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Resumo de informações sobre ataque de vírus na cultura do alho

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1. ALHO 
1.1 Características Gerais 
Uma das espécies cultivadas mais antigas começou a ser ​plantado há mais de 5.000 anos 
pelos hindus, árabes e egípcios. A espécie é originária da Ásia Central ​e sua introdução no Ocidente 
se deu a partir de plantios na costa do Mar Mediterrâneo. 
O Brasil se destaca como um dos países com maior ​consumo per-capita de alho, 
aproximando-se de 1,5 Kg/habitante/ano​. Entretanto, a ​produção no país em 2013 foi de 
aproximadamente 107 mil toneladas, que corresponde apenas a um terço do consumo interno​. Para 
atender a grande demanda de consumo, que deve atingir 300 mil toneladas em 2015, ​o Brasil tem 
importado grandes quantidades, principalmente da China e Argentina. 
O alho pertencente à família Alliaceae, é uma planta herbácea, com folhas lanceoladas 
(alongadas), estreitas e cerosas, podendo atingir até 60 cm de altura, dependendo da cultivar​. ​As 
bainhas das folhas formam um pseudocaule curto, em cuja parte inferior origina-se o bulbo . O caule 
verdadeiro é um disco comprimido sendo o ponto de partida das folhas e das raízes, que são pouco 
ramificadas e com profundidade variando de 20 a 30 cm. ​O bulbo, de formato redondo ou ovalado é 
dividido em bulbilhos (dentes) que podem variar em número de 5 a 56​. 
1.2 Condições climáticas 
Regiões Sul e Sudeste mais propícias para o cultivo​. Temperatura entre ​13 e 24 grau​s. 
Temperatura no inverno deve ser abaixo de 15 graus para permitir a formação do bulbilho. 
Temperatura elevadas prejudicam o desenvolvimento do bulbo. 
1.3 Variedades 
Nordeste: ​Branco-Mineiro e Cateto-Roxo​, mas no Ceará são plantadas as de maior valor 
comercial: ​Gigante e Amarante. ​As variedades mais produzidas no Sul e Sudeste e mais 
recomendadas são: ​Gigante, Amarante e chinês. 
1.4 Pragas e Doenças 
Ferrugem, alternariose, podridão-branca, nematóide (​Ditylenchus ​dipsaci​), tripes e ​o ácaro 
dos bulbos (vive nas dobra das folhas e nos dentes de alho); é favorecido por baixas temperaturas e 
umidade. 
 
2. PRODUÇÃO DE ALHO NO MUNDO 
A área mundial de alho colhido é de 1,64 milhão de hectares, ​indicando um aumento da área 
de produção em torno de 2,9% ao ano. O interessante é destacar que das cerca de ​26,0 milhões de 
toneladas de alho produzidos anualmente, a China é responsável pela produção de aproximadamente 
21,0 milhões de toneladas. A China produz mais de 15 vezes a mais que o segundo maior produtor 
mundial de alho, ​a Índia (1,3 milhão de toneladas). O terceiro maior produtor mundial de alho é a 
 
Coréia do Sul, com 0,38 milhão de toneladas anuais. O Brasil não está na lista dos 10 principais 
produtores mundiais de alho. 
PRINCIPAIS CIDADES DE CADA ESTADO PRODUTOR (4 PRIMEIROS) 
Minas Gerais - Rio Paranaíba 
Goiás - Cristalina 
Santa Catarina - Curitibanos 
Rio grande do Sul - Ipê 
Ceará - ​Crato 2010 já chegou a produzir 219 toneladas(1978)​, Araripe, Aratuba, Barbalha, 
Alcântaras, Caririaçu, Gba, Jardim, Itapajé, Jati, Juazeiro, Meruoca, Missão velha, Mulungu, 
Penaforte, Tianguá, 
Aratuba já foi o maior produtor de alho do Nordeste (​produção) chegando a produzir 357 t 
em 1985, hoje é a ​Bahia​ (5000 toneladas em 2017). 
Motivos para redução da produção no Ceará: ​Chegada do alho da Argentina; falta de 
incentivo do governo e assistência técnica… 
(​https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/cultivo-de-alho-e-tradicao-entre-produ
tores-de-aratuba-1.369146​). 
 
