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NOÇÕES BÁSICAS DE LINGUAGEM Profª Esp. Rosana M. de Barros Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Email: rosanamenezes211@gmail.com MÓDULO I: O HOMEM, A LINGUAGEM E A COMUNICAÇÃO O HOMEM É UM SER SOCIAL O homem, como um ser social, precisa se comunicar e viver em comunidade, que é onde troca seus conhecimentos e suas experiências. Estes, por sua vez, irão levá-lo a assimilar e compreender o mundo em que vive, dando-lhe meios para transformá-lo. Ao acumular experiências de sua comunidade, o homem vai construindo uma cultura própria que é transmitida de geração em geração. O HOMEM É UM SER SOCIAL Para transmitir a sua cultura e para suprir a necessidade de buscar a melhor expressão de suas emoções, suas sensações e sentimentos, o homem se viu diante de certos desafios: um deles foi o de criar e desenvolver uma maneira de comunicar-se com seus semelhantes. Distanciou-se, então, ainda mais dos animais, pois foi o único que conseguiu criar símbolos e signos de vários tipos (linguísticos, picturais e gráficos) com o propósito maior de comunicar-se. LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA Para comunicar-se o homem emprega símbolos, gestos, desenhos... Mas o meio mais eficiente que conhece e de que se dispõe é a linguagem. A linguagem humana é a capacidade do homem de comunicar-se por meio de uma língua. De acordo com o suíço Ferdinand Saussure, a língua “ (...) é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-la; ela não existe senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros da comunidade. Por outro lado, o indivíduo tem a necessidade de uma aprendizagem para conhecer-lhe o funcionamento; somente pouco a pouco a criança a assimila. (...)” SAUSSURE, 1995. LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA Língua ou idioma é um código, ou seja, um conjunto de elementos e de regras combinatórias que possibilita a troca de infinitas informações. Conhecida e utilizada por todo um grupo social a todo momento, a língua, embora constitua um sistema praticamente fechado, permite a transmissão de qualquer mensagem desejada. Portanto, seu emprego é ilimitado. Segundo Ferdinand Saussure, a língua é uma concepção abstrata, que só se quando empregada concretamente em um momento de comunicação. Chama-se fala a realização concreta de uma língua, feita por um indivíduo de uma comunidade num determinado ato de comunicação. LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA Para comunicar-se, cada indivíduo utiliza o código linguístico do modo que julga mais apropriado. No entanto, para que a comunicação se dê de maneira bem- sucedida, faz-se necessário que a língua – que constitui um código linguístico – seja respeitada em suas regras internas. Assim, podemos dizer que uma língua é comum a todos os indivíduos de uma comunidade linguística e que a fala é ato individual, efetuado por um membro da comunidade. RECAPITULANDO: Linguagem : Língua : É todo o sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação entre os indivíduos. Pode ser verbal , não- verbal ou mista. É um tipo de linguagem. É a única modalidade de linguagem que utiliza palavras. Fala : Cultura : É a utilização individual da fala. É todo o fazer humano e um acúmulo de conhecimentos que são transmitidos de geração em geração. VARIEDADES LINGUÍSTICAS Empregada por tão grande quantidade de indivíduos, em situações tão diferentes e a todo momento, é de se esperar que a língua não se apresente estática. Ou seja, condicionantes sociais, regionais e as diversas situações em que se realiza determinam ocorrência de variações em uma língua. VARIEDADES LINGUÍSTICAS Preti (1994) subordina o estudo das variedades linguísticas a dois amplos campos: 1)Variedades geográficas: Falares regionais ou dialetos Linguagem urbana x linguagem rural. 