MODELO DE PROJETO DE PESQUISA

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Campus – Nova Friburgo – 2015/1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELAINE DE DEUS OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE PESQUISA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVA FRIBURGO – RJ 
2015 
ELAINE DE DEUS OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS: O excesso do uso na contemporaneidade 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Pós-
Graduação em Saúde Mental e Atenção 
Psicossocial da Universidade Estácio de Sá como 
requisito parcial à aprovação na Disciplina 
Metodologia da Pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVA FRIBURGO – RJ 
2015 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1 TÍTULO ............................................................................................................... 3 
2 TEMA .................................................................................................................. 3 
3 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................. 3 
4 PROBLEMA ........................................................................................................ 3 
5 HIPÓTESE .......................................................................................................... 3 
6 OBJETIVOS ........................................................................................................ 3 
6.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 3 
6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 4 
7 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 4 
8 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 4 
9 METODOLOGIA ............................................................................................... 6 
10 CRONOGRAMA ................................................................................................ 7 
 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 7 
 ANEXO A ............................................................................................................. 8 
 
 
3 
1) TÍTULO: 
MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS: O excesso do uso na contemporaneidade. 
 
 
2) TEMA: Medicamentos Psicotrópicos. 
 
 
3) DELIMITAÇÃO DO TEMA: A investigação sobre a prescrição de medicamentos 
psicotrópicos será realizada em consultórios médicos da Cidade de Nova Friburgo, RJ. 
 
 
4) PROBLEMA 
 
 
Como comprovar a veracidade da prescrição excessiva de medicamentos 
antidepressivos? 
 
 
5) HIPÓTESE 
 
 
 As prescrições de medicamentos antidepressivos (psicotrópicos) em Nova Friburgo 
(RJ) estão sendo realizadas de forma excessiva. 
 
 
6) OBJETIVOS 
 
 
6.1 GERAL 
Investigar sobre a veracidade do excesso de prescrição médica para antidepressivos. 
 
 
 
 
 
4 
6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 
* Pesquisar através do material bibliográfico a evolução da prescrição de medicamentos 
 antidepressivos; 
* Investigar, através da pesquisa de campo, a veracidade do excesso de prescrição médica 
 para antidepressivos em Nova Friburgo (RJ). 
 
 
7) JUSTIFICATIVA 
 
 
Nas últimas décadas houve uma evolução assustadora da psicofarmacologia da 
depressão em todo o mundo. Observa-se que, após o advento dos medicamentos 
antidepressivos, a depressão tornou-se um problema de ordem médica passível de tratamento 
restringindo essa assistência no campo da psicologia. 
 
 
8) REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 Faz-se urgente uma reflexão crítica a respeito do uso excessivo de medicamentos 
psicotrópicos1 em que a comunidade friburguense está submetida. É impressionante e também 
curiosa a quantidade de farmácias existentes nesta cidade. E o mais preocupante é que todas 
são frequentadas com assiduidade pelos seus fiéis usuários. 
 A busca pelo gerador desse frenético movimento é o foco dessa pesquisa. Pode-se 
inicialmente considerar duas vertentes: a cultura atual pela qual a sociedade em geral é 
movida, especialmente no que diz respeito ao ‘ser’. E, o ganancioso interesse econômico das 
indústrias farmacêuticas advindo das vendas de seus produtos. Há de se considerar que não 
seriam realizados investimentos tão altos com a publicidade de seus produtos, se não fosse 
garantido o sucesso do também alto retorno financeiro. 
 
1 Que ou o que atua quimicamente sobre o psiquismo, a atividade mental, o comportamento, a percepção etc. 
(diz-se de medicamento, droga, substância etc.) [Alguns psicotrópicos têm efeito sedativo, calmante ou 
antidepressivo; outros, esp. se us. indevidamente, podem causar perturbações psíquicas.]. (Dicionário Houaiss 
da língua portuguesa). 
 
