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Vacinas de Gatos

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA 
 GRADUAÇÃO MEDICINA VETERINÁRIA 2º PERÍODO 
VACINAS DE GATOS
Douglas Moreira Receputi
Gabrielly de Souza Ribeiro
 Julia Ferreira de Faria
 Lavínia dos Santos Amaral Alfano
 Lúbia Soares Magdalena
 Michely de Menezes Wenzel
Priscila Vieira Marques
 Steffany Gomes Macedo 
 
Juiz de Fora, MG
Outubro 2020
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA 
 GRADUAÇÃO MEDICINA VETERINÁRIA 2º PERÍODO 
VACINAS DE GATOS
Professora: Patrícia Rodrigues R. de Souza 
Microbiologia, Imunologia e Produção de Imunobiológicos Veterinários
Juiz de Fora, MG
Outubro 2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
RESUMO	4
TIPOS DE VACINAS	5
IMUNIDADE PASSIVA	7
PRINCIPAIS VACINAS FELINAS	8
PRIMOVACINAÇÃO	9
ESQUEMA VACINAL	10
DOENÇAS QUE SERÃO IMUNIZADAS	11
LOCAL DE APLICAÇÃO DAS VACINAS	13
REAÇÕES PÓS-VACINAÇÃO	14
CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
REFERÊNCIAS	17
INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem como foco principal falar sobre vacinação em gatos, quando devem ser aplicadas, as principais vacinas, quais não são recomendadas, o calendário vacinal, seus sintomas e reações, a importância da vacinação e quais doenças são prevenidas, dividindo-se em tópicos que veremos a seguir.
RESUMO
As vacinas vêm sendo utilizadas ao longo dos anos como um dos métodos mais eficazes e seguros na prevenção de doenças consideradas graves. São substâncias biológicas que contém em sua composição agentes patogênicos ou parte deles, modificados em laboratório. Sua função é proteger o organismo contra doenças causadas por vírus ou bactérias, estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos para combater determinado microorganismo. 
A maioria dos anticorpos maternos são transferidos para o filhote por via transplacentária e principalmente pela ingestão do colostro, porém essa proteção tem duração de apenas algumas semanas, sendo fundamental seguir corretamente o protocolo vacinal.
Existem três tipos de vacinas: essenciais, não essenciais e as não recomendadas. As que são mais utilizadas são as vacinas essenciais, que todos os animais, de uma forma geral, devem receber. Elas previnem algumas doenças consideradas graves ou fatais, como a Rinotraqueíte viral felina (FVR), Calicivirose (FCV), Panleucopenia (FPV), e a Raiva. Já as vacinas não essenciais irão proteger contra a Clamidiose e Leucemia viral felina (FeLV). Tais doenças serão imunizadas pelas vacinas polivalentes tríplice (V3), quádrupla e quíntupla (V5), que serão administradas de acordo com a indicação do médico veterinário, e pela vacina antirrábica.
Como a vacinação é um ataque “calculado”, algumas coisas podem sair do controle e o animal pode apresentar reações vacinais adversas, por esse motivo é importante que seja administrada por um médico veterinário, pois só assim as reações poderão ser avaliadas corretamente.
TIPOS DE VACINAS
Quanto à indicação:
· Vacinas essenciais: as vacinas essenciais devem ser aplicadas em todos os gatos, independente da raça, tamanho ou idade, pois são elas que previnem doenças fatais ou que podem ser transmitidas para os seres humanos. Para ser vacinado, o gato deve estar devidamente saudável e ter sido vermifugado com antecedência. A primeira dose só poderá ser aplicada quando o animal tiver entre 45 a 60 dias, e para isto é importante que seja feita uma consulta com um médico veterinário. 
· Vacinas não essenciais: as vacinas não essenciais são aquelas que devem ser aplicadas após uma avaliação realizada por um médico veterinário, que analisará a necessidade considerando o estilo de vida e o risco de exposição do animal. Dentre essas vacinas estão a contra Clamidiose felina (Chlamidia felis) e a contra Leucemia viral felina (FeLV).
