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Micoses: Patologias Fúngicas

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Impresso por Mary BHbrandt, CPF 558.778.932-20 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 30/01/2021 05:41:14
 
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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 HISTÓRICO ....................................................................................... 4 
3 MICOLOGIA ....................................................................................... 6 
3.1 Elementos fundamentais dos fungos e Citologia ......................... 7 
3.2 Nutrição, metabolismo e habitat .................................................. 9 
3.3 Posição sistemática dos fungos ................................................ 11 
4 MICOLOGIA MÉDICA ...................................................................... 18 
4.1 Classificação das micoses ........................................................ 18 
4.2 Micoses superficiais e cutâneas ................................................ 18 
 4.3 Micoses subcutâneas ................................................................ 21 
4.4 Micoses sistêmicas e oportunísticas ......................................... 23 
5 PRINCIPAIS PATOLOGIAS FÚNGICAS DE IMPORTÂNCIA CLINICA
 27 
5.1 Candidíase ................................................................................ 27 
5.2 Coccidioidomicose .................................................................... 29 
5.3 Criptococose ............................................................................. 31 
5.4 Histoplasmose ........................................................................... 33 
5.5 Paracoccidioidomicose .............................................................. 37 
6 AGENTES ANTIFÚNGICOS ............................................................ 39 
7 INTERPRETAÇÃO DAS PROVAS IMUNOLÓGICAS ..................... 41 
7.1 Paracoccidioidomicose .............................................................. 41 
7.2 Histoplasmose ........................................................................... 41 
7.3 Aspergilose ................................................................................ 41 
7.4 Criptococose ............................................................................. 42 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 43 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 45 
 
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 1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
 semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro –
 quase improvável - aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se um ao 
 professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
 para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
 coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
 nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
 execução avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da das
semana e a hora que lhe convier para isso. 
 A organização é o quesito indispensável, porque uma sequência a ser há
 seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
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 2 HISTÓRICO 
 
 Fonte: pucgoias.edu.br 
 
 No período pré-histórico, os fungos comestíveis, os venenosos e os 
 alucinogênicos já eram conhecidos. No período histórico, gregos e romanos 
 escreveram sobre o modo de separar os fungos comestíveis dos venenosos, 
interesse que chegava a ponto de perpetuá-los em pinturas. 
 Presume-se que os seres humanos começaram a recolher cogumelos 
 como alimentos em tempos pré-históricos. Cogumelos foram escritos pela 
 primeira vez nas obras de Eurípedes(480-406 a ). O filósofo grego Teofrasto .c de 
 Eresos (371-288 a.c.) foi talvez o primeiro a tentar classificar sistematicamente 
 as plantas; cogumelos foram consideradas plantas ausentes de certos órgãos. 
 Mais tarde, foi Plínio, o Velho (23-79 d.c.), que escreveu sobre 
 as trufas em sua enciclopédia A palavra vem Naturalis Historia. micologia
do grego , que significa "fungo" e o sufixo , que significa "estudo". : mukēs -logia
 A Idade Média viu pouco avanço no corpo de conhecimento sobre fungos. 
Em vez disso, a invenção da imprensa permitiu que alguns autores divulgassem 
 as superstições e equívocos sobre os fungos que foram perpetuadas pelos 
autores clássicos. 
 
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 O primeiro trabalho relacionado aos fungos é o de Hook: Hook’s 
 observations on fungi - micrografia, que foi apresentado à Real Sociedade de 
Londres em 1667. 
 Sobressai, depois, Michelli, com “ ”, introduzindo a Nova Plantarum
 nomenclatura binária. De 1821 a 1832, na Suécia, Elias Fries publica os 3 
 volumes do “ ”, considerado ponto de partida para muitos System Mycologicum
grupos de fungos. Um trabalho notável teve início em 1822, com Saccardo, e foi 
 até 1931, constituindo os 25 volumes do “ ”, descrevendo mais Silloge Fungorum
de 80 mil espécies. 
 No campo estritamente técnico e de interesse industrial, a obra pioneira é 
 “Technische Mycologie”, publicada entre 1904 e 1907. De Barry, considerado pai 
 da micologia moderna, publicou “Morphologie and Physiologie Derpilze, 
Flechten, and Myxomyceten”. 
 A Micologia Médica Humana começa a surgir com as observações de 
Schoenlein, Langenbeck, Gruby, sobre as micoses superficiais, a partir de 1839. 
 Estudos sobre micetoma começam com Gill, 1842. Estudos de Aspergiloses, 
 com Virchow, datam de 1856. No princípio do século, Sabouraud inaugura 
 praticamente a Micologia Dermatológica. Este autor deixou um livro até hoje 
consultado com interesse: Les teignes , de 1910. “ ”
 A imunologia micológica desenvolveu-se após 1940 com os estudos da 
 coccidioidomicose e da histoplasmose. Em virtude destes estudos, nasceu o 
 conceito de micose doença e micose infecção. Um novo campo de interesse 
 surgiu por volta de 1950, sob o título de Infecções Micóticas Ocasionais (Micoses 
por Fungos Oportunistas), como consequência do progresso da terapêutica que 
 nos deu antibióticos, corticosteróides e citostáticos, valiosos no combate às 
 doenças a que se propõem, mas não isentos de perigo, em virtude do 
 desequilíbrio imunológico que por vezes provocam, abrindo portas de entrada 
 paranumerosos microrganismos, normalmente saprófitos (sapróbios), mas 
agressivos ao defrontar um organismo desaparelhado para a defesa. 
 Como se já não bastasse a agressão parasitária dos fungos, eis que 
 também, no campo da toxicologia, vemos dilatar-se o âmbito da micologia 
 médica e veterinária, pelo conhecimento que se teve, no fim da década de 50, 
 de que os fungos do gênero e outros, por ingestão alimentar, são Aspergillus 
 capazes de produzir variadas alterações orgânicas, culminando com a produção 
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 de Hepatomas (câncer hepático), provocadas por toxinas fúngicas: aflatoxina e 
outras semelhantes. 
 3 MICOLOGIA 
 
 Fonte: laifi.com 
 
 Os fungos são organismos que convivem conosco todos os dias. Estes 
 organismos são encontrados praticamente em qualquer local do ambiente que 
nos cerca, inclusive no ar, onde estruturas reprodutivas, na forma de esporos ou 
 conídios, estão prontas para, ao cair em um substrato adequado, desenvolver 
novas estruturas vegetativas e reprodutivas. 
 Estes organismos, muitas vezes, nos sãos úteis, decompondo resíduos 
 orgânicos, causando a decomposição ou a degradação de alimentos, ou mesmo 
 atacando seres vivos, parasitando-os e, eventualmente, causando a sua morte. 
 Os fungos são importantes, tanto do ponto de vista ecológico quanto 
 econômico. Ecologicamente, são considerados os lixeiros do mundo, pois 
 degradam todo tipo de restos orgânicos, independente da origem, 
 transformando-os em elementos assimiláveis pelas plantas. Já, 
 economicamente, têm implicações em várias áreas: Medicina humana e 
 veterinária, Farmácia, Nutrição, Fitopatologia, Agricultura, Biotecnologia, entre 
outras. 
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 Os fungos tiveram seu grupo reconhecido como um reino a partir da 
 descrição de cinco reinos por Whittaker em 1969. Esses organismos foram 
 alocados em reinos com base na morfologia e no modo de nutrição dos seres 
vivos, sendo criado, então, o reino Fungi. 
 Em 1990, Carl Woese propôs o agrupamento dos cinco reinos 
 estabelecidos por Whittaker em três domínios: Archaea, Eubacteria e Eukaria, 
 onde o reino Fungi faz parte do domínio Eukaria, que reúne todos os eucariontes. 
A Micologia é, portanto, a área da Biologia destinada ao estudo dos fungos. 
 3.1 Elementos fundamentais dos fungos e Citologia 
 Os fungos são organismos eucariontes, unicelulares (leveduriformes) ou 
multicelulares (filamentosos), haploides (homo ou heterocarióticos), com parede 
 celular contendo quitina e -glucano. Não apresentam plastos ou pigmentos 𝛼
fotossintéticos. 
 Todos os fungos conhecidos, com poucas exceções, têm origem nos 
 esporos (reprodução sexuada) ou conídios (reprodução assexuada), 
 corpúsculos que podem ser comparados as sementes das plantas superiores, 
embora não sejam morfologicamente semelhantes a estas. 
 Os esporos ou conídios, para germinarem, necessitam de calor e 
 umidade e o resultado desta germinação é a formação de um ou mais filamentos 
 finos, conhecidos como tubos germinativos. Estes tubos se ramificam em todos 
 os sentidos formando uma massa filamentosa, chamada micélio, que constitui o 
 sistema vegetativo, responsável pelo desenvolvimento fúngico e pela absorção 
dos alimentos. 
 Os filamentos simples ou ramificados que formam o micélio são 
 denominados hifas. Na maioria dos casos, o sistema vegetativo encontra-se no 
 interior dos tecidos parasitados, no solo ou na matéria orgânica em 
decomposição. 
 
