o exato momento em que Juca e sua esposa pegam o envelope e leem todo o escrito. Ofendido, Juca procura seu advogado e narra o ocorrido. Considerando a situação apresentada, o advogado de Juca deverá esclarecer que a conduta de Carlos configura crime de calúnia, consumado. • GABARITO: ERRADO • (VUNESP - TJ-SP - Juiz) A, perante várias pessoas, afirmou falsamente que B, funcionário público aposentado, explorava a atividade ilícita do jogo do bicho, quando exercia as funções públicas. Ante a imputação falsa, é correto afirmar que A cometeu o crime de calúnia. • GABARITO: ERRADO • (FGV - OAB - EXAME DE ORDEM) Roberta, enquanto conversava com Robson, afirmou categoricamente que presenciou quando Caio explorava jogo do bicho, no dia 03/03/2017. No dia seguinte, Roberta contou para João que Caio era um “furtador”. Caio toma conhecimento dos fatos, procura você na condição de advogado(a) e nega tudo o que foi dito por Roberta, ressaltando que ela só queria atingir sua honra. Nesse caso, deverá ser proposta queixa- crime, imputando a Roberta a prática de 1 crime de difamação e 1 crime de calúnia. • GABARITO: ERRADO •Como ocorre a consumação dos crimes contra a honra? Depende de qual seja. •Em primeiro lugar, saibamos que os crimes contra a honra, segundo doutrina amplamente majoritária, são FORMAIS. •Em segundo lugar, perceba: se nos crimes de calúnia e difamação a honra tutelada é a objetiva (sua reputação perante a sociedade), para que haja consumação, é necessário que TERCEIRA ou TERCEIRAS pessoas tomem conhecimento do fato caluniador ou difamador; já no crime de injúria, como a honra tutelada é a subjetiva (a autoestima da pessoa que está sendo xingada), para que haja consumação, é DESNECESSÁRIO que terceira pessoa tome da injúria conhecimento. •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? •(CESPE - MPE-RO - Promotor de Justiça) A consumação dos crimes de calúnia, difamação e injúria ocorre quando terceiro, que não o sujeito passivo, toma conhecimento do fato. • GABARITO: ERRADO •(CESPE - TRE-MS - Analista Judiciário - Área Judiciária) A consumação do crime de calúnia se dá com o conhecimento, por parte do sujeito passivo, da imputação falsa de fato definido como crime, independentemente da ciência ou divulgação por parte de terceiros. • GABARITO: ERRADO •(CESPE - PC-PB - Agente de Investigação e Agente de Polícia) O chefe de uma equipe de vendedores de uma grande rede de supermercados exigiu a presença, em sua sala, de um subordinado que não havia cumprido a meta de vendas do mês e, com a intenção de ofender-lhe o decoro, chamou-o de burro e incompetente. Durante a ofensa, apenas os dois encontravam-se no recinto. Nessa situação, o chefe não deverá responder por nenhum delito, uma vez que os crimes contra a honra só se consumam quando terceiros tomam conhecimento do fato. • GABARITO: ERRADO •(CESPE- DPE-AC - Defensor Público) A injúria racial é crime instantâneo, ao passo que a consumação ocorre no momento em que terceiros tomam conhecimento do teor da ofensa. • GABARITO: ERRADO • Calúnia • Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: • Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. • § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. • § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. •Observações: •a) para que exista o crime de calúnia o fato que se está sendo imputado a alguém TEM QUE SER FALSO. Caso o fato que você impute a alguém seja verdadeiro, não existe crime de calúnia. •Ex: não cometes crime de calúnia se falares a alguém que o goleiro Bruno matou Eliza Samúdio porque, para o direito, este fato é verdadeiro. •b) Apesar de, para que exista o crime de calúnia, o fato que você imputa a alguém TER QUE SER FALSO, não basta que ele seja falso; ele tem que ser, além de falso, SABIDAMENTE FALSO por parte de quem está o imputando a alguém. Isto porque precisa existir o dolo específico que a doutrina chama de animus caluniandi (eu sei que o que estou dizendo é mentira, mas vou dizer mesmo assim porque quero abalar a honra objetiva, reputação, desta pessoa). •Ex: você espalha na vizinhança que seu amigo furtou dinheiro de sua carteira, mas você está falando isto porque você acredita que isso realmente aconteceu. Digamos que, entretanto, depois se constata que seu vizinho não fez isso. Você teria cometido crime de calúnia? NÃO. Por quê? Porque apesar de o fato que você imputou a seu amigo ser falso, não houve, de sua parte, o animus caluniandi. •c) admite tentativa, desde que a conduta seja praticada por escrito. •d) é crime comum pois o tipo penal não exige qualidade especial por parte de quem pode praticar. Não praticam este crime, entretanto, aquelas pessoas que gozam de imunidade. O art. 53 da Constituição Federal confere a Deputados