A vacina contra a Clamidiose só deve ser aplicada em gatos com maior exposição ao agente etiológico, como por exemplo animais mantidos em grupos. Já a Leucemia viral pode ser considerada essencial somente para gatos com menos de 12 meses, devido a maior frequência de infecção nessa idade. No entanto, quando gatos adultos entram em contato com outros contaminados por FeLV devem receber vacinação e reforços periódicos.
· Vacinas não recomendadas: são, principalmente, aquelas que não apresentam muitos estudos aprofundados sobre sua eficiência ou que protegem contra doenças menos relevantes. A vacina considerada não recomendada é a contra a peritonite infecciosa felina. A peritonite infecciosa felina (PIF) é uma doença viral de gatos, causada por um coronavírus no qual existem dois genômicos, sendo eles o FCo V-1, que causa em média 85% das infecções, e o FCo V-2. A PIF pode se manifestar de duas formas: a efusiva (úmida) e a não efusiva (seca), que são definidas por meio da resposta imunológica de cada gato, e em alguns casos o felino pode desenvolver as duas formas. Os sintomas, no geral, são febre, perda de peso e diarréia.
Quanto à composição:
· Vacinas vivas atenuadas: são as vacinas que contêm organismos vivos, porém eles são modificados em laboratório para reduzir a virulência, havendo assim uma diminuição da ação infecciosa.
· Vacinas mortas ou não-infectantes: são as vacinas que não contêm fatores de virulência (não causam a doença), mas é capaz de induzir uma resposta imunológica eficaz.
IMUNIDADE PASSIVA 
A imunidade passiva é a resposta imune no organismo do animal sem que haja a exposição ao patógeno. Tal imunidade é garantida aos filhotes através de anticorpos maternos pela transferência de imunoglobulinas por via transplacentária e pelo colostro.
O colostro é uma espécie de leite de cor amarelada e denso, pois possui mais quantidade de gordura, proteínas e sódio. Só é disponibilizado durante as primeiras vinte e quatro/setenta e duas horas de amamentação, e é nesse período que as alças intestinais do filhote possuem permeabilidade aos anticorpos colostrais. Tal permeabilidade se justifica à baixas quantidades de enzimas proteolíticas e pela breve existência de receptores de imunoglobulinas. O período máximo para a absorção, em felinos, é de dezesseis horas após o nascimento.
Apesar de ser essencial para a sobrevivência de neonatos, os anticorpos colostrais podem atrapalhar a resposta imune obtida de maneira exógena, ou seja, obtida pelas vacinas. Isso acontece porque a imunidade passiva vai reduzindo naturalmente com o passar das semanas. A Janela de Suscetibilidade é a fase em que o filhote não tem níveis suficientes de anticorpos para impedir uma doença, mas ainda estão altos a ponto de bloquear a indução por vacinas. Pode variar de seis a doze semanas de vida. 
PRINCIPAIS VACINAS FELINAS
Existem três tipos de vacinas polivalente para gatos: 
· Tríplice felina (V3) protege contra Panleucopenia, Rinotraqueíte e Calicivirose. 
· Quádrupla felina (V4) também é a proteção contra Clamidiose, Calicivirose, Panleucopenia e Rinotraqueíte. 
· Quíntupla felina (V5) soma a imunização contra Calicivirose, Clamidiose, Panleucopenia, Rinotraqueíte e Leucemia felina. 
E a antirrábica, única vacina obrigatória pelo governo e que as prefeituras disponibilizam gratuitamente, o reforço dela deve ser anual durante toda a vida do animal. 
Abordaremos com maiores detalhes cada uma das doenças mais adiante.
 PRIMOVACINAÇÃO
Consiste na série de vacinas aplicadas em filhotes. Normalmente a primovacinação é realizada em 3 doses; geralmente inicia-se com 45-60 dias de vida, com intervalo de 3 a 4 semanas, aplicando a última dose após as 14-16 semanas de idade.
