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Bruna França / Medicina ATLS Objetivos: Entender o manejo pré-hospitalar e a chegada do politraumatizado; Avaliar, reanimar e estabilizar o paciente conforme prioridades definidas Iniciar a avaliação primária e secundária necessário dentro da hora de ouro, para o cuidados das lesões que implicam risco de vida no trauma Definir pacientes que excedem capacidade da instituição e necessitam de transferência O trauma não discrimina idade, raça, sexo e nível econômico Golden Hour Princípios: 1. Tratar primeiro a ameaça maior a vida 2. A falta de um diagnóstico definitivo nunca deveria impedir a aplicação do tratamento indicado 3. Uma história detalhada não era essencial para iniciar a avaliação de um traumatizado Objetivos: Avaliação rápida Definir prioridade Evitar dano adicional Medidas terapêuticas de suporte de vida Avaliação inicial • Preparação De forma resumida, a fase pré-hospitalar aborda: Manutenção da via aérea, controle de sangramento, imobilizar, transportar rapidamente Notificar centro de trauma Dados da cena Fase pré hospitalar: visa abreviar tempo na cena, colher a história do trauma e preparar o hospital. Ênfase: manutenção da via aérea, controle da hemorragia externa e do choque, à imobilização do doente e o transporte imediato ao hospital De forma resumida, a fase hospitalar aborda: Equipe e EPI Sala de trauma e materiais Banco de sangue, radiologia e laboratório Preparo para tratamento definitivo ou transferência Fase hospitalar: com melhor funcionamento quando hospital se prepara para receber doente traumático Prioridades: ECG<13, pressão arterial baixa, menor de um ano de idade e necessidade de ventilação/ lesões penetrantes, fraturas expostas, extremidades sem pulso e déficit motor Para iniciar o atendimento: Mecanismo (e tempo) do trauma I (Injuries) Lesões encontradas e suspeitas Sinais e Sintomas Tratamento iniciado • Triagem Classificação dos doentes, a partir de ABC (Via aérea e proteção da coluna cervical, Ventilação, Circulação com controle da hemorragia). Segurança da cena ABCDE Bruna França / Medicina START (Múltiplas vítimas (ok) e vítimas em massa (+)) - estabelece prioridade entre as vítimas entre escalas: preta, vermelha, amarela e verde XABCDE (X - Hemorragias em locais com alto fluxo, recomenda-se o uso de torniquete) Avaliação primária (ABCDE) A sequência é baseada no grau de ameaça a vida: A Via aérea com proteção da coluna cervical (desobstrução, aspiração, administração de oxigênio e proteção da via aérea.) 1. Avaliação com manutenção da via aérea Fatores obstrutivos (fala); trauma facial e cervical, ECG (<=8) Sinais de hipóxia, sons anormais e comportamento Aspiração, manobras (chin-lift e jaw-strut) Guedel 2. Imobilização cervical Para permeabilizar a via aérea é recomendada a manobra de elevação do mento (chin lift) ou de tração da mandíbula (jaw thrust). Os meio de permeabilizar a VA: Manual Colar cervical Prancha rígida e coxins laterais 3. Via aérea avançada - pode se avaliar pela classificação de Mallampati Dificuldade via aérea Via aérea definitiva x dispositivos supra glóticos Via aérea cirúrgica Doentes com trauma cranioencefálico grave (abaixo ou igual a 8) e rebaixamento do nível de consciência ou portadores de um escore na escala de coma de Glasgow (GCS) igual ou inferior a 8 habitualmente exigem o estabelecimento de uma via aérea definitiva. Atenção: Intubação assistida por drogas Trauma de face Via aérea cirúrgica em criança ATLS 10 prefere crico a traqueo BOUGIE e Máscara laríngea são opções para facilitar o processo. A intubação orotraqueal envolve sete passos: 1. Preparação 