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1 Imunologia HIPERSENSIBILIDADE Priscila Maria Rodrigues Araújo – P3B- FAMENE O sistema imune apesar de ter como função eliminar doenças, ele também pode vim a gerar doenças, são elas as hipersensibilidades. As causas das doenças por hipersensibilidade estão relacionadas a: Falha da autotolerância (reação contra antígenos próprios, causando doenças autoimunes) Reações excessivas contra micróbios - Semelhança de antígenos estranho com antígeno próprios; ex: febre reumática. Reações contra antígenos ambientais (antígenos que normalmente não causam reação alérgica) - Reação exacerbadas de coisas que fazem parte do ambiente; ex: pólen, poeira, etc. Quebra de tolerância e as hipersensibilidades Causas da falha na autotolerância Defeitos na deleção (seleção negativa) de células T e B durante a maturação (permitindo que células autorreativas prossigam no organismo) Defeitos na função e no número dos linfócitos reguladores Apoptose defeituosa de linfócitos autorreativos maduros Função inadequada de receptores inibitórios Apresentação anormal de autoantígenos causadas por: Alterações na expressão ou estruturas nesses antígenos - Por exemplo, a baixa expressão dos genes da insulina tem maior probabilidade de manifestar diabetes tipo 1. Estresse Lesão celular Genes do MHC associados a doença (pesquisar melhor) Genes associados a doenças - CD2/CD58 -IL10; IL2; IL21 -CLA (Entre outras) Inflamação ou resposta imunológica inata inicial A resposta imune inata atua consideravelmente na ativação de linfócitos para a geração da resposta imune adaptativas, podendo contribuir para o desenvolvimento de doenças autoimunes, quando a estimulação é maior que os mecanismos regulatórios Doenças causadas por anticorpos 1. Quando afetam especificamente um órgão (hipersensibilidade do tipo 2) - 3 mecanismos: Fagocitose do componente: trombocitopenia (queda da quantidade de plaquetas Ativação do complemento Neutralização ou bloqueio do componente imunológico (miastenia, tireoidite, anemia) 2 2. Reação cruzada, febre reumática Hipersensibilidade do tipo 1 Causa uma reação imediata a medida que acontece o contato com o antígeno, utilizando- se de anticorpos do tipo IgE e linfócitos TH2, os quais estimulam mastócitos e eosinófilos junto aos seus mediadores tais como aminas vasoativas, mediadores lipídicos e citocinas, levando ao processo inflamatório. Seus sintomas clínicos incluem asma, eczema, febre, urticária e alergia a comida. Obs.: o IgE apresenta alta afinidade para o receptor Fc, o qual evita que esses sejam destruídos por proteases. Além disso o IgE pode se ligar a outras células como linfócito B, células T, macrófagos, células de Langerhan e células foliculares dendríticas Sequência de eventos para a origem da hiper tipo 1 1. Exposição ao antígeno 2. Ativação das células Th2 e estimulação da classe IgE. 3. Produção de IgE 4. Exposição repetida ao antígeno 5. Ativação de mastócitos e liberação de mediadores 6. Aminas vasoativas e citocinas liberadas (reação de hipersensibilidade imediata) As manifestações clínicas alérgicas podem gerar choque, reação anafilática e são fruto da reação vascular e no músculo liso e reação inflamatória, culminando em broncoconstrição intensa. Obs.: as reações ao frio ou exercício não são imunológicas, ou seja, não tem relação com os anticorpos. Produção de IgE - não alérgicos produzem IgM, IgG, IgA para alérgenos. Mas apenas os IgE sensibilizam o mastócitos. (A partir desse momento são liberadas citocinas IL-3 e IL-4 que atuam nos mastócitos e na ativação de linfócitos B) - essa produção é dependente de citocinas, natureza do antígeno e contato prévio. - quebra de tolerância (antes o corpo não reagia e passa a reagir) - depende da ativação das células Th2 e de secreção de IL-4 e IL-13. (Ativam os linfócitos B e troca de classes das imunoglobulinas), já IL-5 promove o aumento de eosinófilos. - após serem produzidos esses anticorpos se ligam a receptores Fc (receptor de alta 3 afinidade FcεRI) nos basófilos e mastócitos; a partir dessas ligações ocorre o aumento da entrada de cálcio na célula, resultando na degranulação dos mastócitos e basófilos Consequências da ativação dos mastócitos Doenças alérgicas humanas Asma As células do aparelho respiratório na asma liberam diversos produtos envolvidos nessa inflamação, são eles: Interleucinas (IL) 1, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-12, IL-13; Fator estimulador de colônias de granulócitos-macrófagos (GM-CSF) Fator de necrose tumoral (TNF- a); Radicais reativos de oxigênio, tais como ânion peróxido, peróxido de hidrogênio, radicais hisdroxilas e peróxidonitrito; Produtos granulares pré- formados, tais como proteína básica principal (PBP) do eosinófilo, proteína catiônica eosinofílica (PCE); Histamina e triptase do mastócito; Mediadores lipídicos, que incluem as prostaglandinas, os leucotrienos e o fator ativador de plaquetas (FAP); Na asma observa-se um espessamento das paredes bronquiais com excesso de muco produzido em ração da reação inflamatória, além de uma contração excessiva dos músculos bronquiais. Assim, tudo isso implica em dificuldades de trocas gasosas nos alvéolos e consequente sensação de falta de ar. Hipersensibilidade tipo II Essas hipersensibilidades compreendem algumas doenças autoimunes, é uma reação mediada por anticorpos do tipo IgG e IgM, tal