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 Fonte: brainly.com.br 
 
 Com a formação dos esporos ou conídios é necessário que estes tenham 
 acesso livre ao ar, para assegurar sua disseminação. Realiza-se, então, uma 
 diferenciação das hifas vegetativas, geralmente levantadas verticalmente sobre 
 o plano do micélio, conhecido como esporóforo conidióforo, e sobre estes se ou 
 originam os esporos ou conídios. As hifas, por sua vez, podem ser apocíticas 
(com septo) ou cenocíticas (sem septo). 
 O ciclo de vida dos fungos compreende duas fases: 
 Somática: caracterizada por atividades alimentares. 
 Reprodutiva: onde os fungos podem realizar reprodução sexuada 
ou assexuada. 
 
 Em ambos os casos, um grande número de estruturas é formado, 
dependendo da espécie. As estruturas assexuadas, como também as sexuadas, 
 podem ser formadas isoladamente ou em grupos, neste caso, formando corpos 
de frutificação. 
 Assim, conídios podem ser formados em conidióforos isolados ou 
 agrupados, constituindo então os conidiomas. Os esporos podem ser formados 
 em ascomas (onde são formados os ascos) ou basidiomas (onde são formados 
os basídios). 
 De acordo com tipo de reprodução realizada, os fungos podem ser 
divididos em três grupos: 
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  Holomorfo: aquele que no ciclo de vida realiza ambas as 
reproduções, sexuada e assexuada. 
  Anamorfo: aquele que no ciclo de vida realiza apenas a 
reprodução assexuada. 
  Teleomorfo: aquele que no ciclo de vida realiza apenas a 
reprodução sexuada. 
 
 
 Fonte: micologiananet.blogspot.com 
 3.2 Nutrição, metabolismo e habitat 
 Os fungos são considerados seres heterotróficos, necessitando de 
 materiais orgânicos já formados, que servem como fonte de energia e como 
 constituintes celulares. Por causa da rigidez da parede celular, sua nutrição é 
por absorção de nutrientes solúveis simples. 
 Realizam respiração celular ou fermentação para obtenção de energia, e 
 sua reserva energética é sob a forma de glicogênio. Devido à ausência de 
 clorofila nos fungos, torna-se necessário que o substrato forneça as substâncias 
 já elaboradas indispensáveis à alimentação, obrigando os fungos a viverem em 
 estado de saprofitismo, parasitismo, simbiose (liquens, por exemplo) ou 
mutualismo. Eles podem ser subdivididos em: 
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  Saprófitas obrigatórios: Fungos que vivem exclusivamente em 
 matéria orgânica morta, não podendo parasitar organismos vivos. 
  Parasitas facultativos ou Saprófitas facultativos: Fungos 
 capazes de causar doenças ou de viver em restos orgânicos, de 
acordo com as circunstâncias. 
  Parasitas obrigatórios: Fungos que vivem exclusivamente 
atacando organismos vivos. 
 
 Os fungos são considerados seres cosmopolitas, pois estão presentes 
 em qualquer parte do planeta. Sendo amplamente distribuídos pela natureza, 
 são encontrados na água, no ar atmosférico, no solo, sobre os animais e vegetais 
 vivos, na matéria orgânica em decomposição, nos produtos alimentícios e 
industriais. 
 A maioriados fungos têm como necessidades nutricionais, os elementos 
 C, O, H, N, P, K, Mg, S, B, Mn, Cu, Mo, Fe e Zn. Muitas espécies não necessitam 
 de luz para seu desenvolvimento, já outras necessitam para formar suas 
 estruturas de reprodução, podendo ser consideradas fotográficas (que buscam 
 a luz). A temperatura ideal para o crescimento dos fungos fica entre 0 a 350C, 
 mas o último para a maioria fica entre 20 a 300C e a umidade ideal fica em torno 
da saturação. 
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 3.3 Posição sistemática dos fungos 
 
 Fonte: gabrielmarques25128.blogspot.com 
 
 O reino Fungi é dividido em sete filos, (Chytridiomycota, 
 Neocallimastigomycota Blastocladiomycota MicrosporÌdia Glomeromycota,, , , 
 Ascomycota e Basidiomycota), e um grupo, os fungos anamórficos. Este grupo 
 não possui valor taxonômico, sendo seus membros relacionados aos filos 
 Ascomycota Basidiomycota e . A taxonomia dos fungos é tradicionalmente 
baseada em caracteres citológicos e morfológicos. 
 Mas, atualmente, com o desenvolvimento de técnicas bioquímicas e 
 moleculares, novos caracteres foram adicionados como auxílio identificação na 
das espécies fúngicas. Tais como as técnicas baseadas em PCR (RAPD, RFLP, 
 AFLP), sequenciamento de DNA, isoenzimas e cromatografia (TLC, HPLC, CG, 
espectometria de massa). 
 
 
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 Filo Chytridiomycota
 
 
 Fonte: estudopratico.com.br 
 
 Os representantes do filo Chytridiomycota são considerados 
 cosmopolitas e saprófitos aquáticos. A maioria é de água doce poucos são 
 marinhos. A principal característica do grupo é a formação de zoósporo 
flagelado, estruturas de propagação no ambiente aquático, onde o flagelo ajuda 
na sua movimentação. 
 
 Ex: Chytriomyces sp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Filo Neocallimastigomycota 
 
 Fonte: reinofungi405.blogspot.com 
 
 São encontrados no sistema digestivo dos grandes mamíferos herbívoros 
 e possivelmente em outros ambientes anaeróbios terrestres e aquáticos. Tratam-
se de zoosporos não flagelados. 
Ex: . Neocallimastix sp 
 
 Filo Blastocladiomycota 
 
 
 Fonte: es.wikipedia.org 
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 Seus representantes apresentam reprodução assexuada com zoosporo 
 de um único flagelo, e reprodução sexuada através da fusão de planogametas. 
São habitantes restritos de água e solo e parasitos de insetos. 
 Ex: Allomyces sp Coelomomyces sp. e . 
 
 Filo Microsporídia
 
 Fonte: infoescola.com 
 
 Organismos eucariontes sem mitocôndria e flagelo desconhecido. São 
 parasitas obrigatórios de animais, e comumente atacam peixes e insetos. Estes 
 organismos foram incluídos no reino Fungi após estudos filogenéticos. 
 
 Filo Glomeromycota 
 
 Fonte: pt.wikipedia.org 
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 O filo é representado por fungos de micorrizas Glomeromycota
 arbusculares (FMA). Participam de uma associação mutualística com as raízes 
 de algumas plantas, na qual a planta, através da fotossíntese, fornece energia e 
 carbono para a sobrevivência e multiplicação do fungo, enquanto este absorve 
 nutrientes, minerais e água do solo transferindo-os para as raízes da planta. 
Também são considerados cosmopolitas. 
 Foi incluído neste grupo os representantes do antigo filo Zygomycota, que 
 tem como principais características, hifas cenocíticas e a formação de 
 zigosporânangio, por reprodução sexuada; e esporângio, por reprodução 
 assexuada. Os esporângios são estruturas formadoras de propágulos para 
dispersão. 
 Ex: Mucor sp Glomus sp. e . 
 
