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SUPORTE DE VIDA AVANÇADO NO TRAUMA ATLS AVALIAÇÃO E ATENDIMENTO INICIAIS - Avaliação Inicial: Preparação Triagem Avaliação Primária (ABCDE) Reanimação Medidas auxiliares à Avaliação Primária e à Reanimação Considerar a necessidade de transferência Avaliação Secundária (“da cabeça aos pés”) e História Clínica Medidas auxiliares à Avaliação Secundária Reavaliação e Monitoração contínuas após a Reanimação Tratamento Definitivo - A avaliação primária deve ser repetida com frequência – identificar qualquer alteração do estado clínico do doente - Identificar a necessidade de intervenção adicional 1) Preparação: - Fase Pré-Hospitalar: - Entrosamento com a equipe de atendimento pré-hospitalar - Agilizar o tratamento no local do trauma - O hospital deve ser notificado com antecedência – preparar para receber o traumatizado - Manutenção da via aérea - Controle da hemorragia externa e do choque - Imobilização do doente - Transporte Imediato ao Hospital apropriado mais próximo - Centro de Trauma credenciado - Obtenção e Documentação de Informações necessárias à triagem - Hora do Trauma - Eventos relacionados ao trauma - História do doente - Mecanismos de lesão - Intensidade de lesões - Traumas Específicos - Fase Hospitalar: - Planejamento antecipado à chegada do doente traumatizado - Área de reanimação - Equipamentos apropriados para a abordagem de via aérea, etc - Soluções cristaloides aquecidas - Convocação de mais médicos quando necessário - EPIs: - Proteção contra doenças transmissíveis pelo sangue (Hepatite e AIDS) - Precauções padrão - Máscara - Proteção dos olhos - Avental impermeável - Perneiras - Luvas 2) Triagem: - Classificação dos doentes de acordo com o tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis - Prioridades ABC: - Airway – Via Aérea e Proteção da Coluna Cervical - Breathing – Ventilação e Respiração - Circulation – Circulação com Controle da Hemorragia - Classificação dos doentes no local e escolha do hospital para o qual o doente deverá ser transportado - Responsabilidade Pré-Hospitalar - Múltiplas Vítimas: - O número de doentes e a gravidade das lesões não excede a capacidade de atendimento do hospital - Doentes com risco de vida iminente e doentes com traumatismos multissistêmicos serão atendidos primeiro - Vítimas em Massa: - O número de doentes e a gravidade das lesões excede a capacidade do hospital - Doentes com maiores possibilidades de sobrevida serão atendidos primeiro - Menor gasto de tempo, equipamentos, recursos e pessoal 3) Avaliação Primária: - Condições que implicam risco à vida devem ser identificadas em uma sequência de prioridades - Efeitos das lesões sobre a fisiologia do doente - ABCDE do Trauma: A – Airway: - Via Aérea com Proteção da Coluna Cervical - Manutenção da Via Aérea com Proteção da Coluna Cervical: - A via aérea deve ser avaliada em primeiro lugar – permeabilidade - Identificar sinais de obstrução da via aérea - Aspiração e inspeção para a presença de corpos estranhos e fraturas faciais, mandibulares ou traqueolaríngeas – obstrução da via aérea - Manobras para estabelecer a permeabilidade da via aérea devem ser feitas com proteção da coluna cervical - Medida inicial para permeabilizar a via aérea: - Elevação do Mento (Chin Lift) - Tração da Mandíbula (Jaw Thrust) - Se o doente consegue se comunicar verbalmente, é pouco provável que a obstrução da via aérea represente um risco imediato - A permeabilidade deve ser avaliada a curtos intervalos de tempo - TCE grave e rebaixamento de nível de consciência – Glasgow <= 8 - Estabelecimento de uma via aérea definitiva - Respostas motoras descoordenadas sugere fortemente a necessidade de uma via aérea definitiva - Conhecimento das peculiaridades anatômicas - Tomar muito cuidado para evitar a movimentação excessiva da coluna cervical - A cabeça e o pescoço do doente não devem ser hiperestendidos, hiperfletidos ou rodados - Com base na história do trauma, deve-se presumir a perda de estabilidade cervical - Um exame neurológico isolado não exclui lesão da coluna cervical - Radiografia e TC de coluna cervical - Inicialmente, a proteção da medula do doente deve ser feita e mantida com uso apropriados de imobilização - Considerar a existência de lesão de coluna cervical