A vacina antirrábica deve ser aplicada a partir de 12 semanas de idade, em dose única.
Vale ressaltar que, a primeira dose da série irá apenas sensibilizar o organismo, a segunda dose será apenas um reforço da primeira, não imunizando o animal. Somente a terceira dose terá a eficácia necessária para imunização.
 	Vacinar o gatinho da melhor forma e com a maior rapidez possível, imediatamente a seguir ao desaparecimento da imunidade passiva.
ESQUEMA VACINAL
▪ Não existem hoje em dia vacinas efetivas para todas as doenças identificadas no gato.
▪ A vacinaçãode gatos doentes, parasitados ou em fases de tratamento são contraindicada.
▪ Desverminação antes da primovacinação.
▪ Para ser vacinado o gato terá que ter sido previamente vermifugado e estar saudável. As vacinas polivalentes serão administradas em 3 doses. A primeira dose deve ser dada com 45-60 dias de vida com intervalo de 3-4 semanas, administrando 1 dose da vacina V3 ou V4. A vacina antirrábica deverá ser administrada após 12 semanas de vida.
▪ Gatos adultos que nunca foram vacinados, filhotes que já passaram da época de vacinação, gatos de procedência desconhecida ou quando não se tem acesso ao histórico do animal, devem ser vacinados com 2 doses de vacina polivalente (intervalo de 3-4 semanas) e 1 dose de vacina antirrábica.
▪ Indivíduos que necessitem da vacina V5 deverão receber a primeira dose com 8 semanas de vida, que serão aplicadas em 3 doses, com 4 semanas de intervalo. Finalizando a série com 1 dose da antirrábica.
▪ O reforço será anual, administrando 1 dose de vacina polivalente (V3 ou V4) e 1 dose de vacina antirrábica. No caso da V5, o reforço deverá ser realizado 1 ano após a série inicial, juntamente com a antirrábica e depois a cada 2 anos. 
▪ É extremamente importante que todos os gatos realizem o teste para detecção do vírus da Imunodeficiência felina (FIV) e da Leucemia viral felina (FelV) antes de serem vacinados, pois o gato sendo positivo para FelV não poderá ser vacinado contra essa doença. O método ELISA é o mais comum. É um teste rápido que irá detectar a presença do antígeno no plasma sanguíneo do animal infectado.
	VACINAS
	PRIMEIRA DOSE
	SEGUNDA DOSE
	TERCEIRA DOSE
	REVACINAÇÃO
	V3 OU V4
	6 - 8 SEMANAS
45-60 DIAS
	3 - 4 SEMANAS APÓS A PRIMEIRA DOSE
	3 - 4 SEMANAS APÓS A SEGUNDA DOSE
	ANUAL 
1 DOSE
	V5
	8 SEMANAS
	4 SEMANAS APÓS A PRIMEIRA DOSE
	4 SEMANAS APÓS A SEGUNDA DOSE
	A CADA 2 ANOS
	ANTIRRÁBICA
	12 SEMANAS 
DOSE ÚNICA
	
-
	
-
	ANUAL
1 DOSE
 
DOENÇAS QUE SERÃO IMUNIZADAS
· Rinotraqueíte Viral Felina (FVR) - conhecida também como “gripe felina”, é uma doença infecciosa do trato respiratório superior, causada pelo Herpesvírus Felino (FHV-1), pertencente ao gênero Varicellovirus, da família Herpesviridae. A transmissão ocorre por contato direto e acomete principalmente gatos jovens, em seu primeiro ano de vida. Os animais afetados apresentam sintomas de rinite, conjuntivite, febre, falta de apetite e secreção nasal e ocular. A transmissão ocorre, principalmente, pela exposição à secreções oronasais de animais contaminados.
· Calicivirose - doença causada pelo Calicivírus Felino (FCV), pertencente ao gênero Vesivirus, da família Caliciviridae, extremamente contagiosa que afeta o trato respiratório e cavidade oral dos gatos. Os principais sintomas são: úlceras na mucosa oral, conjuntivite, secreção nasal, espirros e febre. A transmissão ocorre por contato direto e indireto com as secreções do animal contaminado.