2)Variedades socioculturais: Variedades devidas ao falante Dialetos sociais Graus de escolaridade, profissão, idade, sexo, etc.. Variedades devidas à situação Níveis de fala ou registros (formal / coloquial); Tema, ambiente, intimidade ou não entre os falantes, estado emocional do falante. 1)Variedades geográficas Pode-se perceber facilmente que a maneira como o português é empregado no Brasil e em Portugal não é exatamente a mesma, assim como também é diferente nas regiões geográficas brasileiras e até numa mesma região. Tomemos como exemplo o Sudeste : os falares de Minas Gerais e do Rio de Janeiro apresentam peculiaridades e distinções. Do mesmo modo, as regiões urbanas e as regiões rurais também possuem vocabulário e pronúncia diferentes, bem como expressões típicas. Desta forma, há variações na língua condicionadas a aspectos geográficos. 2)Variedades socioculturais Variedades devidas ao falante: a)Grupos culturais Uma pessoa que conhece a língua que emprega apenas “de ouvido”, que não teve a oportunidade de tomar conhecimento das regras internas que a compões, domina essa língua de cujas realizações participa de forma diversa de uma pessoa que tem contato com esse código linguístico por meio de livros, periódicos, dicionários ou ainda por intermédio da convivência com pessoas de boa formação intelectual. 2)Variedades socioculturais ATENÇÃO: Isso não quer dizer que um fale melhor ou pior que o outro. Deseja-se apenas registrar o fato de que a formação escolar de um indivíduo, por exemplo, suas atividades profissionais, seu nível cultural podem determinar um domínio diferente da língua. Cada classe social – econômica mas sobretudo culturalmente falando – emprega a língua de uma forma especial. 2)Variedades socioculturais b)O Jargão Observe os diversos grupos profissionais: cada um deles faz uso de um vocabulário e expressões que são típicos de seu trabalho. O jargão – essa linguagem técnica que alguns profissionais dominam – é empregado por um grupo restrito e muitas vezes é inacessível a outros falantes da língua. Se pensarmos, por exemplo, na linguagem da economia, da informática, da engenharia, do direito, etc... Quantos de nós estamos preparados para entendê-las? 2)Variedades socioculturais Variedades devidas a situação: 2)Variedades socioculturais Variedades devidas a situação: O humor da tira é determinado pelo “excesso de informalidade” por parte do namorado que acaba de ser apresentado aos pais da garota. Como uma norma de boa educação, espera-se que a pessoa estranha seja gentil, dirija- se aos donos da casa com respeito e manifeste alguma cerimônia, como um pedido de licença. Cabe à pessoa visitada dispensar as formalidades e fazer com que o estranho se sinta bem. Nesse caso, observe que o namorado nem mesmo cumprimentava a garota e se dirige aos pais dela com tanta grosseria que Hagar toma uma posição “defensiva”, ameaçando o rapaz com um machado. 2)Variedades socioculturais A ilustração nos mostra o emprego de uma linguagem pouco adequada à situação que envolve os personagens. Analisando nossa própria maneira de falar, cada um de nós é capaz de perceber que dominamos várias “línguas”, ou seja, temos várias maneiras de “registrar” a língua. A cada momento fazemos uso de um desses registros e muitas expressões que são de nosso conhecimento sabemos empregá-las, até instintivamente, obedecendo a contextos particulares. A VARIAÇÃO DE MAIOR PRESTÍGIO: A NORMA CULTA Falamos genericamente sobre variações da linguagem, mas seria conveniente destacar ao menos três delas: a linguagem coloquial, a norma culta e a linguagem literária. A VARIAÇÃO DE MAIOR PRESTÍGIO: A NORMA CULTA Linguagem coloquial ou norma popular É a linguagem queempregamos em nosso cotidiano, em situações se formalidade, com interlocutores que consideramos “iguais” a nós no que diz respeito ao domínio da língua. Na linguagem coloquial, não há preocupação no tocante a um falar “certo” ou “errado”, uma vez que não nos sentimos pressionados pela necessidade de usar regras e damos prioridade à expressividade, à transmissão da informação por si. A VARIAÇÃO DE MAIOR PRESTÍGIO: A NORMA CULTA “Os princípios da norma popular compõem uma verdadeira gramática popular e implicam uma simplificação considerável da gramática culta, num uso muito grande de elementos afetivos, numa pronúncia menos cuidada, num abundante vocabulário gírio e outros elementos afetivos da língua e, em geral, revelam uma menor dose de reflexão na escolha das formas linguísticas do usuário”. (PRETI, 1994) A VARIAÇÃO DE MAIOR PRESTÍGIO: A NORMA CULTA Norma culta ou norma padrão Se há tantas variações em uma língua, qual delas é a ensinada na escola? Por que essa e não as demais? “Quem” faz essa escolha?... Essas perguntas apenas refletem um fato: de todas as variações, uma tem mais prestígio que as demais e acaba por ser escolhida como padrão a todos os falantes. A VARIAÇÃO DE MAIOR PRESTÍGIO: A NORMA CULTA Linguagem literária Chamamos de linguagem literária aquela que é empregada por poetas e prosadores da língua dos mais diversos períodos que compõem uma literatura. Muitas vezes, o padrão que os escritores empregam segue a norma culta; não raro, porém, apresentam desvios desse padrão, buscando maior expressividade, maior reflexão por parte do leitor. A VARIAÇÃO DE MAIOR PRESTÍGIO: A NORMA CULTA Assim, os desvios da norma culta passíveis de serem encontrados em um texto literário diferenciam-se de um desvio de um falante comum, distraído ou não conhecedor das variações da língua basicamente por este dado: são desvios intencionais, de quem conhece muitas variações e faz escolha [“passeia”] entre elas para atender a algum objetivo específico ou obter um recurso expressivo. AS GRAMÁTICAS (E SUA CLASSIFICAÇÕES) De acordo com (Soares,1986) é percebido que a palavra gramática pode ser compreendida em sentidos diferentes, a saber: Gramática da língua (ou gramática descritiva) – é a que estabelece os elementos e regras de funcionamento de uma língua. Gramática normativa - é a que procura registrar o padrão da norma culta de uma língua, determinando o que é certo ou errado, tomando como critério o padrão culto (e não as demais variedades da língua). LINGUAGEM ORAL E LINGUAGEM ESCRITA Por abranger todas as relações cotidianas do homem, a língua precisa de certos cuidados para que desempenhe o importante papel da comunicação. Convém, por isso, notar que entre a língua oral ou falada e a escrita há diferenças bem acentuadas. Escrever uma história, por mais simples que ela seja, é diferente do ato de contá-la oralmente. Cada uma dessas modalidades de expressão tem suas características, seus fundamentos, suas necessidades e suas realizações. Diferenças entre a língua falada e escrita REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Paschoalin& Spadoto. GRAMÁTICA: TEORIA E EXERCÍCIOS. ENSINO MÉDIO; Volume único, 1989. Tufano, Douglas. Gramática e Literatura Brasileira: Curso Completo. 1. edição. São Paulo, 1995. Cereja, William Roberto. Magalhães, Thereza Cochar. GRAMÁTICA REFLEXIVA: texto, semântica e interação. São Paulo, Atual, 1999. BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo, Companhia das Letras, 1992. p.16. SAUSSURE, Ferdinand. Curso de linguística geral. 20 ed. São Paulo: Cultrix, 1995. p. 22. PRETI, Dino. Sociolinguística. Os níveis da fala. 7 ed. São Paulo: Edusp, 1994, páginas 24-25. MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva, 1999. 8. ed. reformulada e atualizada FARACO & MOURA. GRAMÁTICA. São Paulo: Ática, 19 ed. , 6 impr. 2003. http://promarisa.blogspot.com/2011/03/adjetivos-patrios-dos-estados-e.html http://promarisa.blogspot.com/2011/03/adjetivos-patrios-dos-estados-e.html http://promarisa.blogspot.com/2011/03/adjetivos-patrios-dos-estados-e.html
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