 
3. SINTOMAS 
Sintomas Gerais: alteração na cor (amarelecimento e mosaico); ​reduz crescimento e 
produção​. Bulbos reduzem tamanho e transmitem o vírus. Degenerescência clonal: ​nanismo e queda 
na produção. Ocorrem ​leves necroses a mosaicos estriados​, seguidos de progressiva redução da área 
foliar, no porte das plantas e ​no peso dos bulbos, caracterizando subdesenvolvimento com baixo 
vigor vegetativo. 
Os sintomas típicos observados em folhas de alho são estrias de cor verde claro ou amarela, 
conhecidas como ​“mosaico do alho”​, e geralmente ​os vírus detectados em alho não ocasionam morte 
das plantas​, perpetuando-se através de distintos ciclos de cultivo, ajudados pela natureza agâmica da 
espécie. 
Os sintomas não auxiliam na identificação do vírus, pois a infecção das plantas por vírus de 
diferentes espécies induz sintomas foliares semelhantes, e são mais evidentes em folhas jovens. ​Os 
sintomas são mais intensos quando há a infecção pelo complexo entre potyvírus e carlavírus​, 
enquanto que a infecção somente com carlavírus induz sintomas mais atenuados. 
Os vírus interferem diretamente nos fenômenos vitais para o desenvolvimento da planta, ou 
seja, na síntese de proteínas e na fotossíntese, ocasionando ​reduções significativas na concentração de 
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/cultivo-de-alho-e-tradicao-entre-produtores-de-aratuba-1.369146
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/cultivo-de-alho-e-tradicao-entre-produtores-de-aratuba-1.369146
 
clorofila, vigor vegetativo e prejudicando a formação dos bulbos, devido a redução na produção de 
carboidratos 
Sintomas allexivirus​: ​subdesenvolvimento da planta, estrias cloróticas, padrões de mosaico e 
folhas retorcidas. 
​Maior perda econômica: potyvirus​, no qual OYDV e LYSV reduzem cerca de 69% e 54% do 
peso dos bulbos, respectivamente. Contudo, a perda na produção é maior quando a planta de alho 
encontra-se infectada por um complexo viral. Dentre os GarV-A e GarV-C, o primeiro reduz cerca de 
14-32% o peso dos bulbos, comparado com 15% para GarV-C na cultivar Blanco Iffive e Morado 
Inta. Para c​arlavirus, os vírus apresentam-se aparentemente assintomáticos em chalota, cebola e alho, 
mas agem sinergisticamente com os potyvirus. Em plantas de alho poro infectada isoladamente com 
carlavirus podem aparecer desde suaves estrias cloróticas a clorose severa ou estrias brancas e até a 
morte da planta reinfectada com LYSV 
 
4. Características vírus 
4.1 ​CARLAVIRUS 
Família ​Flexiviridae​; 
 ​ALONGADA FLEXÍVEL​; 610-700nm; 
RNA FITA SIMPLES. 
Transmissão pela propagação vegetativa, por inoculação via extrato vegetal e ​por afídeos de 
maneira ​não circulativa e não persistente​. (Aquisição e transmissão das partículas virais em poucos 
minutos (picada de prova); ausência de período latente; perde transmissibilidade em 24h ou se 
ocorrer ecdise); O gênero pode ser transmitido por mosca branca​, apesar de ocorrer poucos relatos 
para o alho, mas há muitos para outras espécies (Feijão comum: Cowpea mild mottle virus). 
Mais comum: ​GarCLV e SLV​; GarCLV: 1981 na França e 1999 Br. 
Já existem relatos do GarCLV no Brasil – ​Garlic commom latente vírus (Alho commom 
latente vírus). Até meados de 2009, apenas o GarCLV havia sido detectado em estudo recente, o 
SLV - ​Shallot latent vírus (Vírus latente da chalota) foi também detectado em amostras 
provenientes de ​São Manuel (SP) e Piraquara (PR)​, por meio de diagnose baseada em RT-PCR. 
Garlic latent virus (GarLV) era considerado uma estirpe do SLV (VAN DIJK, 1993; 
TSUNEYOSHI et al., 1998), entretanto atualmente, de acordo com o 8° Relatório do Comitê 
 
Internacional de Taxonomiade Vírus, GarLV é considerado a mesma espécie de SLV (VAN DIJK, 
1993; ADAMS et al., 2005). 
 
