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UNIVERSIDADE ANHANGUERA SÃO LUÍS-MA
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
Alcimar Rodrigues de Oliveira Guimarães
Ester Solange de Assunção Maciel
Glenny Melo
Marquiane dos Anjos Cardoso
Mosangela Parga Nascimento
DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE
GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR.
São Luís
2019
Alcimar Rodrigues de Oliveira Guimarães
Ester Solange De Assunção Maciel
Glenny Melo
Marquiane Dos Anjos Cardoso
Mosangela Parga Nascimento
DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE
GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR.
Trabalho Científico apresentado como requisito parcial de obtenção de nota. Curso de Pedagogia em Universidade Anhanguera. Orientador: Prof: Daniela Gonçalves Silva Torres. E Maria Claudia Tiveron Leme da Costa
São Luís
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	4
2 CONCEITO DE GÊNERO	6
2.1 O que é Igualdade de Gênero, Origem.	7
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS	14
4 REFERENCIAS	18
1 INTRODUÇÃO
As discussões a respeito da igualdade de oportunidades entre os sexos é uma realidade que rodeia os mais variados meios da sociedade atual. As questões de gênero estão presentes na maioria das situações do dia-a-dia, como por exemplo, no modo de se vestir, cores e formatos das roupas, na divisão de funções, entre outros.
A lei de n° 46/86 de 14 de outubro “assegurar a igualdade de oportunidade para ambos os sexos nomeadamente através de práticas de coeducação e da orientação escolar e profissional, e sensibilizar, para o efeito, o conjunto dos intervenientes no processo educativo”.
Para além das leis que tratam da igualdade de gênero tanto na escola quanto na sociedade em geral, se faz necessário a mudança de atitudes, da maneira de pensar e dos costumes dos seres humanos. A partir desta mudança seria possível abreviar a distância entre as práticas do cotidiano das pessoas e a igualdade formal apresentada na lei.
Posso dizer que as mulheres já apresentam números significativos nos mais variados aspectos da economia e da cultura. No entanto ainda não são possuidoras de destaque de poder. A presença de mulheres em diferentes níveis e nas diferentes organizações pode ser vista como um grande avanço, entretanto ainda mantêm-se a estrutura patriarcal.
Quando nas escolas os professores deixam transparecer os preconceitos de gênero e estereótipos, fazendo cobranças diferentes de meninos e de meninas, eles irão assumir diferentes posturas perante a sociedade. Sabe-se que meninos possuem uma maior desenvoltura no que diz respeito a atividades físicas, porém entende-se que esta é dada através de um número maior de vivências realizadas por eles.
A sociedade determina estereótipos de gênero, e a criança é fruto desse meio. Cabe à escola dispor de ambientes e profissionais que possibilitem a prática de valores de igualdade e respeito entre pessoas de sexos diferentes e permita que a criança conviva com todas as possibilidades relacionadas ao papel do homem e da mulher.
 Considera-se que a escola, enquanto espaço relacional privilegiado, exerce um papel decisivo, seja para a perpetuação ou alteração deste cenário de desigualdades. De todos os fatores de mudança, os mais importantes são os relacionados com a transformação decisiva da função da instituição escolar na reprodução da diferença de gênero e propiciando uma mudança de valores para o reconhecimento da diversidade como positiva e não como base para a reprodução das desigualdades. 
O espaço escolar deve ser um espaço de convivência e de construção de uma educação sensível às diferenças, postulando um resultado simultaneamente crítico às hierarquias simbólicas e de poder baseadas nestas diferenças, e de seu reconhecimento positivo, revelando a riqueza da diversidade humana.
2 CONCEITO DE GÊNERO
 Muito tem se falado sobre identidade de gênero, igualdade de gênero, ideologia de gênero, entre outros temas relacionados ao termo. Mas, afinal, qual o significado desse conceito?
“Qualquer agrupamento de indivíduos, objetos, ideias, que tenham caracteres comuns”. – Dicionário Aurélio, 1986.
“uma categoria social imposta sobre um corpo sexuado”. – Gates, citada por Scott, 1995.
“gênero é um elemento constitutivo das relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos… o gênero é uma forma primária de dar significado às relações de poder.” – Scott, 1995.
“uma forma de entender, visualizar e referir-se à organização social da relação entre os sexos.” – Guedes, 1995.