 
5 
 De acordo com Burman (1999 apud PELEGRINI, 2003): “Atualmente, a exterioridade 
é o valor. Os signos externos, como os bens de consumo, são os delimitadores do que cada um 
é”. 
 A realidade da fala de Burman não se restringe somente a bens de consumos materiais, 
vai muito além, ela perpassa pela forma como o indivíduo se apresenta no que diz respeito ao 
seu comportamento social. Ou seja, na atual sociedade, preza-se mais a imagem – aquilo que 
se vê de imediato – do que qualquer outra coisa. A aparência ilusionista é hoje a responsável 
por atravessar diversos aspectos de nossa cultura. 
 Nesse contexto, o sofrimento humano – entendido aqui pela tristeza, angústias ou 
mesmo a ansiedade que fazem parte do cotidiano da experiência humana – estão sendo 
camuflados pelos medicamentos antidepressivos, ansiolíticos, etc. 
Busca-se permanecer no estado de prazer e alegria, ao preço de se eliminar 
parte da experiência humana. É como se, socialmente, não se 
reconhecessem mais a dor e a frustração como constitutivos do percurso 
rumo aos ideais de prazer e alegria. Dor e frustração deixam de ser 
indicadores dos limites inerentes à experiência daquele sujeito singular. Ou 
seja, veicula-se a ideia de que essa imagem ideal de pleno prazer está 
disponível para todos a mínimos esforços e que a não concretização desse 
modelo decorre de problemas particulares daquele sujeito 
(ALBUQUERQUE, 2000, p. 83 apud PELEGRINI, 2003). 
 
Nesta concepção, chega acoplada a publicidade trazendo a garantia de felicidade e 
plena satisfação através de suas persuasivas propostas, explorando com estilo suas belas 
imagens. Então, como pronta resposta são apresentadas as ‘drogas’... e, “Há de se glorificar o 
Eu, mesmo que, para tanto, os caminhos sejam os bioquímicos e os farmacológicos” 
(PELEGRINI, 2003). 
E quanto às indústrias farmacêuticas, o que se pode presumir nesse contexto? É no 
mínimo curioso o fato do DSM V (2013) ter introduzido tantas novas entidades patológicas. 
Segundo Allen Frances (diretor do DSM IV), em entrevista2 afirmou: “Não soubemos 
nos antecipar ao poder dos laboratórios de fazer médicos, pais e pacientes acreditarem que o 
transtorno psiquiátrico é algo muito comum e de fácil solução”. O diretor faz uma ressalva 
importante: 
Os fármacos são necessários e muito úteis em transtornos mentais severos e 
persistentes, que provocam uma grande incapacidade. Mas não ajudam nos 
problemas cotidianos, pelo contrário: o excesso de medicação causa mais 
danos que benefícios. Não existe tratamento mágico contra o mal-estar. 3 
 
2 Disponível em: http://psibr.com.br/noticias/ex-coordenador-do-dsm-sobre-a-biblia-dapsiquiatriatransformamos 
-problemas-cotidianos-em-transtornos-mentais Acesso em: 16 jun. 2015. 
3 Idem. 
 
 
6 
 Além disso, Frances (2014) discorre sobre a transformação dos problemas diários em 
transtornos mentais sendo estes tratados com comprimidos. E ele próprio adverte sobre os 
interesses das indústrias farmacêuticas: 
Sim, estamos transformando os problemas diários em transtornosmentais e 
tratando-os com comprimidos. Parte do problema é que o sistema de 
diagnóstico é muito frouxo. Mas o principal problema é que a indústria 
farmacêutica vende doenças e tenta convencer indivíduos de que precisam 
de remédios. Eles gastam bilhões de dólares em publicidade enganosa para 
vender doenças psiquiátricas e empurrar medicamentos.4 
 