4.2 ALLEXIVIRUS 
Família Flexiviridae; 
Partículas alongadas flexíveis; 
FITA SIMPLES RNA 800nm. 
A transmissão ocorre através de ácaros ​Aceria Tulipae​. As espécies já descritas no Brasil 
são: ​Garlic virus C (GarV-C), ​Garlic virus D (GarV-D) e ​Garlic mite-borne filamentous virus (Vírus 
filamentosos ácaro-carregado alho) (GarMbFV). Transmissão ​estiletar ou circulativo (pela 
hemolinfa)​. Somente as ninfas adquirem, mas todos podem transmitir. ​Não transmite para a 
progênie.​ PAA 15 minutos, PAI várias horas. Permanece ​virulífero por pelo menos 9 dias​. 
 
4.3 ​POTYVIRUS 
Família ​Potyviridae 
Partículas alongadas flexíveis 
POTATO VIRUS Y(deu o nome) ; RNA FITA SIMPLES 720-900nm 
Ponto de inativação térmica 50 A 62° graus; PMD: 102-² A 10^(-6) 
Movimento célula a célula por plasmodesmas modificados 
Três espécies estão associadas a cultura do alho: ​Onion yellow dwarf virus ​(Vírus que deixa 
a cebola amarela e anã) (OYDV), ​Leek yellow stripe virus ​(vírus da listra amarela no alho poró) 
(LYSV) e ​Shallot yellow stripe virus​ (listra amarela na chalota) (SYSV). 
Os maiores danos à produção em alho têm sido atribuídos às infecções causadas por ​OYDV 
e LYSV​, que são os ​dois potyvirus relatados no Brasil​. A redução na massa e diâmetro dos bulbos 
pode ser acentuada quando estes potyvirus ocorrem associados a outras espécies virais na mesma 
planta. 
OYDV reduzir significantemente a quantidade e qualidade da produção, as plantas 
infectadas apresentaram crescimento reduzido, decréscimo na massa e diâmetro dos bulbos, assim 
como na produtividade e no conteúdo de matéria seca. O LYSV causa mosaico listrado (faixas 
amarelas) ao longo do limbo foliar. 
 
5. TRANSMISSÃO 
Propagação vegetativa (bubilhos, principal forma de transmissão); ​equipamentos ​que 
entrem na área contaminadas e demais vetores citados​. As espécies de afídeos já encontradas 
 
colonizando a cultura de alho são ​Myzus persicae, Aphis spp., Brevicoryne brassicae Neotoxoptera 
sp. () e Neotoxoptera formosana. 
AFÍDEOS: ​Pulgões, denominados afídeos, apresentam aparelho bucal do tipo sugador e 
transmitem cerca de 275 espécies de vírus, sendo considerados os mais importantes insetos vetores. 
Os carlavirus e potyvirus possuem relação vírus-vetor do tipo não persistente​. Exemplo de afídeos: 
Lipaphis sp. Rhopalosiphum sp. Aphis sp. (L.), Geopemphigus sp. (Hille), Myzus sp., Hyperomyzus 
sp. e Neotoxoptera sp​. Eentretanto, somente o ​Neotoxoptera formosana e Myzus ascalonicus 
colonizam as plantas de alho ( O OYDV é transmitido por várias espécies de pulgões, incluindo 
Myzus percicae, Aphis gossypii e Macrosiphum ambrosiae (MASSOLA et al., 2005). 
 
ACERIA TULIPAE (ÁCARO): ​(ácaro do bulbo seco): Transmite o Allexivirus , ataca 
principalmente alho e cebola. ​Localizam-se nas dobras das folhas e sobre os bulbilhos de alho​. O 
ataque do ácaro às plantas ​de alho provoca deformações nas folhas, que não se abrem 
completamente, permanecendo com as extremidades presas e arqueadas, dando um aspecto 
espiralado como de um chicote​. Provoca, ainda, retorcimento, estrias cloróticas e posterior 
secamento das folhas, causando nanismo acentuado às plantas. Afeta o desenvolvimento dos bulbos 
e, quando a infestação é severa, as plantas murcham e morrem. 
Preventivamente​, deve-se utilizar para plantio apenas alho-semente de boa qualidade, livre 
da infestação do ácaro e de viroses, ​oriundo de empresas fornecedoras idôneas e oriundas de cultura 
de tecidos vegetais ​Efetuar irrigação por aspersão auxilia no controle mecânico da praga, já que ela 
é sensível a presença de água sobre as folhas. Não há ingredientes ativos cadastrados pro controle 
dessa praga 
Aceria tulipae (​Frank Peairs, Colorado State 
University, Bugwood.org) - Aumentar a imagem 
● Potyvirus é cosmopolita (se distribui no mundo todo) e possui mais de 2000 hospedeiros 
● Allexivirus se restringe a espécies do gênero Allium, porém também é encontrado em todo 
mundo 
 