 Filo Ascomycota
 
 
 Fonte: estudopratico.com.br 
 
 O filo compreende o maior grupo do reino Fungi, constituído Ascomycota
 de aproximadamente 75% de todos os fungos descritos. Seus representantes 
são considerados cosmopolitas e são encontrados na natureza como saprófitos, 
 parasitas (especialmente de plantas), ou em associação mutualística (com algas 
unicelulares) formando os liquens. 
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 A principal característica do grupo é presença de asco contendo a 
 ascosporos, geralmente oito, que representam a estrutura de propagação do 
 grupo. São produzidos por reprodução sexuada. A reprodução assexuada 
também pode ser encontrada. 
 O asco é formado em uma estrutura denominada ascocarpo (corpo de 
frutificação), que pode ser encontrado nas seguintes formas: 
  Apotécio (ascocarpo em forma de taça) 
  Cleistoécio (ascocarpo totalmente fechado, que se rompe com a 
maturidade), 
  Peritécio (ascocarpo em forma de balão, com um poro na sua 
ponta). 
 
 A ausência da formação de ascocarpo também é observada, sendo este 
considerado como ascos nus. 
 Ex: Eurotium sp Emericella sp. . e 
 
  Filo Basidiomycota 
 
 
 Fonte: estudopratico.com.br 
 
 Os representantes do filo são considerados cosmopolitas Basidiomycota
 e saprófitos. São comumente denominados m como principal “cogumelos”. Tê
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 característica a presença de basídio contendo basidiosporos, geralmente quatro, 
produzidos por reprodução sexuada. 
 A reprodução assexuada também pode ser encontrada. O basídio é 
 formado a partir de um basidiocarpo, sendo este constituído, basicamente, por 
 píleo (o chapéu do cogumelo), lamela (estrutura pregueada abaixo do píleo, onde 
 se encontram os basídios) e estirpe (estrutura que sustenta o píleo). 
 Ex: Agaricus sp. Rhodotorula sp e . 
 
 Fungos Anamórficos
 
 Fonte: slideplayer.com.br 
 
 Os Fungos Anamórficos formam um grupo de fungos onde a reprodução 
 assexuada é predominante, com a formação de conídios como estrutura de 
 propagação. A reprodução sexuada é ausente, desconhecida ou teve a 
 capacidade perdida. Esse grupo está relacionado a gêneros do filo Ascomycota 
e Basidiomycota por comparação de sequências gênicas. 
 São considerados como cosmopolitas, saprófitos, e parasitas de animais 
 e plantas. Os conídios são formados por células conidiogênicas, presentes nos 
 conidióforos, que são prolongamentos de hifas modificadas, com função 
reprodutiva. Os conídios podem ter diferentes formas, tamanhos e cores, podem 
possuir ou não a superfícies texturização, ornamento ou septo. 
 Ex: Aspergillus sp Penicillium sp e . 
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 4 MICOLOGIA MÉDICA 
 
 Fonte: falabarreiras.com 
 
 A Micologia médica tem como principal objetivo estabelecer o diagnóstico 
 micológico das infecções por fungos, que por sua vez se baseia em correta 
 coleta e processamento de espécimes clínicos. A observação das normas de 
 preservação, e transporte adequados dos materiais clínicos até os locais de 
 processamento, como laboratório de Microbiologia/Micologia também tem 
enorme importância para a obtenção de resultados acurados. 
 4.1 Classificação das micoses 
É possível dividir as micoses em grupos: 
 4.2 Micoses superficiais e cutâneas 
 Micoses superficiais: são infeções causadas por fungos que invadem as 
camadas mais superficiais da capa córnea da pele ou a haste livre dos pelos. As 
 lesões se manifestam como mancha pigmentar na pele, nódulo ou pelos. A forma 
 invasiva do fungo é uma hifa, característica de cada micose. 
 A piedra negra é uma micose causada pela . Esta micose Piedraia hortae
 consiste em nódulos duros, de cor escura, localizados na haste dos pelos e 
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 bastante aderentes a eles. Em parasitismo, o fungo se apresenta como um 
 emaranhado de hifas intimamente unidas. Essas hifas são de cor castanha e têm 
 parede e septos espessos. Os nódulos constituem, na verdade, um ascostroma, 
 pois em meio ao enovelado de hifas formam-se lóculos ovalados contendo oito 
ascósporos. 
 Já a piedra branca é causada por leveduras do gênero Trichosporon. 
 Nesta infecção o fungo cresce sobre a haste dos pelos, formando nódulos de 
 hifas hialinas septadas e ramificadas, facilmente destacáveis dos pelos, que 
 podem se desarticular, resultando em artroconídios retangulares que se tornam 
esferoides ou poliédricos. 
 Leveduras do gênero são os agentes da pitiríase versicolor. Malassezia
 Esses fungos vivem normalmente sobre a pele do homem, na forma de levedura. 
 Usualmente podem filamentar e invadir as células queratinizadas das camadas 
superficiais da pele, determinando a micose. 
 
 
 Fonte: abcdamedicina.com.br 
 
 A doença se manifesta como manchas descamativas distribuídas pelo 
 tórax, abdome e membros superiores. Ao contrário do que muitos pensam, a 
 micose não é adquirida na praia; o que ocorre é que quando o doente se 
 bronzeia, os cais da pele onde o fungo está em parasitismo não se queimam, lo
permitindo que as lesões possam ser visualizadas com maior facilidade. 
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 O diagnóstico definitivo se dá somente pelo exame direto através da 
 observação de hifas curtas e curvas e elementos redondos. A Malassezia não 
 cresce nos meios de cultura habituais usados na rotina porque necessita de 
suplemento lipídico para seu crescimento. 
 
 As micoses cutâneas: Se caracterizam por serem causadas por fungos 
 que invadem toda a espessura da capa córnea da pele ou a parte queratinizada 
 intrafolicular dos pelos ou a lâmina ungueal. Na pele, as lesões se manifestam 
 como mancha inflamatória, nos pelos como lesão de tonsura e na unha por 
 destruição da lâmina ungueal. O contágio é feito através de animais, homens ou 
de solo infectado. 
 
Dermatofitoses: 
Constituem manifestações clínicas muito variadas causadas por um grupo 
 de fungos, denominados dermatófitos, que produzem lesões na pele, pelos ou 
 unhas. Os fungos dermatófitos degradam queratina e pertencem aos gêneros 
Epidermophyton, Microsporum Trichophyton e . 
 Há reconhecidamente 27 espécies patogênicas para o homem, dentre as 
 quais 15 ocorrem no Brasil. Destas, as principais são: Trichophyton rubrum
 Epidermophyton floccosum, T. mentagrophytes, Microsporum canis, M. gypseum 
e T. tonsurans. 
 As dermatofitoses podem ser classificadas nas seguintes modalidades 
clínicas: 
  Dermatofitose ou tinha do couro cabeludo, 
  Da pele glabra, 
  Da barba e da face, 
  Dos pés, 
  Das unhas e inguinal, dependendo da localização da lesão no 
paciente. 
 Já nos cabelos, pela relação com os fungos, podem ser diferenciados dois 
tipos de parasitismo: 
  Endotrix, onde os artroconídios se localizam somente no interior do 
 pelo, esse causado, por exemplo, por T. tonsurans; 
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  Ectotrix, onde os artroconídios se dispõem no interior e ao redor do 
 fio de cabelo. Podemos citar como M. canis e T. mentagrophytes
agentes deste tipo de parasitismo pilar. 
 
 Em cultivo, os dermatófitos, em sua maioria, produzem dois tipos de 
 conídios: macroconídios e microconídios que, juntamente com a característica 
 macroscópica da colônia, vão permitir a identificação das diferentes espécies 
dos dermatófitos. 
 Os macroconídios sã característicos dos seguintes gêneros o : 
  Microsporum: são fusiformes, grandes, multisseptados de 
paredes rugosas. 
  Epidermophyton: São clavados, robustos bi ou trisseptados com 
paredes lisas e espessas. 
  Trichophyton: Quando existentes são delicados, clavados, 
 multisseptados de paredes finas e lisas. 
 