em todo paciente com traumatismos multissistêmicos, especialmente nos doentes que apresentem níveis de consciência alterado ou traumatismo fechado acima da clavícula - Reavaliação frequente é essencial para identificar e tratar os doentes que perdem a capacidade de manter a via aérea permeável B – Breathing: - Ventilação e Respiração: - A permeabilidade da via aérea, por si só, não garante ventilação adequada - Troca adequada de gases – oxigenação e eliminação de CO2 - Funcionamento adequado dos pulmões, da parede torácica e do diafragma - O pescoço e o tórax devem ser examinados: - Distensão das veias jugulares - Posição da traqueia - Movimentação da parede torácica - Ausculta dos pulmões – confirmar o fluxo de ar nos pulmões - Lesões da parede do tórax - Lesões que podem prejudicar gravemente a ventilação num curto prazo: - Pneumotórax Hipertensivo - Tórax Instável (Retalho Costal Móvel), com contusão pulmonar – respiração paradoxal - Hemotórax Maciço - Pneumotórax Aberto - O hemotórax ou pneumotórax simples, as fraturas de arcos costais e a contusão pulmonar podem comprometer a ventilação, mas em menor grau – avaliação secundária - Intubação e ventilação podem revelar ou agravar um pneumotórax - A radiografia de tórax deve ser realizada tão logo seja possível, depois da intubação e do início da ventilação C – Circulation: - Circulação com Controle da Hemorragia: - Volume Sanguíneo e Débito Cardíaca: - A hemorragia é a principal causa de mortes pós-traumáticas evitáveis - Identificação e parada da hemorragia são passos cruciais na avaliação e tratamento desses doentes - Uma vez descartado o pneumotórax hipertensivo como causa de choque, a hipotensão deve ser considerada hipovolêmica até que se prove o contrário - Avaliação rápida e precisa do estado hemodinâmico do doente traumatizado Nível de Consciência: - Volume sanguíneo diminuído – a perfusão cerebral pode estar criticamente prejudicada - Alteração do nível de consciência (o doente pode estar consciente) Cor da Pele: - Doente com pele de coloração rósea, especialmente na face e nas extremidades, raramente está criticamente hipovolêmico - Coloração acinzentada da face e pele esbranquiçada das extremidades – sinais evidentes de hipovolemia Pulsos: - Pulso central de acesso fácil (femoral ou carotídeo) deve ser examinado bilateralmente para avaliar a qualidade, frequência, regularidade, fluxo sanguíneo e simetria - Taquisfigmia e pulso filiforme são sinais de hipovolemia - Uma frequência normal não é garantia de normovolemia - Hemorragia: - Identificar se a fonte da hemorragia é interna ou externa - Hemorragia externa deve ser identificada e controlada durante a avaliação primária - Compressão manual direta sobre o ferimento - Torniquetes (podem causar lesão isquêmica) - Pinças hemostáticas (podem lesar nervos e veias) - Hemorragia interna é identificada por exame físico e de imagem (radiografia, TC ou Avaliação Ultrassonográfica Direcionada para Trauma – FAST) - Descompressão do tórax - Compressão da pelve - Uso de imobilizadores - Intervenção cirúrgica D – Disability: - Disfunção, estado neurológico – rebaixamento do nível de consciência - Disfunção Neurológica: - Avaliação neurológica rápida - Nível de consciência do doente – GCS (Escala de Comade Glasgow) - Rebaixamento de nível de consciência pode representar diminuição da oxigenação ou da perfusão cerebral ou ser resultado de um trauma direta ao cérebro - Reavaliação de ventilação, oxigenação e perfusão - Hipoglicemia, álcool, narcóticos, etc - Excluídos esses problemas, todo rebaixamento de consciência deve ser considerado originário de um trauma ao SNC, até que se prove o contrário - Tamanho e reatividade das pupilas - Sinais de lateralização - Lesão da medula espinal E – Exposition: - Exposição/Controle do Ambiente (despir completamente o doente, mas prevenindo a hipotermia) - Exposição e Controle do Ambiente: - O doente deve ser totalmente despido – cortando as roupas para facilitar o exame e a avaliação completos - Completar a avaliação - Coberto com cobertores aquecidos ou algum dispositivo de aquecimento externo – prevenir a hipotermia OBS: Uma avaliação rápida do ABCD pode ser obtida perguntando ao doente seu nome e o que aconteceu - Uma resposta apropriada sugere que não há