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ATLS - Capítulo 1 - Resumo

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SUPORTE DE VIDA AVANÇADO NO TRAUMA 
ATLS 
 
AVALIAÇÃO E ATENDIMENTO INICIAIS 
 
- Avaliação Inicial: 
 
 Preparação 
 Triagem 
 Avaliação Primária (ABCDE) 
 Reanimação 
 Medidas auxiliares à Avaliação Primária e à Reanimação 
 Considerar a necessidade de transferência 
 Avaliação Secundária (“da cabeça aos pés”) e História Clínica 
 Medidas auxiliares à Avaliação Secundária 
 Reavaliação e Monitoração contínuas após a Reanimação 
 Tratamento Definitivo 
 
- A avaliação primária deve ser repetida com frequência – identificar qualquer alteração do estado 
clínico do doente 
 - Identificar a necessidade de intervenção adicional 
 
1) Preparação: 
 
- Fase Pré-Hospitalar: 
 
 - Entrosamento com a equipe de atendimento pré-hospitalar 
 - Agilizar o tratamento no local do trauma 
 - O hospital deve ser notificado com antecedência – preparar para receber o traumatizado 
 - Manutenção da via aérea 
 - Controle da hemorragia externa e do choque 
 - Imobilização do doente 
 - Transporte Imediato ao Hospital apropriado mais próximo 
 - Centro de Trauma credenciado 
 - Obtenção e Documentação de Informações necessárias à triagem 
 - Hora do Trauma 
 - Eventos relacionados ao trauma 
 - História do doente 
 - Mecanismos de lesão 
 - Intensidade de lesões 
 - Traumas Específicos 
 
- Fase Hospitalar: 
 
 - Planejamento antecipado à chegada do doente traumatizado 
 - Área de reanimação 
 - Equipamentos apropriados para a abordagem de via aérea, etc 
 - Soluções cristaloides aquecidas 
 - Convocação de mais médicos quando necessário 
 - EPIs: 
 - Proteção contra doenças transmissíveis pelo sangue (Hepatite e AIDS) 
 - Precauções padrão 
 - Máscara 
 - Proteção dos olhos 
 - Avental impermeável 
 - Perneiras 
 - Luvas 
 
2) Triagem: 
 
- Classificação dos doentes de acordo com o tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis 
- Prioridades ABC: 
 - Airway – Via Aérea e Proteção da Coluna Cervical 
 - Breathing – Ventilação e Respiração 
 - Circulation – Circulação com Controle da Hemorragia 
 
- Classificação dos doentes no local e escolha do hospital para o qual o doente deverá ser transportado 
 - Responsabilidade Pré-Hospitalar 
 
- Múltiplas Vítimas: 
- O número de doentes e a gravidade das lesões não excede a capacidade de atendimento do 
hospital 
- Doentes com risco de vida iminente e doentes com traumatismos multissistêmicos serão 
atendidos primeiro 
 
- Vítimas em Massa: 
 - O número de doentes e a gravidade das lesões excede a capacidade do hospital 
 - Doentes com maiores possibilidades de sobrevida serão atendidos primeiro 
 - Menor gasto de tempo, equipamentos, recursos e pessoal 
 
3) Avaliação Primária: 
 
- Condições que implicam risco à vida devem ser identificadas em uma sequência de prioridades 
 - Efeitos das lesões sobre a fisiologia do doente 
 
- ABCDE do Trauma: 
 