 Candidíase: É uma micose causada por leveduras do gênero Candida, 
 em especial pela espécie . Elas sã hóspedes normais do trato C. albicans o 
 gastrintestinal do homem e fazem parte da microbiota de determinadas regiões 
do tegumento cutâneo. Porém a Candida pode invadir a camada córnea da pele 
 ou a lâmina ungueal de hospedeiros normais. As lesões têm localização peculiar: 
 nas unhas das mãos e nas áreas intertriginosas da pele (região inguinal, espaços 
 interdigitais das mãos, região submamária e axilar). Também é possível 
ocorrerem lesões nas unhas dos pés. 
 Há ainda outras micoses de pele e de unha que não são causadas nem 
 por fungos dermatófitos nem por fungos do gênero Candida. Dentre esses 
 fungos destacam-se: ., Scytalidium dimidiatum, e S. hyalinum que Fusarium sp
 podem causar lesões principalmente em unhas e em paços interdigitais dos es
pés. 
 4.3 Micoses subcutâneas 
 As micoses subcutâneas se caracterizam por resultar da inoculação de 
 um fungo patogênico por ocasião de um traumatismo, manifestando-se como 
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 tumefação ou lesão supurada da pele ou do tecido subcutâneo, produto da 
 disseminação do fungo por contiguidade ou por via linfática, porém limitada ao 
território aquém do linfonodo regional. 
 Esporotricose: em como agente . Esse é um fungo Sporothrix schenckii
 dimórfico, logo, muda entre as formas miceliana e leveduriforme, de acordo com 
 a temperatura e as condições do ambiente onde se encontra. Assim sendo, S. 
 schenckii, em parasitismo nos tecidos apresenta-se como elementosleveduriformes bem pequenos, com brotamento geralmente em forma de 
 charuto. Na natureza, em associação a vegetais e madeira, vive na forma 
filamentosa. 
 A transmissão clássica da esporotricose se dá por traumatismo causado 
 por vegetais onde o fungo se encontra ou pela forma zoofÌlica, ou seja, através 
 de lesões provocadas por animais infectados por , em especial S. schenckii
 gatos, como vêm ocorrendo no estado do Rio de Janeiro, que é uma área 
 endêmica de esporotricose. A lesão inicial da esporotricose é uma pápula ou 
nódulo que surge no ponto da inoculação, usualmente localizado nos membros. 
 Desse local o fungo pode propagar-se por contiguidade, determinando uma 
 lesão circunscrita ou por via linfática, ocasionando o aparecimento de nódulos 
 em número variável sobre o trajeto de um linfático superficial. O agnóstico di
 definitivo se dá com o isolamento em cultivo do fungo em amostras de pus ou 
 biópsia das lesões. Testes de detecção de IgG e IgM em amostras de soro 
podem auxiliar no diagnóstico e no acompanhamento terapêutico desta infeção. 
 A cromoblastomicose é uma infeção que se caracteriza pelo aspecto 
parasitário de seus agentes: o corpo muriforme. Esses são elementos globosos, 
 com parede acastanhada espessa e septados em planos distintos. Podem ser 
 visualizados também elementos não septados e outros com apenas um septo, 
 porém o que caracteriza o corpo muriforme é a presença de septos em planos 
diferentes. 
 As principais espécies que podem causar cromoblastomicose no ser 
 humano são Fonsecaea pedrosoi, F. compacta, Cladophialophora carrionii, 
 Phialophora verrucosa, e Rhinocladiella aquaspersa. No Brasil, normalmente, os 
 casos dessa micose são causados por , após traumatismo com F. pedrosoi
matéria orgânica vegetal. 
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 Micetoma: é o nome coletivo de micoses produzidas por algumas 
 espécies de fungos ou de actinomicetos aeróbios, os quais, nos tecidos, se 
 organizam em um agregado de hifas ou filamentos bacterianos, denominados 
 grãos. Os agentes de micetoma possuem habitat na natureza associado a 
 vegetais, nutrindo-se de outros vegetais em decomposição ou como 
fitopatógenos. 
 O micetoma eumicótico se distingue do actinomicótico por ser: causado 
 por um fungo, enquanto o actinomicótico é causado por bactérias filamentosas. 
 Os grãos, de tamanho e forma variados, podem ter coloração branco-amarelado, 
 vermelha ou negra. O que caracteriza a cor de um grão é somente o fungo ou 
 actinomiceto agente da doença. Por isso, a cor do grão obtido das lesões do 
paciente já fornece um indicativo de qual seja o agente do micetoma. 
 4.4 Micoses sistêmicas e oportunísticas 
 As micoses sistêmicas se caracterizam por serem adquiridas por inalação 
 de propágulos fúngicos, sendo, consequentemente a lesão primária pulmonar, 
com tendência à regressão espontânea. O fungo pode se disseminar pelo corpo 
 através do sangue, originando lesões extrapulmonares nos indivíduos. Os 
 agentes de micoses sistêmicas raramente são implantados traumaticamente; 
 quando isso ocorre, determinam uma lesão granulomatosa circunscrita, com ou 
sem linfangite regional, que regride espontaneamente. 
 Ao invadir os tecidos, os fungos desencadeiam resposta imunológica no 
 hospedeiro, que pode ser evidenciada por reação intradérmica, na qual se 
 verifica a resposta celular dada pelo hospedeiro, por reações de 
 hipersensibilidade tardia e por provas de detecção de anticorpos em amostras 
 de soro (imunodifusão dupla e fixação do complemento), onde é avaliada a 
resposta humoral. 
 Uma reação intradérmica positiva evidencia que o indivíduo já foi 
 previamente sensibilizado pelo fungo e as provas sorológicas indicam que há 
 anticorpos contra o fungo. Por , as provas sorológicas podem fornecer ém
 resultados falso-positivo e falso-negativo, visto que podem ocorrer reações 
 cruzadas com outros anticorpos na prova aplicada. As provas sorológicas 
auxiliam no diagnóstico de micoses sistêmicas, mas o que realmente diagnostica 
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 a doença é o isolamento do fungo em cultivo ou sua observação no exame 
 micológico direto dos materiais adequados para o exame, tendo as provas 
 imunológicas valor diagnóstico presuntivo. As provas imunológicas são úteis 
 para avaliações epidemiológicas, para avaliação prognostica e para a triagem de 
 pacientes. As reações intradérmicas apresentam valor diagnóstico baixo, uma 
 vez que não discriminam entre infecções passadas ou recentes. Porém são de 
grande valor nos estudos epidemiológicos. 
 As micoses sistêmicas são a coccidioidomicose, a blastomicose, a 
 histoplasmose, e a paracoccidioidomicose. As duas primeiras não são comuns 
 no Brasil, embora sejam relatados casos de coccidioidomicose no semi- árido do 
 Nordeste, em especial no Piauí em caçadores de tatus, que revolveram o solo 
 para desentocar a caça. Há também a esporotricose sistêmica, que é resultado 
 da inalação de conídios de os quais vão causar infecção pulmonar S. schenckii
 que pode sistematizar-se. Este tipo de apresentação clínica da esporotricose é 
 bastante raro. O aspecto macro e micromorfológico do fungo é o mesmo do 
agente da esporotricose subcutâ nea
 Histoplasmose: é uma infecção sistêmica, causada por Histoplasma 
 capsulatum var. capsulatum ou H. capsulatum var. duboisii. Enquanto o primeiro 
 agente tem distribuição cosmopolita, o outro tem sua distribuição geográfica 
 restrita ao continente africano. O cultivo de à temperatura H. capsulatum
 ambiente é constituído de colônia branca que, quando muito velha, assume 
coloração camurça. 
 O crescimento do fungo é bem lento. Microscopicamente se observam 
 hifas finas e delicadas e conídios de dois tipos. Os macroconídios esféricos e 
 tuberculados são estruturas marcantes para a identificação do fungo. Porém, a 
presença de microconídios esféricos é necessária para a correta identificação do 
 agente, pois há alguns fungos saprófitas, pertencentes ao gênero 
 Chrysosporium, que também produzem estruturas de propagação semelhantes. 
 Deve-se, para a correta identificação do agente da histoplasmose, realizar 
a conversão desse fungo para a fase leveduriforme em meios enriquecidos com 
 incubação a 37ºC. Todavia, a conversão de não é facilmente H. capsulatum
 obtida e depende também das características fisiológicas de cada isolado. 
 Quando convertidos à fase leveduriforme observam-se colônias glabras, lisas, 
branco-amarelada, e na microscopia notam-se leveduras ovais e unibrotantes. 
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 Paracoccidioidomicose: é uma micose sistêmica causada por 
 Paracoccidioides brasiliensis, caracterizada pela forma parasitária do seu 
 agente: célula leveduriforme mutibrotante comparede celular birrefringente. É a 
 micose sistêmica mais frequente na América Latina. Afeta usualmente 
 agricultores, que mantém contato direto com a natureza, em principal com o solo. 
A micose é dêmica no Brasil. en
 As manifestações clínicas da paracoccidioidomicose resultam da inalação 
 de elementos infectantes do fungo ou de uma reativação de lesão primária 
 quiescente, ou seja, de uma lesão adquirida há algum tempo, muitas vezes mais 
de trinta anos, e que não tinha ainda se desenvolvido. 
 O fungo, além de acometer o pulmão, dissemina-se para outras partes 
 do corpo, atingindo principalmente as mucosas do indivíduo, sua pele e 
linfonodos. 
 