comprometimento grave da via aérea (habilidade para falar claramente) - Ventilação não está comprometida gravemente (habilidade para gerar movimento aéreo que permita falar) - Não há maior diminuição do nível de consciência (alerta suficiente para descrever o ocorrido) - A falha na resposta a essas questões sugere anormalidades no ABC ou D, que implicam avaliação e tratamento urgentes 4) Reanimação: - Reanimação e tratamento de lesões com risco para a vida – logo que identificadas - Segue a sequência ABC - Simultaneamente com a avaliação primária - Via Aérea: - Protegida em todos os doentes - Garantida quando existe a possibilidade de seu comprometimento - Elevação do Mento (Chin Lift) e Tração da Mandíbula (Jaw Thrust) – intervenção inicial - Se houver dúvida sobre a capacidade do doente de manter a permeabilidade de sua via aérea, deve-se estabelecer uma via aérea definitiva (intubação) - Se a intubação não for possível, deve ser obtida uma via aérea cirúrgica - Cricotireoidostomia - Traqueostomia - Proteção contínua da coluna cervical - Ventilação, Respiração e Oxigenação: - O pneumotórax hipertensivo compromete dramaticamente e de modo agudo a ventilação e a circulação - Descompressão torácica - Todo doente traumatizado deve receber oxigenioterapia suplementar - Oxímetro de Pulso deve ser usado para a monitoração da saturação de hemoglobina - Circulação e Controle da Hemorragia: - Controle definitivo da hemorragia - Reposição de volume intravascular - No mínimo dois cateteres endovenosos (EV) calibrosos - A velocidade máxima dos fluidos administrados é determinada pelo diâmetro interno do cateter - Iniciar por punções periféricas nos membros superiores - Acesso Venoso Central, de acordo com as necessidades - Retirada amostras de sangue para tipagem sanguínea, exames laboratoriais (teste de gravidez em mulheres em idade fértil), etc - Cristaloides – Ringer Lactato - Aquecidas – 37 a 40 ºC – evitar hipotermia - O choque associado ao trauma é mais frequentemente de origem hipovolêmica - Se não responder a terapia, pode ser necessária a transfusão sanguínea - A reanimação volêmica agressiva e contínua não substitui o controle definitivo da hemorragia - Cirurgia - Angioembolização - Estabilização Pélvica 5) Medidas auxiliares à Avaliação Primária e à Reanimação: - Monitoração Eletrocardiográfica: - Monitoração Eletrocardiográfica de todos os traumatizados é importante - Arritmias, incluindo taquicardias inexplicáveis, fibrilação, contrações ventriculares e alterações no segmente ST - Trauma cardíaco contuso - Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) – tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo ou hipovolemia profunda - Bradicardia, condução aberrante ou extrassístoles – suspeitar de hipóxia ou hipoperfusão - Cateterização Urinária e Gástrica: - Parte da fase de reanimação - Sondas Urinárias: - Débito urinário – indicador da volemia – perfusão renal - Inserção de uma Sonda Vesical - Cateterização Transuretral da bexiga é contraindicada nos casos em que se suspeita de lesão uretral - Sangue no meato uretral - Equimose perineal - Deslocamento cranial da próstata – não é palpável ao toque retal - Sondas Gástricas: - Reduzir a distensão gástrica – diminuir os riscos de aspiração e avaliar a presença de hemorragia no trato GI alto - Descompressão do estômago – diminui o risco de aspiração – não a evita completamente - Pode induzir o vômito e a aspiração - Gasometria Arterial, Frequência Respiratória, Oximetria de Pulso e Pressão Arterial: - Frequência Respiratória e Gasometria Arterial – monitorar o processo respiratório - Detector de CO2 expirado - Oximetria de Pulso – saturação de hemoglobina pelo oxigênio - Pressão Arterial – em tempo real (método invasivo) - Exames Radiológicos (ultrassom, eco-doppler, raio-X, TC, etc – tórax e pelve): - Utilização de maneira racional e de modo a não retardar a reanimação do doente - Radiografias anteroposteriores (AP) do tórax e da pelve - Informações úteis para guiar os esforços de reanimação nas vítimas de trauma fechado 6) Avaliação Secundária: - Só deve ser iniciada depois de completar a avaliação primária (ABCDE) e quando as medidas indicadas para reanimação tiverem sido adotadas e o doente normalizar - Pode ser realizada simultaneamente, por