Muitas vezes o termo gênero é erroneamente utilizado em referência ao sexo biológico. Por isso, é importante enfatizar que o gênero diz respeito aos aspectos sociais atribuídos ao sexo. Ou seja, gênero está vinculado a construções sociais, não a características naturais.
É importante referir que as particularidades de cada gênero não são pétreas. Elas podem variar, por exemplo, consoante determinada realidade cultural.
Alguns hábitos e costumes podem ser considerados característicos de determinado gênero em um lugar e de outro gênero em um local diferente.
Um exemplo disso é o uso da saia, que na maioria dos países é característico do gênero feminino, mas que na Escócia, por exemplo, também faz parte da realidade dos indivíduos de gênero masculino.
Em outras palavras, não podemos dizer que o uso da saia é uma particularidade exclusiva do gênero feminino.
O gênero, portanto, se refere a tudo aquilo que foi definido ao longo tempo e que a nossa sociedade entende como o papel, função ou comportamento esperado de alguém com base em seu sexo biológico.
2.1 O Que É Igualdade De Gênero, Origem.
Igualdade de gênero significa que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e deveres.
Também conhecida como igualdade sexual, esta é considerada a base para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e discriminações.
Homens e mulheres devem ser livres para fazer as suas escolhas e desenvolver as suas capacidades pessoais sem a interferência ou limitação de estereótipos. Todas as responsabilidades, direitos e oportunidades devem ser igualmente concedidas para todos os gêneros, sem haver qualquer tipo de restrição baseada no fato de determinada pessoa ter nascido com o sexo masculino ou feminino.
O feminismo teve início com a chegada da mulher no mercado de trabalho durante a Revolução Industrial no século 18. Os primeiros movimentos de operárias, na Europa e nos Estados Unidos, protestavam contra as jornadas exaustivas de trabalho, contra os salários medíocres e pelo fim do trabalho infantil, comum nas fábricas 	durante o 	período.
 A luta trabalhista feminina continuou durante os séculos 19 e 20, numa onda de protestos que ficou ainda mais fortes com a chegada Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e se espalhou pelo mundo todo. Em oito de março de 1917, o protesto "Pão e Paz", na Rússia, reuniram 90 mil mulheres. Foi a partir desta mobilização que a data se consagrou como o Dia Internacional da Mulher - embora o documento oficial 	tenha 	sido 	assinado 	apenas 	em 	1921.
 A Organização das Nações Unidas (ONU), entretanto, demorou 20 anos para reconhecer os direitos das mulheres. Foi no ano de 1945 que a entidade assinou o primeiro acordo internacional que assegurava princípios de igualdade entre os gêneros. Na década de 60, o movimento feminista ganhou mais adeptos. O ano de 1975 foi declarado oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pela ONU.
No Brasil, a luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 1930, que conseguiram depois de muitos protestos o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas.
 Na década de 1970, a igualdade social entre homens e mulheres, a sexualidade e a saúde da mulher começaram a pautar as discussões da política nacional. Somente em 1982 o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, no governo Franco Montoro, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada 	da 	Mulher. Igualdadede gênero na escola 
A descoberta da infância começou sem dúvida no século XIII e sua evolução pode ser acompanhada na história da arte e na iconografia dos séculos XV e XVI. Mas os sinais de seu desenvolvimento tornaram-se particularmente numerosos e significativos a partir do fim do século XVI e durante o século XVII (ARIÈS, 1981, p.65).
Nesta época é que se começou a falar da fragilidade e debilidade da infância. Antes, a infância era ignorada, considerada um período superado e sem importância. Essa importância dada ao lado desprezível da infância tenha sido talvez uma consequência do espírito clássico e de sua insistência na razão, mais acima de tudo foi uma reação contra a importância que a criança adquiriu dentro da família e dentro do sentimento da família (ARIÈS, 1981).
Os hábitos de vestuário da infância foram adotados no final do século XVI até o fim do século XVIII, esses hábitos diferenciavam o traje das crianças dos trajes dos adultos, revelando uma nova preocupação, desconhecida da Idade Média, isolar as crianças e de separá-las por meio de uma espécie de uniforme (ARIÈS, 1981).