 A – Airway: 
- Via Aérea com Proteção da Coluna Cervical 
- Manutenção da Via Aérea com Proteção da Coluna Cervical: 
 - A via aérea deve ser avaliada em primeiro lugar – permeabilidade 
 - Identificar sinais de obstrução da via aérea 
- Aspiração e inspeção para a presença de corpos estranhos e fraturas faciais, 
mandibulares ou traqueolaríngeas – obstrução da via aérea 
- Manobras para estabelecer a permeabilidade da via aérea devem ser feitas com 
proteção da coluna cervical 
- Medida inicial para permeabilizar a via aérea: 
 - Elevação do Mento (Chin Lift) 
 - Tração da Mandíbula (Jaw Thrust) 
- Se o doente consegue se comunicar verbalmente, é pouco provável que a 
obstrução da via aérea represente um risco imediato 
 - A permeabilidade deve ser avaliada a curtos intervalos de tempo 
- TCE grave e rebaixamento de nível de consciência – Glasgow <= 8 
 - Estabelecimento de uma via aérea definitiva 
- Respostas motoras descoordenadas sugere fortemente a necessidade de 
uma via aérea definitiva 
 - Conhecimento das peculiaridades anatômicas 
 - Tomar muito cuidado para evitar a movimentação excessiva da coluna cervical 
- A cabeça e o pescoço do doente não devem ser hiperestendidos, 
hiperfletidos ou rodados 
- Com base na história do trauma, deve-se presumir a perda de 
estabilidade cervical 
- Um exame neurológico isolado não exclui lesão da coluna cervical 
 - Radiografia e TC de coluna cervical 
- Inicialmente, a proteção da medula do doente deve ser feita e mantida 
com uso apropriados de imobilização 
- Considerar a existência de lesão de coluna cervical em todo paciente 
com traumatismos multissistêmicos, especialmente nos doentes que 
apresentem níveis de consciência alterado ou traumatismo fechado acima 
da clavícula 
- Reavaliação frequente é essencial para identificar e tratar os doentes que 
perdem a capacidade de manter a via aérea permeável 
 
 B – Breathing: 
- Ventilação e Respiração: 
 - A permeabilidade da via aérea, por si só, não garante ventilação adequada 
 - Troca adequada de gases – oxigenação e eliminação de CO2 
- Funcionamento adequado dos pulmões, da parede torácica e do 
diafragma 
- O pescoço e o tórax devem ser examinados: 
 - Distensão das veias jugulares 
 - Posição da traqueia 
 - Movimentação da parede torácica 
 - Ausculta dos pulmões – confirmar o fluxo de ar nos pulmões 
 - Lesões da parede do tórax 
 - Lesões que podem prejudicar gravemente a ventilação num curto prazo: 
 - Pneumotórax Hipertensivo 
- Tórax Instável (Retalho Costal Móvel), com contusão pulmonar – 
respiração paradoxal 
- Hemotórax Maciço 
- Pneumotórax Aberto 
- O hemotórax ou pneumotórax simples, as fraturas de arcos costais e a contusão 
pulmonar podem comprometer a ventilação, mas em menor grau – avaliação 
secundária 
- Intubação e ventilação podem revelar ou agravar um pneumotórax 
- A radiografia de tórax deve ser realizada tão logo seja possível, depois 
da intubação e do início da ventilação 
 
 C – Circulation: 
- Circulação com Controle da Hemorragia: 
- Volume Sanguíneo e Débito Cardíaca: 
 - A hemorragia é a principal causa de mortes pós-traumáticas evitáveis 
- Identificação e parada da hemorragia são passos cruciais na avaliação e 
tratamento desses doentes 
- Uma vez descartado o pneumotórax hipertensivo como causa de choque, a 
hipotensão deve ser considerada hipovolêmica até que se prove o contrário 
- Avaliação rápida e precisa do estado hemodinâmico do doente 
traumatizado 
 Nível de Consciência: 
- Volume sanguíneo diminuído – a perfusão cerebral pode estar 
criticamente prejudicada 
- Alteração do nível de consciência (o doente pode estar consciente) 
 Cor da Pele: 
- Doente com pele de coloração rósea, especialmente na face e nas 
extremidades, raramente está criticamente hipovolêmico 
- Coloração acinzentada da face e pele esbranquiçada das extremidades 
– sinais evidentes de hipovolemia 
 Pulsos: 
- Pulso central de acesso fácil (femoral ou carotídeo) deve ser examinado 
bilateralmente para avaliar a qualidade, frequência, regularidade, fluxo 
sanguíneo e simetria 
- Taquisfigmia e pulso filiforme são sinais de hipovolemia 
- Uma frequência normal não é garantia de normovolemia 
 - Hemorragia: 
 - Identificar se a fonte da hemorragia é interna ou externa 
- Hemorragia externa deve ser identificada e controlada durante a 
avaliação primária 
 - Compressão manual direta sobre o ferimento 
 - Torniquetes (podem causar lesão isquêmica) 
 - Pinças hemostáticas (podem lesar nervos e veias) 
- Hemorragia interna é identificada por exame físico e de imagem 
(radiografia, TC ou Avaliação Ultrassonográfica Direcionada para 
Trauma – FAST) 
 - Descompressão do tórax 
 - Compressão da pelve 
 - Uso de imobilizadores 
 - Intervenção cirúrgica 
 