e Senadores inviolabilidade por suas palavras, votos e opiniões, de modo que, por condutas realizadas no exercício de suas atividades — na Casa Legislativa, em palestras ou em entrevistas — não podem ser acusados de calúnia. A imunidade, contudo, não é absoluta quando a ofensa for proferida fora da Casa Parlamentar. Quando um Deputado acusa falsamente o síndico de seu condomínio de desvio de dinheiro, que ele sabe não ter ocorrido, responde pelo crime contra honra porque tal conduta não guarda qualquer relação com suas funções. O art. 27, § 1º, da Constituição Federal estende essas imunidades aos Deputados Estaduais. Os vereadores, dentro dos limites do município em que exercem a vereança, possuem também imunidade material, nos termos do art. 29, VIII, da Constituição. •e) as pessoas que já não gozam de bom nome (desonrados) também podem ser caluniadas porque uma nova ofensa pode piorar ainda mais a sua reputação. •f) existe previsão expressa no art. 138, § 2º, do Código Penal, no sentido de que é punível a calúnia contra os mortos. Ressalta-se, todavia, que o sujeito passivo, em tal caso, não é o falecido, que não mais é titular de direitos. As vítimas são os familiares, interessados na manutenção do bom nome do morto. •g) Como pessoas jurídicas, em regra, não podem cometer fato definido como crime, não podem também ser sujeito passivo da calúnia. A Constituição Federal, contudo, em seu art. 225, § 3º, permite a responsabilização criminal da pessoa jurídica que venha a cometer crimes contra o meio ambiente, nos moldes da lei que venha a definir tais modalidades de infração penal. A Lei n. 9.605/98 foi aprovada para complementar o texto constitucional e elencar diversos crimes ambientais que podem ser cometidos por pessoa jurídica. Atualmente, portanto, é possível caluniar uma pessoa jurídica imputando-lhe falsamente um fato definido como crime contra o meio ambiente. •h) Se o agente, perante a autoridade, assumir crime inexistente, ou a responsabilidade de delito que não praticou, dando ensejo a investigações ou diligências inúteis, prejudicando, o bom andamento do aparelhamento estatal, pratica o crime de autoacusação falsa (art. 341 do CP). •Como isto já foi cobrado em concurso público? •(CESPE - TJ-ES - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Para a configuração do crime de calúnia, não é necessário que o réu saiba que a imputação por ele feita é falsa. • GABARITO: ERRADO •(FGV - ALERJ - Procurador) Após constatar a subtração de grande quantia em dinheiro do seu escritório profissional, João Carlos promoveu o devido registro na Delegacia própria, apontando como autor do fato o empregado Lúcio, já que possuía razões para desconfiar dele, por ser o único que sabia da existência do dinheiro no cofre do qual foi subtraído. Instaurado o respectivo inquérito policial, Lúcio foi ouvido e comprovou não ter sido ele o autor da subtração, reclamando do constrangimento que passou com o seu indevido indiciamento. Por falta de justa causa, o inquérito foi arquivado a requerimento do Ministério Público. Diante da situação narrada, é correto afirmar que a conduta de João Carlos configura fato criminal atípico. • GABARITO: CERTO •Difamação • •Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: • •Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. •Observações: •a) para que exista o crime de difamação o fato que se está sendo imputado a alguém NÃO PRECISA SER FALSO. Caso o fato que você impute a alguém seja verdadeiro, ainda assim existe o crime de difamação. •Ex: caso você diga que fulano traiu a esposa, ainda que isso seja verdade e que existam provas disso, você comete crime de difamação. •Em outras palavras, a lei tenciona que cada um tome conta da própria vida e evite fazer comentários desairosos sobre a vida alheia, pois, ainda que verdadeiros, constituirão crime de difamação. Assim, se alguém viu a filha do vizinho entrando para trabalhar em casa de prostituição, não deve espalhar isso para os demais moradores, porque, ao fazê-lo, o agente sabe que a moça ficará malfalada. Se o fizer, responderá pela difamação, ainda que o fato seja verdadeiro. •b) Como na difamação não existe necessidade de a imputação ser falsa, entendeu o legislador ser desnecessário criar um subtipo. Com efeito, na calúnia, o legislador sentiu a necessidade de especificar que existe crime na conduta daquele que não foi o seu precursor, se estava ele ciente da falsidade da imputação por ele propalada ou divulgada, em nada lhe beneficiando alegar que apenas repetiu o que lhe disseram. Na difamação, quem repete o que ouviu comete nova difamação, por não existir figura autônoma para a hipótese. •c) é necessário haver o dolo específico de denegrir a honra alheia, animus diffamandi. •d) Como