reação inicia a medida que os anticorpos se ligam na célula alvo e ativam a via clássica do complemento. Assim macrófagos, neutrófilos, eosinófilos e células NK são ativados e agem opsonizando e fagocitando. Além disso, alguns anticorpos podem se ao receptor de uma célula do corpo tornando-o inutilizável 4 para sua real função, reduzindo assim algumas funções fisiológicas. Doenças causadas por anticorpos, hiper tipo II Anticorpos contra células ou antígenos teciduais, afetando mais especificamente um tecido, alterando uma função fisiológica. Síndrome de Goodpasture Sua etiologia está associada a genética, exposição a solventes orgânicos; fumo; cocaína; influenza tipo A e terapia para depleção de linfócitos. Na sua fisiopatologia os anticorpos, normalmente os IgG, agem contra a proteína de membrana basal, tendo epítopo no colágeno tipo IV, podendo ser observado tanto nos rins como nos pulmões. O resultado disso são lesões de necrose severas e deposição de fibrinas Anemia hemolítica autoimune Produção de anticorpos contra o próprio organismo, os quais reagem contra as hemácias. Pênfigo Nessa patologia observa-se a produção de anticorpos que agem nas moléculas intracelulares de adesão (proteína do desmossomo), comprometendo a pele e as mucosas com formação de bolhas. Hipersensibilidade tipo III Doenças causadas por imunocomplexos (antígeno-anticorpo), formados por antígenos próprios ou estranhos, os quais quando produzidos em excesso ou quando não são removidos e, consequentemente, se depositam causam doenças. Esses imunocomplexos são atacados pelo sistema imune, aumentando a inflamação e a lesão tecidual. O depósito de imunocomplexos é maior em vasos menores, além disso complexosmenores sofrem menos fagocitose, os macrófagos preferem os maiores. (Entre um pedaço de bolo pequeno e um grande, qual você escolheria?) Os imunocomplexos são capazes de ativar o sistema complemento, gerando fragmentos C3a e C5a, estimulando, assim, a liberação de aminas vasoativas e de fatores quimiotáticos para os macrófagos e basófilos. Essas aminas aumentam a permeabilidade dos vasos permitindo a deposição do complexo na parede do vaso. Doenças que fazem parte da hiper tipo III Glomerulonefrite pós-estreptocócica 5 Os antígenos são a exotoxina pirogênica estreptocócica B e o receptor de plasmina associado à nefrite, ambos possuem afinidade pela plasmina, ligam-se ao complexo e ativam a via alternativa do complemento e a via clássica. Suas manifestações clínicas envolvem hematúria, piúria (pus na urina), edema, hipertensão e insuficiência renal olígura, além de cefaleia, anorexia. O tratamento é feito com antibiótico para a infecção estreptocócica, além de medidas para o controle de hipertensão, do edema e a realização de diálise, caso seja necessário. Lúpus eritematoso sistêmico Doença autoimune que gera problemas cutâneos, articulares e renais, podendo aparecer trombocitopenia ou anemias hemolíticas e problemas no SNC. O defeito fundamental do lúpus é a incapacidade de manter a autotolerância, levando à produção de grande número de autoanticorpos que podem danificar os tecidos, diretamente ou na forma de depósitos de complexos imunes. Hipersensibilidade tipo IV Essa hipersensibilidade poder ser por estímulo à inflamação ou por lesão direta causada por LT CD8+. Algumas doenças são causadas pela liberação de citocinas frente a presença de antígenos próprios, levando à inflamação crônica. Artrite reumatoide É um distúrbio crônico progressivo, simétrico e com manifestações sistêmicas. Assim, é caracterizada por uma inflamação de origem autoimune com envolvimento de vários leucócitos. As principais manifestações clínicas são fadiga, fraqueza, febre baixa, falta de apetite e artralgia. Já as alterações laboratoriais encontradas são: anemia normocítica/normocrômica; leucopenia; aumento da velocidade de hemossedimentação Doenças inflamatórias intestinais Inflamação intestinal crônica e reincidente que consiste em duas doenças: colite ulcerativa e doença de crohn. Suas causas podem estar associadas a um ataque desregulado e grande a flora intestinal. A retocolite ulcerativa é localizada no instestino grosso, começando, quase sempre no reto. Nela a mucosa se torna infiltrada por células inflamatórias, podendo danificar a musculatura intestinal, levando ao megacólon. Seus sinais e sintomas são: - diarreia sanguinolenta - dor abdominal (Pode ser acompanhada de febre e perda de peso) - artrite - alterações cutâneas e evidencias de doenças no fígado. - deficiência de ferro por perda de sangue - hipopotassemia e Hipoalbuminemia. A doença de Crohn é caracterizada por uma inflamação crônica por todas as camadas da parede intestinal, envolvendo 6 predominantemente a parte distal do intestino delgado. Seus sinais e sintomas são: - febre - dor abdominal - fadiga e diarreia prolongada e recorrente (resultante da mal absorção de sais biliares, área de superfície inadequada ou crescimento bacteriano excessivo.) - anorexia - perda de peso - anemia (pela perda de sangue, pela inflamação da medula óssea, pela má absorção de folato e vitamina B12) O padrão ouro para o diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais é a endoscopia. Além dela podem ser feitas a tomografia computadorizada e o raio-x, sendo necessário a realização da biópsia para melhor esclarecimento.
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