 D – Disability: 
- Disfunção, estado neurológico – rebaixamento do nível de consciência 
- Disfunção Neurológica: 
 - Avaliação neurológica rápida 
 - Nível de consciência do doente – GCS (Escala de Comade Glasgow) 
- Rebaixamento de nível de consciência pode representar diminuição da 
oxigenação ou da perfusão cerebral ou ser resultado de um trauma direta 
ao cérebro 
 - Reavaliação de ventilação, oxigenação e perfusão 
 - Hipoglicemia, álcool, narcóticos, etc 
- Excluídos esses problemas, todo rebaixamento de consciência 
deve ser considerado originário de um trauma ao SNC, até que se 
prove o contrário 
 - Tamanho e reatividade das pupilas 
 - Sinais de lateralização 
 - Lesão da medula espinal 
 
 E – Exposition: 
- Exposição/Controle do Ambiente (despir completamente o doente, mas prevenindo 
a hipotermia) 
- Exposição e Controle do Ambiente: 
- O doente deve ser totalmente despido – cortando as roupas para facilitar o 
exame e a avaliação completos 
- Completar a avaliação 
- Coberto com cobertores aquecidos ou algum dispositivo de aquecimento 
externo – prevenir a hipotermia 
 
 
OBS: Uma avaliação rápida do ABCD pode ser obtida perguntando ao doente seu nome e o que 
aconteceu 
- Uma resposta apropriada sugere que não há comprometimento grave da via aérea (habilidade 
para falar claramente) 
- Ventilação não está comprometida gravemente (habilidade para gerar movimento aéreo que 
permita falar) 
- Não há maior diminuição do nível de consciência (alerta suficiente para descrever o ocorrido) 
- A falha na resposta a essas questões sugere anormalidades no ABC ou D, que implicam 
avaliação e tratamento urgentes 
 
4) Reanimação: 
 
- Reanimação e tratamento de lesões com risco para a vida – logo que identificadas 
- Segue a sequência ABC 
 - Simultaneamente com a avaliação primária 
 
- Via Aérea: 
 
 - Protegida em todos os doentes 
 - Garantida quando existe a possibilidade de seu comprometimento 
 - Elevação do Mento (Chin Lift) e Tração da Mandíbula (Jaw Thrust) – intervenção inicial 
- Se houver dúvida sobre a capacidade do doente de manter a permeabilidade de sua via aérea, 
deve-se estabelecer uma via aérea definitiva (intubação) 
 - Se a intubação não for possível, deve ser obtida uma via aérea cirúrgica 
 - Cricotireoidostomia 
 - Traqueostomia 
- Proteção contínua da coluna cervical 
 
 - Ventilação, Respiração e Oxigenação: 
 
- O pneumotórax hipertensivo compromete dramaticamente e de modo agudo a ventilação e a 
circulação 
- Descompressão torácica 
- Todo doente traumatizado deve receber oxigenioterapia suplementar 
- Oxímetro de Pulso deve ser usado para a monitoração da saturação de hemoglobina 
 
 - Circulação e Controle da Hemorragia: 
 
 - Controle definitivo da hemorragia 
 - Reposição de volume intravascular 
 - No mínimo dois cateteres endovenosos (EV) calibrosos 
- A velocidade máxima dos fluidos administrados é determinada pelo diâmetro 
interno do cateter 
 - Iniciar por punções periféricas nos membros superiores 
 - Acesso Venoso Central, de acordo com as necessidades 
- Retirada amostras de sangue para tipagem sanguínea, exames laboratoriais 
(teste de gravidez em mulheres em idade fértil), etc 
 - Cristaloides – Ringer Lactato 
 - Aquecidas – 37 a 40 ºC – evitar hipotermia 
 - O choque associado ao trauma é mais frequentemente de origem hipovolêmica 
 - Se não responder a terapia, pode ser necessária a transfusão sanguínea 
 - A reanimação volêmica agressiva e contínua não substitui o controle definitivo da hemorragia 
 - Cirurgia 
 - Angioembolização 
 - Estabilização Pélvica 
5) Medidas auxiliares à Avaliação Primária e à Reanimação: 
 