Micoses oportunísticas 
 São causadas por fungos termo tolerantes (que crescem a uma 
 temperatura de 37ºC), de baixa virulência e que determinam doenças em 
 hospedeiros com graves deficiências do sistema imunodefensivo. Esses fungos 
 têm porta de entrada variável, usualmente provocam reação supurativa 
 necrótica. Podem acometer os mais variados órgãos, produzindo quadros 
 polimórficos que se apresentam como manifestação cutânea, subcutânea ou 
sistêmica. Os fungos invadem os tecidos como uma hifa. 
 Criptococose: é causada por leveduras do gênero Cryptococcus, das 
 quais destacam-se duas espécies: C.neoformans, que acomete principalmente 
 indivíduos imunodeprimidos e , que pode acometer indivíduos C. gattii
imunocompetentes. 
 A micose é de frequência elevada nas grandes cidades, onde são 
 diagnosticadas suas formas clínicas mais graves. As formas subclínicas ou as 
 que se manifestam como infecção respiratória inespecífica devem ser bastante 
 frequentes. A doença é endêmica no Norte e no Nordeste do país, acometendo 
 crianças, jovens e adultos, de ambos os sexos e todas as faixas etárias, com ou 
 sem depressão do sistema imunológico. O fungo apresenta tropismo pelo 
 sistema nervoso central e o líquor do paciente pode simular meningite viral, 
 bacteriana e também tuberculose. As leveduras do gênero Cryptococcus 
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 possuem uma característica especial, que é a presença de uma cápsula 
 polissacarídica que envolve todo o fungo. Essa cápsula pode ser evidenciada 
 em exames laboratoriais por contraste com tinta nanquim ou com a coloração 
 pelo Mucicarmin de Mayer C. neoformans C. gattii. e são capazes de produzir a 
 enzima extracelular fenol oxidase, que é extremamente útil para a identificação 
 do agente da criptococose, pois esta enzima faz com que a levedura se torne 
 melanizada quando colocada em cultivo com compostos fenólicos. Esta enzima 
 e a cápsula polissacarídica estão relacionadas com a virulência desse fungo ao 
organismo. 
 Aspergilose: é causada por membros do gênero Aspergillus que se 
 apresentam nos tecidos como hifas hialinas septadas e ramificadas 
 dicotomicamente, ou seja, num ângulo de 45º. A micose se manifesta em três 
 formas clínicas: a alérgica, de colonização e a forma invasiva. Poucos grupos de 
 Aspergillus causam infecção no homem. Espécies de dos grupos Aspergillus 
 fumigatus, niger e flavus são os patógenos mais comuns, porém também podem 
 causar infecção fungos dos grupos . O nidulans, terreus, ustus e restrictus
 aspecto microscópico do conidióforo permite a distinção entre as diferentes 
espécies. 
 Candidíase oportunista: tem incidência mundial e resulta da invasão por 
espécies de Cândida dos tecidos de hospedeiros com endocrinopatias, nos que 
recebem: 
  Terapêuticas imunodepressivas 
  Nutrição parenteral 
  Administração prolongada de antibióticos ou esteroides 
  Pacientes com complicações após grandes cirurgias. 
 
 Nos tecidos, as espécies de Cândida se apresentam como hifas de 
 aspecto peculiar, com exceção de (nunca filamenta, sempre se C. glabrata
 apresenta na forma de levedura). O agente mais comum é , espécie C. albicans
 que faz parte da microbiota do tubo digestivo do homem. Vive também em menor 
 número na árvore brônquica e na cavidade vaginal. 
 Os microrganismos responsáveis pela candidíase são classificados em 
sua forma anamórfica, usando provas fisiológicas de assimilação e fermentação 
 de açúcares. Á medida que vem sendo descobertas as formas teleomórficas das 
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 espécies de Cândida, as características dos esporos demonstram que elas 
pertencem a vários gêneros distintos. 
 5 PRINCIPAIS PATOLOGIAS FÚNGICAS DE IMPORTÂNCIA CLINICA 
 
 Fonte: podologocambe.com.br 
 5.1 Candidíase 
 
 Fonte: vivernatural.com.br 
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 Micose que atinge a superfície cutânea e/ou membranas mucosas, 
 resultando em candidíase oral, candidíase vaginal, intertrigo, paroníquia e 
 onicomicose. A forma mais comum de candidíase oral é a pseudomembranosa, 
 caracterizada por placas brancas removíveis na mucosa oral (aftas). Outra 
 apresentação clínica é a forma atrófica, que se apresenta como placas 
vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole. 
O intertrigo atinge mais frequentemente as dobras cutâneas, nuca, virilha 
 e regiões axilares. A infecção mucocutânea crônica pode estar associada com 
 doenças endócrinas, como diabetes melittus, tratamento com antibióticos de 
 amplo espectro ou imunodeficiência, sendo frequente na infecção por HIV onde 
assume caráter sistêmico grave. 
 A Candidíase disseminada ou sistêmica, geralmente por disseminação 
 hematogênica, pode ocorrer em recém-nascidos de baixo peso e hospedeiros 
 imunocomprometidos, podendo atingir qualquer órgão e evoluir para êxito letal. 
Esta forma é relativamente comum em indivíduos que fazem uso prolongado de 
sondas gástricas, catéteres intravasculares, ou prótese valvular cardíaca. 
Sinonímia: Monilíase, sapinho. 
 Agente etiológico: e outras Candida albicans, Candida tropicalis
 espécies de causa a maioria das infecções. Candida. A Candida albicans
Reservatório: O homem. 
 Modo de transmissão: Através de contato com mucosas, secreções em 
 pele de portadores ou doentes. A transmissão vertical pode ocorrer durante o 
parto normal. Pode ocorrer disseminação endógena. 
 Período de incubação: Desconhecido. 
 Período de transmissibilidade: Enquanto houver lesões. 
 Complicações: Esofagite, endocardite, ou infecção sistêmica, mais 
comum em imunodeprimidos 
 
Tratamento: 
Candidíase oral: Nistatina suspensão ou tabletes, 500.000 a 1 milhão UI, 
3 a 5 vezes ao dia, durante 14 dias, uso tópico. 
  Em crianças, recomenda-se o uso durante 5 a 7 dias. 
  Como tratamento de 2ª escolha ou em pacientes 
 imunocomprometidos, pode ser utilizado: fluconazol 200mg, via 
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 oral, uma vez ao dia, para adultos com duração de tratamento entre 
 7 a 14 dias, devendo ser evitado seu uso em crianças. 
  Esofagite em pacientesimunodeprimidos - Como 1ª escolha, pode 
 ser utilizado fluconazol, 200 a 400mg/dia, via oral ou endovenoso, 
 durante 14 dias, ou anfotericina B, em baixas doses (0,3mg/kg/dia), 
IV, durante 5 a 7 dias; 
  Para crianças, a dosagem recomendada é de 0,5mg/kg/dia, IV, 
durante 7 dias. 
 Candidíase vulvovaginal: Recomenda-se isoconazol (nitrato), uso 
 tópico, sob a forma de creme vaginal, durante 7 dias ou óvulo, em dose única; 
 como 2ª alternativa, tiocanozol pomada ou óvulo em dose única. 
 Outras substâncias também são eficazes: clotrimazol, miconazol, 
terconazol, tioconazol ou nistatina, em aplicação tópica. 
 Candidíase mucocutânea crônica: Fluconazol, como 1ª escolha, e 
anfotericina B para casos mais severos. 
Ceratomicose: Lavagem da córnea com anfotericina B, 1 mg/ml. 
 5.2 Coccidioidomicose 
 
 Fonte: msdmanuals.com 
 
 Micose sistêmica, predominantemente pulmonar, podendo, também, 
 comprometer pele, laringe, ossos, articulação, meninges, entre outros. Após a 
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 infecção, 60% dos indivíduos apresentam infecção primária inaparente. Os 
 demais geralmente fazem uma infecção moderada ou levemente grave. 
São sinais mais frequentes: 
  Comprometimento respiratório baixo 
  Febre 
  Sudorese noturna 
  Dor pleural 
  Dispneia 
  Tosse produtiva 
  Artralgia 
  Anorexia 
  Eritema nodoso, polimorfo e reações exantemáticas podem ocorrer 
em até um quinto dos casos. 
 
