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Trabalho resenha critica_responsabilidade ambiental

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
PÓS GRADUAÇÃO EM LEGISLAÇÃO, AUDITORIA E 
PERÍCIA AMBIENTAL 
 
 
Resenha Crítica 
Jéssica Terezinha Vitche da Soler 
 
 
 
Trabalho da disciplina Responsabilidade ambiental civil, penal e 
administrativa 
 Tutor: Prof. Carlos Eduardo 
Annechino Moreira Miguel 
Tubarão 
2020 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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A RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS AMBIENTAIS NO DIREITO 
BRASILEIRO E COMPARADO: Teoria do Risco Criado versus Teoria do Risco 
Integral. 
Referência: 
Bedran, Karina Marcos & Mayer, Elizabeth. A RESPONSABILIDADE CIVIL POR 
DANOS AMBIENTAIS NO DIREITO BRASILEIRO E COMPARADO: Teoria do 
Risco Criado versus Teoria do Risco Integral. Veredas do Direito, Belo 
Horizonte, v.10, n.19, p.45-88. Jan/Jun de 2013. Disponível em: 
http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/sendWork. Acesso em: 14/09/2020. 
 
 
No artigo “A responsabilidade civil por danos ambientais no direito brasileiro e 
comparado: teoria do risco criado versus teoria do risco integral” escrito pelas 
autoras Karina Marcos Bedran e Elizabeth Mayer, apresenta uma análise da 
responsabilidade civil no caso de danos ambientais no Brasil, fazendo um paralelo 
entre Teoria do Risco Criado e a Teoria do Risco Integral, publicado no ano de 2013 
por Veredas do Direito. 
Nos últimos anos com o surgimento de muitos problemas e alterações 
ambientais por quais o meio ambiente vem passando como a destruição de 
ecossistemas, poluição da bio e ecoesfera, do solo, dos lençóis freáticos, entre 
outros, levou a uma busca da maior efetividade na proteção ambiental, onde cada 
país vem adotando medidas de responsabilização próprias, tendendo ao 
desenvolvimento ambiental. 
Em relação a responsabilidade civil por danos ambientais no direito brasileiro, 
parte dos tribunais e da doutrina adotam a Teoria do risco criado, onde a admite-se 
as excludentes de responsabilidade civil, ou seja, culpa exclusiva da vítima, fato de 
terceiros e caso fortuito ou força maior. Esta teoria se alinha a da Teoria da 
causalidade adequada, no qual seu elemento principal o perigo, onde o mesmo 
deve-se se aferir se há liame causal entre a ação ou omissão e o dano. Logo, em 
um sistema de responsabilização de dano ao meio ambiente no direito brasileiro, 
jurisprudência e doutrina adotam a teoria objetiva com visão em duas vertentes: 1) 
as que não admitem excludentes (teoria do risco integral) e, 2) as que admitem 
 
 
 
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excludentes de responsabilidade (teoria do risco administrativo, do risco criado, do 
risco-proveito, do risco da atividade). 
Na responsabilidade civil por danos ambientais no direito comparado, será 
exposto a responsabilidade civil de outros países. Começando pela Alemanha. Na 
constituição alemã não possui em sua redação a previsão em relação a tutela do 
meio ambiente. Logo, só existe a reparação civil ambiental quando em qualquer 
ação danosa, se esta afetar ou colocar em risco a vida, a saúde e a propriedade de 
alguém. Para que o dano seja passível de reparação, o indivíduo lesado deve ajuizar 
a ação de ressarcimento, caso contraio não a reparação do dano. 
Na Argentina, a redação constitucional aborda a preocupação com o meio 
ambiente, na qual é muito parecida com a legislação brasileira. A mesma prevê o 
uso de recursos naturais desde que ocorra a promoção do desenvolvimento 
sustentável no presente, sem gerar comprometimento destes recursos as futuras 
gerações. A responsabilização civil pelo dano causado, coletivo, onde a legislação 
aplica a obrigação de que a reparação deve ser dada pelo agente causador, sendo 
este responsável objetivamente pela reparação, e caso ocorra impossibilidade, a 
legislação da Argentina possui o fundo de compensação ambiental, neste fundo é 
depositado um indenização compensatória. Caso o dano venha ser individual, a 
legislação também prevê a responsabilidade civil, regulada pelo direito comum. 
Neste caso é priorizado a realização de recomposição do ambiente degradado, só 
determinando a reparação monetária se ocorrer a impossibilidade de reparação. Há 
também na legislação argentina a responsabilidade solidaria, onde responderão 
solidariamente pela reparação do dano causado, duas ou mais pessoas, que 
realizarem coletivamente o dano ambiental e caso não seja possível será atribuído a 
responsabilidade a cada um dos agentes causadores. 
No Chile, ocorre a responsabilidade civil apenas de forma subjetiva, onde 
deve ser comprovado o dano causado pelo agente causador. Logo, é tipificado na 
legislação, onde, alguns casos em que a responsabilidade civil será objetiva, são 
nos casos de: danos marinhos causados por substancias nocivas, danos nucleares, 
aplicação de pesticidas. 
 
 
 
 
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Nos Estados Unidos, possui três características que definem a 
responsabilidade civil ambiental, podendo ser retroativa, solidaria ou objetiva. Além 
disso, dispõe de caráter preventivo e compensatório, o qual proporciona incentivos 
as empresas para que tomem precauções e também previnam-se contra danos 
ambientais. Na norma americana, outro fato importante é que no amparo legal, diz 
que a lesão aos recursos naturais devem ser reparados na situação anterior, por 
meio de recomposição, substituição, restauração ou aferição sendo equivalentes aos 
recursos naturais lesados. 
Na Itália, assim como na constituição alemã, possui ausência de dispositivo 
específico e dispositivos em suas leis que tutelem o meio ambiente. Sendo apenas 
associada a proteção aos direitos fundamentais. Logo, a responsabilidade civil que é 
aplicada por danos ambientais possui duas vertentes, de acordo com a Diretiva 
2004/35, anexo III, que estabelece diretrizes a responsabilidade ambiental em 
termos de prevenção e reparação dos danos ambientais, sendo esta do tipo objetiva, 
na qual considera o nexo de causalidade entre a atividade do agente e a ocorrência 
do dano. Já quando os danos causados por uma atividade não esteja incluída no 
anexo III, a responsabilidade civil se baseara de acordo com o dolo ou a culpa do 
agente causador, sendo esta subjetiva. Apesar disso, as agências de controle 
ambiental são bastante eficazes na contenção de ações predatórias ao meio 
ambiente. 
Em Portugal, a responsabilidades para os eventuais danos ambientais deverá 
ser objetiva, independente de culpa sempre que o agente causador, causar danos 
significativos ao meio ambiente. Porém, é necessário a comprovação de que a ação 
danosa causou danos perigosos e significativos. 
Por fim, com base na análise descritas pelas autoras Bedran e Mayer, 
podemos concluir que apesar de o Brasil possuir uma legislação rigorosa e 
completa, o mesmo possui poucos instrumentos para que seja de fato efetivada a 
reparação do dano.

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