- Monitoração Eletrocardiográfica: 
 
 - Monitoração Eletrocardiográfica de todos os traumatizados é importante 
- Arritmias, incluindo taquicardias inexplicáveis, fibrilação, contrações ventriculares e 
alterações no segmente ST 
 - Trauma cardíaco contuso 
- Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) – tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo 
ou hipovolemia profunda 
- Bradicardia, condução aberrante ou extrassístoles – suspeitar de hipóxia ou hipoperfusão 
 
- Cateterização Urinária e Gástrica: 
 
 - Parte da fase de reanimação 
 
 - Sondas Urinárias: 
 - Débito urinário – indicador da volemia – perfusão renal 
 - Inserção de uma Sonda Vesical 
- Cateterização Transuretral da bexiga é contraindicada nos casos em que se suspeita de 
lesão uretral 
 - Sangue no meato uretral 
 - Equimose perineal 
 - Deslocamento cranial da próstata – não é palpável ao toque retal 
 
 - Sondas Gástricas: 
- Reduzir a distensão gástrica – diminuir os riscos de aspiração e avaliar a presença de 
hemorragia no trato GI alto 
- Descompressão do estômago – diminui o risco de aspiração – não a evita 
completamente 
 - Pode induzir o vômito e a aspiração 
 
- Gasometria Arterial, Frequência Respiratória, Oximetria de Pulso e Pressão Arterial: 
 
 - Frequência Respiratória e Gasometria Arterial – monitorar o processo respiratório 
 - Detector de CO2 expirado 
 - Oximetria de Pulso – saturação de hemoglobina pelo oxigênio 
 - Pressão Arterial – em tempo real (método invasivo) 
 
- Exames Radiológicos (ultrassom, eco-doppler, raio-X, TC, etc – tórax e pelve): 
 
 - Utilização de maneira racional e de modo a não retardar a reanimação do doente 
 - Radiografias anteroposteriores (AP) do tórax e da pelve 
 - Informações úteis para guiar os esforços de reanimação nas vítimas de trauma fechado 
 
6) Avaliação Secundária: 
 
- Só deve ser iniciada depois de completar a avaliação primária (ABCDE) e quando as medidas 
indicadas para reanimação tiverem sido adotadas e o doente normalizar 
- Pode ser realizada simultaneamente, por outra pessoa 
 - Não deve interferir na avaliação primária, que é a prioridade 
- Exame do Traumatizado da cabeça aos pés – história clínica e exame físico completos 
 - Reavaliação de todos os sinais vitais 
 - Cada região do corpo deve ser examinada por completo 
 - Exame neurológico completo – determinação do escore na GCS 
- História: 
 - História do Mecanismo do Trauma 
 - Com o paciente, se possível, ou com a família e o pessoal do atendimento pré-hospitalar 
 
 - “AMPLA”: 
 A – Alergia 
 M – Medicamentos de Uso Habitual 
 P – Passado Médico/Prenhez 
 L – Líquidos e Alimentos Ingeridos Recentemente 
 A – Ambiente e Eventos Relacionados ao Trauma 
 
 - Trauma Fechado: 
 - Colisões, quedas, etc 
 - Padrões de lesão podem ser previstos de acordo com o mecanismo do trauma 
 
 - Trauma Penetrante: 
 - Incidência de traumas penetrantes está aumentando 
- Os fatores determinantes do tipo e da extensão da lesão e do subsequente tratamento 
dependerão da região do corpo que foi lesada 
 
 - Lesões Térmicas: 
 - Queimaduras 
 - Isoladas ou acompanhadas de trauma fechado ou penetrante 
 - Inalação e intoxicação 
 
 - Exame Físico: 
 - Sequência Craniocaudal 
 
 - Cabeça: 
- Avaliação da cabeça e identificação de todas as lesões neurológicas relacionadas e 
significativas 
- Toda a cabeça e o couro cabeludo devem ser examinados à procura de lacerações, 
contusões ou evidências de fraturas 
- Olhos devem ser reavaliados (edema periocular pode dificultar exame mais 
pormenorizado): 
 - Acuidade visual 
 - Tamanho da pupila 
 - Hemorragias do fundo e da conjuntiva 
 - Lesões penetrantes 
 - Lentes de contato – remover antes que ocorra edema 
 - Deslocamentos do cristalino 
 - Encarceramento ocular 
 - Avaliação da acuidade visual – Quadro de Snellen ou palavras em rótulos 
- Mobilidade ocular – excluir bloqueio de músculos extraoculares, por fraturas 
da órbita ou lesões no Nervo Oculomotor, por TCE 
 