 
9) METODOLOGIA 
 
 
Esta pesquisa obedecerá dois critérios metodológicos. No primeiro, seleção de 
materiais bibliográficos considerando autores que abordam o tema com maior especificidade. 
Destacando como principais referenciais teóricos: Marta Pelegrini, Ricardo Moreno, Márcia 
Soares e Allen Frances. Pesquisa de abordagem quantitativa, caráter descritivo. E a outra 
através da pesquisa de campo realizada através de entrevista estruturada – questões pré-
elaboradas – (Procedimento técnico – levantamento) que será oferecido a alguns médicos da 
cidade de Nova Friburgo, RJ. 
Posteriormente, todos os dados serão analisados de forma quantitativa e qualitativa no 
que diz respeito ao material bibliográfico e o da pesquisa de campo. A análise deste conjunto 
resultará numa produção textual que confirmará ou não, o tema da pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Disponível em: http://www.freudiana.com.br/destaques-home/perigosa-industria-das-doencas-mentais-uma-
entrevista-allen-frances.html Acesso em: 22 jun. 2015. 
 
 
7 
10) CRONOGRAMA 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
A PERIGOSA INDÚSTRIA DAS DOENÇAS MENTAIS – uma entrevista com Allen 
Frances (sexta-feira, 17 outubro, 2014). Disponível em: http://www.freudiana.com.br/ 
destaques-home/perigosa-industria-das-doencas-mentais-uma-entrevista-allen-frances.html 
Acesso em: 22 jun. 2015. 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6023: informação e 
documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 
 
 
______. NBR 10520: informação e documentação: Citações em documentos – Apresentação. 
Rio de Janeiro, 2002. 
 
 
______. NBR 14724: informação e documentação: Trabalhos acadêmicos – Apresentação. 
Rio de Janeiro, 2002. 
 
 
 
ATIVIDADES/PERÍODO 
Jul. 
2015 
Ago. 
2015 
Set. 
2015 
Out. 
2015 
Nov. 
2015 
Dez. 
2015 
Elaboração do Projeto 
de Pesquisa 
X 
Leitura e fichamentos X X 
Pesquisa de campo: aplicação de 
questionários 
 X 
Análise dos dados e elaboração 
do TCC 
 X X 
Divulgação dos resultados / 
entrega do TCC 
 X 
 
 
8 
EX-DIRETOR DO DSM, A ‘BÍBLIA’ DA PSIQUIATRIA, ADMITE: “Transformamos 
problemas cotidianos em transtornos mentais”. Disponível em: http://psibr.com.br/noticias/ 
ex-coordenador-do-dsm-sobre-a-biblia-da-psiquiatria-transformamos-problemas-cotidianos-
em-transtornos-mentais Acesso em: 16 jun. 2015. 
 
 
LAROSA, Marco Antônio. Pesquisa de Campo. (Metodologia da Pesquisa – Módulo IV), 
Cursos de Pós-Graduação Latu Sensu. Rio de Janeiro: UCAM - Instituto a Vez do Mestre, 
2007. 
 
 
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 
São Paulo: EPU, 1986. 
 
 
OLIVEIRA, Maria Ester de Araújo. Projeto de Pesquisa. (Metodologia da Pesquisa – 
Módulo VI), Cursos de Pós-Graduação Latu Sensu. Rio de Janeiro: UCAM - Instituto a Vez 
do Mestre, 2007. 
 
 
 
ANEXO A ___ Modelo do questionário a ser utilizado na pesquisa de campo. 
 
 
Prezado Doutor, 
 
Percebo que há hoje uma grande urgência numa reflexão crítica/científica sobre o uso 
excessivo de medicamentos psicotrópicos que está submetida à população friburguense. Por 
isso, optei por uma pesquisa de campo – final de curso – que viesse atender essa necessidade. 
Meu propósito é o de deixar uma contribuição significativa visando à conscientização da 
população quanto a esse uso abusivo desses específicos medicamentos. Logo, o tema do 
trabalho foi definido: “MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS: O excesso do uso na 
contemporaneidade”. Na pesquisa, pretende-se descortinar essa realidade e induzir essa 
conscientização, visto que não parecem ser considerados os riscos futuros que os usuários 
desses medicamentos certamente correrão. Por isso, espero, adentrando nos consultórios 
médicos, conhecer seu pensamento quanto a esse fato e assim evitar um julgamento 
precipitado ou equivocado diante da falta de uma escuta focada. Dessa forma, solicito sua 
contribuição a fim de que minha pesquisa tenha uma argumentação sólida e verdadeira. 
 