outra pessoa - Não deve interferir na avaliação primária, que é a prioridade - Exame do Traumatizado da cabeça aos pés – história clínica e exame físico completos - Reavaliação de todos os sinais vitais - Cada região do corpo deve ser examinada por completo - Exame neurológico completo – determinação do escore na GCS - História: - História do Mecanismo do Trauma - Com o paciente, se possível, ou com a família e o pessoal do atendimento pré-hospitalar - “AMPLA”: A – Alergia M – Medicamentos de Uso Habitual P – Passado Médico/Prenhez L – Líquidos e Alimentos Ingeridos Recentemente A – Ambiente e Eventos Relacionados ao Trauma - Trauma Fechado: - Colisões, quedas, etc - Padrões de lesão podem ser previstos de acordo com o mecanismo do trauma - Trauma Penetrante: - Incidência de traumas penetrantes está aumentando - Os fatores determinantes do tipo e da extensão da lesão e do subsequente tratamento dependerão da região do corpo que foi lesada - Lesões Térmicas: - Queimaduras - Isoladas ou acompanhadas de trauma fechado ou penetrante - Inalação e intoxicação - Exame Físico: - Sequência Craniocaudal - Cabeça: - Avaliação da cabeça e identificação de todas as lesões neurológicas relacionadas e significativas - Toda a cabeça e o couro cabeludo devem ser examinados à procura de lacerações, contusões ou evidências de fraturas - Olhos devem ser reavaliados (edema periocular pode dificultar exame mais pormenorizado): - Acuidade visual - Tamanho da pupila - Hemorragias do fundo e da conjuntiva - Lesões penetrantes - Lentes de contato – remover antes que ocorra edema - Deslocamentos do cristalino - Encarceramento ocular - Avaliação da acuidade visual – Quadro de Snellen ou palavras em rótulos - Mobilidade ocular – excluir bloqueio de músculos extraoculares, por fraturas da órbita ou lesões no Nervo Oculomotor, por TCE - Estruturas Maxilofaciais: - Exame da face – palpação de todas as estruturas ósseas, avaliação da oclusão dentária, exame intraoral e avaliação das partes moles - Traumatismos, quando não associados a obstrução da via aérea ou a hemorragia importante, devem ser tratados após a completa estabilização do doente - Lesões que trazem risco a vida devem ser priorizadas e controladas - Coluna Cervicale Pescoço: - Pacientes com trauma craniano e maxilofacial devem ser considerados como portadores de lesão instável de coluna cervical - Fraturas ou lesões de ligamentos - Pescoço deve ser imobilizado até que sua coluna cervical tenha sido estudada por completo e excluídas possíveis lesões - Estudo radiológico completo - Ausência de déficit neurológico não exclui lesão da coluna cervical - O exame de pescoço inclui inspeção, palpação e ausculta - Dor ao longo da coluna cervical, enfisema subcutâneo, desvio de traqueia, fratura de laringe, frêmitos e sopros nas carótidas, etc - A maioria das lesões vasculares cervicais são por ferimentos penetrantes - Trauma cervical fechado – pode produzir ruptura da íntima, dissecção e trombose - Pacientes traumatizados com um capacete – proteção relacionada a uma possível lesão instável de coluna cervical - Cuidados extremos devem ser tomados na retirada do capacete - Ferimentos cervicais penetrantes podem lesar diferentes órgãos e sistemas - Lesões que se estendem além do platisma exigem avaliação intraoperatória por um cirurgião - Tórax: - Inspeção visual do tórax (todas as faces) – identificar lesões como pneumotórax aberto e segmentos instáveis (fraturas – respiração paradoxal) - Avaliação completa do tórax – palpação de toda a caixa torácica (incluindo clavículas, arcos costais e esterno) - Pressão esternal desperta dor se o esterno estiver fraturado ou se houver disjunção costocondral - Contusões e hematomas da parede torácica devem alertar o médico para a possibilidade de lesões ocultas - Lesões torácicas significativas podem manifestar-se por dor, dispneia e hipóxia - Ausculta e radiografia do tórax - Murmúrio vesicular é auscultado na parte anterossuperior do tórax para identificar pneumotórax e na parte posterior para hemotórax - Tríade de Beck (tamponamento cardíaco): - Bulhas abafadas - Pressão de pulso diminuída - Turgência jugular (pode indicar tamponamento ou pneumotórax hipertensivo) - Abdômen: - Lesões abdominais devem ser identificadas e tratadas de maneira