os demais crimes contra a honra, a difamação pode ser cometida de forma verbal, por escrito, gestos ou qualquer meio simbólico. •Ex: Há alguns anos, um jogador de famoso time de futebol foi expulso de campo pelo árbitro e, ao deixar o gramado, fez um sinal típico para as câmeras de televisão e para o público, deixando claro, com tal gesto, que estava acusando o árbitro de atuar embriagado. •e) é crime comum pois o tipo penal não exige qualidade especial por parte de quem pode praticar. Não praticam este crime, entretanto, aquelas pessoas que gozam de imunidade como os Deputados e Senadores, e os Vereadores, nos limites do município onde exercem suas atividades (arts. 53 e 29, VIII, da Constituição Federal). Necessário, porém, que não se trate de ofensa gratuita, despida de relação com o desempenho das funções, pois, caso contrário, haverá delito; o art. 7º, § 2º, Lei n. 8.906/94 (Estatuto da OAB), que regulamentou a imunidade dos advogados descrita genericamente no art. 133 da Constituição Federal, dispõe que tais profissionais não cometem crimes de difamação ou injúria, quando no exercício de suas atividades, semprejuízo das sanções disciplinares pelo órgão próprio da Ordem. A imunidade alcança eventuais ofensas feitas no bojo de ação judicial, em acompanhamento de clientes em delegacias de polícia, em Comissões Parlamentares de Inquérito, em Tabelionatos, durante oitiva em inquérito civil no Ministério Público etc. É evidente, contudo, que referida imunidade não é absoluta, não alcançando ofensas que não tenham qualquer relação com a atividade profissional; os membros do Ministério Público gozam também de imunidade nos termos do art. 41, V, da Lei n. 8.625/93 — Lei Orgânica do Ministério Público; o art. 41 da Lei Complementar n. 35/79, Lei Orgânica da Magistratura, confere o mesmo tipo de imunidade aos juízes de direito. •f) As pessoas que já não gozam de bom nome também podem ser difamadas, porque uma nova ofensa pode piorar ainda mais sua reputação. •g) Como só existe regra expressa prevendo possibilidade de punição para a calúnia (art. 138, § 2º, do CP), a doutrina firmou entendimento de que não é punível a difamação contra pessoas mortas. •h) é perfeitamente possível que pessoa jurídica possa ser vítima de crime de difamação. • i) admite tentativa, desde que a conduta seja praticada por escrito. •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? • (CESPE - TJ-BA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) Para a configuração do crime de difamação, é necessário o ataque à honra objetiva do indivíduo, consistente em imputar- lhe, publicamente, fato concreto e determinado, ofensivo a sua reputação, sendo irrelevante qualquer vinculação à falsidade ou veracidade dos mesmos. • GABARITO: CERTO • (CESPE - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho) Aquele que difama a memória dos mortos responde pelo crime de difamação, previsto no Código Penal. • GABARITO: ERRADO • (FCC - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Execução de Mandados) Pedro emprestou dinheiro a Paulo e este não lhe pagou a dívida no prazo convencionado. Na festa de aniversário do filho de Paulo, Pedro tomou o microfone e narrou aos presentes que Paulo era caloteiro, por não ter efetuado o pagamento da referida dívida. Nesse caso, Pedro cometeu crime de difamação. • GABARITO: CERTO • (VUNESP - TJ-SP - Juiz) Durante reunião de condomínio, com a presença de diversos moradores, inicia-se discussão acalorada, durante a qual Antônio, um dos condôminos, que era acusado de fazer barulho durante a madrugada, diz ao síndico que ele deveria se preocupar com sua própria família, porque a filha mais velha dele, que não estava presente na reunião, era prostituta, pois sempre era vista em casa noturna suspeita da cidade. Assinale a alternativa correta dentre as adiante mencionadas. Antônio, independentemente de o fato narrado ser, ou não, verdadeiro, cometeu crime de difamação. • GABARITO: CERTO • (FUNCAB - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil) A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em crime de difamação. •GABARITO: CERTO • (CESPE PC/MA - INVESTIGADOR) Admite a modalidade tentada o crime de difamação cometida verbalmente. •GABARITO: CERTO • Injúria • •Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: • •Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. •Observações: •a) o agente precisa ter a intenção deliberada de atingir a honra subjetiva da vítima — animus injuriandi. Pacífico, por sua vez, o entendimento de que não há crime, pela ausência de intenção de ofender, quando a palavra desairosa é utilizada por brincadeira ou para disciplinar alguém (animus jocandi ou corrigendi). •b) O crime de injúria contra funcionário público, referente