● Carlavirus, quando disseminadas por insetos, são mais restritas a região onde o inseto atua; no 
entanto, quando está em hospedeiras que se disseminam propagativamente, se espalham no 
mundo todo. 
 
6. DIAGNÓSTICO 
Carlavirus provenientes de alho, inoculados mecanicamente, podem causar sintomas nas 
espécies de Celosia argentea var. plumosa, Chenopodium amaranticolor, Chenopodium murale, 
Chenopodium quinoa e Nicotiana occidentalis. 
A sorologia ​é um outro método que vem sendo empregada eficientemente para a diagnose de 
vírus em alho, sendo que existem ​antissoros comerciais disponíveis para as espécies de carlavirus 
(GarCLV e SLV), bem como antissoro ​potyvirus da Agdia. Somente não há disponibilidade 
comercial de antissoro contra os allexivirus. 
Além do PCR tradicional, o PCR quantitativo já foi empregado para detecção do OYDV e 
LYSV, mostrando-se de 60 a 70% mais eficiente quando comparados com o teste de ELISA. 
 
TESTE ELISA​: O ​teste de ELISA (do inglês ​Enzyme Linked Immunono Sorbent Assay​) 
baseia-se em reações ​antígeno-anticorpo ​detectáveis por meio de reações ​enzimáticas ​(teste 
imunoenzimático). A enzima mais comumente usada nesta prova á a ​peroxidase​, responsável por 
catalisar a reação de desdobramento da água oxigenada (H​2​O​2​) em H​2​O mais O​2​.Existem diversos 
tipos de testes de ELISA. O modelo mais simples é conhecido como ELISA indireto, onde um 
antígeno que encontra-se aderido a um suporte sólido (placa de ELISA) é preparado e, em seguida, 
colocado sobre os soros que estão sendo testados, em busca de anticorpos contra o antígeno. Caso 
estejam presentes anticorpos no soro, específicos para o antígeno em questão, haverá a formação da 
ligação antígeno-anticorpo que, por conseguinte, é detectada pela adição de um segundo anticorpo 
dirigido contra imunoglobulinas da espécie que está sendo pesquisada, a qual é ligada a peroxidase. 
Este anticorpo anti-IgG, ligado à enzima recebe o nome de conjugado. Quando adiciona-se o 
substrato apropriado para a enzima (ou seja, H​2​O​2 dissolvida em uma substância química eu dá uma 
reação colorida quando H​2​O​2 é desdobrada), os locais onde ocorre a reação antígeno-anticorpo, que 
apresentam uma coloração característica, sendo que esta coloração varia de acordo com o substrato. 
Existe também um método denominado ELISA de bloqueio ou competição, onde a presença 
de anticorpos em determinado soro é observada devido à competição com um anticorpo específico 
(mono ou policlonal) voltado ao antígeno. 
 
7. CONTROLE PREVENTIVO DE VÍRUS NA ÁREA 
7.1 Emprego de material propagativo sadio:​ ​Exclusão​: Bulbos propagados em meio de 
cultura com ​ribavirina (antiviral). 
 