 A imagem radiológica revela adenomegalia hilar, infiltração pulmonar com 
 derrame pleural. Até 5% dos casos que desenvolvem infecção primária, 
 permanecem com a infecção residual em forma de coccidiodoma (lesão nodular) 
 ou em forma de cavitação, podendo associar-se a fibrose e calcificações. A 
 forma disseminada é rara, porém fatal, e assumiu um papel importante após o 
surgimento da aids, pois é pouco comum em pacientes imunocompetentes. 
 Clinicamente, essa forma caracteriza-se por lesões pulmonares, que são 
 acompanhadas por abcessos em todo o corpo, especialmente nos tecidos 
subcutâneos, pele, ossos e SNC. 
 Sinonímia: Febre do Vale do São Joaquim, febre do deserto, reumatismo 
do deserto. 
 Agente etiológico: Coccidioides immitis, um fungo dimórfico. 
Reservatório: O solo, especialmente de locais secos e com pH salino. 
 A doença acomete o homem e outros animais (gado bovino, ovino, 
caprino, entre outros). 
 Modo de transmissão: por inalação dos artroconídeos (forma do fungo 
 no solo). A transmissão por inoculação, sobretudo a decorrente de acidentes de 
 laboratório é relativamente comum. Transmissão durante a gravidez é rara e, 
 quando ocorre, pode haver mortalidade neonatal. 
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Período de incubação: de 1 a 4 semanas 
Período de transmissibilidade: Não é doença contagiosa de indivíduo a 
indivíduo. 
 Complicações: A disseminação da doença constitui-se sua maior 
 complicação, por esse motivo os pacientes soropositivos para HIV ou com aids 
devem ser seguidos criteriosamente. 
 Tratamento: Anfotericina B, 1 a 3g, dose total, seguido por fluconazol, 
400mg/dia, por 6 a 12 meses ou itraconazol, 300mg/dia, pelo mesmo período. 
 O critério de cura é clínico, agregado à negativação do exame micológico. 
 O fluconazol está especialmente indicado nas formas que comprometem o SNC, 
pela sua excelente difusão cerebral. 
 5.3 Criptococose 
 
 Fonte: evosp.com.br 
 
 Infecção fúngica que tem duas formas: cutânea e profunda sistêmica. A 
 forma cutânea aparece em 10 a 15% dos casos (na maioria das vezes precede 
 doença sistêmica) e é caracterizada por manifestações de lesões acneiformes, 
rash cutâneo, ulcerações ou massas subcutâneas que simulam tumores. 
 A forma sistêmica frequentemente aparece como uma meningite 
 subaguda ou crônica, caracterizada por febre, fraqueza, dor no peito, rigidez de 
 nuca, dor de cabeça, náusea e vômito, sudorese noturna, confusão mental e 
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 alterações de visão. Pode haver comprometimento ocular, pulmonar, ósseo e, 
às vezes, da próstata. 
Sinonímia: Torulose, blastomicose européia. 
 Agente etiológico: Um fungo, o , nas Cryptococcus neoformans
 variedades neoformans (sorotipo A e D) e gatti (sorotipo B e C).; O C. 
 neoformans var. neoformans sorotipo A é responsável por mais de 90% das 
 infecções nos pacientes com aids no Brasil, enquanto a variedade gatti acomete 
 principalmente indivíduos sem imunossupressão aparente, sendo mais 
frequente em países tropicais e subtropicais. 
 Reservatório: É um fungo saprófita que vive no solo, frutas secas, cereais 
e nas árvores e é isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos. 
 : Modo de transmissão Inalação. 
 Período de incubação Desconhecido. O comprometimento pulmonar 
pode anteceder, em anos, ao acometimento cerebral. 
 Período de transmissibilidade: Não há transmissão homem a homem, 
nem de animais ao homem. 
 Complicações O fungo pode viver como saprófita na árvore brônquica, 
podendo expressar-se clinicamente na vigência de imunodeficiência. Cerca de 5 
 a 10% dos pacientes com aids são acometidos por essa micose. A meningite 
causada pelo , se não tratada a tempo, pode levar à morte. Cryptococcus
 
Tratamento: 
  Anfotericina B, na dose de 0,3mg/Kg, IV, durante 6 semanas, com 
todos os cuidados que envolvem o uso desse medicamento. 
  O fluconazol é, também, recomendado como alternativa isolada, na 
 dose de 200 a 400mg/dia, VO, por aproximadamente 6 semanas, 
ou associado à Anfotericina B. 
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 5.4 Histoplasmose 
 
 Fonte: evosp.com.br 
 
 A histoplasmose é uma infecção fúngica sistêmica podendo apresentar-
se desde como uma infecção assintomática até a forma de doença disseminada 
 com êxito letal. A grande maioria das infecções primárias (>90%) é 
 assintomática. Alguns indivíduos apresentam formas semelhantes ao estado 
gripal, não requerendo assistência médica. 
 O principal fator determinante no desenvolvimento dos sintomas é o 
 tamanho do inóculo. Outros fatores como virulência do agente, faixa etária e 
 doenças de base também contribuem para o aparecimento de sintomas. A 
 infecção, quase sempre, é produzida pela inalação de microconídias da fase 
 filamentosa do fungo. Estas penetram até o alvéolo pulmonar, onde são 
englobadas pelos macrófagos, iniciando-se a fase leveduriforme no parênquima 
 pulmonar, invadindo, posteriormente, os linfonodos hilo-mediastinais e 
disseminando-se pela corrente sanguínea. 
 Essa fungemia geralmente é assintomática, permitindo que o agente 
 parasite todos os tecidos do sistema monocítico-histiocitário, a exemplo de 
 pulmões, fígado, baço, linfonodos e estruturas linfáticas do tubo digestivo. A 
 partir daí a resposta tissular do hospedeiro contra a infecção vai determinara 
extensão da doença. 
A histoplasmose pode ser dividida nas seguintes formas clínicas: 
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  Histoplasmose no hospedeiro normal, dividida em primo-infecção 
assintomática e infecção pulmonar aguda; 
  Histoplasmose em pacientes com doença pulmonar obstrutiva 
 crônica (DPOC), correspondendo à histoplasmose pulmonar 
crônica cavitária; 
  Histoplasmose no hospedeiro imunocomprometido, 
 correspondendo à histoplasmose disseminada aguda, sub-aguda; 
  Doença mediada imunologicamente. 
 