ao desempenho de suas funções, excepcionalmente, só pode ser cometido na ausência da vítima. É que a ofensa irrogada em sua presença constitui crime mais grave, previsto no art. 331 do Código Penal, chamado desacato. •Ex: um servidor do Poder Judiciário, estando no cartório, na presença de seus colegas de trabalho, dizendo que o juiz de direito é preguiçoso para sentenciar, comete crime de injúria agravada pelo fato de a vítima ser funcionário público (art. 141, II, do CP). Se alguém, todavia, vai até uma sala de audiência e xinga pessoalmente o juiz, responde por desacato. •c) admite tentativa, desde que a conduta seja praticado por escrito. •d) qualquer pessoa pode cometer este crime, exceto as que gozam de imunidade, como Deputados, Senadores, Vereadores em seus municípios, advogados no desempenho de suas atividades, membros do Ministério Público e Juízes de direito. •e) Qualquer pessoa pode ser vítima deste crime. É necessário, todavia, que a ofensa seja endereçada a pessoa ou pessoas determinadas, já que o tipo penal exige expressamente que o agente injurie “alguém”. Por isso, dizer que jogadores de futebol são todos mercenários ou que banqueiros são vampiros do dinheiro alheio não constitui crime. No entanto, se o agente se referir aos jogadores atuais de time determinado ou a banqueiros de certa instituição, responderá pelo crime. Também não existiria crime de injúria dizer, genericamente, que “todos os homossexuais são depravados”. • f) os desonrados podem figurar como sujeito passivo porque têm honra subjetiva. •h) os mortos, por não possuírem honra subjetiva, não podem ser injuriados. • i) Pessoa Jurídica não possui honra subjetiva e, logo, não pode ser vítima do crime de injúria. •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? • (CESPE - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Judiciária) Para a configuração dos crimes contra a honra, exige-se somente o dolo genérico, desconsiderando- se a existência de intenção, por parte do agente, de ofender a honra da vítima. • GABARITO: ERRADO • (CESPE - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho) O objeto jurídico da injúria é a honra objetiva da vítima, sendo certo que o delito se consuma ainda que o agente tenha agido com simples animus jocandi. • GABARITO: ERRADO • (FGV - TJ-BA - Analista Judiciário - Subescrivão - Direito) Jean, valendo-se de sua conta no Twitter, publicou declaração de natureza discriminatória em relação aos homossexuais, de forma genérica. Tal ação configura conduta atípica. • GABARITO: CERTO •(FCC - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do Trabalho Substituto) A manifestação do advogado, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, é acobertada por imunidade nos crimes de injúria e calúnia. • GABARITO: ERRADO •(CESPE - PC/MA - ESCRIVÃO) Pune-se a tentativa no crime de injúria cometida verbalmente. • GABARITO: ERRADO •(IBADE - PC/AC - AGENTE) Encaminhar uma mensagem de texto a um policial civil que se encontra em outro município, xingando-o de ladrão, configura crime de injúria. • GABARITO: CERTO • § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena (hipótese de perdão judicial). • I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; • II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. • •§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: • •Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. •Aqui temos uma modalidade qualificada de injúria chamada de INJÚRIA REAL. Neste forma de injúria, o agente ofende a vítima por meio de uma agressão física (violência ou vias de fato). Para a configuração da injúria real, é preciso que a agressão perpetrada seja considerada aviltante (humilhante) em razão: a) da natureza do ato, por exemplo, raspar o cabelo da vítima, esbofeteá-la em público, cuspir em seu rosto, cavalgar a vítima, jogá-la em uma fonte de água no meio de uma festa etc; b) do meio empregado. Atirar tomate podre ou ovo em pessoa que está fazendo um discurso; atirar cerveja ou bolo no rosto de alguém em uma festa etc. • •§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: • •Pena - reclusão de um a três anos e multa. •Aqui temos outra forma qualificada de injúria: a injúria preconceituosa. •Essa qualificadora do crime de injúria foi introduzida no Código Penal pela Lei n. 9.459/97, mas a sua parte final, referente a vítimas idosas ou deficientes, foi inserida pelo Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003). •A 1ª parte do dispositivo, que trata da ofensa referente à raça, cor, etnia, religião ou origem, conhecida como injúria “racial”, merece esclarecimento no sentido de ser diferenciada do crime de racismo do art. 20 da Lei n. 7.716/89, também introduzido pela Lei n. 9.459/97. •Com efeito, o