7.2 Eliminar as fontes de inóculo:​ Erradicação: ​Eliminar da própria cultura (roguing) ou 
plantas daninhas​ (Brachiaria plantaginea, Brachiaria brizantha Euchlaena mexicana e Sorghum 
verticilliflorum) ou plantas silvestres; Remover restos culturais de plantas infectadas com vírus; 
remover hospedeiras alternativa do vetor: curcubitáceas, solanáceas. 
PLANTAS HOSPEDEIRAS​: Geralmente todas do gênero Allium; ​cebola, alho poró, 
chalota… 
7.3 Termoterapia:​Processo de limpeza clonal, que utiliza técnicas de termoterapia dos 
bulbilhos e posterior cultura "in vitro" de seus ápices caulinares. Estes processos são realizados em 
laboratórios especializados. 
O acesso à tecnologia do alho livre de vírus, pelos produtores, foi possível através da 
manutenção de estoques básicos de alho livres do patógeno nas regiões produtoras. Para isto são 
utilizados telados, individuais ou coletivos, a prova de afídeos (pulgões - insetos vetores do vírus). A 
partir dos telados são instalados campos produção de alho-semente para implantação das áreas 
comerciais, conforme observado na Figura 4. 
 
 
Figura 4.​ Esquema de produção de alho comercial a partir de estoques básicos de alho livres de 
vírus em telados individuais (1) e coletivos (2). 
 
Estes sistemas foram testados e introduzidos pela Embrapa Hortaliças em pequenas 
propriedades de algumas regiões produtoras nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, 
Distrito Federal, São Paulo e Goiás. O sistema de multiplicação proposto além de viabilizar o uso de 
alho-semente livre de vírus, direcionou o produtor de alho a separar a área para produção de 
alho-semente da área de alho comercial, além de selecionar os melhores bulbos e bulbilhos para o 
plantio, eliminando-se a prática corriqueira nestas regiões, de utilizar os bulbos menores, rejeitados 
para comercialização, para plantio da safra seguinte. 
Para produção própria de alho-semente o produtor deve tomar os seguintes cuidados: 
 
1. ​Separar uma área específica para produção de alho-semente​, de preferência ​isolada de plantios 
comerciais de alho, cebola, cebolinha, e​tc., ou separar um ​fragmento específico da área comercial 
para produção de sementes; 
2. Usar ​alho-semente oriundo de um processo de limpeza viral ​que pode ser realizada pelo próprio 
produtor ou por produtores credenciados para tal, sempre que possível; 
3. Selecionar ​bulbos de boa qualidade para utilizar como alho-semente, ​eliminando os muito 
pequenos e aqueles fora do padrão da cultivar​, mal formados, com enfermidades e sintomas ou danos 
fitossanitários; 
4. ​Armazenar​ os bulbos selecionados para semente em ​local seco e ventilado​ até o plantio; 
5. Debulhar os bulbos somente ​15 a 20 dias antes do plantio para não chochar os bulbilhos (a 
debulha deve ser feita em local fechado ou protegido do sol e de altas temperaturas e deve-se tomar 
bastante cuidado para não machucar os bulbilhos); 
6. ​Classificar os bulbilhos por tamanho​, usando para isso peneiras com malhas específicas (Tabela 1) 
e utilizar para plantio somente aqueles retidos nas peneiras 1, 2 ou 3. 
7.4 Escape do vetor: Tela ​antiafídeos e armadilhas na ​coloração amarela para mosca branca 
controlam o inseto adulto. 
Não existem transgênicos, variedades resistentes e proteção cruzada. 
 
 
RESUMO 
As mais empregadas são: termoterapia e cultura de tecido, indexação para os principais vírus 
e propagação controlada para obtenção de material básico de alta qualidade sanitária para 
multiplicações posteriores. As práticas mais eficientes utilizadas são evitar plantios sucessivos, evitar 
culturas novas próximo às velhas, realizar o controle de plantas daninhas hospedeiras de afídeos e 
eliminar restos de culturas contaminados. Introdução dos bubilhos em acaricida para controle do 
ácaro antes do plantio. 
 
ARTIGO 
 
OBJETIVO: ​Analisar a sanidade vegetal ​dos alhos produzidos na FCA – UNESP 
BOTOCATU, através da associação com ​termoterapia e cultura de tecido​. 
METODOLOGIA: ​Na termoterapia os bubilhos em água quente, submetidos a uma 
temperatura de ​48º a 50ºC ​por aproximadamente ​30 minutos​. Em seguida, foi realizado o 
cultivo in vitro de ápices caulinares em ​meio sólido de Murashige e Skoog (1992), 
completando com o ​fitorregulador BA (6-benzilaminopurina)​ ​2 mg/L. 
 