 A primo-infecção assintomática representa a maior parte das infecções 
 primárias e é reconhecida pela viragem da prova cutânea com histoplasmina, de 
 negativa para positiva. Não determina alterações clínicas no hospedeiro. A 
 infecção pulmonar aguda corresponde à primo-infecção sintomática. Apresenta 
 um amplo espectro de manifestações clínicas, desde casos que simulam uma 
 gripe até pneumopatias agudas graves, com insuficiência respiratória. 
 Entre os sintomas apresentados estão a tosse, febre com duração maior 
 que uma semana, astenia, anorexia, dor torácica, cefaleia e mialgias. 
 Radiologicamente, observam-se infiltrados intersticiais pulmonares difusos, uni 
 ou bilaterais, geralmente para-hilares, podendo também se encontrar nódulos, 
 únicos ou múltiplos, disseminados em ambos os pulmões com adenomegalia 
hilar e/ou mediastinal. 
 Após duas a três semanas de infecção, podem ocorrer manifestações de 
 hiperergia, tais como eritema nodoso, conjuntivite, pleurisia, derrame pericárdico 
 e artrite. Essa forma clínica é autolimitada e a involução das lesões ocorre de 1 
 até 3 meses, deixando como sequelas calcificações pulmonares e 
 extrapulmonares. Apesar da rara ocorrência, a primo-infecção sintomática em 
 pacientes imunocomprometidos graves não involui, dando origem a formas 
disseminadas agudas. 
 Histoplasmose pulmonar crônica cavitária: Essa forma clínica é 
 idêntica à tuberculose avançada do adulto. Acomete principalmente homens 
 acima de 50 anos, com antecedentes de DPOC. As principais manifestações são 
 tosse, expectoração mucopurulenta, dor torácica, dispnéia de esforço, febre 
 baixa, astenia, anorexia e perda ponderal. O exame físico mostra as alterações 
próprias do enfisema pulmonar. 
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 Histoplasmose disseminada aguda: Na primeira infância, em algumas 
 zonas endêmicas e em pacientes com grave comprometimento da imunidade 
 celular, especialmente leucose, linfomas e aids. Clinicamente predominam as 
 manifestações gerais de um processo infeccioso grave: febre elevada, perda 
 ponderal, astenia, diarréia, vômitos, hepatoesplenomegalia, adenomegalias 
generalizadas e lesões cutâneas. 
 Cerca de 20% dos casos apresentam meningoencefalite. Em crianças e 
 pacientes com aids, pode ocorrer coagulação intra-vascular disseminada. A 
 evolução para morte ocorre na totalidade dos casos, em um período de dois a 
seis meses. 
 Histoplasmose disseminada sub-aguda: Semelhante à forma aguda, 
só se diferenciando por sua evolução mais prolongada e deterioração mais lenta 
do estado geral. 
 Histoplasmose disseminada crônica: Ocorre mais frequentemente em 
 maiores de 40 anos de idade, com predominância do sexo masculino. 
 Geralmente os pacientes mostram deficiências imunes leves, produzidas por 
 diversos fatores, associados ou não, como idade avançada, alcoolismo crônico, 
diabetes, tumores sólidos, corticoterapia e linfomas. 
 Os achados mais importantes são astenia, perda de peso e lesões 
cutâneas e/ou mucosas. As lesões mucosas se observam em cerca de 90% dos 
 casos, são polimorfas, ulceradas ou úlcero-vegetantes e se situam na língua, na 
 mucosa oral, na faringe, no septo-nasal e na laringe. As lesões cutâneas são 
 menos frequentes que as mucosas, aparecendo em 10% dos casos. 
 Apresentam-se como úlceras de bordas nítidas, profundas, com fundo granuloso 
e pápulas acneiformes, com ápice ulcerado, pustuloso ou nodoso. 
 Doença mediada imunologicamente: Compreende o histoplasmoma, a 
 fibrose mediastinal e a síndrome ocular vinculada à histoplasmose. Representa 
 uma resposta de hipersensibilidade do indivíduo à infecção, ligada à resposta 
imunológica do hospedeiro. 
 Agente etiológico: , fungo dimórfico que existe Histoplasma capsulatum
 no solo, em fase micelial, mas se converte em fase leveduriforme na temperatura 
corpórea do homem (37ºC). 
 Reservatório e fonte de infecção: Histoplasma capsulatum está 
 presente nos solos ricos em substâncias orgânicas, com pH ácido e, 
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 especialmente, contaminados com dejeções de aves de criação, morcegos ou 
 pássaros agregados. Pode causar infecções naturais em outras espécies 
 animais, a exemplo de cães e morcegos, ocasionando a excreção de fungos 
 através de lesões intestinais, e facilitando a disseminação de novos focos da 
infecção, através do seu deslocamento. 
 Modo de transmissão A proliferação dos microorganismos no solo gera 
 microconídeos e macroconídeos tuberculados; a infecção é adquirida pela 
inalação do fungo, suspenso em aerossóis. 
 A histoplasmose não é transmitida de pessoa a pessoa, como também 
não existe contágio direto dos animais para o homem. 
Período de incubação: É variável, geralmente de 1 a 3 semanas. 
 
Tratamento 
  As primo- fecções sintomáticas só se tratam com medidas de in
 suporte ventilatório nos casos mais graves, já que tendem a involuir 
espontaneamente. 
  O tratamento específico só é indicado em pacientes 
 imunocomprometidos para se evitar a progressão da doença. 
 Nesses casos, aplica-se uma série curta de anfotericina B, até 
 completar dose total de 500mg, ou cetoconazol, em dose de 
 400mg/dia, por 6 meses, ou itraconazol 100mg/dia, por igual 
período. 
  Nas formas pulmonares crônicas ou disseminadas crônicas, pode-
 se indicar derivados imidazólicos, com dose diária em prazos iguais 
 aos citados anteriormente. Mediante falha terapêutica com esses 
 derivados, ou em casos associados à tuberculose ativa, usa-se a 
 anfotericina B, na dose de 0,7 a 0,8mg/ kg, chegando à dose 
total/dia de 35mg/kg. 
  Nas formas disseminadas agudas, está indicado o itraconazol, na 
 dose de 200 a 400mg/dia, por 12 meses, ou anfotericina B, com 
dose total de 40mg/kg. 
  Nos casos associados à aids, é aconselhável profilaxia secundária 
com 100mg/dia de itraconazol, durante um ano. 
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 5.5 Paracoccidioidomicose 
 Micose profunda, geralmente com sintomatologia cutânea importante, 
 grave, que, na forma crônica, é conhecida como “tipo adulto” e, na forma aguda 
ou sub- -se por: aguda, como “tipo juvenil”. A primeira caracteriza
  Comprometimento pulmonar 
  Lesões ulceradas depele 
  Mucosas (oral, nasal, gastrointestinal) 
  Linfoadenopatia 
 
 Na forma disseminada, pode acometer todas as vísceras, sendo 
 frequentemente afetada a supra-renal. A segunda é rara e, quando ocorre, 
 compromete o sistema fagocítico-mononuclear e leva à disfunção da medula 
 óssea. Na cavidade oral, evidencia-se uma estomatite, com pontilhado 
hemorrágico fino, conhecida como “estomatite moriforme de Aguiar-Pupo”. 
 A classificação abaixo apresenta a interação entre o P. brasiliensis e o 
 homem, determinando infecção ou doença, assim como as formas clínicas da 
paracoccidioidomicose. 
 Infecção paracoccidióidica: Caracteriza-se apenas por contágio do 
 indivíduo pelo fungo, sem a presença de doença clinicamente manifesta. 
 Paracoccidioidomicose (doença): Caracteriza-se pela presença de 
 manifestações clínicas relacionadas a um ou mais órgãos, dependentes das 
lesões fúngicas em atividade ou de suas sequelas. 
 Forma regressiva: Doença benigna com manifestações clínicas 
discretas, em geral pulmonares. Apresenta regressão espontânea, independente 
de tratamento. 
 Forma progressiva: Ocorre comprometimento de um ou mais órgãos, 
 podendo evoluir para óbito, caso não seja tratada de maneira adequada. É 
 dividida nas formas aguda e crônica, de acordo com a idade, duração e 
manifestações clínicas. 
 
Forma aguda ou sub-aguda (juvenil): 
  Com adenomegalia de linfonodos superficiais; 
  Com comprometimento abdominal ou do aparelho digestivo; 
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  Com comprometimento ósseo; 
  Com outras manifestações clínicas. 
 
 Forma crônica (adulto): Pode acometer todos os órgãos citados, 
inclusive o SNC. Pode ser: 
  Forma leve; 
  Forma moderada; 
  Forma grave. 
 
 Forma sequelar: Manifestações clínicas relacionadas à fibrose cicatrial, 
 que se sequelar segue ao tratamento específico, como hiperinsuflação 
 pulmonar, insuficiência adrenal, estenose de traqueia e síndrome de má 
absorção. 
 
