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License-475539-27618-0-7 Direito Notarial A Atividade Registral Imobiliária Semana 3 Todos os títulos apresentados diariamente no Registro de Imóveis devem ser apontados no Livro de Protocolo (Livro 1), sob número de ordem cronológico, que segue ao infinito. A cada título corresponderá um número de ordem do protocolo, independentemente da quantidade de atos que gerar A prenotação garante a precedência do título sobre os demais. Títulos apresentados para exame e cálculo de emolumentos: não são lançados no protocolo, e sim no Livro de Recepção. Não há, nesse caso, garantia de prioridade. Depende de requerimento escrito e expresso do interessado onde declare ter ciência de que a apresentação do título na forma escolhida não implica prioridade e preferência dos direitos. PROCEDIMENTO REGISTRAL PARTE TEÓRICA 3 3.1 Prenotação © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados. Página 1 License-475539-27618-0-7 Art. 12 da Lei nº 6.015/1973: “Nenhuma exigência fiscal, ou dúvida, obstará a apresentação de um título e o seu lançamento do Protocolo com o respectivo número de ordem, nos casos em que da precedência decorra prioridade de direitos para o apresentante. Parágrafo único. Independem de apontamento no Protocolo os títulos apresentados apenas para exame e cálculo dos respectivos emolumentos.” Nenhum título poderá ser prenotado fora do horário regular de atendimento ao público. O oficial poderá exigir o depósito prévio de emolumentos, referentes aos atos a serem praticados, nos limites das tabelas previstas na legislação estadual, devendo fornecer recibo provisório ao apresentante. Prazo de validade da prenotação: 30 dias (em regra), admitida a prorrogação nas hipóteses legais. Art. 188 da Lei nº 6.015/1973: “Protocolizado o título, proceder-se-á ao registro, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, salvo nos casos previstos nos artigos seguintes.” Depósito prévio: para protocolar o título, poderá o oficial exigir o depósito prévio de emolumentos, nos limites das tabelas previstas na legislação estadual, das despesas totais dos atos a serem praticados, fornecendo aos interessados o recibo provisório. Profilaxia registral: engloba a análise formal dos documentos apresentados para o registro, bem como a consideração das exigências extrínsecas do ato a ser lavrado. Traduz a necessidade de cautela na lavratura dos atos pelo registrador, de modo a prevenir riscos, incertezas e, por via de consequência, litígios. Qualificação registral positiva: o título está apto a produzir os efeitos esperados e previstos pelo ordenamento jurídico. 3.2 Qualificação Qualificação registral negativa: o título não está apto, por faltar requisito necessário à prática do ato. Prazo: o prazo para exame, qualificação e registro ou devolução do título com exigências é de 10 dias (em regra). Conceito: é o documento expedido pelo registrador, ou escrevente autorizado, de caráter obrigatório, nos casos de denegações do ato de registro ou averbação (qualificação negativa). Conteúdo: deve conter todos os motivos da denegação registral e, quando for o caso, as informações e adaptações necessárias para o registro superveniente do título. Forma: deve ser escriturada por escrito, de forma objetiva e clara. Características: a nota devolutiva deve ser legítima (pautada pela lei), razoável (apenas em caso de impossibilidade efetiva de registro), exaustiva (deve conter todas as exigências cabíveis) e tem natureza passiva. Art. 198 da Lei nº 6.015/1973: “Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá- la-á por escrito. Não se conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou não a podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaração de dúvida, remetido ao juízo competente para dirimí-la, obedecendo-se ao seguinte: 3.3 Nota devolutiva, explicativa ou de recusa: © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados. Página 2 License-475539-27618-0-7 Qualificação registral negativa: o título não está apto, por faltar requisito necessário à prática do ato. Prazo: o prazo para exame, qualificação e registro ou devolução do título com exigências é de 10 dias (em regra). Conceito: é o documento expedido