 - Estruturas Maxilofaciais: 
- Exame da face – palpação de todas as estruturas ósseas, avaliação da oclusão dentária, 
exame intraoral e avaliação das partes moles 
- Traumatismos, quando não associados a obstrução da via aérea ou a hemorragia 
importante, devem ser tratados após a completa estabilização do doente 
 - Lesões que trazem risco a vida devem ser priorizadas e controladas 
 
 
 
 - Coluna Cervicale Pescoço: 
- Pacientes com trauma craniano e maxilofacial devem ser considerados como 
portadores de lesão instável de coluna cervical 
 - Fraturas ou lesões de ligamentos 
- Pescoço deve ser imobilizado até que sua coluna cervical tenha sido estudada 
por completo e excluídas possíveis lesões 
 - Estudo radiológico completo 
- Ausência de déficit neurológico não exclui lesão da coluna cervical 
 - O exame de pescoço inclui inspeção, palpação e ausculta 
- Dor ao longo da coluna cervical, enfisema subcutâneo, desvio de traqueia, 
fratura de laringe, frêmitos e sopros nas carótidas, etc 
 - A maioria das lesões vasculares cervicais são por ferimentos penetrantes 
- Trauma cervical fechado – pode produzir ruptura da íntima, dissecção e 
trombose 
- Pacientes traumatizados com um capacete – proteção relacionada a uma possível lesão 
instável de coluna cervical 
 - Cuidados extremos devem ser tomados na retirada do capacete 
- Ferimentos cervicais penetrantes podem lesar diferentes órgãos e sistemas 
- Lesões que se estendem além do platisma exigem avaliação intraoperatória por 
um cirurgião 
 
 - Tórax: 
- Inspeção visual do tórax (todas as faces) – identificar lesões como pneumotórax aberto 
e segmentos instáveis (fraturas – respiração paradoxal) 
- Avaliação completa do tórax – palpação de toda a caixa torácica (incluindo clavículas, 
arcos costais e esterno) 
- Pressão esternal desperta dor se o esterno estiver fraturado ou se houver 
disjunção costocondral 
- Contusões e hematomas da parede torácica devem alertar o médico para a 
possibilidade de lesões ocultas 
 - Lesões torácicas significativas podem manifestar-se por dor, dispneia e hipóxia 
 - Ausculta e radiografia do tórax 
- Murmúrio vesicular é auscultado na parte anterossuperior do tórax para 
identificar pneumotórax e na parte posterior para hemotórax 
- Tríade de Beck (tamponamento cardíaco): 
 - Bulhas abafadas 
 - Pressão de pulso diminuída 
- Turgência jugular (pode indicar tamponamento ou pneumotórax 
hipertensivo) 
 
 - Abdômen: 
 - Lesões abdominais devem ser identificadas e tratadas de maneira agressiva 
- Diagnóstico específico não é tão importante quanto a identificação da presença de 
lesão e sua correção cirúrgica (laparotomia exploradora) 
- Exame inicial normal não exclui lesões intra-abdominais significativas 
- Observar o doente de perto e com frequentes reavaliações do abdômen 
 - Com o passar do tempo, os achados abdominais podem mudar 
- Lavagem Peritoneal Diagnóstica (LPD), FAST e TC de abdômen 
- Evitar manipulação excessiva da pelve – pode precipitar hemorragia adicional 
- Radiografia AP da pelve – identificar fraturas pélvicas que estão 
potencialmente associadas a perdas sanguíneas significativas 
 - Lesões de órgãos retroperitoneais podem ser difíceis de identificar, mesmo com TC 
 - Lesão de duodeno, pâncreas, etc 
- Conhecimento dos mecanismos de trauma, identificação das lesões associadas e 
suspeição de lesão 
 - Períneo, Reto e Vagina: 
- Períneo deve ser examinado a procura de contusões, hematomas, lacerações e 
sangramento uretral 
- Toque retal pode ser realizado antes da introdução de sonda urinária 
 - Sangue na luz intestinal 
 - Próstata alta e flutuante 
 - Presença de fraturas pélvicas 
 - Integridade da parede do reto 
 - Tonicidade do esfíncter 
- Exame vaginal deve ser realizado em pacientes com risco de lesão vaginal 
 - Presença de sangue na vagina 
 - Lacerações 
 - Teste de gravidez (em todas as mulheres em idade fértil) 
 