Meio sólido de Murashige e Skoog: ​O meio de Murashige e Skoog, 1962 (MS) é um meio 
universalmente usado especialmente para morfogénese, cultura de meristemas e regeneração de 
plantas.​ Este meio caracteriza-se pela sua elevada concentração em sais minerais. 
Fitorregulador BA (6-benzilaminopurina):​A 6-benzilaminopurina, benzil adenina ou BAP é 
uma ​citocinina sintética de primeira geração que ​provoca o crescimento das plantas ​em resposta ao 
desenvolvimento. 6-benzilaminopurina é um regulador de amplo espectro de crescimento vegetal. 
Durante três anos os microbulbilhos obtidos in vitro foram multiplicados em casa de 
vegetação e mantidos sob condições ambientais controladas. Durante esses anos, amostras de folhas 
de cada planta foram coletadas ​para indexação através de análises moleculares​. O alho-semente 
comprovadamente livre de vírus foi multiplicado sucessivamente por duas gerações em condições de 
telado e campo, numa região com altitude superior a 1000 metros e na ausência de plantio comercial 
próximo. 
Cento e setenta e cinco plantas de alho ​mantidas em casa de vegetação foram coletadas para 
extração total de RNA (3) e utilizadas para análise por ​RT-PCR ​com ​oligonucleotídeos universais 
(primers) para os gêneros ​Potyvirus, Carlavirus e Allexivirus (tabela 1) usando ​PCR Master Mix Kit 
Gotaq Colorless ​(Promega) e ​AMV reverse transcriptase ​(Avian myeloblastosis virus). Em um 
volume final de 25 µl, 12,5 µL de PCR Master Mix 2X, 1 µM de cada oligonucleotideo, 1 unidade 
de transcriptase reverse AMV (PROMEGA), 2,5µL de RNA foi adicionado. 
O RT PCR é uma reação da ​transcriptase reversa​, seguida de ​reação em cadeia da 
polimerase​. Não utiliza o ​DNA de fita dupla como molde e sim ​RNA de fita simples​. amplamente 
utilizada para verificar a ​expressão gênica​, uma vez que analisa o ​RNA responsável pela ​síntese de 
proteínas​. Se há uma ​proteína específica presente, é porque o gene da mesma está sendo expresso e 
originando mRNA para tal proteína. 
Esta reação é composta de 2 partes: a ​transcrição reversa e a amplificação propriamente dita​. 
Seu principal diferencial é que na verdade esta reação não parte de um molde de DNA diretamente 
extraído da amostra; a amostra ​fornece o RNA, que é convertido em cDNA (DNA complementar)​. 
Ferramenta útil em estudos de expressão gênica, pois avaliando o mRNA, podemos detectar quais 
proteínas estão sendo efetivamente expressas. ​No entanto, o estudo direto do RNA (principalmente o 
mRNA) é inviável, devido à sua alta sensibilidade a vários fatores e a altas temperaturas​. O primeiro 
passo da reação consiste na síntese de uma fita de DNA utilizando como template uma fita d​e RNA 
numa reação catalisada por uma transcriptase reversa. Usualmente, são utilizadas duas enzimas desta 
classe, extraídas de vírus: ​a AMV (Avian Mieloblastosis Vírus) e a M-MuLV (Moloney Murine 
Laeukemia Vírus). Além disso, também são utilizados primers, mas inespecíficos e nunca em pares. 
São oligonucleotídeos compostos por várias timinas consecutivas (6 a 35), ​que são anelados às 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transcriptase_reversa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rea%C3%A7%C3%A3o_em_cadeia_da_polimerase
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rea%C3%A7%C3%A3o_em_cadeia_da_polimerase
https://pt.wikipedia.org/wiki/DNA
https://pt.wikipedia.org/wiki/RNAhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Express%C3%A3o_g%C3%AAnica
https://pt.wikipedia.org/wiki/RNA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADna
 