Na Idade Média, a escola e o colégio misturavam as diferentes idades, é muito raro encontrar nos textos medievais referências sobre a idade dos alunos, não existia esta indiferença em relação à idade, era comum encontrar adultos e crianças no mesmo auditório. A escola não tinha acomodações amplas, podendo ser em uma esquina de rua ou em uma sala alugada, havia uma independência das escolas umas das outras. Muitas vezes, forrava-se o chão com palha, e posteriormente passou-se a usar bancos o que era para eles um novo hábito, a escola não cerceava o aluno, era um só mestre, algumas vezes com auxiliar em uma única sala, sendo o mestre a única autoridade (ARIÈS, 1981).
Ao ingressar na escola, a criança entrava no mundo dos adultos, como Ariès (1981) afirma:
Essa confusão tão inocente, que passava despercebida, era um dos traços mais característicos da antiga sociedade, e também um de seus traços mais persistentes, na medida em que correspondia a algo enraizado na vida. Ela sobreviveria a várias mudanças de estrutura [“...] sua resistência aos outros fatores de transformação mental mostra-nos bem que estamos na presença de uma atitude fundamental diante da vida, que foi familiar a uma longa sucessão de gerações.” (ARIÈS, 1981, p. 168).
A inserção da criança na escola junto a adultos se dava desta forma porque na Idade Média a ideia de idade não tinha a mesma conotação que hoje. Afinal, “Mas como poderia alguém sentir a mistura das idades quando se era tão indiferente à própria ideia de idade?” (ARIÈS, 1981, p.168). A forma de ver a criança como um ser humano com singularidades e particularidades específicas começa a se desenvolver com o fim da Idade Média.
As crianças, todas as crianças, transportam o peso da sociedade que os adultos lhes legam, mas fazem-no com a leveza da renovação e no sentido de que tudo é possível. (SARMENTO, 2004).
Para Wallon (1975, p.15): “É em todas as suas fases, em todas as suas manifestações, que é preciso estudar as crianças. O seu conhecimento exige a colaboração de todos aqueles que por qualquer razão estão em contato com ela”.
Durante muito tempo, as crianças eram vistas como meros seres biológicos, sem estatuto social ou autonomia. Assim, sempre existiram crianças, seres biológicos de geração jovem, porém a infância nem sempre existiu (SARMENTO, 2004).
O erro da educação na sociedade moderna fundamentou-se em desprezar as primeiras fases e impor antes do tempo, à criança, os modos de pensar e agir, posteriormente a dos adultos. Alguns regimes políticos substituíram esse erro de método pelo erro de intenção grave para a integridade do indivíduo, denunciando as consequências que provocam prejuízos da inteligência e que afirmam a necessidade de subordinar àquilo que existe de mais primitivo. 
A obra mais fundamental na sociedade é a escola para a educação das crianças. Psicólogos e educadores se preocupavam com o desenvolvimento intelectual da criança, levando em conta que a soma de conhecimento predomina sobre a educação, e seguindo neste aspecto, o pedagogo interessava-se em estudar as capacidades intelectuais inseparáveis à infância (WALLON, 1975).
"Mulheres não gostam de futebol", "homens não podem usar roupa rosa"- é comum fazermos distinção de coisas que seriam voltadas para mulheres e outras para homens, como se fosse atividades específicas para cada sexo. O nome disso é sexíssimo.
Essas e outras situações são constantemente observadas no ambiente escolar. Tais afirmações estão enraizadas culturalmente, reproduzindo o sexíssimo. Isso demora a ser reconstruído e continua sendo repassado aos nossos alunos.
As características aparentemente direcionadas à masculinidade e à feminilidade deixam marcas nos corpos, nos comportamentos e nas habilidades das crianças.
Exemplos dessas situações ficam bastante evidentes nos brinquedos e brincadeiras, nas cores, e principalmente como são apresentados os comportamentos. Um exemplo é a frase “meninos não choram e as meninas são frágeis”.
Meninas brincam de atividades relativas ao lar, como cozinhar, cuidar das crianças e cuidar da casa. Enquanto isso, os meninos são ensinados a gostarem de esportes, de lutas e de aventuras.