2. Pré-oxigenação 3. Pré-tratamento 4. Indução com paralisia 5. Posicionamento 6. Passar o tubo 7. Pós-intubação Preferencial, tomidato e succinilcolina B Ventilação e respiração 1. Fornecer oxigênio Bolsa + máscara + balão 2. Avaliar Inspeção - tórax e pescoço Ausculta Percussão Palpação 3. Monitorizar Oximetro Bruna França / Medicina Capnógrafo O pescoço e o tórax do doente devem ser expostos para avaliar adequadamente a distensão de veias jugulares, a posição da traqueia e a movimentação da parede torácica. A ausculta deve ser realizada para se confirmar o fluxo de ar nos pulmões, além disso deve realizar a inspeção e palpação do tórax. Clinica: pneumotórax hipertensivo, o tórax instável (retalho costal móvel) com contusão pulmonar, o hemotórax maciço e o pneumotórax aberto. É importante diferenciar problemas ventilatórios e via aérea acometida para não agravar o estado do paciente. Na nova versão, atualizou-se como possíveis clínicas a se focalizar: lesão de árvore troqueobronquica e pcr secundário a trauma torácico. C Circulação com controle da hemorragia Avaliar nível de consciência, a cor da pele e o pulso central (femoral ou carotídeo). 1. Avaliar hemodinâmica Estimar o grau de choque Sinais vitais - PA, FC, TEC E NC Avaliar abdome, pelve e períneo Toque retal 2. Reposição volêmica 2 acessos calibrosos (18G) 1000 ml cristalóide aquecido (37°- 40°) Hemotransfusão (O-) Transfusão maciça Quando realizar a transfusão maciça? Por meio do SBP SCORE, caso tenha dois sinais, pressão sistólica menor ou igual 90, FC maior que 120bpm, FAST + e trauma de penetração no tórax. 3. Controlar hemorragias Compressão direta (torniquetes) Estabilizar a pelve Ac. tranexâmico e ROTEN (Coagulantes) Clínica: A hemorragia é a principal causa e hipotensão considerada hipovolêmica que causa taquicardia (volume sanguíneo e débito cardíaco) Hemorragia: A hemorragia externa significativa deve ser tratada por compressão manual direta sobre o ferimento visto que torniquetes embora efetivos na exsanguinação nas lesões podem causar lesão isquêmica e devem ser utilizados quando a compressão direta não for efetiva. O uso de pinças hemostáticas pode lesar nervos e veias. As principais áreas de hemorragia interna são tórax, abdome, retroperitônio, bacia e ossos longos. fonte de sangramento geralmente é identificada por exame físico e de imagem (por exemplo, radiografia de tórax, pelve ou avaliação ultrassonográfica direcionada para trauma [FAST]). 1. Monitorização Frequência cardíaca (ECG contínuo) Pressão arterial - PNI Diurese - SVD 2. Exames auxiliares RX: tórax e pelve FAST LPD 3. Acessórios Cell Saver - autotransfusão Ranger Cinto pélvico D Disfunção, estado neurológico O rebaixamento do nível de consciência pode representar diminuição da oxigenação e/ou da perfusão cerebral (secundária) ou ser resultado de um trauma direto ao cérebro (primária). A alteração do nível de consciência implica necessidade imediata de reavaliação de ventilação, oxigenação e perfusão. Bruna França / Medicina 1. Glasgow e pupilas Olhos - abertura ocular e pupila Glasgow P Resposta Verbal Resposta Motora 2. Fratura de base Equimose periorbital - sinal do Guaxinim Epistaxe e/ou otorreia - sinal de Battle Liquorreia e/ou otorreia 3. Suspeita de TRM Dor em coluna Deformidade Paralisia e flacidez E. Exposição/controle do ambiente: despir completamente o doente, mas prevenindo a hipotermia. Os fluidos intravenosos devem ser aquecidos antes de administrados e o ambiente deve ser mantido aquecido. 