regiões Poly-A (ou A-Rich) do ​RNA​, ricas em adeninas. Após este ciclo, obtém-se o ​cDNA que será 
utilizado na PCR. ​É importante ressaltar que o round de transcrição reversa não altera o número de 
fitas de RNA ou DNA 
ETAPAS DO PCR: ​Desnaturação: Para separar as fitas de DNA , proporcionando um 
molde de fita simples. ​Anelamento: Resfria a reação para que os primers possam se ligar ás suas 
sequências complementares; ​Extensão:​ Eleva a temperatura para que os primers se estendam. 
As etapas do PCR para o oligonucleotideo universal de allexivirus foram 40 ciclos (94oC/40 
s, 50oC/50 s e 72oC/40 s), para potyvirus foram 35 ciclos (94oC/ 30 s, 54oC/45 s e 72oC/55 s) e 
para carlavirus foram 40 ciclos (94oC /60 s, 50oC/60 s e 72oC/60 s). Os produtos de PCR foram 
analisados por eletroforese a 1,5% gel de agarose usando GelRed (Uniscience). As bandas 
amplificadas foram: 250 bp, 800 a 1000 bp e 360 bp, respectivamente. 
Oligonucleotídeos universais (primers): ​Um oligonucleotídeo é um fragmento curto de uma 
cadeia simples de ácido nucleico (ADN ou ARN)​, tipicamente com 20 ou menos bases. São 
frequentemente usados como sondas para detectar ADN complementar ou ARN porque eles se l​igam 
prontamente aos seus complementares​. o oligonucleotídeo é ​frequentemente chamado de iniciador 
(termo em inglês: primer​), e um curto pedaço de ADN que se liga à sua sequência, alvo 
complementar. Esta gera um local para a polimerase se ligar e estende o iniciador através da adição 
de nucleotídeos a fim de fazer uma cópia da sequência alvo. É a molécula responsável pelo início 
dos processos que geram cópia da molécula original de ácido nucléico (​replicação, transcrição, 
transcrição reversa ou amplificação sintética de ácidos nucléicos, como PCR​). 
PCR Master Mix Kit Gotaq Colorless (Promega): 
AMV reverse transcriptase: é uma enzima extraída de vírus que catalisam a reação por uma 
transcriptase reversa. 
Eletroforese: ​Consiste em avaliar o movimento do vírus em um determinado campo elétrico. 
Como este movimento é função da ​massa e a carga da partícula​, é possível medir a mobilidade 
eletroforética de um vírus, sendo esta medida característica para aquele vírus. Este parâmetro 
permite relacionar ou ​diferenciar vírus e seus variantes​. ​A ​eletroforese em gel é uma técnica de 
separação de ​moléculas que envolve a migração de ​partículas em um determinado ​gel durante a 
aplicação de uma ​diferença de potencial​. As moléculas são separadas de acordo com o seu tamanho, 
pois as de menor ​massa irão migrar mais rapidamente que as de maior massa. Em alguns casos, o 
formato da moléculas também influi, pois algumas terão maior facilidade para migrar pelo gel. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9culas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Part%C3%ADcula
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gel
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diferen%C3%A7a_de_potencial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Massa
 
 
 
 
Volume final 25 µl 
PCR Master Mix 2X 12,5 µL 
Oligonucleotideo 1 µM 
transcriptase reverse AMV (PROMEGA) 1 unidade 
RNA 2,5µL 
 
 
 