“Comprometimento individual a um esforço conjunto – isso é o que faz um time 
funcionar, uma empresa funcionar, uma sociedade funcionar, 
uma civilização funcionar.” 
 Vince Lombardi 
 
 
9 
ENTREVISTA ELABORADA PARA ATENDER AO TRABALHO DE CONCLUSÃO 
DE CURSO (TCC), DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE MENTAL E ASSISTÊNCIA 
PSICOSSOCIAL. COORDENADO PELA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ, 
CAMPUS – NOVA FRIBURGO, (RJ). 
 
 
 
 
1- Nome completo. 
________________________________________________________________________ 
 
2- Formação: 
Graduação ( ) Bacharelado em: _____________________________________ 
 Ano de Conclusão: ____________ 
 Pós-Graduação ( ) Lato Sensu em: ______________________________________ 
 Ano de Conclusão: ____________ 
 ( ) Stricto Sensu em: ____________________________________ 
 Ano de Conclusão: ____________ 
 ( ) Formação específica ou complementar para atuar como Professor 
 Universitário? 
 
3- Atua (ou já atuou) como docente universitário? 
_________________________________________________________________________ 
 
4- Há quanto tempo está no exercício da medicina? E em que tipo de serviço atua: público ou 
privado? 
_________________________________________________________________________ 
 
5- Você concorda que há um excesso na conduta de prescrição de medicamentos 
psicotrópicos? O que deve, de fato, o médico considerar para fazer uma prescrição desse teor? 
_________________________________________________________________________ 
 
6- O que você diria sobre a última revisão do DSM em 2013, (atual DSM-V). 
_________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
 
 
 
10 
7- Você já observou a quantidade de farmácias que há nessa cidade? O que pode dizer a 
respeito? 
_________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
 
8- Em seu território de atuação profissional é possível perceber uma exploração das indústrias 
farmacêuticas? 
_________________________________________________________________________ 
 
9- Procede dizer que os médicos recebem determinada porcentagem dos laboratórios para 
indicação de seus respectivos medicamentos? 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 
10- Você tomou conhecimento da entrevista concedida pelo ex-diretor do DSM IV (Dr. Allen 
Frances) a respeito das novas entidades patológicas acrescidas no DSM V? O que tem a dizer 
a respeito? 
_________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
 
11- O que acha que pode ser feito para minimizar a prescrição excessiva de medicamento 
psicotrópicos? 
_________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
 
Nova Friburgo, _____/_________/ 2015. 
 
Obs.: Prezado doutor, provavelmente, seu questionário será anexado 
ao corpo do artigo que será construído, solicito sua autorização ou não, 
assinalando uma das opções abaixo: 
 
( ) autorizo ( ) não autorizo – Rubrica: __________________ 
 
 
 
Obrigada, por sua valiosa contribuição! 
 
 
11 
 
CID-10 - A Classificação Internacionalde Doenças e Problemas Relacionados à Saúde 
(também conhecida como Classificação Internacional de Doenças – CID 10) é publicada 
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa padronizar a codificação de doenças e 
outros problemas relacionados à saúde. A CID 10 fornece códigos relativos à classificação 
de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, 
circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de 
saúde é atribuída uma categoria única à qual corresponde um código CID 10. 
 
DSM - Existem cinco revisões para o DSM desde sua primeira publicação em 1952. A 
maior revisão foi a DSM-IV, publicada em 1994. O DSM-5 (também referido como 
DSM-V) foi publicado em 18 de maio de 2013 e é a versão atual do manual. Em termos 
de pesquisa em saúde mental, o DSM continua sendo a maior referência da atualidade.