A mentalidade de que a mulher se constitui como um ser inferior ao sexo masculino mediante aos fatores biológicos “determinantes”, aliadas as teorias de cunho social que se utiliza de bases biológicas ou religiosas, para justificar as opressões ao sexo feminino, com a finalidade de manter vivo o sistema capitalista patriarcal, é uma visão que ainda predomina em nossa sociedade, e é responsável por continuar promovendo desigualdades de gênero e contribuindo com a grande incidência de casos de violência, assédio, abusos contra as mulheres, além de refletir diretamente nos papéis sociais, e nas posições que a mulher ocupa na sociedade, inclusive no mercado de trabalho. Essa visão machista, sexista, ainda é encarada com naturalidade e muitas vezes se percebida, é tida como uma situação irrelevante sem necessidades de interferências e reflexões sobre determinadas posturas propagadas de machismo.
A escola, por vezes, acaba também por transmitir, ainda que de maneira sútil, os sistemas de pensamento e atitudes sexistas dominantes na sociedade, quer através das relações que nela se estabelecem, querem pela transmissão formal de conteúdos curriculares e materiais didáticos sujeitos a uma perspectiva androcêntrica, que fortalecem uma ideologia de gênero. A escola acaba por moldar, e disciplinar os indivíduos de acordo com os padrões impostos pela sociedade.
O sexíssimo encontra-se presente no cotidiano escolar através de algumas ações, como bem pontua MORENO (1999), seja por meio das linguagens nos livros (verbal e não verbal), nos currículos escolares historicamente selecionados, nos discursos dos docentes e dos alunos, na diferenciação de papéis de gênero em atividades esportivas, nas definições de gênero, que de maneira muito singular acabam por reforçar as diferenças e desfavorecer a igualdade de gêneros.
Por essa razão que existe tanta dificuldade e resistência quanto a sua superação juntamente com a visão androcêntrica, que está muito presente nos dias atuais, principalmente, no espaço educacional, fazendo com que preconceitos referentes ao gênero obtenham força a cada dia. Segundo Louro (1997, p. 57) “diferenças, distinções desigualdades... A escola entende disso. Na verdade, a escola produz isso desde os seus inícios, a instituição escolar exerceu uma ação distintiva.” Por meio de algumas práticas que legitimam as diferenças, a escola contribui de forma natural para os preconceitos de gênero.
Desde o nascimento meninas e meninos são inseridos nas construções sociais de seu meio que irão influenciar suas atitudes, gestos, valores e opiniões de acordo com seu sexo. A menina provavelmente será educada de modo a exercer atividades passivas, funções domésticas, serão estimuladas a desenvolver sentimentos de delicadeza, amor,fragilidade e resignação, enquanto que o menino será estimulado a exercer atividade mais ativas e estimulados pelos sentimentos de coragem, aventura, autonomia, e liberdade.
Por meio dos brinquedos e brincadeiras, meninos e meninas são instrumentalizados e se socializam, os brinquedos contém significados, e auxiliam na construção de uma visão de mundo. O momento da brincadeira deveria ser utilizado para estimular a criatividade e a liberdade, porém é manipulado pelas construções sociais.
Isto é perceptível ao analisar os brinquedos que são oferecidos as meninas e aos meninos, a primeira lhe é oferecida bonecas e panelas, treinando-a para ser dona de casa, a cuidar dos filhos, a ser resignada, frágil, já ao segundo lhe é oferecido brinquedos que reforçam sua liberdade, agressividade, autonomia e independência.
Essa educação ocorre devido às práticas sexistas arraigadas em nossa sociedade, muitas vezes naturalizadas, legitimadas de forma imperceptível, a sociedade reforça os estereótipos, e acabam distanciando meninas e meninos e todos os setores da sociedade possuem uma parcela de responsabilidade.
Nesta perspectiva, a escola necessita está ciente do cumprimento se sua função social, que além de comprometida com a formação intelectual, cidadã e científica de seus alunos e alunas, devem contribuir nesse sentido se conscientizando das práticas discriminatórias que já estão arraigadas, pautadas sempre pelo respeito às diferenças e total apreço pelos Direitos Humanos. Se a escola não intervier nessa visão estereotipada, estará permitindo que eles reproduzam os esquemas e modelos de seu meio. Faz-se, portanto, urgentemente trazer o tema à discussão, ressaltando o caráter cultural das diferenças entre os sexos.
