Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ALUNO: INGRID SUELLEN PIRES DA SILVA MATRÍCULA: 201904174434 CURSO: PEDAGOGIA PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E PLANEJAMENTO DO ENSINO URUBURETAMA – CE 2021 1- INTRODUÇÃO Neste texto iremos analisar as diferenças básicas entre o que seja Planejamento Educacional e Planejamento de Ensino Embora possam parecer sinônimos iremos analisar que há uma enorme diferença entre os dois termos que poderíamos definir como sendo uma questão de hierarquia de planejamento 2- PLANEJAMENTO EDUCACIONAL É todo ato intencional, político e técnico para direcionar as atividades do campo educacional, buscando racionalizar os fins e os meios para conseguir os objetivos propostos. É intencional, na medida em que não pode ser efetivado aleatoriamente. Ele implica conhecimentos da realidade, pressupõe escolhas e estabelecimento de meios para se atingir um determinado fim. É político, visto que está comprometido com as finalidades sociais e políticas da sociedade. Além do mais, acontece em nível macro, refere-se ao planejamento de todo o sistema educacional do país e diz respeito aos direcionamentos da política educacional e a melhor forma de alcançá-las. Reflete a visão que se tem de mundo, de homem, exigindo, portanto, um compromisso com a construção da sociedade e deve atender tanto às necessidades de desenvolvimento do país quanto às do indivíduo (corresponde ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual ou municipal). 2.1- OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL Segundo Coaracy (1972), os objetivos do Planejamento Educacional são: * relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de cada comunidade, em particular; * estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos) * alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais adequados para atingi-los; * conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema. É condição primordial do processo de planejamento integral da educação que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir para a dignificação do homem e para o desenvolvimento cultural, social e econômico do país. 2.2- REQUISITOS DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL São requisitos fundamentais do Planejamento Educacional: A aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social e econômica do país. A apreciação objetiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e longo prazo. Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a fim de assegurar a eficácia das soluções propostas. A previsão dos fatores mais significativos que intervêm no desenvolvimento do planejamento. Além da continuidade que assegure a ação sistemática para alcançar os fins propostos. A Coordenação dos serviços da educação, e destes com os demais serviços do Estado, em todos os níveis da administração pública. A avaliação periódica dos planos e adaptação constante destes mesmos às novas necessidades e circunstâncias. A Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou imprevisíveis. Trabalho de equipe que garanta uma soma de esforços eficazes e coordenados. Formulação e apresentação do plano como iniciativa e esforço nacionais, e não como esforço de determinadas pessoas, grupos e setores” O Planejamento e Educacional tem como pressupostos básicos: O delineamento da Filosofia da Educação do País, evidenciando o valor das pessoas e da escola na sociedade. Operacionaliza-se em planos e projetos e tem um caráter processual, constituindo-se, pois, em uma atividade permanente de reflexão e ação, na busca de alternativas para a solução de problemas e de tomada de decisão. 3. PLANEJAMENTO DE ENSINO Pode-se dizer que o planejamento de ensino é uma especificação do planejamento curricular, já que traduz em termos mais concretos o que o professor irá realizar em sala de aula e como irá alcançar os objetivos educacionais propostos. Segundo Gama e Figueredo: “O professor, ao realizar seu planejamento de ensino, antecipa de forma coerente e organizada todas as etapas do trabalho escolar, não permitindo que as atitudes propostas percam sua essência, ou seja, o seu trabalho a ser realizado encaixa-se em uma sequência, uma linha de raciocínio, em que o professor tem a real consciência do que ensina e quais os objetivos que espera atingir, para que nada fique disperso ao acaso. (s/d, p.07)”. O planejamento de ensino passa a ser compreendido de forma estreitamente vinculada às relações que se produzem entre a escola e o contexto histórico-cultural em que a educação se realiza. Desse modo, o planejamento de ensino é um elemento integrador entre a escola e o ambiente social em que a escola e seus alunos estão inseridos. O planejamento de ensino é dividido em quatro etapas que são o conhecimento da realidade, elaboração do plano, a execução do plano, e a avaliação e aperfeiçoamento do plano. O conhecimento da realidade é o primeiro passo para o planejamento, pois é preciso conhecer o aluno e seu meio para saber para quem se vai planejar, conhecendo as aspirações, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos. Fazendo essa “sondagem” e realizando o diagnóstico, isto é, analisando os dados