agressiva - Diagnóstico específico não é tão importante quanto a identificação da presença de lesão e sua correção cirúrgica (laparotomia exploradora) - Exame inicial normal não exclui lesões intra-abdominais significativas - Observar o doente de perto e com frequentes reavaliações do abdômen - Com o passar do tempo, os achados abdominais podem mudar - Lavagem Peritoneal Diagnóstica (LPD), FAST e TC de abdômen - Evitar manipulação excessiva da pelve – pode precipitar hemorragia adicional - Radiografia AP da pelve – identificar fraturas pélvicas que estão potencialmente associadas a perdas sanguíneas significativas - Lesões de órgãos retroperitoneais podem ser difíceis de identificar, mesmo com TC - Lesão de duodeno, pâncreas, etc - Conhecimento dos mecanismos de trauma, identificação das lesões associadas e suspeição de lesão - Períneo, Reto e Vagina: - Períneo deve ser examinado a procura de contusões, hematomas, lacerações e sangramento uretral - Toque retal pode ser realizado antes da introdução de sonda urinária - Sangue na luz intestinal - Próstata alta e flutuante - Presença de fraturas pélvicas - Integridade da parede do reto - Tonicidade do esfíncter - Exame vaginal deve ser realizado em pacientes com risco de lesão vaginal - Presença de sangue na vagina - Lacerações - Teste de gravidez (em todas as mulheres em idade fértil) - Sistema Musculoesquelético: - Inspeção dos membros – identificar contusões e deformidades - Palpação dos ossos – dor ou movimentos anormais - Fraturas ocultas - Fraturas pélvicas podem ser suspeitadas pela identificação de equimoses sobre as asas do ílio, púbis, grandes lábios ou escroto - Dor à palpação do anel pélvico é um achado importante no paciente consciente - Lesões significativas das extremidades podem existir sem que seja possível identificar fraturas - Ruptura de ligamentos – instabilidade da articulação - Lesões de tendões – interfere na movimentação ativa da estrutura afetada - Perda de sensibilidade ou da contratilidade muscular voluntária - Lesão nervosa ou isquemia - Fraturas da coluna torácica e lombar ou lesões neurológicas devem ser consideradas com base nos achados físicos e no mecanismo de trauma - Examinar o dorso do doente – não deixar passar lesões significativas - Sistema Nervoso: - Exame neurológico abrangente: - Nível de consciência – Escala de Coma de Glasgow (GCS) - Tamanho, simetria (isocoria) e resposta da pupila (reflexo fotomotor) - Avaliação sensorial e motora das extremidades - TCE – necessita de parecer precoce da neurocirurgia - O paciente deve ser monitorado frequentemente para detecção de deterioração no nível de consciência e modificações no exame neurológico - Progressão de lesão intracraniana - Piora deve ser avaliada: (ABCDE) - Oxigenação e perfusão do cérebro - Ventilação - Evidências de perda de sensibilidade, paralisia ou fraqueza sugerem lesões mais graves à medula ou ao SNP - A proteção da coluna é necessária até que uma lesão medular seja excluída e, caso detectada, é necessário o parecer da neurocirurgia e da ortopedia - Imobilização de todo o doente, com pranchas longas, colares cervicais semirrígidos e outros aparelhos de imobilização cervical - Não deixar o tronco livre – evitar a rotação da coluna cervical - Aumento da pressão intracraniana (PIC) pode reduzir a pressão de perfusão cerebral e estabelecer uma lesão cerebral secundária - A piora neurológica rápida do paciente com lesão cerebral pode ocorrer apesar da aplicação de todas as medidas de controle da PIC e da manutenção do suporte apropriado ao SNC 7) Medidas auxiliares à Avaliação Secundária: - Minimizar lesões não diagnosticadas - Manter alto índice de suspeição e manter o monitoramento contínuo do estado clínico do paciente - Testes diagnósticos especializados para identificar lesões específicas - Radiografias adicionais da coluna e das extremidades - TC de crânio, tórax, abdômen e coluna - Urografia excretora - Arteriografia - Ultrassonografia transesofâgica - Broncoscopia - Esofagoscopia - Transporte do doente para outras áreas do hospital - Esses exames especializados não devem ser realizados até que o doente tenha sido cuidadosamente examinado e seu estado hemodinâmico tenha sido normalizado 8) Reavaliação: - O paciente traumatizado deve ser reavaliado