O espaço escolar precisa se tornar agente promotor da ruptura do pensamento hegemônico e assumir a diferença como uma faceta positiva do humano, sendo um “elemento polarizador de turbulências e conflitos, um agente de fermentação social da realidade” (Silva, 2011, p.65). Para que a escola seja um espaço de formação democrática, é preciso que sua equipe esteja preparada para compreender e acolher o diferente, seja ele de qual ordem for. É nesse sentido que o trabalho de formação de professores/as, diretores/as e toda equipe multidisciplinar é passo fundamental para haver uma mudança significativa. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola é uma esfera social por onde caminham conceitos, valores, crenças, relações, etc. As ações das crianças constituem acontecimentos baseados em suas interações sociais. As crianças imitam o mundo adulto mesmo desconhecendo o significado de suas ações, apenas reproduzem papéis sociais da forma que vivenciam, por meio de brincadeiras e de forma natural. Elas tomam para si a interação social da vida adulta, e a utilizam para validar a organização criada por elas, fazendo com que essa interação seja interiorizada pelo grupo infantil.
Desde a Educação Infantil, as crianças utilizam critérios para a escolha de seus pares ou grupos, traços acentuados e semelhantes dos sujeitos, como idade e gênero, baseado em princípios adultos. Mediante as semelhanças, identificações e socioafetividade, as crianças constroem relações de amizade, e ao mesmo tempo, determinam diferenças e estabelecem competições com o “diferente”. Nenhuma criança nasce com preconceito ou com o desejo de controlar a vida do outro, estes sentimentos são construídos ao longo de sua vida, de acordo com sua vivência e o ambiente que o rodeia.
Características de gênero são representadas de formas diferentes de acordo com o contexto social, e faz parte de todo o processo histórico. Sujeitos são influenciados desde a tenra infância por representações de gênero, que moldam os arranjos sociais. A desigualdade entre homens e mulheres é uma construção social,
Não determinada por diferenças biológicas. De mulheres esperam-se atitudes dóceis e maternais, o papel é cuidar dos filhos, zelar pela família e ser feliz dentro dessas imposições. Em compensação, o papel do homem é o do provedor, o que supre as necessidades materiais da família, o forte e o racional. Porém, esta não é uma regra inquebrável, é uma condição social tão enraizada que se coloca como natural. Cabe lembrar que, ao que se refere às atividades determinadas “femininas”, são vistas sempre como segunda opção. A sociedade determina que mulheres representem papéis secundários, que complementem as responsabilidades com o lar e a família. Cabe lembrar que para que mulheres desenvolvam determinadas atividades, é necessário apenas treinamento para o aprendizado, afinal o útero não determina aptidões nas quais a criança obtém ao nascer.
Para que a mudança seja total na consciência de cada um, os indivíduos da sociedade precisam se colocar no lugar do outro. Cabe à experiência de cada pessoa, tentar sentir e ver as situações no lugar do outro para que assim, o preconceito seja eliminado por completo.
Como já exposto, a sociedade influencia as atitudes do sujeito desde a infância. Enquanto a escola reproduz esses pensamentos e atitudes, será difícil romper com esses paradigmas. As ações pedagógicas lutam contra preconceitos, em contrapartida, reitera-os em suas ações quando não percebe a personalidade neutra dos sexos, o auxílio que dá aos meninos nas atividades voltadas ao raciocínio e força física, e nas atividades decorativas e frágeis dadas às meninas.
Por isso, se torna tão delicado o papel da escola na formação de nossas crianças, pois são elas que determinarão os caminhos futuros de nossa sociedade; elas que definirão os passos a serem dados para o progresso.
A desigualdade de gênero na sala de aula é tão clara que se torna algo naturalizado, refletindo explicitamente a sociedade. Meninas continuam enquadradas em atividades manuais que reforçam a ideia da maternidade e delicadeza, e meninos continuam representando poder e inteligência. Os professores reafirmam o preconceito de gênero quando não percebem ou ignoram tais ações. Para lidar com essas situações, os professores devem estar preparados para trabalharem esses conceitos em suas aulas, independente do público alvo. E para isso, os professores precisam se reciclar, se inovar com cursos, palestras e demais ferramentas para que não estacionem em ideias passadas e retrógradas. As pessoas e suas consciências devem ser atualizadas nas novas ideias e novas perspectivas de vidas.
Na pesquisa de campo, percebemos que, apesar de os professores enxergarem a exclusão social por conta de gêneros, tentam das mais variadas formas adaptar seu planejamento mesmo sem o apoio da gestão escolar e da própria sociedade, que determina estereótipos já mencionados.