· Panleucopenia - doença infectocontagiosa que acomete felinos domésticos. É causada pelo Parvovírus Felino (FPV), pertencente ao gênero Protoparvovirus, da família Parvoviridae. O vírus ataca células que se dividem rapidamente, como as da medula óssea, intestinos e também os gânglios linfáticos, causando uma escassez das células de defesa. É uma doença com alta taxa de mortalidade. Alguns dos sintomas são: apatia, falta de apetite, febre, desidratação, vômito, diarreia, gastroenterite e leucopenia (diminuição do número de leucócitos). A transmissão ocorre geralmente pela inalação ou ingestão de partículas contaminadas, mas também pode ocorrer por contato indireto, sendo o vírus transportado através de “veículos”, como calçados por exemplo.
· Clamidiose - doença causada pela bactéria Gram negativa Chlamydia Felis, pertencente ao gênero Chlamydophila, que acomete gatos jovens, geralmente menores de 9 meses. Os principais sintomas são oculares, causando inicialmente uma conjuntivite unilateral e posteriormente, dentro de um a dois dias bilateral. Os gatos infectados também podem apresentar secreção nasal, espirros e rinite. A transmissão ocorre através do contato direto e indireto com as secreções do animal contaminado. Há casos relatados de infecção em humanos.
· Leucemia Viral Felina (FelV) - doença causada por um retrovírus oncogênico, pertencente ao gênero Gammaretrovirus, da família Retroviridae. A doença acomete felinos, principalmente gatos domésticos, causando distúrbios de proliferação celular, imunossupressão e alterações hematológicas. Por ser uma doença que debilita o sistema imunológico, apresenta sinais clínicos variados. Os gatos infectados também podem apresentar sintomas como: secreção nasal e ocular, anorexia e apatia, dentre outros. A transmissão ocorre através da saliva, secreções, leite e via transplacentária de animais infectados. Gatos jovens são mais susceptíveis à doença.
· Imunodeficiência Felina (FIV): é uma doença não zoonótica e incurável, causada por um retrovírus pertencente ao gênero Lentivirus, da família Retroviridae. Se assemelha ao vírus HIV em humanos. O vírus fragiliza progressivamente o sistema imunológico dos animais acometidos deixando-os susceptíveis à outras infecções. Os sintomas podem ser: febre, anorexia, mucosas pálidas, dificuldade de recuperação de problemas simples, inflamação da cavidade oral, anemia e diarreia persistente. É transmitido principalmente pela mordedura, pois o vírus se encontra presente na saliva de gatos infectados.
· Raiva (VR): doença zoonótica causada pelo vírus pertencente ao gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae. O vírus infecta inicialmente o Sistema Nervoso Periférico (SNP) dirigindo-se para o Sistema Nervoso Central (SNC) de mamíferos em geral e caracteriza-se por uma encefalite aguda fatal. É uma doença de evolução clínica rápida. Os gatos geralmente vêm a óbito após 3 ou 4 dias. Alguns dos sinais clínicos são: irritabilidade, hipersalivação, devido à paralisia dos músculos da deglutição, convulsões generalizadas e paralisia do tronco e dos membros. A transmissão ocorre por mordeduras ou arranhaduras, mas principalmente pelo contato com a saliva do animal contaminado.
LOCAL DE APLICAÇÃO DAS VACINAS
A orientação para aplicação de vacinas em felinos é que seja o mais distalmente possível, na face lateral dos membros torácicos e pélvicos, segundo o guia da Associação Americana De Médicos Veterinários (AAFP), 2013, pois são locais que possibilitam a amputação do membro em casos de desenvolvimento de sarcomas.
O guia de 2016 da Associação Mundial De Veterinários De Pequenos Animais (WSAVA), contraindica a aplicação interescapular dorsal, recomendando apenas evitar aplicações intramusculares e que as vacinas devem ser aplicadas por via subcutânea em locais de fácil acesso, que permitam a remoção em casos de neoplasias.