pelo registrador, ou escrevente autorizado, de caráter obrigatório, nos casos de denegações do ato de registro ou averbação (qualificação negativa). Conteúdo: deve conter todos os motivos da denegação registral e, quando for o caso, as informações e adaptações necessárias para o registro superveniente do título. Forma: deve ser escriturada por escrito, de forma objetiva e clara. Características: a nota devolutiva deve ser legítima (pautada pela lei), razoável (apenas em caso de impossibilidade efetiva de registro), exaustiva (deve conter todas as exigências cabíveis) e tem natureza passiva. Art. 198 da Lei nº 6.015/1973: “Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá- la-á por escrito. Não se conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou não a podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaração de dúvida, remetido ao juízo competente para dirimí-la, obedecendo-se ao seguinte: 3.3 Nota devolutiva, explicativa ou de recusa: © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados. Página 3 License-475539-27618-0-7 I - no Protocolo, anotará o oficial, à margem da prenotação, a ocorrência da dúvida; Il - após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da dúvida, rubricará o oficial todas as suas folhas; III - em seguida, o oficial dará ciência dos termos da dúvida ao apresentante, fornecendo- lhe cópia da suscitação e notificando-o para impugná-la, perante o juízo competente, no prazo de 15 (quinze) dias; IV - certificado o cumprimento do disposto no item anterior, remeterse-ão ao juízo competente, mediante carga, as razões da dúvida, acompanhadas do título.” Finalidade: requalificação da registrabilidade do título por autoridade administrativa hierarquicamente superior. Não é o procedimento adequado para discutir questões de mérito, ou matérias que exigem dilação probatória. A cognição em matéria de dúvida é exaurida. Natureza jurídica: procedimento administrativo vinculado → não impede o uso do processo contencioso competente. Art. 204 da Lei nº 6.015/1973: “A decisão da dúvida tem natureza administrativa e não impede o uso do processo contencioso competente.” Hipóteses: em caso de qualificação negativa do título, o oficial suscitar a dúvida, mediante requerimento do interessado, se houver: Discordância do interessado em relação às exigências formuladas pelo oficial; Impossibilidade absoluta de satisfazer as exigências formuladas. 3.4 Suscitação de Dúvida © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados. Página 4 License-475539-27618-0-7 Art. 30, XIII, da Lei nº 8.935/1994: “São deveres dos notários e dos oficiais de registro: (...) XIII - encaminhar ao juízo competente as dúvidas levantadas pelos interessados, obedecida a sistemática processual fixada pela legislação respectiva;” Art. 198 da Lei nº 6.015/1973: “Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá- la-á por escrito. Não se conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou não a podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaração de dúvida, remetido ao juízo competente para dirimí-la, obedecendo-se ao seguinte: I - no Protocolo, anotará o oficial, à margem da prenotação, a ocorrência da dúvida; Il - após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da dúvida, rubricará o oficial todas as suas folhas; III - em seguida, o oficial dará ciência dos termos da dúvida ao apresentante, fornecendo- lhe cópia da suscitação e notificando-o para impugná-la, perante o juízo competente, no prazo de 15 (quinze) dias; IV - certificado o cumprimento do disposto no item anterior, remeterse-ão ao juízo competente, mediante carga, as razões da dúvida, acompanhadas do título.” Objeto: em alguns Estados,a dúvida é restrita às hipóteses de registro em sentido estrito, sendo que em matéria de averbação cabe pedido de providência. Não há diferenças no processamento de ambas as figuras, salvo em sede recursal: a dúvida é remetida, se impugnada, ao Conselho Superior da Magistratura, enquanto o pedido de providência ao Corregedor Geral da Justiça. © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados. Página 5 License-475539-27618-0-7 Veda-se a irresignação parcial, de modo a evitar fraudes ao princípio da prioridade