crime de injúria, como todos os demais crimes contra a honra, pressupõe que a ofensa seja endereçada a pessoa determinada ou, ao menos, a um grupo determinado de indivíduos. Assim, quando o agente se dirige a uma outra pessoa e a ofende fazendo referência à sua cor ou religião, configura-se a injúria qualificada. O crime de racismo, por meio de manifestação de opinião, estará presente quando o agente se referir de forma preconceituosa indistintamente a todos os integrantes de certa raça, cor, religião etc. •Cuidado: o entendimento atual da jurisprudência (STJ e STF) é de que o crime de injúria “racial”, assim como o crime de racismo, é inafiançável e imprescritível. Isto não altera, contudo, a natureza de ação penal. •Neste sentido, o STJ: •“A Lei n. 7.716/89 define como criminosa a conduta de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A prática de racismo, portanto, constitui crime previsto em lei e sujeito às cláusulas de inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII). O mesmo tratamento, tenho para mim, deve ser dado ao delito de injúria racial. Este crime, por também traduzir preconceito de cor, atitude que conspira no sentido da segregação, veio a somar-se àqueles outros, definidos na Lei 7.716/89, cujo rol não é taxativo. ARESP 686965(2015/0082290-3 - 18/06/2015) DECISÃO MONOCRÁTICA- MINISTRO ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP)”. •Atenção: o STF “ratificou” o entendimento do STJ! • “Recentemente, no julgamento dos embargos de declaração de decisão tomada em Agravo Regimental no Recurso Extraordinário nº 983.531, do Distrito Federal, o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de sua 1ª Turma, reconheceu a equiparação dos crimes de injúria r a c i a l e r a c i s m o e , p o r c o n s e g u i n t e , a imprescritibilidade e inafiançabilidade daqueles. Na ocasião, o STF ratificou a decisão emitida pelo STJ, que reconheceu não ser taxativo o rol dos crimes previstos na Lei nº 7.716/1989, encontrando-se presentes o preconceito e a intolerância da conduta tipificada como injúria racial” •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? •(CESPE - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Judiciária) No dia vinte e oito de junho de 2014, por volta de dezenove horas, na sala de espera de um posto de saúde, Paulo aguardava atendimento e exasperou-se com a demora. A funcionária Márcia, de cor negra, pediu-lhe calma, dizendo que o médico lhe atenderia brevemente, mas Paulo retrucou, exaltado: “— Chama logo o doutor, sua negrinha à toa!”. Sentindo-se insultada pelos impropérios proferidos, Márcia, constrangida, chorou diante de mais de trinta pessoas que ali estavam esperando atendimento. Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item seguinte, considerando a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: A conduta de Paulo tipifica-se como crime de racismo e, portanto, a pretensão punitiva não está sujeita à prescrição ou à decadência, haja vista a ofensa ao princípio da dignidade humana. • GABARITO: CERTO •(VUNESP - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto) “X” é negro e jogador de futebol profissional. Durante uma partida é chamado pelos torcedores do time adversário de macaco e lhe são atiradas bananas no meio do gramado. Caso sejam identificados os torcedores, é correto afirmar que, em tese, responderão pelo crime de racismo, nos termos da Lei n.º 7.716/89. • GABARITO: ERRADO • (FUNDATEC - DPE-SC - Analista Técnico) Pode-se afirmar que a injúria qualificada pelo preconceito se traduz em um xingamento contra uma pessoa determinada, xingamento esse relacionado à sua raça, cor, etnia, religião, origem da vítima, ao fato de tratar-se de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Já o delito de racismo, traduz-se em um sentimento em relação à raça como um todo, não atingindo pessoa determinada. • GABARITO: CERTO • (CESPE - DPE/AC - DEFENSOR PÚBLICO) A injúria racial é um delito inserido no panorama constitucional do crime de racismo, sendo considerado imprescritível, inafiançável e sujeito à pena de reclusão. • GABARITO: CERTO •Disposições comuns • Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: • I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; • II - contra funcionário público, em razão de suas funções; • III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. • IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. • Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. • •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? • (CESPE - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho) As penas cominadas aos delitos contra a honra aplicam-se em dobro, caso o crime tenha sido cometido mediante promessa de recompensa. • GABARITO: CERTO • (UEG - PC/GO - DELEGADO) As penas aos crimes de calúnia, difamação ou injúria aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência. • GABARITO: ERRADO •Exclusão do crime • Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: • I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; • II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; • III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício • Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. • •Retratação • •Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. • •Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando- se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? •(CESPE - PC-BA - Escrivão de Polícia) Nos crimes contra a honra — calúnia, difamação e injúria —, o Código Penal admite a retratação como causa extintiva de punibilidade, desde que ocorra antes da sentença penal, seja cabal e abarque tudo o que o agente imputou à vítima. • GABARITO: ERRADO •(VUNESP - TJ-SP - Juiz Substituto) A respeito da retratação nos crimes contra a honra, pode- - se afirmar que fica isento de pena o querelado que, antes da sentença, retrata-se cabalmente da calúnia, injúria ou difamação. • GABARITO: ERRADO •(CESPE - DPE-AC - Defensor Público) No crime de injúria, admite-se a retratação desde que se faça antes da sentença, por escrito, de forma completa, abrangendo tudo o que o ofensor disse. • GABARITO: ERRADO •Pedido de explicações. •Art. 144 - Se, de referências,alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. • •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? •(UEG - PC/GO - DELEGADO) Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. •GABARITO: CERTO •Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. •Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. •AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA. •Regra: ação penal privada. •Exceções: • Injúria real (artigo 140, § 2º): ação penal do crime correspondente à violência. • Injúria preconceituosa (artigo 140, § 3º): ação penal pública condicionada à representação. •Crime contra a honra (calúnia, difamação ou injúria) contra Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro (artigo 145, p. único): ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. •Crime contra a honra (calúnia, difamação ou injúria) contra Funcionário Público em razão de suas funções: ação penal pública condicionada à representação OU ação penal privada (súmula 714 do STF). •Crime contra a honra de mulher, ainda que em contexto de violência doméstica e familiar: segue a regra, ação penal privada. •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? •(CESPE - Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo) O crime de injúria qualificada consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência para ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Diferentemente do que ocorre no caso de crime de racismo, a injúria qualificada processa-se por ação penal pública condicionada a representação. • GABARITO: CERTO •(CESPE - PG-DF - Procurador) Por serem os crimes contra a honra, (calúnia, difamação e injúria), independentemente da vítima ofendida, crimes de ação penal privada exclusiva, essa ação só pode ser iniciada mediante queixa-crime apresentada pela própria vítima, representada por advogado com poderes expressos para tanto. • GABARITO: ERRADO • (CESPE - STJ - Analista Judiciário) Situação hipotética: Um servidor público, no exercício de suas funções, foi vítima de injúria e difamação. Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal correspondente. • GABARITO: CERTO • (CESPE - DPE-AC - Defensor Público) A ação penal no caso de injúria discriminatória é pública incondicionada, uma vez que o bem jurídico tutelado ultrapassa os limites subjetivos. • GABARITO: ERRADO • (CONSULPLAN - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - 2017) O crime de injúria simples é de natureza privada, e se procede mediante queixa, exceto quando cometido no contexto da Lei Maria da Penha, em que a ação penal é pública condicionada. • GABARITO: ERRADO •Exceção da verdade: •Calúnia: •§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: • I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; • II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; • III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. •Difamação: •Exceção da verdade •Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. • Injúria: Não cabe exceção da verdade. •Como isto já foi cobrado em concursos públicos? • (MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina) Nos crimes contra a honra previstos no Código Penal, todas as hipóteses delituosas enumeradas admitem a exceção da verdade. •GABARITO: ERRADO
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