 Sinonímia: Antigamente conhecida como blastomicose sul-americana ou 
moléstia de Lutz-Splendore e Almeida. 
Etiologia: , Paracoccidiodes brasiliensis um fungo dimorfo. 
 Reservatório: O solo e poeira carregados de fungo em suspensão, 
normalmente em meio rural. 
 Modo de transmissão: Por inalação do fungo. A contaminação através 
de ferimentos cutâneos e nas mucosas é extremamente rara. 
Período de incubação: Pode ir de 1 mês até muitos anos. 
 Período de transmissibilidade: Não há caso descrito de transmissão 
pessoa a pessoa. 
 Complicações: 
 Neuroparacoccidioidomicose, caracterizada por comprometimento do 
 parênquima e dos folhetos que revestem o sistema nervoso central. 
 As formas pulmonares podem evoluir para insuficiência respiratória 
crônica. 
Tratamento: 
  Sulfametoxazol + trimetoprim : 800/160mg/dia, VO, 12/12 hs, por 
 30 dias, passando para 400/80mg 12/12 hs, até um ano após 
sorologia negativa; 
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  Itraconazol: 100 mg/dia, por 12 meses, tem sido considerada a 
droga de escolha; 
  Cetoconazol: 400 mg/dia, VO, por 45 dias, depois 200mg/dia até 
completar 12 meses; 
  Fluconazol: 400mg/dia, VO, por um mês, depois 200mg/dia, por 6 
meses. 
  Anfotericina B: 1mg/kg/dia, IV, diluído em 50ml de soro glicosado a 
5% mais acetato de delta hidrocortizona 50 - 100mg. A dose máxima 
de anfotericina B não deve ultrapassar 3g. 
 6 AGENTES ANTIFÚNGICOS 
 O número de fracos disponíveis para o tratamento de infecções fúngicas 
 sistêmicas é limitado. Nos úlltimos anos, a anfotericina B e os azóis 
 (principalmente cetoconazol, fluconazol e itraconazol) têm sido os fármacos de 
 primeira escolha na terapia. Estas duas classes de medicamentos têm como alvo 
 a membrana celular dos fungos. Os polienos ligam-se a uma porção esterol, 
 basicamente ergosterol, presente na membrana de fungos sensíveis, formando 
 poros ou canais. O resultado é um aumento na permeabilidade da membrana 
 que permite o extravasamento de diversas moléculas pequenas, levando à morte 
celular. 
 A anfotericina B é um antibiótico fungicida de largo espectro e potente, 
mas seu uso é associado a efeitos adversos significantes, como nefrotoxicidade 
 e febre com calafrios, como reação aguda à infusão intravenosa, já que a 
farmacocinética deste fármaco não permite a administração oral. 
 Os azóis são compostos totalmente sintéticos. O mecanismo de ação 
 destes fármacos baseia-se na inibição da esterol- -a-desmetilase, um sistema 14
enzimático microssomal dependente do citocromo P450, que prejudica a síntese 
 do ergosterol na membrana citoplasmática e leva ao acúmulo de 14- -𝛼
ametilesteróis. 
 Esses metil-esteróis não possuem a mesma forma e propriedades físicas 
que o ergosterol e levam à formação da membrana com propriedades alteradas, 
 que não desempenha as funções básicas necessárias ao desenvolvimento do 
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 fungo. Os azóis causam menos reações adversas que a anfotericina B, mas são 
 menos potentes que ela. Podem ter ação fungistática ou fungicida. O uso 
 excessivo dos azóis levou ao aparecimento de resistência em espécies 
susceptíveis. 
 Um outro agente antifúngico sistêmico utilizado é o pró-fármaco 
 flucitosina. Todos os fungos sensíveis são capazes de desaminar a flucitosina 
 em 5- fluorouracila, um potente antimetabólito; como resultado final, a síntese de 
ácido desoxirribonucleico dos fungos fica prejudicada. 
 Embora as células dos mamíferos não convertam a flucitosina em 
 fluorouracila, o que é crucial para ação seletiva do composto, alguns 
 microrganismos da flora intestinal o fazem, causando certa toxicidade aos 
humanos. 
 A atividade antimicrobiana de um composto pode ser quantificada com 
base na determinação da concentração mínima capaz de inibir o crescimento de 
 um dado microrganismo, um valor chamado CIM (Concentração Inibitória 
 Mínima), ou MIC ( Minimum Inhibitory Concentration ) em inglês. “ ”
 Do ponto de vista microbiológico clínico, o conceito de sensibilidade e e 
 resistência é aplicado para classificar o isolado como sensível ou resistente. No 
 aspecto microbiológico, uma cepa é considerada resistente a um antifúngico 
 quando a concentração inibitória mínima é mais elevada que a habitual do 
 antifúngico frente a essa espécie. Podemos observar três diferentes tipos de 
resistência aos agentes antifúngicos: 
  Intrínseca: é dita quando nenhum membro de uma espécie é 
 sensível antifúngico, ou seja, todos são insensíveis ao 
  Primária: ocorre quando dentro de uma espécie, normalmente 
 sensível a determinado antifúngico, encontra-se uma cepa com 
 resistência natural a ele, sem necessidade de contato prévio com 
a droga. 
  Secundária: ocorre quando uma cepa, previamente sensível, 
desenvolve resistência à droga ter sido exposta a ela. após
 
 
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 7 INTERPRETAÇÃO DAS PROVAS IMUNOLÓGICAS 
 7.1 Paracoccidioidomicose 
 Pacientes portadores de paracoccidioidomicose ativa sem tratamento 
 apresentam positividade nas provas sorológicas acima de 90%. Os títulos da 
 reação de fixação de complemento são mais elevados nas formas graves e 
agudas da doença, sofrendo quedas à medida que ocorre melhora clínica. 
 A reação não tem muito valor diagnóstico quando tomada como dado 
 isolado. A correlação com os dados clínicos epidemiológicos e resultados , 
 fornecidos por outras técnicas faz com que a importância diagnostica aumente. 
 7.2 Histoplasmose 
 Anticorpos fixadores do complemento podem ser demonstrados na 
 maioria dos pacientes, já a partir da quarta semana após a infecção. Preconiza-
 se utilização dos antígenos obtidos da fase leveduriforme do a Histoplasma 
 capsulatum bem como do tígeno obtido da sua fase filamentosa para an
 aplicação no teste, uma vez que o antígeno leveduriforme apresenta uma maior 
especificidade e o antígeno filamentoso maior sensibilidade. 
 A detecção de antígeno de H. capsulatum em espécimes de urina, sangue 
 e fluido cérebro-espinhal oferece um método rápido para o diagnóstico, para o 
 monitoramento de terapia, assim como para a identificação recaídas na de 
histoplasmose disseminada. 
 Resultados falso-positivos têm sido observados somente em pacientes 
 com blastomicose, paracoccidioidomicose e infecção por Penicillium marneffei, 
e menos frequentemente em pacientes com coccidioidomicose. 
 7.3 Aspergilose 
 Nos aspergilomas, os títulos de anticorpos específicos demonstrados 
 pela reação de fixação de complemento estão geralmente elevados. As bandas 
 de precipitação reveladas pela imunodifusão dupla e contraimunoeletroforese 
são geralmente múltiplas, podendo ser acima de dez. 
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 Após a remoção cirúrgica do aspergiloma ou tratamento adequado, estes 
 anticorpos deixam de ser detectados em pouco tempo. Na aspergilose brônquica 
 alérgica os títulos de anticorpos específicos são baixos, e na asma aspergilar 
raramente são demonstrados. 
 Através de provas cutâneas com aspergilina, pode-se demonstrar 
 reações de hipersensibilidade do tipo I e III na aspergilose brônquica alérgica, e 
 do tipo I na asma aspergilar. Nas formas invasivas da doença raramente se 
 demonstram anticorpos através das provas usuais, necessitando-se o emprego 
 de provas mais sensíveis tais como radioimunoensaios e imunoenzimáticas. 
 7.4 Criptococose 
 O imunodiagnóstico da criptococose se baseia principalmente na 
demonstração antígeno solúvel de de C. neoformans, (Glucoronoxilomanana). 
 Interferências, tais como fator reumatoide e efeito prozona podem ser 
 encontradas neste teste, e são facilmente eliminadas com tratamento das 
amostras com pronase. 
 Anticorpos podem ser demonstrados na fase inicial e final da 
 criptococose. As provas mais utilizadas para tal propósito, são as reações de 
 imunofluorescência indireta e aglutinação de suspensão de células de C. 
 neoformans, porém apresentam baixo rendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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