registral. Requerimento: não se exige capacidade postulatória para a suscitação de dúvida, salvo em sede recursal. Efeitos: a suscitação de dúvida prorroga os efeitos da prenotação até decisão transitada em julgado da dúvida. Competência para julgamento: indicada pela lei de organização judiciária estadual. Impugnação: o interessado poderá impugnar a dúvida no prazo de 15 dias. A falta de impugnação pelo interessado não o sujeita à revelia, já que a matéria é de direito → ainda assim será julgada pelo juiz competente. Ministério Público: deve intervir, obrigatoriamente, como fiscal da lei. Art. 200 da Lei nº 6.015/1973: “Impugnada a dúvida com os documentos que o interessado apresentar, será ouvido o Ministério Público, no prazo de dez dias.” Sentença: autoridade que apreciar a dúvida deverá declarar o acerto (em caso de procedência da dúvida), ou o erro do registrador (em caso de improcedência), ou ainda, a impossibilidade de cumprimento de exigência. Prazo: se não forem requeridas diligências, o juiz proferirá decisão em 15 dias, com base nos elementos constantes dos autos. A decisão do juiz corregedor, emitida em âmbito administrativo, tem natureza vinculatória e normativa. Não cabe ao registrador discricionariedade no atendimento à sentença proferida. A decisão proferida gera preclusão administrativa, mas não faz coisa julgada material, e, portanto, não obsta a reforma pela via jurisdicional. Procedimento: i) Qualificação negativa do título. ii) Emissão e entrega da nota de devolução. iii) Inconformismo do apresentante ou impossibilidade de satisfação das exigências. iv) Requerimento do interessado perante o registrador. v) Remessa da dúvida ao juízo competente para dirimi-la. vi) Anotação à margem da prenotação no Livro Protocolo. Recursos: o interessado, o Ministério Público e o terceiro prejudicado poderão interpor apelação, com os efeitos devolutivo e suspensivo. Na dúvida inversa, o interessado deduz, diretamente perante o juízo competente, a pretensão de superar as exigências formuladas originariamente pelo registrador. Admitida por parte da doutrina e jurisprudência, como medida de economia processual. O juiz determina a autuação do pedido e abre vistas dos autos ao registrador, que deverá prenotar imediatamente o título, bem como prestar as informações rogadas e fundamenta as exigências formuladas anteriormente. 3.5 Dúvida inversa © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados. Página 6 License-475539-27618-0-7 Procedimento: i) Qualificação negativa do título. ii) Emissão e entrega da nota de devolução. iii) Inconformismo do apresentante ou impossibilidade de satisfação das exigências. iv) Requerimento do interessado perante o registrador. v) Remessa da dúvida ao juízo competente para dirimi-la. vi) Anotação à margem da prenotação no Livro Protocolo. Recursos: o interessado, o Ministério Público e o terceiro prejudicado poderão interpor apelação, com os efeitos devolutivo e suspensivo. Na dúvida inversa, o interessado deduz, diretamente perante o juízo competente, a pretensão de superar as exigências formuladas originariamente pelo registrador. Admitida por parte da doutrina e jurisprudência, como medida de economia processual. O juiz determina a autuação do pedido e abre vistas dos autos ao registrador, que deverá prenotar imediatamente o título, bem como prestar as informações rogadas e fundamenta as exigências formuladas anteriormente. 3.5 Dúvida inversa © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados. Página 7 License-475539-27618-0-7 Básica: AFRANIO DE CARVALHO. Registro de Imóveis. Rio de Janeiro, Forense, 4ª ed., 1998 DINIZ, Maria Helena. Sistemas de Registros de Imóveis.11ª ed, São Paulo, Saraiva, 2014, pp. 439-441; 444-464 Complementar: CENEVIVA, Walter. Lei dos Notários e dos Registradores Comentada (Lei nº 8.935/1994), Ed. Saraiva, 2. ed., 1999 SARMENTO FILHO, Eduardo Sócrates Castanheira. Direito Registral Imobiliário. 22ª ed, Curitiba, Juruá, 2013, pp. 37-49 SARMENTO FILHO, Eduardo Sócrates Castanheira. Direito Registral Imobiliário. 22ª ed, Curitiba, Juruá, 2013, pp. 167- 222 Referências bibliográficas © DeVry Brasil/Fanor. Todos os direitos reservados. Página 8
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