Confirmando nossa primeira hipótese, constatamos que o gênero não é a percepção sobre as diferenças sexuais, e sim um processo de construção da identidade não estável baseado no âmbito social, visto que.
[...] Em suas relações sociais, atravessadas por diferentes discursos, símbolos, representações e práticas, os sujeitos vão se construindo como masculinos e femininos, arranjando e desarranjando seus lugares sociais, suas disposições, suas formas de ser e de estar no mundo (LOURO, 2003, p.28).
Referindo-se ao fato de a sociedade hierarquizar as diferenças de gênero, nossa hipótese se confirma, pois constatamos que a desigualdade entre homens e mulheres é uma construção social e não biológica, conforme segue:
Compreender essa construção social, não significa desconsiderar que ela se dá em corpos sexuados. Compreendemos que há uma estreita imbricação entre o social e o biológico. [...] Assim, mulheres e homens imprimem no corpo, gestos, posturas, e disposições, as relações de poder vivida partir das relações de gênero. (SÃO PAULO, 2003, p.30).
E ainda:
A partir da consolidação do capitalismo, existe a ideia de que ocorre uma divisão entre esferas pública e privada, sendo que a esfera privada é considerada como o lugar próprio das mulheres, do doméstico, da subjetividade, do cuidado. A esfera pública é considerada como o espaço dos homens, dos iguais, da liberdade,do direito (SÃO PAULO, 2003, p.30).
O objetivo geral desta pesquisa foi compreender o papel do educador na formação da identidade de gênero, assim como entender como os estereótipos impostos pela sociedade interferem nas relações escolares e sociais. Nosso objetivo foi alcançado quando identificamos que a escola reproduz estereótipos de gênero quando separam meninas e meninos em filas, quando relaciona meninos às atividades que envolvem autonomia e força, quando relaciona a menina às atividades que remetem à fragilidade e submissão, quando tudo isso é reproduzido nos livros didáticos. É importante que o professor identifique quais palavras expressadas
Transmitem ideia de sexíssimo, racismo, etnocentrismo. É imprescindível questionar o que é ensinado, o modo como se ensina, desmitificando aprendizagens sólidas e verdades absolutas.
Para terminar, temos consciência de que este trabalho não aborda o tema com amplidão devido à sua abrangência, portanto suas respostas não são absolutas. Portanto o deixamos à disposição para que futuros pesquisadores possam se aprofundar.
4. REFERÊNCIAS
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ARIÈS. P. História social da criança e da família. 2. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
BRASIL, Ministério da Educação e do desporto. Secretária de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF, 1998. V. 2. P. 20.
CANDIDO, A., A estrutura da escola. In: PEREIRA, L.; FORACCHI, M. M. (Org.). Educação e sociedade. São Paulo: Companhia Nacional, 1973.
CATANI, D. B., et al. Docência memória e gênero. São Paulo: Escrituras, 1997.
DURKHEIN. E. Educação e sociologia. 5. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1952
GOODE, W.J,; HATT, P.K., Métodos de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1973.
GUERRA, Gisele Molina Sapia Almeida; ROMEIRA, Valderês Maria. Violência intrafamiliar contra criança e adolescente: um caso de policia? ETIC-ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, v. 5, n. 5, 2010. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewArticle/2020> Acesso: 01/10/2016.
GUIRALDELLI, R. Adeus à divisão sexual do trabalho? Desigualdade de gênero na cadeia produtiva da confecção. Sociedade e Estado, v. 27, n. 3, p. 709-732, 2012.
LAVILLE, C.; DIONE, J, A construção do saber: Manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação. 6ªed. Petrópolis: Vozes, 2003.
SÃO PAULO. Secretaria do Governo Municipal. Coordenadoria Especial da Mulher. Gênero e educação: caderno para professores. Secretaria Municipal de Educação, 2003.
SARMENTO, M. J. As culturas da infância nas encruzilhadas da segunda modernidade. In: SARMENTO, M. J; CERISARA, A. B. (Orgs.). Crianças e miúdos: Perspectivas sociopedagógicas da infância e educação. Portugal: Edições Asa, 2004, Cap. 1, p. 9-30.
SILVA, P. B., Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil. Educação, v. 30, n. 63, p. 489-506, 2007. Disponível em <http://www.redalyc.org/articulo. oa?id=84806306> Acesso em: 08/10/2016.
WALLON, H. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Estampa, 1975.
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