 
Gênero Ciclos Temperatura (°C) Tempo (s) 
Allexivirus 
 
40 94 
50 
72 
40 
50 
40 
Potyvirus 
 
35 94 
54 
72 
30 
45 
55 
Carlavirus 
 
40 94 
50 
72 
60 
60 
60 
 
 
RESULTADOS 
Em 2010, bulbos de alho submetidos à termoterapia e cultura de tecido, em sua segunda 
geração foram analisados. Do total de 75 amostras de alho, 33 destas mantidas em telado anti-afídico 
na região de Guarapuava/PR e 42 em casa de vegetação em Botucatu-SP (fase de aclimatização), 5 
foram positivas para presença de allexivirus, dos quais três amostras para a espécie Garlic virus A 
(GarV-A), uma para Garlic virus C (GarV-C) e uma para Garlic virus D (GarV-D). Nenhuma foi 
positiva para potyvirus e carlavirus. A porcentagem de plantas infectadas com allexivirus foi de 
6,6%. Estes bulbilhos apresentaram peso superior a 1 grama, peso este desejável após aclimatização 
e foram selecionados para multiplicação comercial. 
Em 2012, 100 plantas de alho, da quarta geração, mantidas em condições de casa de 
vegetação em Botucatu foram analisadas para a presença de vírus. Destas, 60% foram positivas para 
presença de allexivirus, 35% para potyvirus e todas negativas para carlavirus. 
A alta taxa de infecção por allexivirus e potyvirus pode ter duas explicações: 1º) Estes 
bulbilhos após aclimatização não foram inicialmente selecionados para multiplicação comercial por 
apresentarem peso inferior a 1 grama. Fica evidente que a seleção para tamanho do bulbo auxilia na 
escolha de bulbos com menores taxas de infecção por vírus, demonstrando escape durante a 
termoterapia e cultura de tecido; 2º) Outro fato importante a ser relatado é que a transmissão e 
disseminação do vírus pelo ácaro vetor, A. tulipae, pode ter ocorrido durante o armazenamento dos 
bulbos de um ano a outro. Barg et al. (1) evidenciaram que condições inadequadas de 
armazenamento de bulbos podem favorecer a proliferação de ácaros, que se desenvolvem sob as 
escamas dos bulbos e possibilitam a disseminação de vírus. No Brasil, a fumigação do alho semente 
não é uma prática rotineira, pois o produtor normalmente vende os alhos para consumo e utiliza no 
próximo plantio, as sementes que sobraram. Os resultados aqui obtidos evidenciam a necessidade de 
fumigação do alho armazenado para cultivo. 
Autores verificaram que os ​allexivirus são mais difíceis de serem eliminados pela 
termoterapia e cultura de tecido em alho, Verbeek et al. (11) obtiveram eficiência de 
eliminação de somente 54% para allexivirus, enquanto que 100% para Leek yellow stripe 
virus (LYSV- potyvirus), 92% para Onion yellow dwarf virus (OYDV- potyvirus) e 62% para 
Garlic common latent virus (GarCLV- carlavirus). 
A taxa de infecção por potyvirus (35%) verificada nas plantas da quarta geração 
indica escape do processo de limpeza por termoterapia e cultura de meristema. Estes 
 
resultados evidenciam a necessidade de selecionar os bulbos maiores e mais vigorosos 
para multiplicação do alho, pois estes têm menor porcentagem de infecção por vírus. Uma 
alternativa, viável e com baixo custo, é a utilização de clones assintomáticos selecionados 
no campo de produção. Esses proporcionam maior capacidade de aclimatização, maior 
produtividade e melhor qualidade dos bulbos. 
CONCLUSÃO 
O tratamento por termoterapia e cultura de tecido empregado para produção de 
alho livre de vírus na FCA/UNESP-Botucatu é um método satisfatório na eliminação de 
vírus, porém possibilita escape principalmente de allexivirus e potyvirus. É necessário 
realizar sistematicamente testes para presença dos vírus durante a propagação do alho 
semente e aliada a termoterapia fazer a seleção positiva para os bulbilhos de maior 
tamanho, pois garantem menor infecção por vírus. A transmissão no armazenamento dos 
bulbos de um ano a outro, através do ácaro, A. tulipae, enfatiza a necessidadede métodos 
de armazenamento adequados e o uso de fumigantes no alho semente armazenado para 
evitar transmissão de allexivirus durante o processo de armazenamento. A utilização de 
inibidores virais também pode ser uma alternativa para reduzir as taxas de transmissão de 
vírus pela cultura de tecido que será avaliada em nosso laboratório. 
FUMIGANTES: Não tem produtos para A. tulipae no alho no Agrofit 
 
SITES 
1 
https://www.embrapa.br/hortalicas/alho/botanica 
http://www.foodnewsoficial.com.br/mercado/mercado-mundial-do-alho/ 
http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/visualize 
https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5457#resultado 
2 
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/35926363/pesquisadores-identific
am-virus-em-alho-no-vale-do-itajai 
4 
http://www.defesavegetal.net/aceitu 
 
 
https://www.embrapa.br/hortalicas/alho/botanica
http://www.foodnewsoficial.com.br/mercado/mercado-mundial-do-alho/
http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/visualize
https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5457#resultado
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/35926363/pesquisadores-identificam-virus-em-alho-no-vale-do-itajai
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/35926363/pesquisadores-identificam-virus-em-alho-no-vale-do-itajai
http://www.defesavegetal.net/aceitu

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