1. Exposição completa Cortar as roupas 2. Prevenção de hiportermia Temperatura do ambiente Aquecer soluções Cobrir paciente 3. Retirar prancha e avaliar o dorso • Reanimação: segue sequência ABC e ocorre simultaneamente com a avaliação. Se a intubação for contraindicada ou não for possível, deve ser obtida uma via aérea cirúrgica. Todo doente traumatizado deve receberoxigenioterapia suplementar - lembrar de pneumotoráx hipertensivo O controle definitivo da hemorragia é essencial em conjunto com a reposição apropriada do volume intravascular - periferia do MMSS A reanimação volêmica agressiva e contínua não substitui o controle definitivo da hemorragia. O controle definitivo da hemorragia inclui cirurgia, angioembolização e estabilização pélvica. Amostras de sangue para tipagem sanguínea e prova cruzada e para os exames laboratoriais de rotina, incluindo teste de gravidez, além da gasometria e o nível de lactato devem ser obtidos para avaliar a presença e o grau do choque. • Medidas auxiliares à avaliação primária e à reanimação 1. Monitores Cardioscopio Oximetro e Capnografo Esfingnomanometro 2. Sondas, tubos e drenos Sonda de Foley e Levine Dispositivos de via aérea Dreno torácico 3. Exames complementares USG FAST Radiografia tórax e pelve LPD Bruna França / Medicina A monitoração eletrocardiográfica; a cateterização urinária e gástrica; outras monitorações, como frequência respiratória, gasometria, oximetria de pulso e pressão arterial; e exames radiológicos (tórax e pelve) • Considerar a necessidade de transferência do doente, a partir da 1. Capacidade do serviço 2. Necessidade de especialista 3. Tratamento definitivo • Avaliação secundária (da cabeça aos pés) e história A avaliação secundária só deve .ser iniciada depo's de completar a avaliação primária (ABCDE) e quando as medidas indicadas para a reanimação tiverem sido adotadas e o ·doente demonstrar tendência para normalização de suas funções vitais. É um exame do doente traumatizado da cabeça aos pés, isto é, uma história clínica e um exame físico completos, incluindo a reavaliação de todos os sinais vitais. 1. História e Mecanismo do trauma AMPLA (Alergia, Medicamentos, Passado, Líquidos ou alimentos e Ambiente) Dados e condutas da cena Lesões típicas - Energia Fatores externos/outras vítimas Fechado x Penetrante x Térmico 2. Exame físico por sistemas Crânio e face Coluna vertebral Períneo Extremidades com pulso Pele 3. Medidas auxiliares Radiografia Tomografia e RNM USG DOPPLER A proteção da coluna cervical é sempre necessária até que uma lesão medular seja excluída e, quando detectada, é necessária a consulta precoce com o neurocirurgião ou o ortopedista. Para retirada deve não cumprir nenhum dos pontos do mnemônico: N: déficit neurológico/motor E: intoxicação/álcool X: extrema distração (como lesões em extremidade) U: alteração no nível de consciência S: dor na região da coluna cervical • Medidas auxiliares à avaliação secundária Radiografias adicionais da coluna e das extremidades; TC de crânio, tórax, abdome e coluna; urografia excretora e arteriografia; ultrassonografia transesofágica; broncoscopia; esofagoscopia e outros procedimentos diagnósticos • Reavaliação e monitoração contínuas após a . - reanimação O doente traumatizado deve ser reavaliado constantemente para assegurar que novos achados não sejam negligenciados e para descobrir deterioração nos achados prévios Para um doente adulto é desejável a manutenção de um débito urinário de 0,5 mL/kg/h. Nos doentes pediátricos, acima de 1 ano, é conveniente manter o débito de 1 mL/kg/h. Analgesia: opiáceos IV e ansiolíticos, evitar IM • Tratamento definitivo A transferência deve ser considerada toda vez que as necessidades de tratamento do doente excederem a capacidade da instituição que o recebeu