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Um dos mais importantes temas do ramo do Direito Administrativo é, sem dúvidas, os atos administrativos. Tido como uma espécie de ato jurídico, que é tratado de forma bem mais ampla no direito privado, o ato administrativo é a exteriorização da vontade da administração pública, de forma licita, que busca atingir o objetivo de todos. 
Dentro da administração, tem-se que para que um ato administrativo seja válido, precisa-se que este esteja dotado de requisitos, quais sejam estes: 1; competência do agente administrativo. 2; finalidade, sendo este o objetivo do ato administrativo. 3; forma, ou seja, a exteriorização do ato. 4; motivo. 5; objeto, sendo este o que estará como dispositivo principal do ato. 
Assim sendo, temos que para o Direito Administrativo, existe um limite. Toda ação deve ser tomada nos limites do que o ordenamento jurídico permite, diferente do que se tem na seara cível, que pode fazer tudo o que a lei não proíbe. Ao se ater a esta restrição, chega-se à conclusão, portanto, que para que um ato administrativo tenha validade, deve este seguir os ditames dos requisitos ao que são impostos, caso contrário, será um ato administrativo invalido, e, por tanto, anulável. 
Quanto a esta nulidade, muito se discute na doutrina e nas jurisprudências dos Tribunais Superiores sobre ser uma nulidade de fato ou um ato passível de convalidação. No Resp 0808193-91/2018.4.05.8300 do STJ o entendimento é firmado no sentido de que se o ato viola diretamente princípios como a boa-fé e o princípio da segurança jurídica, estes não podem ser validados, pois violam princípios constitucionais de forma direta, em contrapartida, uma apelação interposta perante o TJ-MT (APL 00021928420158110037 TJ-MT) entendeu que se o que torna o ato viciado não é nenhuma matéria de ordem pública, não viola princípios da administração pública e nenhum dos requisitos que precisam estar presentes no ato administrativo, assim como não traz prejuízo a interesse público e nem a terceiros, este pode ter seus vícios sanados e de forma retroativa, ter sua convalidação. Neste mesmo sentido é o que aborda o artigo 55 da lei 9.784/98 (Lei geral de processo administrativo): “Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria administração”.
Desta forma então, pode-se concluir que, um ato administrativo que contenha vícios não é, se cara, anulado, pois, a depender do tipo de vicio que contenha, pode ser reformulado e convalidado, não sendo esta convalidação necessária, mas sim, uma faculdade.

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