E a ABCD (European Advisory Board On Cat Diseases), 2015, diz que a aplicação das vacinas deve ser realizada em locais que favoreçam uma cirurgia de remoção da neoplasia, caso seja necessário, com grande chance de cura.
Em geral, a recomendação é que as vacinas sejam aplicadas em áreas que facilitam a remoção do tumor ou amputação do membro, caso seja necessário, com menos complicações e maiores possibilidades de recuperação, como os membros e a cauda, embora ainda não haja estudos científicos suficientes que justifiquem a eficácia da vacina na cauda de felinos.
REAÇÕES PÓS-VACINAÇÃO
As vacinas de felinos podem causar algumas reações adversas em até três dias após a aplicação. As reações mais frequentes são letargia e febre, cuja ocorrência é de 54% dos casos. Dor e inchaço no local da aplicação ou vômito são sintomas que também podem acontecer, mas com uma menor frequência (25% e 10% dos casos, respectivamente). As reações raras são inchaço (edema) na face ou em volta dos olhos, prurido em todo o corpo, tumor no local da aplicação (sarcoma), reação alérgica (anafilaxia) e óbito. 
Caso apareçam nódulos na região da aplicação da vacina, o tutor deve ficar atento à duração e ao tamanho do nódulo. O animal deve ser consultado porum Médico Veterinário se o nódulo persistir por três meses ou mais, se crescer mais que dois centímetros de diâmetro ou aumentar de tamanho após um mês. 
 Falhas vacinais podem acontecer se o gato tem idade insuficiente, sistema imune comprometido, convivência com muitos animais ou trânsito em locais públicos. Pode também haver falha se a vacina for escolhida de maneira errada, aplicada em locais incorretos ou conservada inadequadamente.
O maior estudo retrospectivo sobre reações vacinais em gatos indicam que podem apresentar sintomas mais sutis em casos de reações alérgicas como: vômitos, diarreia, alterações de comportamento, sialorréia e tentativas de se esconder logo após a injeção vacinal. Em um estudo em felinos, as reações foram relatadas durante os 30 dias subsequentes à aplicação. Apenas 5,7% dos gatos tiveram edema facial e/ou angioedema e 1,9% apresentaram-se com prurido generalizado. Ainda, 54,2% dos gatos manifestaram letargia e/ou febre, e 25,2% edema, dor ou inflamação no ponto de aplicação. 
AVALIAÇÃO CLÍNICA DAS REAÇÕES
Do ponto de vista clínico, diferem-se duas categorias de reações alérgicas pós-vacinais: o choque anafilático, de início hiperagudo (segundos a minutos após a aplicação) e que pode ter consequências fatais, e uma reação imediata mais branda, que em geral aparece dentro de 24h após a aplicação e pode ser auto limitante. Um conceito bastante importante é que nem todas as reações de hipersensibilidade do tipo 1 são consideradas como choque anafilático. Porém, alguns sintomas de reação alérgica, em especial na fase inicial, podem ser comuns às duas apresentações clínicas, justificando a intervenção medicamentosa com precocidade.
O choque anafilático em gatos é caracterizado por liberação massiva e imediata de mediadores pré-formados segundos a minutos após a vacina, resultando em profunda hipotensão e broncoconstrição. Vômitos, diarreia (hemorrágica ou não), sialorréia, dispneia (por edema pulmonar) e cianose podem ser observados inicialmente, evoluindo para decúbito e óbito. Alguns animais, inclusive, podem morrer imediatamente após a aplicação. 
A Tabela abaixo resume os estudos citados:
	Gatos**
	Frequência (%)
	Letargia e/ou febre
	 54.2
	Edema, dor ou inflamação
	 25.2
	Vômitos	
	 10.3
	Edema facial e/ou angioedema
	25.2
	Prurido generalizado
	 1.9
	Colapso 
	0.24 (4 gatos)
A análise dos dados permite algumas observações:
A primeira delas é que os sintomas típicos de reações de hipersensibilidade (angioedema, edema de face e prurido) raramente são vistos em gatos.