constantemente para assegurar que novos achados não sejam negligenciados e para descobrir deterioração nos achados registrados previamente - Lesões ameaçadoras à vida, ainda que menos grave, podem se tornar aparentes - Doenças clínicas preexistentes podem se tornar evidentes e afetar seriamente o prognóstico - Monitoração contínua dos sinais vitais e do débito urinário - Manutenção de um débito urinário de 0,5 ml/kg/h (em adultos) - 1 ml/kg/h (em crianças, acima de 1 ano de idade) - Gasometria arterial e instrumentos para a monitoração cardíaca - Oximetria de Pulso - Medida de gás carbônico expirado final - Alívio da dor (analgesia) - Opiáceos intravenosos ou ansiolíticos - Administrados cautelosamente e em pequenas doses para alcançar o nível desejado de conforto para o doente e alívio da ansiedade, evitando, ao mesmo tempo, a depressão respiratória, o mascaramento de lesões sutis e alterações nos níveis de consciência 9) Tratamento Definitivo: OBS: Transferência de Pacientes: - Deve ser considerada sempre que as necessidades de tratamento excedem a capacidade da instituição - Avaliação detalhada das lesões e da estabilidade do doente e da capacidade da instituição (equipamentos, recursos e equipe) - Triagem Inter-hospitalar: - Determinar o grau, o ritmo e a intensidade do tratamento inicialque deve ser ministrado ao paciente traumatizado - Critérios: - Estado fisiológico do doente - Presença de lesões evidentes - Mecanismos de trauma - Doenças subjacentes - Definir se o doente precisa ser transferido para um centro de trauma ou para um outro hospital capaz de oferecer um tratamento mais especializado - O hospital apropriado mais próximo deve ser escolhido com base na sua capacidade de tratar o paciente traumatizado OBS: DESASTRES: - Esgotam as capacidades locais e regionais - Aumentar a possibilidade de um atendimento efetivo do maior número possível de traumatizados - Planos de conduta (desenvolvidos, reavaliados e simulados frequentemente) OBS: REGISTROS E CONSIDERAÇÕES LEGAIS: - Registros: - Registro meticuloso com documentação cronológica de todos os eventos - Preciso - Avaliar as necessidades e o estado clínico do paciente - Um membro da equipe de enfermagem deve assumir a responsabilidade única e integral de coletar e registrar todas as informações pertinentes - Problemas médico-legais ocorrem frequentemente e um registro preciso dos fatos ajuda em todos os aspectos - Fluxogramas – rápida identificação de alterações nas condições do doente - Consentimento Informado: - Deve ser conseguido, se possível, antes de se instaurar o tratamento - Nos casos com risco à vida, não é possível obter esse consentimento prévio - O tratamento deve ser iniciado e o consentimento obtido depois - Evidência Forense: - Lesão decorrente de atividade criminosa - Preservar todas as evidências (roupas, projéteis, etc) – entregues à polícia OBS: TRABALHO EM EQUIPE: - Com o objetivo de realizar efetivamente o trabalho em equipe, um membro deve assumir o papel de líder de equipe - Checa e dirige a avaliação – não está envolvido na avaliação do doente em si - Supervisiona e checa o estágio de preparação para assegurar uma transição segura do ambiente pré-hospitalar para o intra-hospitalar - Atribui funções aos outros membros da equipe – designa o papel de cada membro - Supervisiona a passagem do caso pela equipe pré-hospitalar (“hands-off, hands-over”) - “MIST”: M – Mecanism – Mecanismo e tempo do trauma I – Injuries – Lesões encontradas e suspeitas S – Signals – Sinais e sintomas T – Treatment – Tratamento iniciado - Treinado no ATLS e na liderança - Checa a progressão da avaliação em intervalos e resume os achados e a condição do doente - Convoca outros médicos, solicita exames complementares, direciona a transferência - Conduz uma revisão pós-atendimento – aspectos técnicos e emocionais da reanimação são pontuados - Comunicação entre a equipe - Cada membro deve saber o que os outros encontraram e estão fazendo - Verbalização em tom mais alto, de cada ação e cada achado - Uma pessoa de cada vez - Pedidos e ordens devem ser dirigidos a um indivíduo pelo nome - Não devem ser feitos em termos gerais - O indivíduo repete o pedido/ordem e confirma posteriormente a sua execução
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