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Sistema Complemento

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Sistema Complemento:
Lembrando que há uma divisão didática das imunidades: Inata e adquirida. Porém as duas atuam juntas e dinamicamente. 
O sistema complemento é um dos principais mecanismos para que o reconhecimento de patógenos seja convertido em uma resposta imune efetiva contra uma infecção inicial.
O complemento é um sistema de proteínas plasmáticas que podem ser ativadas diretamente por patógenos ou indiretamente através de anticorpos ligados a patógenos, levando a uma cascata de reações que acontecem na superfície do patógeno e gera componentes ativos com várias funções efetoras.
Histórico:
Hans Buchner inoculava patógenos em ratos e recolhia o soro, ao colocar o soro em contato com bactérias, essas bactérias eram lisadas. Porém se esse soro fosse aquecido a 56°C as bactérias sobreviveriam ao soro. Assim, questionou se seriam anticorpos ou outras moléculas. Denominou essas possíveis moléculas de Alexinas.
Jules Bordet para determinar se era anticorpos ou as alexinas fez o mesmo experimento que Buchner e acrescentou uma etapa com a qual expunha o soro de um rato no qual não havia sido inoculado os patógenos (ou seja, formado anticorpos) para ver se haveria a lise bacteriana e incrivelmente houve. Portanto ele declara “Alexinas são compostos termo lábeis com atividade bacteriolítica no plasma”
Paul Ehrlich descobre que os anticorpos são proteínas específicas a cada tipo de antígeno e que as alexinas são proteínas que complementam a destruição do patógeno, dai o nome Sistema Complemento.
Como funciona o Sistema Complemento?
Ele é um conjunto de proteínas que se encontram no soro, mas são produzidas pelo fígado, que atuam na lise de microrganismos. 
É ativada por três vias diferentes:
Clássica: Ligação inicial de um anticorpo com a bactéria e a ligação do sistema complemento se dará sobre a ligação antígeno-anticorpo.
Alternativa: O sistema complemento se liga diretamente à superfície da bactéria (fazendo com que haja a lise)
Lectina: Deve haver um receptor de lectina que vai se ligar aos açucares presentes na superfície bacteriana e assim as proteínas do complemento irão desencadear uma cascata do sistema complemento.
Provavelmente a via alternativa foi a primeira na escala evolutiva.
VIA ALTERNATIVA:
A proteína C3 está disponível na forma inativada (para não desencadear a atividade do sistema complemento em qualquer sítio do organismo). Ao entrar em contato com a bactéria (se ligando a superfície da bactéria) um fator B é (FB) responsável por essa ativação, transformando C3 em C3i, por sua vez esse fator B é ativado por outro fator, o fator D (FD) que divide o FB em Ba (que sai) e Bb (que se mantém em contato com C3). O FB transforma-se em Bb que junto com o C3 produz a C3convertase e a Properdina (proteína que estimula o quadro inflamatório).
C3, ao entrar em contato com a C3convertase é clivado em duas partes C3a que é uma anafilotoxina e em C3b que é processada por um fator denominada DARF que vai fazer com que ela se ligue na superfície da bactéria. O C3b pode ser reconhecido por um receptor CR1 encontrado no macrófago. 
Opsonização – fagocitose e digestão bacteriana
Opsonização, em imunologia, é o processo que consiste em fixar opsoninas, e.g. imunoglobulinas, em epítopes do antígeno, permitindo a fagocitose. Para ajudar a lembrar, opsonar do grego significa temperar
O conjunto C3b Bb C3b (na superfície da bactéria) dá origem a uma enzima denominado C5convertase (para aonde vai todas as vias), ou seja, aqui é o fim da via alternativa.
Essa via alternativa se ativa para bactérias Gram negativas, GRAM positivas, vírus, parasitas e até fungos.
VIA CLÁSSICA:
Ocorre após a deposição de um anticorpo na superfície da bactéria. Vale ressaltar que se já tem a presença do anticorpo fixado, a bactéria já pode sofrer a opsonização.
Um conjunto de proteínas chamados C1 composto por C1q C1r C1s com o auxilia de íons (principalmente Mg2+ e Ca2+) vão fazer com que a proteína C4 seja clivada em C4a que é uma anafilotoxina e em C4b que servirá como opsonina.
A partir disso, a C4b irá se ligar ao conjunto de proteínas C1 e fará com que haja a clivagem de C2 em C2b que é uma procinina causadora de edema e em C2a vai se ligar à C4b. 
Até agora temos o anticorpo ligado a C1, C4b e C2a. C4b e C2a juntos formam C3 convertase, que assim como vimos anteriormente, cliva C3 em duas partes C3a que é uma anafilotoxina e em C3b que é processada por um fator denominada DARF que vai fazer com que ela se ligue na superfície da bactéria. O C3b pode ser reconhecido por um receptor CR1 encontrado no macrófago (função de opsonina).
Por fim, o complexo C4b C2a e C3b formam a C5convertase que marca o fim da via clássica, pois a partir daí a sequência de todas vias convergem em uma ação única.
Regulação da via clássica: C1-INHH, CinativadorC3a (inibem C3a e C4a), fatores H e I (inibem C3b), e proteínas ligadora de C4 (inibem C4b).
VIA DAS LECTINAS
Receptores de lectina se ligam a ela e a partir disso as proteínas MASP1 e MASP2 se ligam e tornam o complexo ativado. Esse complexo ativa C4 em C4a e C4b. C4b se liga ao complexo ativado e faz com que ocorra clivagem de C2 em C2a e C2b o C2b se liga ao complexo que agora é formado pelo receptor de lectina, MASP1, MASP2, C4b e C2a. Esse complexo por sua vez forma a ativação da C3convertase. 
A C3convertase cliva C3 em duas partes C3a que é uma anafilotoxina e em C3b que é processada por um fator denominada DARF que vai fazer com que ela se ligue na superfície da bactéria. O C3b pode ser reconhecido por um receptor CR1 encontrado no macrófago (função de opsonina).
Por fim, o complexo C4b C2a e C3b formam a C5convertase que marca o fim da via das lectinas.
VIA COMUM DO COMPLEMENTO:
Parte da C5convertase, ele cliva a C5 em C5a que é um potente anafilotoxina e C5b é uma opsonina. A C5b se liga à C5convertase que faz com que se ligue um conjunto de moléculas (C5, C6, C7, C8, duas C9) que vão formar um polo por onde vai haver um extravasamento de conteúdos celulares, fazendo com que haja a lise. 
Funções efetoras 
Inflamação: C5a; C3a leva o recrutamento e ativação dos leucócitos
Fagocitose: C3b, Bb, C5b podem ter a função de opsonina 
MAC: Complexo de ataque a membrana
Fuga do ataque imune por microrganismos:
O bacilo da tuberculose, naturalmente, se reproduz dentro dos macrófagos, por isso, eles “deixam” ser marcados por C3 e quando são internalizados, fazem uma fuga interna do fagolisossomo e infecta o macrófago.
Vírus HIV, Herpes, Vaccinia fogem do sistema complemento pois produzem uma enzima denominada protease a qual quebra/destroem o C3.
Deficiência no Sistema Complemento:
Lúpus erimatoso sistêmico, infecção meningocócica, atividade hemolítica diminuída ou ausente, aumento da suscetibilidade a infecções bacterianas no trato respiratório inferior, otite, meningite e septicemia, hemoglobinúria paroxística noturna, comprometimento do SNC, alterações na adesão plaquetária.
Como se dosa o Sistema Complemento:
- Biomarcadores
Existem testes laboratoriais de agregação das proteínas buscadas. Exemplo dado: C3

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