 A segunda é que a frequência de vômitos após a vacinação foi elevada (10,3%), ainda que o tempo de observação das reações após a vacinação tenha sido de 30 dias. O vômito pode ter várias causas no contexto de uma vacinação: reação inespecífica, reação alérgica e mesmo consequência de multiplicação de vírus vivos no trato gastrointestinal (por exemplo, os parvovírus felino). No entanto, um gato que vomita logo após a vacina (em segundos ou poucas horas) deve ser considerado como potencial portador de reação de hipersensibilidade, seja uma reação branda ou mesmo choque anafilático. Nestes casos, por exemplo, a aplicação de um simples antiemético sem o acompanhamento clínico adequado e medicações adicionais pode significar a negligência de uma informação importante. 
De uma maneira mais direta, gatos que vomitam, apresentam diarreia ou tem alteração de comportamento logo após a vacinação devem ser observados com muita cautela, uma vez que esses sintomas podem representar o início de um quadro de hipersensibilidade com evolução imprevisível em um primeiro momento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A vacina é algo essencial para os felinos, existem as essenciais como a tríplice, que irá proteger contra doenças altamente contagiosas e de grande índice de mortalidade como a Panleucopenia, Rinotraqueíte e Calicivirose e também a vacina antirrábica, que irá proteger contra a raiva, que é uma doença zoonótica fatal. Já as vacinas complementares devem ser administradas de acordo com o risco de exposição e estilo de vida do animal, são elas: quádrupla e quíntupla. Essas duas vacinas irão proteger o gato contra as mesmas doenças da tríplice mais a Clamidiose e Leucemia Viral Felina, respectivamente. As vacinas não recomendadas são as que não há estudos científicos suficientes sobre sua eficácia e seus efeitos colaterais são maiores do que o próprio benefício da vacina.
Apesar de ocasionar alguns efeitos colaterais, em geral a vacina ajuda a combater e controlar doenças consideradas graves e até mesmo fatais, sendo assim, uma ferramenta de proteção fundamental, tanto para os animais quanto para os humanos.
REFERÊNCIAS
· ZOETIS BRASIL. Desatando os nós da vacinação felina com Prof Maria Alessandra Del Barrio. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rX6oL814FBU&t=1742s. Acesso em: 13 set. 2020.
· EMPRESA MSD. Por dentro das vacinações de cães e gatos. 2015. Disponível em: https://www.vetsmart.com.br/cg/estudo/13007/por-dentro-da-vacinacao-de-caes-e-gatos. Acesso em: 14 set. 2020.
· BITCÃO PRODUTOS PARA CÃES E GATOS. Que vacinas meu gato deve tomar?.2017. Disponível em: https://www.bitcao.com.br/blog/que-vacinas-meu-gato-deve-tomar/. Acesso em: 15 set. 2020.
· SANAR SAÚDE. Saiba tudo sobre vacinação em animais de companhia. 2020. Disponível em: https://www.sanarsaude.com/portal/residencias/artigos-noticias/saiba-tudo-sobre-vacinacao-em-animais-de-companhia. Acesso em: 18 set. 2020.
· SCIELO REVISTA DE INVESTIGACIONES VETERINARIAS DEL PERÚ. Guia para la vacunación de perros (caninos y gatos (felinos) en Perú. 2018. Disponível em: 18 set. 2020. http://www.scielo.org.pe/scielo.php?pid=S1609-91172018000400043&script=sci_arttext. Acesso em: 18 set. 2020.
· ALBERTO GERALDO JUNIOR, Carlos. Avaliação da ocorrência do calicivírus felino e do herpesvírus felino tipo 1 em gatos com gengivite-estomatite crônicas naturalmente infectados pelo vírus da imunodeficiência felina. Tese USP, São Paulo, 2010. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-22092010-083821/publico/Carlos_Alberto_Geraldo_Junior.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.
· REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679 7353. Panleucopenia Infecciosa Felina. 2009. Disponível em: 18 set. 2020. http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/M740Ww1C8nWhuyp_2013-6-21-12-3-43.pdf. Acesso em: 
· EBUSINESS AVMA. Panleucopenia Felina. Disponível em: https://ebusiness.avma.org/files/productdownloads/LR_COM_ClientBroch_FelinePanleukopenia_Spanish_0416.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.
· EUROPEAN ADVISORY BOARD ON CAT DISEASES ABCD. Infección por Chlamydia felis em gatos. 2016. Disponível em: http://www.abcdcatsvets.org/wp-content/uploads/2018/10/FS_Chlamydia_ES.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.
· SCIELO CIÊNCIA RURAL. Situação epidemiológica das infecções pelo herpesvírus felino tipo 1 e calicivírus no Brasil. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84782015000601042&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 18 set. 2020.
· EUROPEAN ADVISORY BOARD ON CAT DISEASES ABCD. Infecção do tracto respiratório superior por calicivírus felino. 2009. Disponível em: http://www.abcdcatsvets.org/wp-content/uploads/2015/09/PT_FCV_Infeccao_do_tracto_respiratorio_superior_por_calicivirus_felino.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.
· MONIQUE FERNANDES, Kladine. Diagnóstico de infecção pelo vírus da leucemia felina (FelV): implicações na prática clínica. Monografia, São Paulo, 08 de abril de 2015. Disponível em: https://www.equalisveterinaria.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Diagnostico_de_infeccao_pelo_virus_da_leucemia_felina_-FeLV_-_especializacao_veterinaria.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.
· REVISTA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DO CRMV-SP. Raiva: uma doença antiga mas ainda atual. 2011. Disponível em: https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/173/156. Acesso em: 18 set. 2020.
· SCIELO REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA. Avanços na pesquisa da raiva. 1994. Disponível em:https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101994000100011. Acesso em: 18 set. 2020.
· EUROPEAN ADVISORY BOARD ON CAT DISEASES ABCD. A raiva nos gatos. 2009. Disponível em: http://www.abcdcatsvets.org/wp-content/uploads/2015/09/PT_R_A_raiva_nos_gatos.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.
· THAMIRES FERREIRA, Selma e ZIMMERMANN, Marina. Cuidados básicos com a gestante e o neonato felino. Artigo Revista científica de medicina veterinária do centro universitário UNICEPLAC issn: 2448 4571. Brasília-DF, 01 de março de 2017. Disponível em: http://revista.faciplac.edu.br/index.php/Revet/article/view/369/127. Acesso em: 18 set. 2020.
· FELINE SHOT. Locais de aplicação de vacinas em felinos. 2018. Disponível em: https://www.zoetis.com.br/_locale-assets/arquivos/animais-de-companhia/biblioteca/feline-shots/boletim-feline-shot-2.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.
· REAÇÕES ALÉRGICAS PÓS-VACINAIS EM GATOS: PORQUE O CÃO NÃO PODE SER USADO COMO PARÂMETRO. Publicado pela Zoetis em 09/09/2020. Disponível em: https://www.zoetis.com.br/prevencaocaesegatos/posts/gatos/reações-alérgicas-pós-vacinais-em-gatos-porque-o-cão-não-pode-ser-usado-como-parâmetro.aspx. . Acesso em 17 set. 2020.
· REAÇÕES À VACINAÇÃO EM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO. Publicado por Bruno Oliveira, 07/01/2014. Disponível em: https://www.petlove.com.br/dicas/reacoes-a-vacinacao-em-animais-de-estimacao. Acesso em: 17 set. 2020.
· VACINAÇÃO EM GATOS: COMO SABER SE SEU PET ESTÁ PROTEGIDO?. Belo Horizonte MG. 27/10/2017. Disponível em: https://vet.ufmg.br/noticias/exibir/3694/vacinacao_em_gatos_como_saber_se_seu_pet_esta_protegido#:~:text=As%20vacinas%20de%20felinos%20podem,é%20de%2054%25%20dos%20casos. Acesso em: 17 set. 2020.
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