 - Sistema Musculoesquelético: 
 - Inspeção dos membros – identificar contusões e deformidades 
 - Palpação dos ossos – dor ou movimentos anormais 
 - Fraturas ocultas 
- Fraturas pélvicas podem ser suspeitadas pela identificação de equimoses sobre as asas 
do ílio, púbis, grandes lábios ou escroto 
- Dor à palpação do anel pélvico é um achado importante no paciente consciente 
- Lesões significativas das extremidades podem existir sem que seja possível identificar 
fraturas 
 - Ruptura de ligamentos – instabilidade da articulação 
 - Lesões de tendões – interfere na movimentação ativa da estrutura afetada 
 - Perda de sensibilidade ou da contratilidade muscular voluntária 
 - Lesão nervosa ou isquemia 
- Fraturas da coluna torácica e lombar ou lesões neurológicas devem ser consideradas 
com base nos achados físicos e no mecanismo de trauma 
- Examinar o dorso do doente – não deixar passar lesões significativas 
 
 - Sistema Nervoso: 
 - Exame neurológico abrangente: 
 - Nível de consciência – Escala de Coma de Glasgow (GCS) 
 - Tamanho, simetria (isocoria) e resposta da pupila (reflexo fotomotor) 
 - Avaliação sensorial e motora das extremidades 
 - TCE – necessita de parecer precoce da neurocirurgia 
- O paciente deve ser monitorado frequentemente para detecção de deterioração no nível 
de consciência e modificações no exame neurológico 
 - Progressão de lesão intracraniana 
 - Piora deve ser avaliada: (ABCDE) 
 - Oxigenação e perfusão do cérebro 
 - Ventilação 
- Evidências de perda de sensibilidade, paralisia ou fraqueza sugerem lesões mais graves 
à medula ou ao SNP 
- A proteção da coluna é necessária até que uma lesão medular seja excluída e, caso 
detectada, é necessário o parecer da neurocirurgia e da ortopedia 
- Imobilização de todo o doente, com pranchas longas, colares cervicais 
semirrígidos e outros aparelhos de imobilização cervical 
 - Não deixar o tronco livre – evitar a rotação da coluna cervical 
- Aumento da pressão intracraniana (PIC) pode reduzir a pressão de perfusão cerebral e 
estabelecer uma lesão cerebral secundária 
- A piora neurológica rápida do paciente com lesão cerebral pode ocorrer apesar da 
aplicação de todas as medidas de controle da PIC e da manutenção do suporte 
apropriado ao SNC 
7) Medidas auxiliares à Avaliação Secundária: 
 
- Minimizar lesões não diagnosticadas 
- Manter alto índice de suspeição e manter o monitoramento contínuo do estado clínico do paciente 
- Testes diagnósticos especializados para identificar lesões específicas 
- Radiografias adicionais da coluna e das extremidades 
 - TC de crânio, tórax, abdômen e coluna 
 - Urografia excretora 
 - Arteriografia 
 - Ultrassonografia transesofâgica 
 - Broncoscopia 
 - Esofagoscopia 
- Transporte do doente para outras áreas do hospital 
- Esses exames especializados não devem ser realizados até que o doente tenha sido 
cuidadosamente examinado e seu estado hemodinâmico tenha sido normalizado 
 
8) Reavaliação: 
 
- O paciente traumatizado deve ser reavaliado constantemente para assegurar que novos achados não 
sejam negligenciados e para descobrir deterioração nos achados registrados previamente 
- Lesões ameaçadoras à vida, ainda que menos grave, podem se tornar aparentes 
- Doenças clínicas preexistentes podem se tornar evidentes e afetar seriamente o prognóstico 
- Monitoração contínua dos sinais vitais e do débito urinário 
 - Manutenção de um débito urinário de 0,5 ml/kg/h (em adultos) 
 - 1 ml/kg/h (em crianças, acima de 1 ano de idade) 
- Gasometria arterial e instrumentos para a monitoração cardíaca 
- Oximetria de Pulso 
- Medida de gás carbônico expirado final 
- Alívio da dor (analgesia) 
 - Opiáceos intravenosos ou ansiolíticos 
- Administrados cautelosamente e em pequenas doses para alcançar o nível desejado de 
conforto para o doente e alívio da ansiedade, evitando, ao mesmo tempo, a depressão 
respiratória, o mascaramento de lesões sutis e alterações nos níveis de consciência 
 
