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Trabalho de Biossegurança Salmão OGM

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SALMÃO GENETICAMENTE MODIFICADO
A biossegurança está relacionada aos riscos das biotecnologias, que, em seu sentido
mais amplo, compreendem a manipulação de microorganismos, plantas e animais, visando à
obtenção de processos e produtos de interesses diversos. Embora o termo biossegurança possa
ser aplicado a qualquer situação relacionada aos produtos biotecnológicos, praticamente tanto
as preocupações de saúde humana e ambiental como as normas sobre o tema são estritas aos
produtos e serviços da engenharia genética. Esta especificidade provavelmente é decorrente
do poder que a engenharia genética tem em modificar ou reprogramar os seres vivos. Em
decorrência disso, grandes também são os possíveis riscos associados. Assim, um desses seres
é o salmão, animal modificado para fins comerciais e lucrativos (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2018).
Em 19 de novembro de 2012, o FDA, departamento que controla alimentos e
medicamentos nos EUA, divulgou a liberação para o mercado americano de um salmão
geneticamente modificado que pode atingir o dobro do tamanho de um salmão normal após o
mesmo período de criação. É a primeira vez que um animal geneticamente modificado é
aprovado para consumo humano. O salmão, denominado AquAdvantage, é produzido pela
empresa AquaBount Technologies, apenas em culturas controladas no Canadá e no Panamá
(SOARES, 2012).
Após 5 anos de avaliação, o FDA considerou que o novo salmão atende os critérios de
segurança do alimento e que é tão seguro e nutritivo quanto o salmão tradicional. Segundo o
órgão americano, “os dados demonstraram que os genes inseridos no peixe se mantiveram
estáveis por várias gerações, que o alimento derivado do salmão GMO é seguro para humanos
e animais, que a engenharia genética é segura para o peixe, e que a alegação do produtor sobre
seu crescimento mais rápido foi comprovada” (SOARES, 2012).
A espécie cresce muito mais rápido e atinge um tamanho maior que o normal. O feito é
alcançado porque o peixe converte sua alimentação em músculo mais rapidamente, podendo
ser abatido uma idade mais jovem, diz a companhia. Para isso, os cientistas da Aqua Bounty,
em Massachusetts, manipularam os genes de forma com que os peixes liberassem hormônios
de crescimento antes (GALILEU, 2012).
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Disciplina: Biossegurança
Curso: Biomedicina
Acadêmica: Vitória Carreiro de França Teixeira
Na comparação com peixes comuns, um ano depois do nascimento, os salmões
geneticamente modificados atingiram uma média de 1.340 g, enquanto os normais só
chegavam a 663 g. Desta forma, diz a empresa, o salmão modificado chega a um tamanho
comercial dentro de 18 a 24 meses, contra 30 meses para a variedade normal (GALILEU,
2012).
As principais academias de ciências do mundo e instituições como a Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde
(OMS) são unânimes em dizer que os transgênicos são seguros e que a tecnologia de
manipulação genética realizada sob o controle dos atuais protocolos de segurança não
representa risco maior do que técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de plantas
(PAPPON, 2013).
Além disso, o relatório de 2016 da National Academy of Sciences, dos EUA, não
encontrou nenhuma relação comprovada entre transgênicos e a ocorrência de doenças como
câncer, obesidade, diabetes, autismo, doença celíaca ou mesmo alergias (ORENSTEIN,
2017).
Boa parte do público ainda teme possíveis efeitos negativos dos transgênicos para a
saúde e o meio ambiente. Pesquisas de opinião nos Estados Unidos e na Europa, entretanto,
indicam que a resistência aos OGMs tem caído, refletindo, talvez, uma tendência de gradual
mudança de posição da percepção pública (PAPPON, 2013).
Diversas ONGs ambientalistas e grupos de cientistas se posicionam contra o uso
generalizado de transgênicos. Eles defendem que a tecnologia pode ter um impacto negativo
Figura 1: Na comparação da empresa, o peixe gigante ao lado do salmão 
normal.
no meio ambiente, reduzindo a biodiversidade — e aumentando a dependência dos produtores
rurais em relação às grandes empresas produtoras de sementes (ORENSTEIN, 2017).
A preocupação dos ambientalistas é que o mercado de sementes comerciais no mundo é
dominado por algumas poucas companhias, responsáveis pelo desenvolvimento de
transgênicos e também dos agrotóxicos, ou defensivos agrícolas. São as chamadas “gene
giants”, ou o grupo “big 6”, que inclui as alemãs Bayer e Basf, as americanas Dow Chemical,
DuPont e Monsanto, e a suíça Syngenta, que teriam a capacidade de impor um número cada
vez mais restrito de espécies cultiváveis (ORENSTEIN, 2017).
Ambientalistas temem que este super-salmão possa escapar de seus criadouros
especiais, podendo competir com o salmão tradicional e chegando até a eliminá-lo da
natureza. O FDA alega que não haverá impacto significativo para o meio ambiente em razão
das múltiplas medidas de contenção que a empresa produtora adota em seus ambientes de
criação e que é extremamente improvável que o novo peixe possa escapar e se estabelecer na
natureza (SOARES, 2012).
Referências
PAPPON, Thomas. Conheça 10 transgênicos que já estão na cadeia alimentar. BBC
BRASIL. 2013. Disponível em:
<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/02/130207_transgenicos_lista_tp.shtml>.
Acesso em: 29 jun. 2018. 
SOARES, Humberto. Salmão geneticamente modificado, duas vezes maior que o
tradicional, é aprovado nos EUA: Empresa produtora de salmão GMO espera vendê-lo
futuramente no Brasil. 2012. Disponível em: <https://foodsafetybrazil.org/salmao-
geneticamente-modificado-duas-vezes-maior-que-o-tradicional-e-aprovado-nos-eua/>. Acesso
em: 29 jun. 2018. 
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Organismos Geneticamente Modificados. 2018.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biosseguranca/organismos-
geneticamente-modificados>. Acesso em: 29 jun. 2018. 
ORENSTEIN, José. Transgênicos: uma tecnologia em constante disputa.: Peixe dispara
hormônio antes e cresce duas a três vezes mais rápido que o normal. NEXO JORNAL. 2017.
Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/explicado/2017/08/05/Transg
%C3%AAnicos-uma-tecnologia-em-constante-disputa>. Acesso em: 29 jun. 2018. 
GALILEU, Redação. Cientistas criam salmão gigante geneticamente modificado: Peixe
dispara hormônio antes e cresce duas a três vezes mais rápido que o normal. REVISTA
GALILEU. 2012. Disponível em:
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI148221-17770,00-
CIENTISTAS+CRIAM+SALMAO+GIGANTE+GENETICAMENTE+MODIFICADO.html
>. Acesso em: 02 jun. 2018.

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