coletados, podemos propor o que é possível alcançar pelos alunos e até mesmo o que lhes interessa aprender. A elaboração do plano de ensino é a segunda etapa que devemos percorrer. Nessa etapa estaremos determinando o que é possível alcançar, como fazer para alcançar, e o que julgamos possível alcançar, e ainda como avaliar os resultados. Para a elaboração desse plano seguem-se seis passos que são a determinação dos objetivos, seleção e organização dos conteúdos, seleção e organização dos procedimentos de ensino, seleção de recursos, seleção de procedimentos de avaliação e estruturação do plano de avaliação. Terceiro passo a ser percorrido pelo professor é a execução do plano, sendo que esse consiste no desenvolvimento das atividades previstas. Algumas vezes é necessário fazer alterações no planejamento, devido a reações dos alunos ou mesmo devido a circunstâncias do ambiente, mas isso é normal. Assim uma característica de um bom planejamento é a flexibilidade. Por último devemos realizar a avaliação e o aperfeiçoamento do plano. Nessa etapa a avaliação toma um sentido diferente da avaliação do ensino-aprendizagem, pois procuramos avaliar, além dos resultados do ensino-aprendizagem, avaliar a qualidade do nosso plano, nossa eficiência como professor e a eficiência do sistema escolar. 3.1- OBJETIVOS DO PLANO DE ENSINO Racionalizar as atividades educativas. Assegurar um ensino efetivo e econômico. Conduzir os alunos ao alcance dos objetivos. Verificar a marcha do processo educativo. Dentro do planejamento de ensino devemos citar os planos de curso ou disciplina, da unidade e da aula propriamente dita. 3.2- REQUISITOS PARA O PLANEJAMENTO DE ENSINO . Conhecimento profundo dos conceitos centrais e leis gerais da disciplina, bem como dos seus procedimentos investigativos (e como surgiram historicamente na atividade científica). . Saber avançar das leis gerais para a realidade circundante em toda a sua complexidade. . Saber escolher exemplos concretos e atividades práticas que demonstrem os conceitos e leis gerais de modo mais transparente. . Iniciar o estudodo assunto pela investigação concreta (objetos , fenômenos, visitas, filmes), em que os alunos vão formulando relações entre conceitos, manifestações particulares das leis gerais, para chegar aos conceitos científicos. . Criação de novos problemas (Situações de aprendizagens mais complexas, com maior grau de incerteza que propiciam em maior medida a iniciativa e a criatividade do e estudante 4- CONCLUSÃO Na esfera educacional o processo de planejamento ocorre em diversos níveis, segundo a relevância da ação que se tem em vista realizar. O planejamento educacional é o mais extensivo, geral e abrangente. Prevê a estruturação e o funcionamento da totalidade dos Sistema Educacional. Determina as diretrizes da política nacional de educação. A seguir, temos o planejamento curricular, que está intimamente relacionado às prioridades assentadas no planejamento educacional. Sua função é traduzir, em termos mais próximos e concretos, as linhas-mestras de ação delineadas no planejamento imediatamente superior, através de seus objetivos e metas. Constitui o esquema normativo que serve de base para definir e particularizar a linha de ação proposta pela escola. Permite a interligação entre a escola e a comunidade. Logo após, temos o planejamento de ensino, que parte sempre de pontos referenciais estabelecidos no planejamento curricular. Temos, em essência, neste tipo de planejamento, dimensões, filosófica, que explicita os objetivos da escola. Psicológica, que indica a fase de desenvolvimento do aluno, suas possibilidades e interesses. Social, que expressa as características do contexto sócio-econômico-cultural do aluno e suas exigências. Este detalhamento é feito tendo em vista o processo ensino-aprendizagem. Assim, chegamos ao nível mais elementar e próximo da ação educativa. É através dele que, em relação ao aluno prevemos mudanças comportamentais e aprendizagem de elementos básicos além de, propomos aprendizagens a partir de experiências anteriores e de suas reais possibilidades, estimulando ainda assim, a integração das diversas áreas de estudo. Como vemos, o planejamento tem níveis distintos de abrangência; no entanto, cada nível tem bem definido e delimitado o seu universo. Sabemos que um nível particulariza um ou vários aspectos delineados no nível antecedente, especificando com maior precisão as decisões tomadas em relação a determinados eventos da ação educativa. A linha de relacionamento se evidencia, então, através de escalões de complexidade decrescente, exigindo sempre um alto grau de coerência e subordinação na determinação dos objetivos almejados. REFERENCIAS [1]COARACY, Joanna. O planejamento como processo. Revista Educação, Ano I, no. 4, Brasília, 1972. p.79. [2]COARACY, J. op.cit. p. 78-9. [3]UNESCO, Seminário Interamericano sobre planejamento integral na educação. Washington. 1958. [4]SARUBBI, Maria Irma. Curriculum. Buenos Aires. Stella, 1971. p.34. [5]MATTOS, L.A.de. Sumário de Didática Geral. Rio de Janeiro. Aurora. 1968. p. 140. [6]CAPPELLETTI, Isabel Franchi. Planejamento de Ensino. Revista Escola n.5. Abril, São Paulo, 1972. p.10.