9) Tratamento Definitivo: 
 
OBS: Transferência de Pacientes: 
- Deve ser considerada sempre que as necessidades de tratamento excedem a capacidade da 
instituição 
- Avaliação detalhada das lesões e da estabilidade do doente e da capacidade da instituição 
(equipamentos, recursos e equipe) 
 
 - Triagem Inter-hospitalar: 
- Determinar o grau, o ritmo e a intensidade do tratamento inicialque deve ser ministrado ao 
paciente traumatizado 
- Critérios: 
 - Estado fisiológico do doente 
 - Presença de lesões evidentes 
 - Mecanismos de trauma 
 - Doenças subjacentes 
- Definir se o doente precisa ser transferido para um centro de trauma ou para um outro hospital 
capaz de oferecer um tratamento mais especializado 
- O hospital apropriado mais próximo deve ser escolhido com base na sua capacidade de tratar 
o paciente traumatizado 
 
OBS: DESASTRES: 
 
 - Esgotam as capacidades locais e regionais 
 - Aumentar a possibilidade de um atendimento efetivo do maior número possível de traumatizados 
 - Planos de conduta (desenvolvidos, reavaliados e simulados frequentemente) 
 
 
OBS: REGISTROS E CONSIDERAÇÕES LEGAIS: 
 
 - Registros: 
 - Registro meticuloso com documentação cronológica de todos os eventos 
 - Preciso 
 - Avaliar as necessidades e o estado clínico do paciente 
- Um membro da equipe de enfermagem deve assumir a responsabilidade única e integral de 
coletar e registrar todas as informações pertinentes 
- Problemas médico-legais ocorrem frequentemente e um registro preciso dos fatos ajuda em 
todos os aspectos 
 - Fluxogramas – rápida identificação de alterações nas condições do doente 
 
 - Consentimento Informado: 
 - Deve ser conseguido, se possível, antes de se instaurar o tratamento 
 - Nos casos com risco à vida, não é possível obter esse consentimento prévio 
 - O tratamento deve ser iniciado e o consentimento obtido depois 
 
 - Evidência Forense: 
 - Lesão decorrente de atividade criminosa 
 - Preservar todas as evidências (roupas, projéteis, etc) – entregues à polícia 
 
OBS: TRABALHO EM EQUIPE: 
 
- Com o objetivo de realizar efetivamente o trabalho em equipe, um membro deve assumir o papel de 
líder de equipe 
 - Checa e dirige a avaliação – não está envolvido na avaliação do doente em si 
- Supervisiona e checa o estágio de preparação para assegurar uma transição segura do 
ambiente pré-hospitalar para o intra-hospitalar 
- Atribui funções aos outros membros da equipe – designa o papel de cada membro 
- Supervisiona a passagem do caso pela equipe pré-hospitalar (“hands-off, hands-over”) 
- “MIST”: 
 M – Mecanism – Mecanismo e tempo do trauma 
 I – Injuries – Lesões encontradas e suspeitas 
 S – Signals – Sinais e sintomas 
 T – Treatment – Tratamento iniciado 
 - Treinado no ATLS e na liderança 
 - Checa a progressão da avaliação em intervalos e resume os achados e a condição do doente 
- Convoca outros médicos, solicita exames complementares, direciona a transferência 
- Conduz uma revisão pós-atendimento – aspectos técnicos e emocionais da reanimação são 
pontuados 
 
- Comunicação entre a equipe 
 - Cada membro deve saber o que os outros encontraram e estão fazendo 
 - Verbalização em tom mais alto, de cada ação e cada achado 
 - Uma pessoa de cada vez 
 - Pedidos e ordens devem ser dirigidos a um indivíduo pelo nome 
 - Não devem ser feitos em termos gerais 
 - O indivíduo repete o pedido/ordem e confirma posteriormente a sua execução

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